Quinta do Ferreira

IPA.00006124
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Queluz e Belas
 
EDIFÍCIO PRINCIPAL - arquitectura residencial vernácula. Destaca-se a conjugação de valores vernáculos que caracterizam as habitações saloias da região com soluções de cariz erudita, reconhecendo-se, respectivamente: volumetria maciça do conjunto, expressão rude das cantarias utilizadas, muros de grande espessura, lógica construtiva organizada em vários corpos, cobertura em telhados múltiplos com encurvamento na zona terminal, a par de opções morfológicas e formais variadas ao nível do tratamento dos vãos e cornijas do edifício articulado a E.; VILLA ADELAIDE - arquitectura residencial, eclética. Constitui-se como exemplo singular no âmbito da tipologia da arquitectura vernácula, característica da região saloia, pela planimetria articulada, mas sobretudo pela presença de escadas exteriores e alpendre. Genericamente, as casas rurais com escada exterior e alpendre caracterizam-se pela articulação directa entre a sala de entrada e alpendre de acesso, bem como pela existência de lojas ao nível do piso téereo, o que não se verifica no edifício principal.
Número IPA Antigo: PT031111040047
 
Registo visualizado 70 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Residencial unifamiliar  Quinta    

Descrição

A propriedade, de perímetro trapezoidal irregular, é constituída por diversas construções destacando-se: edifício principal a S., o edifício anexo a SE., e a villa Adelaide a NO.. EDIFÍCIO PRINCIPAL: de planta irregular composta pela articulação de 3 corpos rectangulares, volumetria escalonada,e cobertura efectuada por telhados a 4 águas. Com panos de muro em reboco pintado, os alçados com abertura de vãos a ritmo regular, predominantemente de peito, verga recta e emolduramento de cantaria. Alçado principal a S., desenvolve-se em 3 pisos e organiza-se em 2 corpos, sendo delimitado superiormente por beirado simples. com enbasamento em placagem de cantaria de aparelho isódomo, os dois corpos articulam-se entre si por meio de alpendre sustentado por pilar - que assinala a entrada principal da casa - em posição dominante e com acesso através de escadaria de dois lanços rectos com patamar intermédio, desenvolvida contiguamente ao corpo a E..INTERIOR: a compartimentação é feita por salas de planta quadrada e rectangular, que comunicam entre si e dispostas contiguamente aos alçados. Ao níel do 1º andar, a S., corredor longitudinal de circulação a partir do qual se acedeao piso inferior por meio de escadaria de tiro único. Em geral, pavimento em ladrilho cerâmico industrial, tectos planos e muros de reboco pintado, rasgados por vãos de verga recta, nos quais se observa a manutenção das cantarias originais de emolduramento, destacando-se no vestíbulo silhar de azulejos industrial de estampilha monócroma. O edifício principal articula-se a E., com um outro por meio de pátio e acesso através de portal rectangular de verga segmentada, encimado por frontão com enrolamento e rematado por cruz ao centro. o pátio, de planta trapezoidal, a N., escadaria de lanço único em cantaria, de acesso aos terrenos envolventes da propriedade. EDIFÍCIO ANEXO: de planta sensivelmente em L composta pela articulação de 2 corpos rectangulares, volumetria paralelepipédica, cobertura efectuada por telhados a 3 e 4 águas. Com panos de muro em reboco pintado, é delimitado superiormente por cornija continuada, encimada por beirado simples de cantaria, com embasamentoanálogo ao do edifício principal, o que funcionaexteriormente como elemento unificador das duas construções.De 2 pisos, regista-se no edifício anexo uma maior diversidade no que concerne às dimensões e morfologia dos vãos, genéricamente rectangulares e a ritmo regular,destacando-se: janela de verga recta com cornija saliente contracurvada no alçado S. e janelas de verga recta e curva, com cornijas em forma de arco conopial a E. . O alçado N., de 1 piso ( pela sua localização numa cota mais elevada do terreno) organiza-se em 2 corpos articulados entre si por meio de alpendre - que constitui o acesso ao interior - destaque para o pavimento pétreo de embutidos policromos com padrão geométrico e chaminé com abertura em mealheiro, integrada no corpo saliente deste alçado. VILLA ADELAIDE: de planta rectangular, volumetria paralelepipédica e cobertura efectuada a telhado a 2 águas. Panos de muro em reboco pintado e alçados com rasgamento de vãos a ritmo regular, de peito e verga segmentada, emolduramento de cantaria e guarda de ferro fundido ao nível do primeiro andar. Alçado principal a S., desenvolve-se em 3 pisos - um dos quais integrado no ebasamento do edifício -, demarcados por friso continuado de cantaria. Acompanhando o declive do terreno, apresanta soco de cantaria, sendo rematado superiormente por cornija saliente do mesmo material e delimitado lateralmente por cunhais de aparelho isódomo. acesso ao interiorefectua-se por meio de escadaria metálica de 2 lances divergentes com patamar imtermédio, guarnecida por guarda de ferro fundido, que conduz ao primeiro andar, onde se observa uma porta rectangular de verga curva com moldura de cantaria e gradeamento em ferro fundido na bandeira e almofadas.

