Forte de Crismina
| IPA.00006073 |
| Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril |
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| Arquitectura militar, setecentista. Constitui uma das três baterias do Guincho para reforço da defesa da linha de costa compreendida entre o forte implantado na ponta daquele areal e o que se levantava no Cabo Raso, erguendo-se cada uma das baterias nos pontos mais vulneráveis. A bateria de Crismina protegia a praia e o surgidouro que se desenvolve nas suas proximidades e cruzava fogo com o Forte de São Brás de Sanxete. Tal como as outras baterias, possuía bateria de planta poligonal, de três faces desiguais, com os aquartelamentos e o paiol situados na retaguarda da mesma. A bateria de Crismina apresentava configuração semelhante à da Galé, embora o traçado da plataforma lajeada fosse distinto na forma como acompanhava e rematava a face do parapeito e de menores dimensões; dispunha de sete canhoneiras, três viradas a N., 3 a S. e 1 a O., servidas usualmente apenas por três bocas de fogo. Com a construção dos muros de gola, a bateria passou a apresentar uma planta poligonal, com seis lados de diferentes dimensões, integrando o seu interior o quartel e paiol. |
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| Número IPA Antigo: PT031105030019 |
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| Registo visualizado 1553 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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| A construção consiste num recinto murado, de planta hexagonal irregular, e apresenta-se destituída de cobertura. A edificação oferece 3 muros à linha de costa, extremamente arruinados, terão alojado as 3 peças de artilharia que dotavam esta bateria, acompanhados por pavimento lageado a calcário. O acesso processa-se por porta única, de verga curva, no muro E., virado ao interior. Adossados aos ângulos internos NE. e SE. reconhecem-se vestígios de 2 pequenas dependências rectangulares. |
Acessos
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| A S. da praia da Água Doce, Estrada do Guincho. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,722781; long.: -9,478425 |
Protecção
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| Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264) |
Enquadramento
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| Rural, destacado, isolado, implantado na orla costeira, sobre uma ponta rochosa que forma o extremo oriental da praia do Guincho |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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| Militar: forte |
Utilização Actual
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| Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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| Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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| Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ENGENHEIRO: José António Mourão (1832). |
Cronologia
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| 1762 - provável construção do baluarte do Guincho e de três baterias de apoio aquando do conflito com Espanha, denominadas de N. para S. de bateria da Galé, bateria Alta e bateria de Crismina; 1777, Março - relatório de inspecção refere que as três baterias estavam em bom estado de conservação; 1793, 14 Janeiro - segundo relatório do Coronel Engenheiro Romão José do Rego, as três baterias estavam muito danificadas; Dezembro - encontravam-se reedificadas e artilhadas; provável construção de um corpo de guarda na bateria de Crismina; 1796 - planta da bateria levantada Sargento-Mor de Engenharia Maximiano José da Serra; 1798 - planta traçada pelo Segundo Tenente Engenheiro João da Mata Chapuzet; 1805 - encontrava-se artilhado e com uma pequena guarnição, como não foi utilizado durante os confrontos com França, foi gradualmente abandonado; 1829 - constava de um só parapeito com canhoneiras arruinadas e uma casa à retaguarda; 1830 / 1832 - elaboração de vários relatórios, projectos e respectivos orçamentos relativos a obras de recuperação e ampliação das baterias, devido aos conflitos entre partidários de D. Miguel e as forças liberais; era necessário proceder à reparação dos parapeitos, merlões e canhoneiras; reparação dos quartéis, armazéns e paióis; rebocos e colocação / substituição de madeiramentos e ferragens (tarimbas, portas e janelas) e fecho das fortificações com um muro de gola, que as envolvesse e no qual seria aberto um portal; 1831 - cada uma das baterias foi guarnecida de seis peças de ferro, duas de calibre 18 e quatro de calibre 12, oscilando as suas guarnições entre os 10 homens previstos (1 cabo, 3 soldados artilheiros e 6 soldados de milícias) e 20 efectivos; 1832 - o comando geral estava entregue a um comandante ou governador, sediado na bateria Alta; 1832, finais - só nesta data viriam a ser construídos e concluídos os muros de gola na bateria de Crismina e nas outras duas seguindo o projecto do Major de Engenharia José António Mourão; 1833 - as baterias são desartilhadas e progressivamente votadas ao abandono; 1854 - encontrava-se em estado de ruína avançado; 1889 / 1899 - ao abrigo da Carta de Lei de 26 de Junho de 1889, foram desclassificadas como fortificações militares e levadas a hasta pública, tendo sido adquiridas por particulares; 1850 - elaboração de orçamento para proceder a obras de recuperação, mas nada se fez; 1895 - arrematado em hasta pública por José Guedes Quinhores de Matos Cabral; 1906 - vendido a Manuel Gomes; 1908 - comprado por António Augusto Carvalho Monteiro, que por sua morte em 1923, vai passando para seus descendentes. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Cantaria de calcário, alvenaria mista, reboco |
Bibliografia
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| SERRA, Maximiano José da, Planta dos Fortes e Fortalezas da Costa Norte do Reino de Portugal, Lisboa, 1796; LOURENÇO, Manuel António Pereira, As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais, Cascais, 1964; ANDRADE, Ferreira de, Cascais, Vila da Corte-Oito Séculos de História, Cascais, 1964; Idem, Monografia de Cascais, Cascais, 1969; CALLIXTO, Carlos Pereira, A Praça de Cascais e as Fortificações suas Dependentes, in Revista Militar, II Série, Vol. 30, 1978; GODINHO, Helena Campos, MACEDO, Silvana Costa, PEREIRA, Teresa Marçal, Levantamento do Património do Concelho de Cascais. 1975 - Herança do Património Europeu, in Arquivo de Cascais, nº 9, s.l., 1990; ARROS, Maria de Fátima Rombouts, BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, RAMALHO, Maria Margarida Magalhães, As fortificações marítimas da costa de Cascais. Lisboa: Quetzal, 2001. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| 1831 - orçamento de 677$000 para reparação do parapeito, merlões e canhoneiras, novo telhado, encascar paredes de alojamento por fora e rebocá-las por dentro; o quartel foi ampliado; com o fim da guerra civil entre liberais e absolutistas, passa ao abandono e pilhagem. |
Observações
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Autor e Data
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| Paula Noé 1991 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 |
Actualização
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| Curso Inventariação KIT01 (2.ª ed.) 2009 |
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