Povoação de Castelo Novo / Aldeia de Castelo Novo

IPA.00005879
Portugal, Castelo Branco, Fundão, Castelo Novo
 
Núcleo urbano sede de freguesia. Aldeia situada em encosta. O topónimo de Castelo Novo deve-se à existência de dois Castelos, um novo e um abandonado, que se localizava a poente da actual povoação. Supõe-se que devido a ataques inimigos ou deficiências defensivas do Velho Castelo, tenha sido tomada a medida de construir um novo Castelo.
Número IPA Antigo: PT020504130013
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoação  Vila medieval  Vila fortificada  Régia (D. Dinis)

Descrição

Estrutura urbana: Assegurada por arruamentos que acompanham as curvas de nível adaptando-se ao relevo. Estrutura-se no princípio de Rua / Quarteirão e Praça ou Largo. Principais espaços sociais ou estruturadores da malha urbana: Lg. da Bica, Pç. dos Paços do Concelho e Largo do Adro. As ruas que estabelecem as ligações entre estes espaços e constituem os principais eixos da malha urbana são: R. da Gardunha, a R. da Irmandade da Misericórdia e a R. da Paz. Estas últimas, são a R. da Gardunha, eixo formado pela R. Gama Lobo, R. Nossa Senhora da Serra e um outro eixo formado pela R. da Praça, R. do Professor e R. Gomes Coelho. Conjunto dominado, devido à posição na malha urbana e topograficamente, pelo Castelo. Estrutura urbana indicia uma malha concêntrica que, traduz o próprio relevo. Circuito das muralhas seria protegido por uma Barbacã, de que não restam vestígios aparentes. Espaço construído: Tipologia dominante é a habitação unifamiliar, que na sua generalidade se estrutura em dois pisos, sendo o primeiro a loja ou arrumações e o segundo a habitação apresentando plantas regulares e simples de cobertura em telhado de duas, três e quatro águas. Fenestração sem elementos decorativos. Ligação entre interior/exterior geralmente assegurada por escadaria formando ou caracterizando o "balcão". Verifica-se uma grande racionalidade na implantação e estruturação das habitações por forma a retirar o maior proveito do relevo natural. A estrutura urbana do aglomerado assenta em conjuntos de construções as quais constituem quarteirões, com frentes urbanas definidas e consolidadas e espaços nos interiores dos quarteirões dados a logradouro. As excepções são afirmadas por edifícios singulares no aglomerado. Como elementos ou construções a destacar temos: Pelourinho (v. PT020504130004), Lagariça / Lagareta (v. PT020504130022), Chafariz de D. João V (v. PT020504130036), Chafariz da Bica (v. PT020504130028), Chafariz Fundeiro (v. PT020504130029), Arco da Ponte pertencente à via antiga que ligava Alpedrinha a Castelo Novo (v. PT020504130041), Capela de Santana (v. PT020504130043), Igreja da Misericórdia (v. PT020504130031), Igreja Matriz de Castelo Novo (v. PT020504130030), Capela de Santo António (v. PT020504130042), Solar da Família Correia de Sampaio (v. PT020504130033), Castelo (v. PT020504130035), Solar da Família Gamboa (v. PT020504130032), Antiga Casa da Câmara (v. PT020504130044), Casa da Comenda (v. PT020504130025), Casa Sampaio Roquete (v. PT020504130027), Casa D. Luis de José Correia (v. PT020504130026), Vestígios da Forca (v. PT020504130034), Edifício na R. da Nossa Senhora das Graças n.º 7 (v. PT020504130039), Casa da Família Falcão (v. PT020504130038), e, próximo a Castelo novo, a Capela de São Brás (v. PT020504130037) e a Quinta das Obras (v. PT020504130040).

Acessos

EN18, Rua da Bica, Rua da Praça.

Protecção

Categoria: CIP - Conjunto de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 606/2020, DR, 2.ª série, n.º 203 de 19 outubro 2020 / Inclui Pelourinho de Castelo Novo (v. PT020504130004)

Enquadramento

Rural, implantado em encosta. Localiza-se num recôncavo da face leste da Serra da Gardunha. Topograficamente, encontra-se a uma altitude que varia entre os 600 e 635 m..