Acessos

Avenida General Humberto Delgado; Rua Tomar das Chaves. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,777934, long.: -9,260532

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano, isolado por terreno murado e implantado numa das principais artérias da vila. Apesar da sua integração numa malha urbana recente - consequência do gradual processo de urbanização da região - a quinta constitui-se como objecto rural, automatizando-se pela presença de terreno agrícola, limitado por muros de suporte e organizado em dois níveis articulados por escadas, nos quais, com partes do antigo sistema hidráulico do conjunto, designadamente, tanque de rega e mina de água.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: quinta

Utilização Actual

Cultural e recreativa: associação cultural e recretiva / Cultural e recreativa: casa-museu

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1908 - era propriedade de Manuel Vicente Nunes; 1973 - fundação do Centro Cultural desportivo e receativo de Belas; 1978 - a propriedade encontrava-se na posse de José da Conceição Guilherme, o qual cede o imóvel (gratuitamente) para que funcione como instalações do Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Belas; 1990 - instalação no edifício principal do Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Belas, sendo proprietária Maria Henriqueta Ferreira; 19991 - aquisição da quinta por João José Manuel e Deolinda Maria Caseiro; 1992 - aquisição da propriedade pela Câmara Municipal de Sintra.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos.

Bibliografia

PIMENTEL, Alberto, Bellas e Outras Freguezias, in Extremadura Portugueza, Lisboa, 1908; FERNANDES, José Manuel, JANEIRO, Maria de Lurdes, Arquitectura Vernácula da Região Saloia - Enquadramento na Área Atlântica, Lisboa, Instituto de cultura e Língua Portuguesa, 1991; REIS, Luciano, Associações Culturais de Sintra - A Freguesia de Belas, in Rota Linhas, 25.03.1991; MATEUS, Fernando, Em Belas Centro Cultural Recreativo e Desportivo Promove Cultura e Espera Apoios, in Sintra Ilustrada, 24.04.1991; FAIAS, António, No Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Belas - Grupo Folclórico e Casa-Museu Preservam Valores Ancestrais, in Jornal de Sintra, 26.03.1993.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

CMS / Proprietário: 1996/97 - reconstrução do muro envolvente da propriedade, na parte voltada à Av. General Humberto Delgado, obras de beneficiação e ampliação da casa, designadamente melhoramento de infraestruturas ( rede eléctrica, águas e esgotos), cobertura, pavimentos, pinturas de paramentos interiores e exteriores

Observações

*1 - erroneamente designada Quinta do Ferreiro; também conhecida como Villa Adelaide; *2 é intenção de Centro Cultural Desportivo e Receativo de Belas proceder. num futuro próximo, à construção de um pavilhão desportivo no interior da propriedade, bem como proceder à ampliação do museu existente

Autor e Data

Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2000

Actualização

 
 
 
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