Igreja Paroquial de Rio de Mouro / Igreja de Nossa Senhora de Belém

IPA.00006110
Portugal, Lisboa, Sintra, Rio de Mouro
 
Arquitectura religiosa, maneirista. Igreja paroquial de uma só nave, longitudinal, com capela-mor saliente e mais baixa e com torre sineira, adossada à direita no enfiamento da fachada. A feição do pórtico, os embrechados dos mármores, os motivos decorativos dos tectos pintados e a talha do altar-mor são também maneiristas. Do séc. 16 são a imagem de São Brás, de boa qualidade plástica, a pia de água benta oitavada (hoje no exterior junto à torre) e o baixo-relevo. O baixo-relevo, conservando ainda um pouco da estrutura tardo-gótica, revela a mão de um razoável executante, mas a representação simbólica da alma na sua feição antropomórfica de Jesus (figura alada segurando cruz), constitui uma particularidade iconográfica bastante incomum no 3º quartel do séc. 16.
Número IPA Antigo: PT031111080044
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única, capela-mor rectangular, dependências anexas e torre sineira quadrangular. Cobertura diferenciada com telhados de 2 águas, sendo o da capela-mor mais baixa. Frontespício orientado com cunhais de cantaria e terminando em empena. Rasga-o portal de verga recta entre pilastras toscanas sobrepujado por janelão e lápide. À direita, adossa-se torre sineira com cunhais de cantaria e abóbada bolbosa entre fogaréus. Fachada lateral direita com vão curvo dando acesso a dependências anexas e na fachada posterior escada para o 1º piso das mesmas. Nave com lambril de azulejos de padrão moderno e tecto curvo pintado com motivos geométricos e, ao centro, a pomba do Espírito Santo; 4 altares colaterais e 2 laterais, todos rasgados em nicho e com imagens sobre pequenas peanhas azulejadas. Coro-alto sobre colunas e púlpito de mármore no lado do Evangelho. Arco triunfal a pleno centro de mármores embutidos. Pavimento de madeira. Capela-mor com pavimento de ladrilho, lambril de azulejos de padrão e abóbada de canhão pintada. Retábulo de altar trono em talha. No lado do Evangelho existe embutido na parede baixo-relevo com "Anunciação". Enquadrada por pilastras com capitéis fitomórficos e concha, surge a Virgem em genuflexão e mãos postas e, à direita, o anjo São Gabriel segurando faixa e ceptro. Ao centro, esvoaça figura alada segurando cruz. Superiormente, pequena edícula com arco pleno encimada por esfera, representando o Pai Eterno segurando globo na mão esquerda e dando a benção com a direita. Na sacristia, painéis com São Paulo e "Pentecostes".

Acessos

Largo Primeiro de Dezembro, Rua Joaquim Correia de Freitas. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,771178, long.: -9,324355

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996

Enquadramento

Urbano, isolado, implantação destacada. Ergue-se desafogadamente (à excepção do lado N.) numa plataforma elevada, fronteiro a um cruzeiro e à fábrica setecentista de estampas, mas esta numa cota mais baixa.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial / Serviços: consultório

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1530 - data da lápide sobre o portal; 1634 - data do baixo-relevo da capela-mor; séc. 17 - possíveis obras de remodelação e enriquecimento conforme denota a decoração maneirista do arco triunfal e portal; 1760 - segundo descrição registada nas visitações, a porta de acesso à igreja no lado da Epístola era coberta por alpendre; 1761 - pároco José António Ramos ordena a substituição do cofre do Santíssimo Sacramento e da velha pia baptismal; 1755 - inicia a sua ruína, mas foi depois restaurada; séc. 20, anos 60 - foi restaurada, substituindo-se o revestimento azulejar da nave por lambril de azulejos modernos.

Dados Técnicos

Estrutura de paredes autoportantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e cantaria. Azulejos, talha e mármores na decoração. Pavimento de madeira e ladrilho (capela-mor) e cobertura de telha.

Bibliografia

AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; ROSA PEREIRA, Isaías, Subsídios para a História da Diocese de Lisboa do séc. XVIII, Lisboa, 1980; SERRÃO, Vitor, O Baixo Relevo tardo Renascentista da Igreja Matriz de Rio de Mouro in Sintria, Sintra, 1987, pp. 561 - 617.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Possui invocação da Nossa Senhora de Belém. Vítor Serrão julga que o baixo-relevo tem afinidades de estilo, de processo e atitude com outras obras senhoriais de região, como é o caso dos Ribafrias. Os painéis da sacristia são da 1ª metade do séc. 18 e Vitor Serrão considera-os frouxos, prejudicados por repintes.

Autor e Data

Paula Noé 1991

Actualização

 
 
 
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