Núcleo urbano da cidade de Amarante

IPA.00006137
Portugal, Porto, Amarante, União das freguesias de Amarante (São Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão
 
Núcleo urbano sede municipal. Cidade situada em margem fluvial. Vila medieval fundada por ordem monástica. Estrutura urbana de tipo linear. A travessia do Tâmega, através da ponte de S. Gonçalo, marcada ainda pela presença monumental da igreja e convento de S. Gonçalo, transformou o local em zona de passagem obrigatória, determinando um desenvolvimento urbanístico ao longo dum eixo viário tradicional, na ligação da zona de Entre-Douro-E-Minho com a de Trás-os-Montes e Alto-Douro.
Número IPA Antigo: PT011301220011
 
Registo visualizado 904 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Cidade  Povoação moderna  Povoação moderna  Monástico-conventual (Ordem de São Domingos)

Descrição

ESTRUTURA URBANÍSTICA: apresenta uma estrutura urbanística essencialmente linear, composta por ruas relativamente estreitas e de traçado irregular, que confluem de uma e de outra margem do Tâmega para a ponte de S. Gonçalo. Para além da ponte (v. PT011301100002), o conjunto é fortemente marcado pela monumentalidade da Igreja de São Gonçalo (v. PT011301330001), estruturando-se em frente desta um Largo que antecede a entrada na ponte. Na mesma margem do rio, entre o edifício do Convento e o Tâmega, nos terrenos da antiga cerca conventual, abre-se a Alameda Teixeira de Pascoais com ligações até à variante da EN. Estes dois espaços, com vista sobre a ponte e o rio - Lg. de S. Gonçalo e a Alameda onde se realizava o antigo mercado - constituem o núcleo do centro cívico, religioso e turístico da cidade. Ao longo da margem esquerda do rio, a R. 31 de Janeiro (R. do Covelo) conduz ao Lg. Conselheiro A. Cândido, a partir do qual se faz a ligação à E.N. ESPAÇO CONSTRUÍDO: A fachada urbana de ambos os lados das ruas caracteriza-se pela existência de construções genericamente integráveis nos dois tipos essenciais da arquitectura tradicional urbana: a casa de tipo vertical, estreita e alta, com um número variável de andares, com duas ou três portas, janelas ou varandas de frente, e a casa larga e baixa, com r/c e andar nobre, frequentemente brasonada. Dentro do primeiro tipo são muitas as variantes, apresentando as casas geralmente estrutura de pedra, visível nas molduras das portas, janelas e varandas. Noutras o último andar é em tabique, sobressaindo a madeira pintada das molduras das portas e janelas. A este último andar, geralmente o 2º, por vezes o 3º, corresponde a varanda. Esta pode ser em ressalto, sobre uma falsa cornija, ou em avanço sobre a rua. Na sua maioria, as varandas são corridas, ocupando toda a largura da fachada. Algumas casas apresentam varandas corridas no 2º andar e uma ou outra, mais pequenas, possuem-na no 1º. Têm geralmente gradeamentos de ferro, havendo também belos exemplares de varandas com balaústres de madeira pintada.

Acessos

EN120; para chegar ao centro atravessa a ponte sobre o rio Tâmega pela EN312, Rua Dr. Miguel Pinto Martins, Rua Teixeira de Vasconcelos, Rua 5 Outubro, Alameda Teixeira de Pacoais

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 Dezembro 1974 *1 / Inclui Ponte sobre o Tâmega (v. PT011301100002) / Convento de São Gonçalo de Amarante (v. PT011301330001) / Solar dos Magalhães (v. PT011301330009) / Antigo Convento de Santa Clara (v. PT011301330012) / Igreja de São Domingos (v.PT011301330018) / Igreja de São Pedro (v. PT011301330020)

Enquadramento

Urbano, implantado nas margens do rio Tâmega. O concelho está dividido em 40 freguesias*1 e é delimitado a N. pelo município de Celorico de Basto, a NE. por Mondim de Basto, a E. por Vila Real e por Santa Marta de Penaguião, a S. por Baião, Marco de Canaveses e Penafiel, a O. por Lousada e a NO. por Felgueiras.

