Conjunto intramuros da Tapada da Ajuda / Instituto Superior de Agronomia

IPA.00006105
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alcântara
 
Arquitectura recreativa e científica, neoclássica e ecléctica. Conjunto composto por três edifícios funcionalmente diferenciados, construídos entre 1861 e 1917, respeitando a um observatório astronómico, de feição neoclássica, a um pavilhão de exposições integrado na Arquitectura do Ferro e a uma escola de ensino superior projectada numa linguagem ecléctica.
Número IPA Antigo: PT031106020320
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Educativo  Instituto superior    

Descrição

Conjunto de edifícios funcionalmente diversificados, integrados em propriedade de planta poligonal irregular e interligados por rede de percursos. No sector N. do terreno, a morfologia acidentada é predominantemente coberta por maciços arborizados, enquanto que na metade S. a topografia mais suave acolhe vários tipos de cultivo, onde se destacam as vinhas. De entre os edifícios, reconhecem-se 2 grupos: o Observatório Astronómico de Lisboa ou o Observatório da Ajuda (v. PT031106021097), o Pavilhão da Exposição Agrícola (v. PT031106020251), a Vacaria, a Abegoaria e o Matadouro, na zona intermédia, e o Instituto Superior de Agronomia (v. PT031106020450), com múltiplas construções escolares anexas, junto ao extremo S.

Acessos

Rua do Professor Vieira da Natividade; Calçada da Tapada; Rua do Sítio do Casalinho da Ajuda, n.º 1 e 2. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,708167, long.: -9,180634

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado por muro, em encosta virada a S..

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Educativa: instituto superior

Utilização Actual

Educativa: instituto superior

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Instituto Superior de Agronomia

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Arnaldo Redondo Adães Bermudes (1917); Jean François Gille Colson (1861-1865); José da Costa Sequeira (1861-1865); José Toscano (1983); Luís Caetano Pedro de Ávila (1884); Luís Chaves (1983). ARQUITECTO PAISAGISTA: Francisco Caldeira Cabral (1950-1984); Jorge Ferreira (1983); Rebelo de Andrade (1984). ENGENHEIRO: Frederico Augusto Oom (1861-1865). ENGENHEIRO AGRÓNOMO: João Caldeira Cabral (1983).

Cronologia

1645 - aquisição pela coroa da Quinta da Ninfa e do Casal do Rio Seco e sua anexação aos terrenos do antigo Paço do Calvário, o que permite a constituição da Real Tapada de Alcântara: desta primeira época restam o pombal e a denominada Porta da Água; 1812 - numa planta de 1812, existiria no "Alto da Casa Branca", na Tapada, um antigo observatório; 1841 - reparações gerais dos muros e aquedutos e plantio de 600 a 700 pés de oliveira;1849 - a propriedade é avaliada em 50.000$000 reis; 1846 / 1847 - a tapada tem um rendimento líquido anual de 3.240$195 reis; 1850 - o astrónomo francês Faye propõe que se faça observações astronómicas em Lisboa, que segundo ele é o "único local em todo o continente europeu em que a luneta zenital pode encontrar a maravilhosa estrela de Argelander"; Março - o Conde do Lavradio propõe à Câmara dos Pares que o Governo adquirisse a luneta zenital criada por Faye; o Governo nomeia uma comissão, onde se encontrava Filipe Folque, para a construção de um novo observatório, pois o Observatório Real da Marinha, não possui as condições necessárias para as observações pretendidas; 1857, Janeiro - D. Pedro V destina 30 contos de réis para a construção do observatório e decreta uma nova comissão, mantendo Filipe Folque; a comissão pensou inicialmente no jardim do Príncipe Real como local para a edificação do observatório, seguindo-se a ideia do Parque Eduardo VII, e só depois a Tapada da Ajuda; 1861 - autorização régia de D. Pedro V para a instalação de um observatório astronómico na Tapada, similar ao Observatório de Poulkova, segundo o projecto do engenheiro Frederico Augusto Oom e dos arquitectos Jean François Gille Colson e José da Costa Sequeira; o observatório seria edificado no "Alto da Casa Branca", local onde já existiria um observatório; início da construção do observatório, mas no "Alto da Eira Velha"; 1865 - data provável para a conclusão do observatório; 1884 - construção do pavilhão da 3ª Exposição Agrícola de Lisboa por Luís Caetano Pedro de Ávila (1840-1904) e arranjo do jardim da Parada e melhorias gerais da arborização; 1898 - realização de nova exposição agrícola na Tapada; 1910 - separação do ensino superior de agronomia e veterinária, resultando na criação do Instituto Superior de Agronomia, para o qual se deveria construir edifício próprio: a escolha do local recai na Tapada, antes Real, e que o novo regime republicano converterá em complexo educativo agronómico; 1911 - a antiga tapada régia é cedida ao Instituto Superior de Agronomia; 1917 - concluída a construção do edifício principal do Instituto Superior de Agronomia, conforme projecto de Arnaldo Redondo Adães Bermudes (1864 -1948); 1950 - construção de auditório ao ar livre (junto do edifício principal) segundo projecto de Francisco Caldeira Cabral; 1956 - constituição da reserva botânica natural D. António Xavier Pereira Coutinho; 1968, Julho - proposta, pelo Professor Caldeira Cabral, para a recuperação da estrutura do auditório e da vegetação circundante de modo a funcionar como barreira acustica; c. 1966 - destruição parcial do muro e denominada Porta Real devido às obras de construção da ponte 25 de Abril; 1982 - descoberta de jazida do período final da Idade do Bronze, num ponto alto, junto do Rio Seco; 1983, Novembro - projecto de execução dos arranjos exteriores do Departamento Florestal em que, segundo o Prof. Caldeira Cabral era primordial a" Manutenção e valorização do espaço verde já existente, evitando na medida do possível a perda irremediável de inúmeros exemplares valiosos e o enquadramento valorizador do edifício segundo o ponto de vista estético, científico e pedagógico", conforme projecto dos aquitectos Luís Chaves e José Toscano, pelos Arquitectos Paisagistas Francisco Caldeira Cabral, e Jorge Ferreira (estagiário) e pelo Engenheiro Agrónomo João Caldeira Cabral; 1983 -" Plano Director das Instalações do Instituto Superior de Agronomia", projectado em três fases, sendo na ultima definido um zonamento geral em: zona de ensino e investigação, zona de exposições e zona de experimentação e exploração agrícola. São delimitadas áreas agrícolas, reserva botânica, viveiros e áreas sociais; 1984, Outubro - Plano geral pelo Prof. Caldeira Cabral do projecto "Reformulação de edifícios visando o seu ajustamento a novos conceitos e novas necessidades de ensino e investigação", pelo gabinete de Arquitectura "Rebelo de Andrade e Espírito Santo, Arquitectos Associados" e pelo gabinete de Arquitectura Paisagista "Professor Caldeira Cabral, Associados. Estudos e projectos"; 1990 - confirmação da existência de uma necrópole romana no interior da Tapada; 1999 - construção de um edifício para armazém e laboratórios de resíduos, pela DGEMN; 2001-2003 - construção do edifício de laboratórios de resíduos de pesticidas, com 2 pisos.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes, estrutura mista

