Paço Real de Caxias
| IPA.00006082 |
Portugal, Lisboa, Oeiras, União das freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias |
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Arquitectura residencial, barroca. Conjunto do séc. 18, com palácio e jardim orientado de traçado geométrico, enriquecido por lagos e conjuntos escultóricos. Os azulejos que revestem a fachada do paço integram-se na fase de produção de azulejos azuis e brancos que surge no final do período Pombalino. O principal elemento do jardim é a cascata, de várias galerias comunicantes e dispostas em trono, coroada por pavilhão octogonal, tendo em plano médio tanque de onde parte água que cai no lago, em baixo, com conjunto escultórico de Diana e 2 ninfas. Os silhares do salão Nobre, de finais do Séc. 18, merecem especial destaque, pelos seus motivos de grinaldas, fitas, ornatos discretas, etc., os quais têm muitas semelhanças com os do Palacete de Pombal, em Lisboa. Segundo José Meco, estes silhares poderão ser da Fábrica do Rato, mas é mais provável terem sido feitas na fábrica Lisboeta da Bica do Sapato. | |
Número IPA Antigo: PT031110110003 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Residencial senhorial Paço real
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Descrição
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Paço, de planta poligonal, de 2 pisos e cobertura diferenciada em telhados de 2 e 4 águas. Frontespício orientado a O., cunhais acentuados por pináculos e revestido a azulejos. Algumas salas, como o salão nobre, têm lambris de azulejos. O jardim da cascata, o mais importante, é de traçado geométrico, ornado por 5 lagos, estátuas de barro e a cascata, formada por galerias, dispostas em trono com fundo forrado de verdura e as frentes com vasos de flores, comunicantes entre si e com o jardim por 4 escadarias, 2 contíguas à cascata e 2 nas extremidades. Encima-a pavilhão oitavado com 3 janelas. Ao centro, tanque com paredes abertas, onde existiam vidros, ao meio do qual se ergue obelisco de onde sai a água para o lago, adornado por grupos escultóricos, tendo o central Diana e 2 ninfas. Sobre o monte mais alto ergue-se um mirante. Água transportada por um aqueduto, para vários tanques e por tubos para as zonas dos lagos. |
Acessos
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EN 6 - 4, junto ao jardim Municipal e à Estação dos caminhos de ferro, na rua Dr. Jorge Rivotti. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,700112; long.: -9,273713 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 39 175, DG, 1.ª série, n.º 77 de 17 abril 1953 (jardins, esculturas e duas salas com pintura) *1 |
Enquadramento
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Urbano. A quinta desenvolve-se em terreno plano, onde ficavam os jardins, pomares e bosque e terreno mais elevado, onde se cultivavam os cereais. É delimitada a N. pelo Convento da Cartuxa (v. 1110050021), a E. por bairro residencial, a O. por ribeira de Barcarena e a S. por Jardim Municipal. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: paço real |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Defesa Nacional / Câmara Municipal de Oeiras, protocolo entre o ME e a CMO em 1986 |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Manuel Costa Negreiros; ESCULTOR: Machado de Castro |
Cronologia
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Séc. 18 - início das obras pelo Infante D. Francisco, filho D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburg; 1742 - a sua morte leva a que seja o Infante D. Pedro, futuro D. Pedro III, a acabar as obras e também a tomar posse da Casa do Infantado, a que pertencia a Quinta; este e sua esposa, rainha D. Maria I, iam algumas vezes, no Verão, jantar e passar o dia em Caxias, tal como o fazia D. João VI com suas filhas depois do regresso do Brasil; de 1826 (data da morte D. João VI) até 1833 - o paço esteve abandonado, até que D. Miguel de Bragança o ocupou durante alguns meses; anos mais tarde serviu de residência de Verão da Imperatriz e Duquesa de Bragança; 1861 - após morte de D. Pedro V, D. Luis I aqui residiu algumas semanas, antes de se estabelecer no Palácio da Ajuda; a Quinta e Paço entra em rápido declínio; 1908 - D. Manuel II cedeu o Palácio e o Jardim da Cascata ao Ministério de Guerra e a restante área ao Ministério da Justiça; 1922 - construção de um muro a dividir ambas as partes; 1969 - estragos provocados pelo sismo; 1985 - protocolo entre o Estado Maior do Exército e a Câmara Municipal de Oeiras para que esta proceda à recuperação, manutenção e utilização do jardim e cascata; 2002 - intervenção superficial na cascata e plantação de algumas árvores nos socalcos das mesmas; ruperação do sistema hidráulico; 2003 - formação do Clube Real Quinta de Caxias com o objectivo de recuperar e reabilitar o espaço. |
Dados Técnicos
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Paço com paredes autoportantes. |
Materiais
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Paço: Alvenaria rebocada e cantaria, calcário, azulejos, madeira e cobertura de telha. Jardins: embrechados, mármore, e estátuas de barro. |
Bibliografia
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BARBOSA, I. Vilhena, Paço e Quinta de Caxias in Archivo Pittoresco, vol. 6, Lisboa, 1863; s.a., Guia de Portugal, vol. 1, s.l., 1924; MECO, José, Azulejaria no Concelho de Oeiras. O Palácio Pombal e a Casa de Pesca, s.l., 1982; CARITA, Helder, CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, Lisboa, 1990; Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras, DPGU, CMO, Oeiras, 1999; Quinta Real de Caxias - uma marca escultórica na paisagem, in Arquitectura e Vida, 05 Dezembro 2002; Quinta Real ao abandono, in Sol, 03 Março 2007; FRANÇA. J.A., Lisboa, História Física e Moral, Livros Horizonte 2008, p.305. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMO: DPGU |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMO: DPGU |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; CMO: DPGU |
Intervenção Realizada
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1955 - obras no pavilhão que protege o poço que fornece água ao reformatório Central de Lisboa; 1956 - obras de conservação das estátuas de barro; 1967 - 1ª fase da conservação do jardim; 1968 - reparação interior do torreão nascente; 1969 - Altos Estudos Militares - telhado de um pavilhão; pequena revisão da cobertura; reparação dos estragos causados pelo sismo de Fevereiro; 1981 - Conservação e reparação; 1982 - Reparação geral das coberturas; 1986 (desde) - recuperação dos jardins pela Câmara Municipal; 1990 (desde início) - as estátuas de Machado de Castro encontram-se em fase de recuperação, no Instituto de Restauro Rainha D. Leonor; CMO: 1995 - recuperação do Jardim da Cascata. |
Observações
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* DOF: Jardins, esculturas e duas salas com pintura decorativa, no antigo Paço Real de Caxias depois ocupado pelo Instituto de Altos Estudos Militares. *2 - as estátuas de barro, pintadas de branco, foram colocadas no jardim provisóriamente, enquanto não estivessem prontas as de mármore. Contudo, estas nunca se chegaram a fazer, ficando ali para sempre as de barro. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 |
Actualização
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