Descrição Complementar

Dentro da área classificada destacam-se vários edifícios, pela sua monumentalidade ou valor histórico. Na R. Dr. Miguel Pinto Martins, a igreja e edifício da Santa Casa da Misericórdia; com o nº 37, um solar com brasão sobre o portal da cerca lateral, apresentando molduras de portadas e janelas características do séc. 17, boleadas e com os cantos superiores alargados em esquadria; do mesmo lado da Rua outro solar com brasão inclinado sobre a porta. Possui 2 pisos com porta e três janelas no r/c e no 1º andar 4 janelas de sacada com varandins assentes em mísulas enroladas, com caneluras, tendo cornijas molduradas sobre as janelas; O edifício dos antigos Paços do Concelho apresenta estrutura de cantaria com três pisos, de tipo torre, tendo na fachada voltada para a rua duas portas no r/c, e duas janelas no 1º e 2º andares. Encimando o conjunto, ergue-se um robusto campanário de uma ventana com remate em frontão triangular. O escudo nacional sobressai no centro da fachada, entre as janelas do 1º e 2º andares; Igreja de S. Pedro (v. PT011301330020), datada de 1727, com fachada marcada por torre sineira central de dois andares, ladeada por duas imagens de pedra de S. Pedro e S. Paulo. Na R. Teixeira de Vasconcelos destaca-se a casa de Teixeira de Pascoaes com o nº de porta 131, assinalada por uma placa comemorativa descerrada pela C. M. Amarante em 1956. A casa apresenta três pisos, com estrutura de cantaria nos dois inferiores e tabique no 3º. A fachada deste último andar exibe uma varanda corrida assente sobre falsa cornija. O r/c apresenta uma porta lateral e duas janelas, tendo o 1º andar uma pequena varanda com grade de ferro, ao centro, e duas janelas laterais; ao lado, com o nº 111, a casa senhorial brasonada dos Teixeiras de Vasconcelos, uma das que escapou ao incêndio de 1809. Apresenta uma fachada de dois pisos tendo no r/c três janelas e na extremidade uma porta com cancela exterior de meia altura. No 1º andar, aprumadas com as janelas e porta do andar inferior, abrem-se 4 varandas de sacada. Apoiam-se em mísulas espiraladas, com caneluras, tendo gradeamento metálico verde. Cornija moldurada com mísulas alinhadas na vertical das que suportam as varandas. Ao centro da fachada, entre as duas varandas, sobressai a pedra de armas; na mesma rua, do lado contrário, formando esquina com uma rua transversal, destaca-se um enorme solar com pedra-de-armas no cunhal. Possui uma fachada com desenvolvimento horizontal de dois pisos, tendo no r/c uma porta com duas janelas de um lado e três do outro, com grades metálicas, e o 1º andar com seis janelas de sacada com varandas individuais com grade metálica e encimadas por cornijas salientes e molduradas. A Pç. que antecede a ponte é dominada pela monumentalidade da Igreja e convento de S. Gonçalo fundado em 1540, exibindo um pórtico lateral de três andares, Renascença e Barroco (v. PT011301330001). A actual ponte de S. Gonçalo, com os seus característicos coruchéus barrocos, possui três arcos de volta redonda e tabuleiro horizontal com 4 varandins semi-circulares. Foi erguida nos finais do séc. 18, na sequência da derrocada em 1763 da antiga ponte fortificada (v. PT011301100002). Lg. de António Cândido com a estátua de grandes proporções, em bronze, do tribuno Amarantino, em pedestal de granito, descerrada em 1959.

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 13 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1763 - ruína da ponte devido a uma forte cheia; 1788 - conclusão da reconstrução da ponte, segundo projecto do Eng. Carlos Amarante; 1809 - Amarante sofre o ataque da força napoleónica de Soult comandada por Loison, após 14 dias de resistência do general Silveira, sendo saqueada e incendiados os principais edifícios e casas; 1827 - foi palco de combates entre liberais e miguelistas (comandados por Teles Jordão); 1985, 8 de Julho - elevação a cidade.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

COSTA, António Carvalho da, Corografia Portuguesa, Lisboa, 1706, tomo I, p. 143;9; MENESES, Francisco de Alpoim e, História antiga e moderna da sempre leal e antiquíssima Vila de Amarante, Londres, 1814; LEAL, Augusto Barbosa de Pinho, e FERREIRA, Pedro Augusto, Portugal Antigo e Moderno [..], Lisboa, 1873 - 1890, p. 188 - 191; LAMAS, José, coord., A Praça em Portugal, DGOTDU, Lisboa, 2007, pp. 116-123; SARDOEIRA, Albano, O General Silveira e a reedificação de Amarante, 1954; SARDOEIRA, Albano, A antiga ponte fortificada de Amarante, 1956; MACHADO, António de Sousa, Amarante Medieval, 1979: Fundação Calouste Gulbenkian, Guia de Portugal, Lisboa, 1986, vol. 4, Tomo I, p. 576 - 592.

Documentação Gráfica

IHRU: SIPA; DGOTDU: Arquivo Histórico (Anteplano de Urbanização de Amarante, Januário Godinho Arqto, 1950, 1955).

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

DGOTDU: Arquivo Histórico (Anteplano de Urbanização de Amarante, Januário Godinho Arqto, 1950, 1955); DGARQ/TT: Memórias Paroquiais, vol. 3, nº 57, p. 423 a 458.

Intervenção Realizada

Observações

*1 DOF: Conjunto definido pelos seguintes arruamentos e espaços livres públicos que os mesmos ligam: 1) Ruas do Dr. Miguel Pinto Martins e Teixeira de Vasconcelos e a parte nascente da Rua 5 de Outubro; 2) Praça da República (Largo de São Gonçalo) e Alameda de Teixeira de Pascoais (antigo mercado e suas naturais extensões até à variante da estrada nacional Porto - Vila Real); 3) Rua 31 de Janeiro (antiga rua do Covelo) e Largo do Conselheiro António Cândido. *1 Aboadela, Aboim, Amarante (São Gonçalo), Ansiães, Ataíde, Bustelo, Canadelo, Candemil, Carneiro, Carvalho de Rei, Cepelos, Chapa, Figueiró (Santa Cristina), Figueiró (Santiago), Fregim, Freixo de Baixo, Freixo de Cima, Fridão, Gatão, Gondar, Gouveia (São Simão), Jazente, Lomba, Louredo, Lufrei, Madalena, Mancelos, Oliveira, Olo, Padronelo, Real, Rebordelo, Salvador do Monte, Sanche, Telões, Travanca, Várzea, Vila Caiz, Vila Chão do Marão, Vila Garcia.

Autor e Data

Isabel Sereno / Ricardo Teixeira 1994

Actualização

Anouk Costa, Cláudia Morgado, Rita Vale 2010
 
 
 
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