|
Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo centralizado
|
Descrição
|
Conjunto integrando chafariz e edifício fronteiro, correspondente à antiga casa da Câmara. O chafariz, granítico, é constituído por tanque cuja planta resulta da inscrição de um quadrifólio num quadrado. Define-se assim, em corte, por um quadrado com um ressalto central em semicírculo em cada um dos lados. No centro do tanque ergue-se coluna sobre um plinto de altura idêntica à do tanque. A coluna, ornada com toro, tem fuste constituído por quatro sereias dispostas verticalmente, em jeito de cariátides. Apresentam as características escamas bem marcadas, assim como os seios, face e cabelo. A coluna é rematada com anelete simétrico ao toro, daí partindo o arranque da taça de contorno circular, decorada com caneluras profundas que partem do centro de forma radiante. O perímetro é ornado com quatro mascarões com bicas e dos quais partem motivos em voluta e acanto que se entrelaçam. Do centro da taça arranca coluna de menores dimensões assente em pequeno plinto encimado por quatro folhas de acanto sustentando, cada uma, face masculina cuja boca integra uma bica. O conjunto é coroado por motivo cúbico que em cada face ostenta nicho com imagem da padroeira, Santa Águeda (AGUILAR, 1980), enquadrado por duas cruzes em alto relevo junto aos ângulos superiores. Remata com motivo cilíndrico ornado de arcos e círculos em alto relevo sugerindo vãos e que foi interpretado como a figuração de um castelo (idem). A antiga casa da Câmara é um edifício com planta rectangular e escada de acesso lateral na fachada E., em aparelho de silhares graníticos, de 2 registos e com cobertura em telhado de quatro águas. O frontispício orienta-se a N. com cinco vãos, tendo no 1º, da direita para a esquerda, porta de vão recto, janelão, porta central também de vão recto, novo janelão e porta, e no 2º duas porta-janela e três janelas de sacada. Ao centro, pedra de armas sobrepujada por inscrição e, sobre o telhado, uma sineira. No alçado E. abrem-se duas portas no 2º registo. No pano de parede avançado que esconde a escada lateral foi rasgada porta e pequena fresta. O alçado S. tem no 1º registo duas portas ao centro e duas janelas junto aos cunhais e no 2º 6 janelões. No alçado O. duas janelas no 1º registo, a mais setentrional de maiores dimensões e com gradeamento, e uma janela no 2º, que corresponderá a uma janela de sacada ou porta-janela semientaipada e transformada em janela de parapeito. |
Acessos
|
Rua Capitão Francisco de Amaral; Praça 6 de Abril de 1734 |
Protecção
|
|
Enquadramento
|
Urbano. A fonte situa-se a N. da rua e a antiga casa da Câmara ergue-se no lado fronteiro. Para N. da fonte abre-se largo que integra fonte de cronologia mais recente e o pelourinho. A fonte das sereias situa-se ao nível da rua. Em patamar superior, a que se acede por dois lanços de degraus, situa-se a outra fonte. O pelourinho ergue-se num outro patamar servido por outros tantos lanços de escada. Todo o espaço é empedrado. O largo é enquadrado por casa a O., por muro alto guarnecido com vegetação a N., e por rua a E. com casas de habitação no lado oposto *1. A O. e S. da Casa da Câmara abre-se espaço amplo e a E. pequena viela. |
Descrição Complementar
|
Inscrição: "POR ORDEM DE [...] *2 / QUINTO MANDOU FAZER ESTA OBRA O DOUTOR/ JOZE ALVARES DE ALMEIDA NO TEMPO EM QUE CREOU/ O LUGAR DE JUIS DE FORA O/ QUAL TEVE O SEU PRENCIPIO NO/ ANO DE 1736 E FINDOU NO ANO DE 1737". O brasão, em granito, é constituído por escudo real de prata, cinco escudetes de azul em cruz, cada escudete com cinco besantes de prata, bordadura de vermelho com sete torres de ouro e cruz de Cristo pendente com fita *3 (LOPES, 1996). |
Utilização Inicial
|
Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: fonte ornamental |
Propriedade
|
Pública: Municipal |
Afectação
|
|
Época Construção
|
Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
|
Cronologia
|
1703 - A Casa da Câmara situava-se ainda na vila fortificada de Ansiães (COSTA, 1868); 1736 - construção do edifício segundo memória da obra no frontispício correspondendo à transferência da sede de concelho; séc. 18 - provável construção da fonte das Sereias; construção do pelourinho; 1921 - arranjo do largo designadamente com construção de nova fonte segundo data inscrita; 1926, 28 Maio - intervenção no largo, com provável colocação de ornato com flor-de-lis e volutas sobre a fonte mais recente e colocação de urnas laterais segundo data inscrita. |
Dados Técnicos
|
Paredes autoportantes ( Casa da Câmara ) / Estrutura autoportante ( fonte ). |
Materiais
|
Granito, cimento, telha, madeira, ferro, vidro. |
Bibliografia
|
COSTA, Pe. António Carvalho da, Corografia Portuguesa..., vol. 1, Lisboa, 1868(2); PEREIRA, Ricardo Manuel Paninho, ...de Anciães a Carrazeda de Ansiães, Carrazeda de Ansiães, 1991; LOPES, Roger Teixeira, Carrazeda de Ansiães, Património Artístico, Mirandela, 1996. |
Documentação Gráfica
|
DGEMN, DSID |
Documentação Fotográfica
|
DGEMN, DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
CMCA: 1997 / 1998 - restauro do edifício, com recuperação de interiores e exterior. |
Observações
|
*1 - Uma das construções é pertença da Misericórdia e está em recuperação no sentido de cumprir funções de pólo recreativo. *2 - É proposta a seguinte leitura "POR ORDEM DE[L REI O SENHOR O]/ QUINTO (PEREIRA, 1991)". *3 - O autor acrescenta que a Cruz de Cristo está "erradamente dentro da bordadura". ( 4 ) - A casa da Câmara está a sofrer obras de recuperação no sentido de vir a funcionar como Biblioteca e Casa da Cultura. *5 - O remate da fonte sugere vãos e foi interpretado como a figuração de um castelo (AGUILAR, 1980). |
Autor e Data
|
Alexandra Cerveira 1997 |
Actualização
|
|
|
|