Descrição Complementar

Não aplicável

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 12 / 13

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Época do Neo-calcolítico - encontrada raspadeira de matéria negra; Idade do Bronze - Povoamento do antigo aglomerado designado por Alpreada. Supõe-se que fosse também um fortim dos romanos, dos visigodos e uma das várias Atalaias que os árabes mantiveram para protecção dos seus arraiais, restando o Arco da Ponte, pertencente à via antiga; encontrado esconderijo de um fundidor localizado na Quinta do Ervedal; 1202, Maio - atribuído Foral a Alpreada por Pedro Guterri, sendo Alpreada o nome da Ribeira que atravessa Castelo Novo; erradamente, esse Foral foi entendido como sendo de Alpedrinha, "ora, por Alpreada, foi sempre tida a vila da Castelo Novo e não Alpedrinha, conforme informa António Inácio Cardoso no seu manuscrito: Excursões ao pé da porta" ( Mapone, 1975 ); 1223 - povoação de Castelo Novo já é conhecida por esse nome, sendo mencionada no Foral da Lardosa do seguinte modo "Aos homens da Lardosa se dá o Foral de Castelo Novo" ( Mapone 1975 ); 1290 - confirmado Foral pelo Rei D. Dinis; 1510 - confirmado novamente Foral pelo Rei D. Manuel I que o assinou em Santarém no dia 1 de Junho desse mesmo ano; 1527 - Dr. João Telo de Magalhães em "O cadastro da população do reino", esclarece que nessa altura Castelo Novo já é vila abrangendo as actuais povoações de Alpedrinha, Vale de Prazeres, Povoa da Atalaia, Atalaia do Campo, Louriçal, Soalheira, Orca e Zebras; 1537 - a população ascendia a 150 fregueses com cerca de 600 almas; a comenda com as suas nexas rendia anualmente 260$000, encontrando-se arrendada por quatro anos; 1835 - perde autonomia sendo anexado ao Concelho de Alpedrinha criado pelo alvará do Regente D. Pedro em 1675 ( Pe. Augusto Duarte Ruivo - 1970 ); 1855 - incorporado no Concelho do Fundão, devido à extinção do Concelho de Alpedrinha no dia 24 de Outubro de 1855; 2009, 23 Outubro - o processo de classificação caducou nos termos do artigo 78º do Decreto-Lei nº 309/2009, DR, 1ª série, nº 206, publicado nesta data; 2014, 24 novembro - despacho de abertura do procedimento de classificação da Aldeia de Castelo Novo, pelo Director-Geral da DGPC; 2019, 12 setembro - publicação do Projeto de decisão de classificar o núcleo como Conjunto de Interesse Público e fixar a Zona Especial de Proteção em Anúncio n.º 154/2019, DR, 2.ª série, n.º 175.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

CUNHA, José Germano da, Apontamentos para a História do Concelho do Fundão, Lisboa, 1892; NEVES (Mapone), Manuel Poças das, Castelo Novo - Estudos para uma monografia, Fundão, 1975; HORMIGO, José Joaquim M., Visitações da Ordem de Cristo em 1505 e 1537, Amadora, 1981; MONTEIRO, José, Ao redor do Fundão, CMF, Fundão, 1990; SILVA, Joaquim Candeias, O Concelho do Fundão através das Memórias Paroquiais de 1758, Fundão, 1993; GIL, Júlio, As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal, Lisboa, 1994; PROENÇA, Raul, Guia de Portugal - Beira - tomo II Beira Alta e Beira Baixa, FCG, Lisboa, 1994; GOMES, Rita Costa, Castelo da Raia - I Beira, Lisboa, 1996; Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa, Associação dos Arquitectos Portugueses - Beiras; NEVES, Vítor Manuel Leal Pereira, As Aldeias de Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo, Lisboa, 1996; Carta do Lazer das Aldeias Históricas, Roteiro de Castelo Novo, Inatel, Lisboa, 2000; Plano de Pormenor e Salvaguarda de Castelo Novo, Relatório da caracterização do edificado; SEQUEIRA, Laura, Câmara precisa de mais verbas, in O Primeiro de Janeiro, 13 Setembro 2004; Câmara faz contas as obras em aldeia, in Diário As Beiras, 11 Janeiro 2006; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72062 [consultado em 4 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMF

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN: DSID; CMF

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMC; CMF

Intervenção Realizada

CMF: 2000 - instalação de infraestruturas eléctricas e de telecomunicações no subsolo; 2002 / 2003 / 2004 - recuperação de casas no centro histórico, integrado no Plano de Aldeia Histórica, financiado pelo CCDR (Centro de Coordenação e Desenvolvimento Regional).

Observações

Autor e Data

Luís Castro 1997

Actualização

Anouk Costa, Cláudia Morgado, Rita Vale 2010
 
 
 
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