Aldeia de Drave

IPA.00005854
Portugal, Aveiro, Arouca, União das freguesias de Covelo de Paivó e Janarde
 
Núcleo urbano. Sítio em vale. Povoação moderna de jurisdição senhorial com traçado orgânico. Núcleo urbano despovoado. Significativa unidade estrutural e visual entre os elementos naturais e construídos, com acentuação dos valores patrimoniais de caráter paisagístico.
Número IPA Antigo: PT010104080013
 
Registo visualizado 1995 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado medieval    

Descrição

Povoação que se desenvolve ao longo da encosta formando um conjunto de traçado orgânico com cerca de vinte imóveis. Estes implantam-se ao longo dos eixos viários que circundam a vertente de forte inclinação, implantando-se em pequenas plataformas adaptadas ao terreno. Ao centro da aldeia situa-se a capela que se destaca pelo seu revestimento em cal e com o telhado revestido por telha cerâmica, que contrasta com os restantes imóveis onde se observa o xisto como material dominante. As casas de habitação têm vários anexos de apoio à agricultura como palheiros, currais, espigueiros e azenhas, estes imóveis manifestam uma unidade que lhes é conferida pelas coberturas em placas de xisto. O chamado solar da Drave é a casa, com balcão e dois pisos, que se individualiza devido ao facto do piso superior ser revestido a cal em contraste com o restante edificado que, sendo em xisto, se esbate na paisagem. Os dois espigueiros de dimensões generosas serviam toda a aldeia e localizam-se na zona mais baixa, à entrada do aglomerado.

Acessos

EN1123, caminho pedestre.

Protecção

Inexistente / Incluído no Geoparque de Arouca da Rede Global de Geoparques da UNESCO.

Enquadramento

Rural, situado em vale. Drave localiza-se na sub-região da Beira Alta e pertence à unidade de paisagem da Serra da Arada. A povoação é um lugar da freguesia de Covelo de Paivó e situa-se num conjunto montanhoso imponente, formado pelas serras da Freita e Arada que se destacam pelo seu porte compacto e altaneiro, onde o relevo pode atingir os 1000 m de altitude. Drave encontra-se no centro da formação montanhosa outrora conhecida por monte Fuste, que divide as bacias hidrográficas, do Douro e Vouga, e é delimitada a N. Pelo rio Arda, a E. pelo rio Sul, a S. pelo rio Vouga e a O. pelo rio Paiva. As escarpas abruptas mostram à superfície blocos de granito ou xisto característicos da zona. O lugar da Drave está implantado a cerca de 600 m de altitude num vale encaixado, cercado por altas montanhas que o ensombram durante o inverno. Na envolvente as encostas mais suaves destacam-se pelo uso agrícola em socalcos, enquanto as encostas declivosas são ocupadas por um manto vegetal contínuo, dominado por espécies arbustivas e herbáceas rasteiras. Nesta paisagem única, a terra é fértil devido aos rios e ribeiras que descem as encostas. Em Drave o rio de Palhais corre do lado N., o Ribeirinho e o ribeiro da Bouça percorrem o lado E. e S. respetivamente, confluindo no fundo da povoação formando o rio da Drave, que se desenvolve num percurso de 5 km até encontrar o rio Paivó, um dos afluentes do rio Paiva. Nesta região o povoamento do vale, junto aos rios, é disperso e os núcleos estão quase desertificados. Os lugares de Covelo de Paivó, Regoufe e Drave pertencem à mesma freguesia, e Drave dista mais de 10 km da aldeia de Covelo de Paivó.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada: pessoa singular e associação

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 18 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

1069 - referência ao lugar de Covelo de Paivó no documento 484 da coleção Diplomata et Chartae; séc. 11 - Sisnando, governador da região de Coimbra e que tinha muitas fazendas na região de Arouca, doou ao abade Godinho do Mosteiro de Arouca herdades em Covas do Monte, Covas do Rio, Sá, Posmil, Macieira, Covelo, Janarde, Silveiras, Regoufe e Cabreiros, ou seja, parte do monte Fuste; 1527 - o Cadastro da População do Reino regista as povoações de Drave, Regoufe e Covelo de Paivó na freguesia de São Martinho das Moitas no concelho de Lafões e Sul; Drave conta com dois vizinhos, oito pessoas; Regoufe tem oito vizinhos, trinta e duas pessoas e Covelo de Paivó tem nove vizinhos, trinta e seis pessoas; 1706 - o termo do concelho de Gafanhão tem as seguintes freguesias: São Martinho das Moitas, Covas do Rio, São Martinho de Gafanhão e Covelo de Paivó, com quarenta e nove vizinhos; 1758 - as Memórias Paroquiais referem a freguesia de Covelo de Paivó pertencente ao concelho e ducado de Lafões, do qual é donatário o duque de Lafões; a freguesia tem duas povoações, Covelo de Paivó e Regoufe e ainda uma póvoa a que chamam de Drave com três vizinhos, vinte e duas pessoas; séc. 18, inícios - Francisco Martins e Maria Martins constroem um casal em Drave; séc. 19, inícios - Manuel Martins manda abrir o caminho da "voltinha" que faz comunicar de carro Drave com o território a Sul, passando pelo Muro Redondo e fazendo a ligação a Regoufe; constrói o solar da varanda e a casa da adega; 1851 - a capela de Nossa Senhora da Saúde é mandada edificar por Manuel Martins da Costa; 1917, 16 fevereiro - a freguesia de Covelo de Paivó é anexada ao concelho de Arouca, deixando de pertencer ao concelho de S. Pedro do Sul; 1946, 12 setembro - primeiro encontro dos Martins da Drave: a reunião familiar reuniu mais de 500 descendentes e foi organizada pelo Padre João Nepomuceno de Almeida Martins; 1996, 28 agosto - despacho de abertura do processo de classificação pelo IPPAR; 1995 - o CNE, Corpo Nacional de Escutas, adquire algumas casas e terrenos para criar uma Base Nacional; 2009 - o Geoparque da Arouca é reconhecido pela UNESCO pelo seu excecional património geológico, ficando desde então a fazer parte da Rede Global de Geoparques; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

COSTA, António Carvalho da, Corografia Portuguesa, Lisboa, 1706, Tomo II, p. 215, Lisboa, 1706; MARTINS, (Padre) João Nepomuceno de Almeida e MAGALHÃES, Manuel Martins da Costa, Monografia e árvore genealógica dos Martins da Drave, Viseu, 1996.

Documentação Gráfica

IHRU: SIPA

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias Paroquiais, vol. 12, nº 449, p. 3067 a 3072; IGESPAR.

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Rita Vale 2012

Actualização

 
 
 
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