Materiais

Alvenaria mista e de tijolo, cantaria de calcário, reboco pintado, azulejos, ferro fundido.

Bibliografia

Arquitectura, Nº 135, Out. 1974; CARDOSO, António Muñoz, Os Edifícios da Tapada da Ajuda, Lisboa, 1992; CARDOSO, João Luís, RODRIGUES, J. Severino, MONJARDINO, J., CARREIRA, J. Roque, A Jazida da Idade do Bronze Final da Tapada da Ajuda, in Revista Municipal, Ano XLVII, 2ª Série, Nº 15, 1º Trimestre 1986; GOMES, Mário Azevedo, Notícia Sobre a Tapada da Ajuda, separata de Agros, Ano XVII, II Série, Nº 2 e 3, 1935; Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; Instituto Superior de Agronomia, in O Século Agrícola. Portugal e Colónias, Ano I, Nº 3, 17.08.1912; Monumentos, n.º 11 , n.º 12 a n.º 13 e n.º 15-19, Lisboa, DGEMN, 1999-2003; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa 1924; RAMALHO, Robélia de Sousa Lobo, (coord. de), Guia de Portugal Artístico. Lisboa, Vol. I, Lisboa, 1931; SCHMIDT, Luísa, Quem Ajuda a Tapada ?, in Expresso. Revista, 20.11.1993.

Documentação Gráfica

IHRU:Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral; DGEMN/DSEP, DGEMN/DSARH, DGEMN/DSPI/CAM, DGEMN/DREL/DRC, DGEMN/DREL/DIE, DGEMN/DREL/DEM

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral

Intervenção Realizada

DGEMN: 1992 - Obras diversas de conservação e beneficiação do Observatório Astronómico; Edifício Nascente; rede de esgotos; redes de águas no bloco E.; cobertura da torre girante; edifício principal; beneficiações gerais no pavilhão do CEPTA do Instituto de Investigação Científica Tropical; alimentação de energia eléctrica às estufas do Centro de Estudos de Produção e Tecnologia Agrícola; 1998 - obras de beneficiação no Observatório Astronómico: reparação geral das coberturas; beneficiação de toda a caixilharia exterior; reparação de rebocos exteriores, limpeza de cantarias e pintura geral das fachadas; 1999 / 2000 - beneficiação da cúpula e sistema de abertura de portas: a cúpula girante é de construção metálica, foi toda desmontada, substituidas todas as peças detioradas, metalização de todas as partes metálicas, pinturas gerais, montagem de motorização de abertura de portas e rotação de cúpula; beneficiações diversas no interior do Edifício Central: pinturas gerais, reparação de pavimentos, caixilharias etectos, revisão geral da instalação eléctrica; 2001 - reparação e beneficiação da cobertura do edifício anexo oeste

Observações

*1 - DOF:..Tapada da Ajuda (conjunto intramuros).

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996

Actualização

Nascimento Dias 1999
 
 
 
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