Pousada de São Teotónio
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Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão |
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Pousada construída no final dos anos cinquenta do séc. 20, início dos anos sessenta, em arquitetura modernista, que evidencia a procura de referências locais e regionais, e a preocupação de contextualização, em resultado do Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa, anteriormente efetuado. Possui influências das Pousadas de Vila Nova e Salamonde (Gerês), do arquiteto de Januário Godinho. Revela a preocupação de enquadramento na paisagem, no ambiente local e regional, e no espírito da tradição arquitetónica minhota. Observado do quadrante norte, o imóvel parece figurar um espigueiro dominando a colina onde se situa. Assumido contraste entre a rudeza dos materiais de construção (granito e betão) e a transparência dos enormes vidros empregues, sobretudo para o lado do jardim, que se apresenta como uma varanda sobre a magnífica paisagem. Estabelecimento de hotelaria inserido na rede Pousadas de Portugal, integrando o grupo das Pousadas de Charme. |
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Número IPA Antigo: PT011608150028 |
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Registo visualizado 490 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Comercial e turístico Unidade hoteleira Pousada
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Descrição
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Planta irregular composta por dois corpos, com coberturas em telhado de quatro águas, revestidas a telha, interligados por uma pérgula. As fachadas são em granito aparelhado ou rebocados e pintados. A fachada principal surge virada a sudoeste, enquanto a fachada posterior, virada a norte, com amplos vãos envidraçados, proporciona magníficas vistas, sendo nela que desembocam os quartos e as salas. Apresenta a noroeste um corpo avançado, ao nível do primeiro piso, assente sobre dois pilares. Irregular na altura dos vários volumes que o constituem, é mais baixo para norte e poente, e mais alto para o lado sul, aproveitando o declive do terreno. Pela pérgula, faz-se o acesso principal ao interior da pousada. O volume da direita, desenvolve-se em quatro pisos: sub-cave, cave, piso térreo e segundo piso, que correspondem a áreas funcionais distintas. À sub-cave e à cave corresponde a zona de serviço e a habitação do concessionário. Ao piso térreo corresponde toda a zona de estar e receção, terraços cobertos e jardim sobre a paisagem. O segundo piso destina-se aos quartos de hóspedes. Ao nível do piso térreo, com acesso pela já referida pérgula, fica a receção, envidraçada. Daqui, passa-se a um amplo vestíbulo, do qual parte a escada para o piso dos quartos. O vestíbulo prolonga-se, sem separação física, pela sala de estar. Nesta zona, à esquerda, encontra-se uma grande lareira em granito, que polariza um espaço, visível através do amplo vidro da receção, individualizado pela cota rebaixada e pelo teto de madeira. À esquerda deste espaço, uma porta, em vidro, faz o acesso à sala de leitura, dependência muito envidraçada, com teto em madeira. Para a direita, desenvolve-se a restante zona de estar, de planta irregular, angulosa, constituída por vários recantos, sendo um dos recantos dominado por lareira, e outro pelo bar, todo revestido a madeira. A sala de jantar tem planta em L, e lareira em granito. Toda esta área com funções de sala de estar e de refeições, tem pavimento em tijoleira, é amplamente envidraçada com caixilharia metálica, e desenvolve-se em torno do jardim, tratado como uma varanda sobre a paisagem. O piso superior possui nove quartos, com diferentes áreas, com casa de banho privativa. Este piso dispõe de uma zona de serviço, que inclui uma copa destinada a receção de pequenos almoços. O teto do segundo piso é em laje, visitável, e funciona como piso técnico. O edifício da esquerda, é constituído no segundo piso por quartos de hóspedes, e no térreo por escritórios e alojamentos para pessoal. |
Acessos
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Valença, Baluarte do Socorro |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção das Fortificações da Praça de Valença do Minho (v. IPA.00003527) |
Enquadramento
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Urbano, isolado. Situa-se no cimo da colina que se desenvolve na margem esquerda do rio Minho, em frente a Tui. O terreno, com grandes desníveis, com acentuado declive para sul, prolonga-se visualmente para o quadrante norte, onde é delimitado pela cortina da fortaleza, e oferece como cenário, o rio e a cidade espanhola. A entrada principal da pousada, está colocada a sudoeste. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Comercial e turística: pousada |
Utilização Actual
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Comercial e turística: pousada |
Propriedade
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Privada: pessoa coletiva |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: João Henrique de Melo Breyner Andresen (1958). |
Cronologia
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1955 - Continuação dos estudos para a construção dos novos edifícios destinados à instalação da pousada de Valença, pela Direção dos Serviços de Construção e Conservação; 1956 - continuação dos estudos tendo em vista a construção, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1957 - adjudicação da construção do edifício para pousada; 1958, 16 agosto - apresentação do projeto de arquitetura, da autoria do arquiteto João Henrique de Melo Breyner Andresen; 1959 - Inicio das obras de construção, 1ª fase, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1960, 04 maio - durante a sessão camarária, foi lido um ofício da Secretaria Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, solicitando a informação sobre a denominação a dar à Pousada da vila, tendo sido decidido designá-la de São Teotónio; 1962, 31 agosto - inauguração da Estação fronteiriça e da Pousada de São Teotónio pelo Presidente da República e respetiva benção das instalações pelo bispo auxiliar de Braga, D. Francisco Maria da Silva; 2004, 12 fevereiro - despacho de abertura do processo de classificação; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes autónomas. |
Materiais
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Estrutura de betão armado; enchimentos dos panos de parede em tijolo ou perpianhos de granito, a pico grosso; as paredes exteriores são duplas com caixa de ar, bem como as dos quartos; caixilharia metálica ou de madeira; vidros simples; pavimentos em lajes de tijolo vazado armado e isolados por placas de aglomerado de cortiça, e em tijoleira. |
Bibliografia
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Arquitectura. n.º 62, setembro 1958, pp. 5-23; Arquitectura del Movimiento Moderno. Registro Docomomo Ibérico. 1925-1965. 1996; FERNANDES, José Manuel - «Pousadas de Portugal: obras de raiz e em monumentos». In Caminhos do Património. 1999, pp. 159-177; LOBO, Susana - Pousadas de Portugal. Reflexos da Arquitectura Portuguesa no Século XX. Coimbra: Imprensa Universitária de Coimbra, 2006; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955. Lisboa: 1956; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956. Lisboa; 1957; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958. Lisboa: 1959, 1 vol.; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959. Lisboa: 1960, 1 vol.; NEVES, Manuel Augusto Pinto - Valença - Entre a História e o Sonho. Valença: 2003; Arquitetura Moderna Portuguesa 1920-1970, IPPAR, 2004, pp.244-245. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN: DSConservação, DSConstrução, DGEMN:DSARH-PO, DGEMN:CAM, DGEMN:DSEP, DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN |
Intervenção Realizada
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1990, final da década - realização de algumas alterações à obra inicial sem acompanhamento da DGEMN, nomeadamente a ampliação da sala de leitura e da sala de jantar, retirando espaço aos terraços cobertos; Enatur: 2000 - remodelação, ampliação e beneficiação. |
Observações
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Autor e Data
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Maria Guimarães 1999 |
Actualização
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