Torre de Malheiros / Torre de Malheiras / Torre de Refóios

IPA.00006215
Portugal, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Refóios do Lima
 
Arquitectura residencial, medieval. Torre de planta quadrangular de quatro registos, rasgados por frestas, com fachada principal tendo portal axial de vão em arco quebrado, ao nível do 2º piso, e ala residencial de planta em L e de dois pisos adossada. Torre de estrutura robusta com paramentos apresentando c. de 2 m de espessura. Os vários alçados possuem regularmente pedras salientes revelando terem servido de apoio a construções já desaparecidas. O vão da fachada posterior, com mísula e baldaquino curvo avançado para o exterior, possivelmente rasgado no séc. 16, é bastante invulgar. Na fachada N. do edifício anexo de E. encontra-se um interessante tanque de cantaria, rectangular, com espaldar recortado e abastecimento de água por intermédio de bica carranca.
Número IPA Antigo: PT011607370044
 
Registo visualizado 745 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo torre

Descrição

Torre de planta quadrangular, com quatro registos e cobertura plana, em laje de betão, à qual se acede por intermédio de alçapão em ferro. Alçados com paramentos em aparelho regular de silhares graníticos, em fiadas pseudo-isódomas, coroadas por merlões prismáticos, apresentando algum espaçamento entre estes. Fachada principal, virada a S., apresentando aberturas axiais, com portal rectangular, no 1º piso *1, de vão em arco quebrado, ao nível do 2º piso, com acesso por intermédio de escadaria, encostada à fachada, de um lanço com 10 degraus, e fresta no 3º piso. Fachadas laterais com frestas no 2º e 3º piso e fachada posterior com fresta e um outro vão com mísula e baldaquino ao nível do 3º piso. À fachada O. adossa-se edifício desenvolvido para E., formando L, com um e dois pisos, respectivamente, e cobertura em telhado de três águas *2. Apresenta fachadas em alvenaria irregular de granito e rebocada e caiada, rasgada por portas e janelas rectangulares, apresentando alguns acessos, voltados ao terreiro, alpendrados. Fachada S. do edifício a O., onde o desnível do terreno é aproveitado por um piso subjacente, com pátio superior, delimitado por gradeamento em ferro, sobre amplo vão rectangular cerrado por porta de chapa INTERIOR da torre com paramentos de granito à vista, não possuindo os pisos qualquer divisão interior, tendo pavimentos soalhados, com travejamento assente em consolas pétreas encastradas no paramento interno, sendo a comunicação entre estes realizada por uma escada de madeira de um lanço, encostada à parede E. No 2º piso regista-se, na parede O., uma porta de vão rectangular, comunicando com o edifício anexo, através de escada pétrea lançada na espessura da parede com sete degraus. O interior deste edifício é rebocado e caiado, de pavimentos soalhados e em mosaico cerâmico, com tectos em madeira, de "saia e camisa". A partir de pequeno átrio de entrada distribuem-se as divisões de dormir, de estar, sanitários e cozinha. Na cave do corpo adossado a O. instalam-se arrumos e uma lavandaria.

Acessos

Refóios do Lima, Quinta da Torre. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,791165; long.: -8,545626

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 / ZEP, Portaria nº 817/99, DR, 2.ª série, n.º 189, de 14 agosto 1999

Enquadramento

Rural, isolado, integração harmónica na periferia do aglomerado, nas proximidades do Mosteiro de Refoios (v. PT011607370006), implantada em plataforma da superfície aluvial do Rio Lima, cultivada com vinha; integrado em ampla propriedade cerrada por muro pétreo com entrada principal por amplo portão em ferro forjado, conduzindo à Torre por intermédio de alameda em terra batida, entre os terrenos agrícolas. Os edifícios constituem um conjunto aberto, a S., para um pequeno terreiro, em terra batida, ligeiramente sobrelevado em relação à envolvente, delimitado frontalmente por muro em alvenaria de granito, onde, através de escadaria pétrea de dois lanços, se acede a espaço subjacente, relvado e ajardinado, a S. e O., onde se instala uma piscina.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Comercial e turística: casa de turismo de habitação

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 12 / 16 / 19 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 12, inícios - construção do paço de D. Afonso Ansemondes, fundador do vizinho Mosteiro de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho; séc. 14, finais - entra na posse de Estêvão e Loureiro Malheiro; séc. 16, inícios - remodelação da Torre ( ALMEIDA 1987, p. 116 ) *3; 1648 - instituição do vínculo por Lopo Malheiro Barriga; séc. 17 - época provável da construção do edifício anexo a O.; 1875 - por direito de sucessão de D. Maria Antónia Malheiro de Araújo Barriga passa para a posse de seu primo Leonel d'Abreu Lima, ao Dr. António de Magalhães Barros d'Araujo Queirós, 2º Visconde de Cortegaça; séc. 19, último quartel - reparação da torre; séc. 20 - um dos filhos dos proprietários, José Vaz de Almada, iniciou as obras de recuperação e adaptação ao turismo; 1996 - abertura do edifício ao Turismo de Habitação; a administração da quinta é feita por José Vaz de Almada e esposa, que a vocacionaram também para a produção de vinho verde.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura da Torre em silhares de granito; escada exterior em alvenaria de granito; escada interior em madeira; portas em madeira; pavimentos em madeira; cobertura em placa de betão; alçapão em ferro; edifício anexo em alvenaria de granito e rebocado e caiado, com pavimentos soalhados e em mosaico cerâmico, tectos de madeira, portas de madeira, e janelas em madeira envidraçadas.

Bibliografia

GUERRA, Luís de Figueiredo da, Torres Solarengas do Alto Minho, separata de O Instituto, 72 (4), Coimbra 1925; AZEVEDO, Carlos, Solares Portugueses, Lisboa, 1969, p. 23; ALVES, Lourenço, Do Gótico ao Manuelino no Alto Minho - Monumentos Civis e Militares, Caminiana, 12, Caminha, 1985, p. 67; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987, p. 116; VIEIRA, Amândio de Sousa, A Torre de Refoios. Antologia de Textos Ilustrados, Ponte de Lima, 1996; AFONSO, Marília, Prazeres do Minho. A arte de bem receber em cinco casas de família, in Casas de Portugal, nº 27, Agosto / Setembro, Lisboa, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Proprietários: séc. 19, último quartel - limpeza e restauro dos paramentos da torre; 1898 - reparação dos sobrados da cobertura; 1940, década - reconstrução da cobertura da Torre; 1993 - reconstrução dos edifícios anexos à Torre.

Observações

*1 - Esta porta está encoberta pela caixa de escadas da fachada principal; *2 - O edifício a O. é ocupado pela residência do proprietário, correspondendo à sua primitiva função, enquanto o edifício de E., anteriormente ocupado por anexos agrícolas, encontra-se adstrito ao Turismo Rural, estando dividido em três apartamentos independentes; *3 - Luis Figueiredo da Guerra ( GUERRA, 1925 ) considera que a actual estrutura da Torre é um exemplar do séc. 14.

Autor e Data

Paulo Amaral 2001

Actualização

 
 
 
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