Capela de Nossa Senhora do Rosário de Sanjurge
| IPA.00005994 |
Portugal, Vila Real, Chaves, União das freguesias de Santa Cruz/Trindade e Sanjurge |
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Arquitetura religiosa, quinhentista. Capela alpendrada de planta retangular, interiormente com iluminação unilateral e cobertura de madeira. Fachada principal rasgada por portal de volta perfeita, de aduelas largas, tendo no fecho, pequeno nicho, precedida por alpendre sustentado por pilares assentes em murete. As fachadas laterais rematam em cornija, abrindo-se na lateral esquerda uma fresta e tendo sobre a cobertura sineira; a posterior termina em empena. Interior de espaço único, tendo a parede fundeira decorada com composição de pintura afresco quinhentista, figurando o orago, característica do Norte de Portugal, renovada no séc. 17, com técnica mista e de características já barrocas. São pinturas murais eruditas, mantendo o mesmo tema nas duas campanhas distintas, constituindo um caso exemplificativo de renovação estética. |
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Número IPA Antigo: PT011703280031 |
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Registo visualizado 78 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Capela de planta retangular composta por nave precedida de alpendre frontal, formando massa simples com cobertura em telhado de quatro águas. Fachada principal virada a NO. possuindo o alpendre suportado por quatro pilares, biselados, assente em murete de cantaria, interiormente percorrido por banco, e com acesso frontal por porão de ferro. Pavimento lajeado e cobertura de madeira formando cinco panos com tirante metálico central, apoiada em quatro pilastras de secção quadrada com chanfros. A nave, terminada em empena é rasgada por portal em arco de volta perfeita, de aduelas largas, tendo na de fecho nicho, sem imagem, envolvido por moldura com cornija. As fachadas laterais e a posterior, de cantaria aparente, rematam em cornija de ducina. Na fachada lateral SO. abre-se o único vão que ilumina o interior, constituído por uma pequena fresta de volta perfeita em rampa. Do mesmo lado, sobre o beiral do telhado, ergue-se uma sineira de arco de volta perfeita, percorrido por friso decorado, e coroada por cruz latina sobre pedestal. INTERIOR de espaço único, com pavimento lajeado, paredes de alvenaria de granito aparente com as juntas cimentadas, e teto de madeira em gamela, com tirante metálico central. No centro da parede fundeira conservam-se restos de pinturas murais, sobrepostas, com imagens da padroeira, correspondentes a duas fases cronologicamente distintas: a figuração mais antiga apresenta a Virgem com o menino no braço esquerdo e a mais recente figura a Virgem coroada, com o Menino no braço direito, inscritos dentro duma elipse de fundo amarelo debruada com rosas. |
Acessos
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Sanjurge, Largo de Nossa Senhora do Rosário |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado na região planáltica do Alto-Tâmega. Ergue-se à saída da povoação, entre uma bifurcação de caminhos, rodeada de campos agrícolas e sem separador envolvente. Em frente à capela, organizando a circulação no largo, ergue-se cruzeiro (v. IPA.00035292). |
Descrição Complementar
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PINTURAS MURAIS: a pintura mais antiga apresenta a figura de Nossa Senhora, sentada, com o Menino sentado ao colo, à esquerda, apoiado pelo braço da Virgem, envolta em rosário, de flores vermelhas sob fundo negro, e vestindo longo véu azul e veste vermelha; as figuras são enquadradas por moldura de colunas fingidas, das quais restam apenas a base e parte da coluna do lado esquerdo, em tons de branco e vermelho e o friso superior da moldura no qual se lê a inscrição "IHVS MARIA"; sobre o friso pequeno frontão curvo, pintado a cor vermelha, com figuração ilegível. A pintura mais recente apresenta Nossa Senhora, em pé, coroada, segurando o Menino no seu braço direito e vestindo manto branco com galão imitando brocado dourado; os pés apoiam num crescente de lua; ambas as figuras são envoltas por rosário de flores brancas, desenhando uma oval de maiores dimensões que o rosário subjacente e criando o fundo de cor amarela no qual se destacam as figuras; enquadrando a composição arquiteturas fingidas de pilastras marmoreadas em tons de ocre e branco. A pintura mais antiga foi picada de modo a receber a nova camada de reboco. |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 16 - provável construção da capela e execução da primeira campanha de pintura mural, afresco; séc.17, 1ª metade - provável renovação da pintura mural, tendo sido picada a pintura quinhentista de molde a criar um suporte aderente para o novo reboco. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura e pavimento de granito; juntas em cimento; pavimento de cantaria de granito; tetos de madeira com tirantes metálicos; portão em ferro; pintura a fresco sobre muro de pedra (pintura quinhentista) e pintura a técnica mista com utilização do pigmento branco de chumbo (pintura seiscentista); cobertura de telha de aba e canudo. |
Bibliografia
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MARTINS, João Baptista - "Para a história de Sanjurge". In Notícias de Chaves. 14 Julho 1989; MARTIS, João Baptista - "Conheça Chaves e o seu termo". In Revista Aquae Flaviae. Chaves: 19941, vol. 11, pp. 133 - 150. |
Documentação Gráfica
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DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1990 - remoção do retábulo que escondia as pinturas murais; Instituto José Figueiredo: 1991, cerca - restauro das pinturas murais. |
Observações
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Autor e Data
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Ricardo Teixeira 1997 / Catarina Gonçalves e Joaquim Caetano 2001 |
Actualização
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Paula Figueiredo 2001 |
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