Pousada de São Teotónio

IPA.00006217
Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão
 
Pousada construída no final dos anos cinquenta do séc. 20, início dos anos sessenta, em arquitetura modernista, que evidencia a procura de referências locais e regionais, e a preocupação de contextualização, em resultado do Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa, anteriormente efetuado. Possui influências das Pousadas de Vila Nova e Salamonde (Gerês), do arquiteto de Januário Godinho. Revela a preocupação de enquadramento na paisagem, no ambiente local e regional, e no espírito da tradição arquitetónica minhota. Observado do quadrante norte, o imóvel parece figurar um espigueiro dominando a colina onde se situa. Assumido contraste entre a rudeza dos materiais de construção (granito e betão) e a transparência dos enormes vidros empregues, sobretudo para o lado do jardim, que se apresenta como uma varanda sobre a magnífica paisagem. Estabelecimento de hotelaria inserido na rede Pousadas de Portugal, integrando o grupo das Pousadas de Charme.
Número IPA Antigo: PT011608150028
 
Registo visualizado 333 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comercial e turístico  Unidade hoteleira  Pousada  

Descrição

Planta irregular composta por dois corpos, com coberturas em telhado de quatro águas, revestidas a telha, interligados por uma pérgula. As fachadas são em granito aparelhado ou rebocados e pintados. A fachada principal surge virada a sudoeste, enquanto a fachada posterior, virada a norte, com amplos vãos envidraçados, proporciona magníficas vistas, sendo nela que desembocam os quartos e as salas. Apresenta a noroeste um corpo avançado, ao nível do primeiro piso, assente sobre dois pilares. Irregular na altura dos vários volumes que o constituem, é mais baixo para norte e poente, e mais alto para o lado sul, aproveitando o declive do terreno. Pela pérgula, faz-se o acesso principal ao interior da pousada. O volume da direita, desenvolve-se em quatro pisos: sub-cave, cave, piso térreo e segundo piso, que correspondem a áreas funcionais distintas. À sub-cave e à cave corresponde a zona de serviço e a habitação do concessionário. Ao piso térreo corresponde toda a zona de estar e receção, terraços cobertos e jardim sobre a paisagem. O segundo piso destina-se aos quartos de hóspedes. Ao nível do piso térreo, com acesso pela já referida pérgula, fica a receção, envidraçada. Daqui, passa-se a um amplo vestíbulo, do qual parte a escada para o piso dos quartos. O vestíbulo prolonga-se, sem separação física, pela sala de estar. Nesta zona, à esquerda, encontra-se uma grande lareira em granito, que polariza um espaço, visível através do amplo vidro da receção, individualizado pela cota rebaixada e pelo teto de madeira. À esquerda deste espaço, uma porta, em vidro, faz o acesso à sala de leitura, dependência muito envidraçada, com teto em madeira. Para a direita, desenvolve-se a restante zona de estar, de planta irregular, angulosa, constituída por vários recantos, sendo um dos recantos dominado por lareira, e outro pelo bar, todo revestido a madeira. A sala de jantar tem planta em L, e lareira em granito. Toda esta área com funções de sala de estar e de refeições, tem pavimento em tijoleira, é amplamente envidraçada com caixilharia metálica, e desenvolve-se em torno do jardim, tratado como uma varanda sobre a paisagem. O piso superior possui nove quartos, com diferentes áreas, com casa de banho privativa. Este piso dispõe de uma zona de serviço, que inclui uma copa destinada a receção de pequenos almoços. O teto do segundo piso é em laje, visitável, e funciona como piso técnico. O edifício da esquerda, é constituído no segundo piso por quartos de hóspedes, e no térreo por escritórios e alojamentos para pessoal.

Acessos

Valença, Baluarte do Socorro

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção das Fortificações da Praça de Valença do Minho (v. IPA.00003527)

Enquadramento

Urbano, isolado. Situa-se no cimo da colina que se desenvolve na margem esquerda do rio Minho, em frente a Tui. O terreno, com grandes desníveis, com acentuado declive para sul, prolonga-se visualmente para o quadrante norte, onde é delimitado pela cortina da fortaleza, e oferece como cenário, o rio e a cidade espanhola. A entrada principal da pousada, está colocada a sudoeste.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comercial e turística: pousada

Utilização Actual

Comercial e turística: pousada

Propriedade

Privada: pessoa coletiva

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: João Henrique de Melo Breyner Andresen (1958).

Cronologia

1955 - Continuação dos estudos para a construção dos novos edifícios destinados à instalação da pousada de Valença, pela Direção dos Serviços de Construção e Conservação; 1956 - continuação dos estudos tendo em vista a construção, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1957 - adjudicação da construção do edifício para pousada; 1958, 16 agosto - apresentação do projeto de arquitetura, da autoria do arquiteto João Henrique de Melo Breyner Andresen; 1959 - Inicio das obras de construção, 1ª fase, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1960, 04 maio - durante a sessão camarária, foi lido um ofício da Secretaria Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, solicitando a informação sobre a denominação a dar à Pousada da vila, tendo sido decidido designá-la de São Teotónio; 1962, 31 agosto - inauguração da Estação fronteiriça e da Pousada de São Teotónio pelo Presidente da República e respetiva benção das instalações pelo bispo auxiliar de Braga, D. Francisco Maria da Silva; 2004, 12 fevereiro - despacho de abertura do processo de classificação; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura de betão armado; enchimentos dos panos de parede em tijolo ou perpianhos de granito, a pico grosso; as paredes exteriores são duplas com caixa de ar, bem como as dos quartos; caixilharia metálica ou de madeira; vidros simples; pavimentos em lajes de tijolo vazado armado e isolados por placas de aglomerado de cortiça, e em tijoleira.

Bibliografia

Arquitectura. n.º 62, setembro 1958, pp. 5-23; Arquitectura del Movimiento Moderno. Registro Docomomo Ibérico. 1925-1965. 1996; FERNANDES, José Manuel - «Pousadas de Portugal: obras de raiz e em monumentos». In Caminhos do Património. 1999, pp. 159-177; LOBO, Susana - Pousadas de Portugal. Reflexos da Arquitectura Portuguesa no Século XX. Coimbra: Imprensa Universitária de Coimbra, 2006; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955. Lisboa: 1956; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956. Lisboa; 1957; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958. Lisboa: 1959, 1 vol.; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959. Lisboa: 1960, 1 vol.; NEVES, Manuel Augusto Pinto - Valença - Entre a História e o Sonho. Valença: 2003; Arquitetura Moderna Portuguesa 1920-1970, IPPAR, 2004, pp.244-245.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN: DSConservação, DSConstrução, DGEMN:DSARH-PO, DGEMN:CAM, DGEMN:DSEP, DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Intervenção Realizada

1990, final da década - realização de algumas alterações à obra inicial sem acompanhamento da DGEMN, nomeadamente a ampliação da sala de leitura e da sala de jantar, retirando espaço aos terraços cobertos; Enatur: 2000 - remodelação, ampliação e beneficiação.

Observações

Autor e Data

Maria Guimarães 1999

Actualização

 
 
 
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