Pelourinho de Chaves

IPA.00005843
Portugal, Vila Real, Chaves, Santa Maria Maior
 
Arquitectura comemorativa, do séc. 20. Memória de pelourinho de tabuleiro, com soco de cinco degraus quadrangulares, de onde evolui base cúbica e fuste torso com colunelos. Remata em tabuleiro e pequenos colunelos, de onde se eleva um colunelo central, com esfera armilar. Pelourinho com quatro colunelos nos ângulos e esfera armilar central acrescentados numa das reconstruções do séc. 20.
Número IPA Antigo: PT011703500002
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Comemorativo  Memória de pelourinho    

Descrição

Estrutura em cantaria de granito, composta por soco de planta quadrangular, de cinco degraus. Do lado E. possui mais um degrau, devido ao declive do pavimento da Praça. Plinto prismático com molduras e chanfro nas arestas, de onde evolui fuste torso, constituído por três elementos, suportando um capitel com molduras e um friso com decoração vegetalista. De um lado do capitel as armas do reino, do outro as de Chaves: brasão com as armas de Portugal, com bordadura de oito castelos, ladeado por duas chaves com grandes palhetões de três dentes voltados para cima e para o centro; servindo de apoio, troço de ponte constituído por quatro arcos. Sobre os cantos do tabuleiro formado pelo capitel destacam-se quatro colunelos torcidos, tendo ao centro um outro liso e maior, encimado por bocel e esfera armilar.

Acessos

Santa Maria Maior, Praça da República

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 outubro 1933

Enquadramento

Urbano. Isolado no centro da praça localizada a N. da Igreja de Santa Maria Maior (v. PT011703500021).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comemorativa: memória de pelourinho

Utilização Actual

Comemorativa: memória de pelourinho

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1080 - no tempo de D. Afonso VI a povoação passou a chamar-se Clavis; 1258, 15 Maio - foral concedido por D. Afonso III; 1350 - D. Afonso IV confirma todos os antigos privilégios por carta de foral; 1514, 07 Dezembro - D. Manuel concede-lhe foral novo; 1515 - construção do pelourinho *1 frente aos Paços do Concelho, actual Praça da República; 1706 - povoação dos Duques de Bragança, da comarca de Bragança e com 400 vizinhos; 1758, 27 Março - segundo o prior encomendado da Matriz de Chaves, António Manuel de Novais Mendonça, nas Memórias Paroquiais, a freguesia era da Casa de Bragança e da comarca da ouvidoria da cidade de Bragança; tinha juiz de fora, provido pelo rei, como administrador da Casa de Bragança, 6 escrivães, 1 meirinho, 1 juiz dos órfãos leigo, 2 escrivães, juiz almoxarife da Casa de Bragança, juiz da alfândega, escrivão, meirinho e guardas; tinha ainda vedoria geral, com vedor, oficiais e meirinho e câmara, que constava de vereadores, procurador e um tesoureiro; 1864, finais - demolição dos velhos Paços do Concelho, vendidos à Sociedade Civilisadora Flaviense, para no seu terreno se construir a nova sede daquela sociedade; 1870 - a vereação manda nivelar a praça, construindo-se um lageado de granito, conhecido como "eira", mandando-se apear o pelourinho, por prejudicar a regularidade do lageado e ali já não existirem os Paços do Concelho; em vez de o transferirem para frente do novo edifício, ergueram-no no pequeno lg. da Madalena, colocando-se um catavento de ferro cravado no capitel; anos depois - foi novamente apeado para a construção de um fontanário no local; o seu fuste e capitel estiveram arrumados muitos anos no quintal do Tenente-Coronel Sousa Machado, no Largo da Madalena; 1910 - depois de proclamada a República, houve a ideia de o reerguer frente à Câmara; Pe. António José Serimónias propôs em sessão camarária a reconstrução do pelourinho e do cruzeiro; 27 Outubro - aprovado em sessão de câmara, devendo colocá-los no lugar onde antigamente se erguiam - o Largo de Camões e do Anjo, respectivamente; os largos deviam ser devidamente calcetados e embelezados; para a base, foi-se buscar os elementos de um cruzeiro que em tempos houve quase à entrada do caminho para a Capela do Pópulo; para o remate, introduziram-se outras pedras de granito, pôs-se a meio do capitel um pequeno plinto, cravou-se-lhe em cima uma esfera armilar, que em tempos servira de ornato a um chafariz, e pôs-se-lhe à volta 4 pináculos; 1911, 19 Janeiro - pagamento de 15$660 a Francisco Moreiras, morador na vila, para a colocação e aformesamento do Pelourinho no Largo Camões; 16 Fevereiro - por promoção do Senhor Administrador do Concelho, foi deliberado mandar concluir a reconstrução do Pelourinho no Largo Camões; 1919 - a vereação eleita neste ano mandou apear o pelourinho aquando do arranjo do Largo Camões; 1920 - apeamento do pelourinho; 1934 - novamente erguido na Praça da República, onde ainda hoje se encontra.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito.

Bibliografia

AIRES, Firmino, Incursões autárquicas III, 1911-1925, in Revista Aquae Flaviae, nº 15, Chaves, 1996, pp. 67-146; BARROS, Francisco, O Pelourinho de Chaves, O Comércio de Chaves, 18 Jan. 1934, nº 15 (reed. Revista Aquae Flaviae, 4, Chaves, 1990, p. 59 - 66); CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006; CARDOSO, Nuno Catharino, Pelourinhos de Traz-os-Montes, Lisboa, 1936; CHAVES, Luiz, Os Pelourinhos. Elementos para o seu catálogo geral, Lisboa, 1939, p. 8; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza…, vol. I, Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; LEAL, Silva, Os Pelourinhos de Traz-os-Montes: XX - Chaves, Ilustração Trasmontana, vol. 3, 1910, pp. 182 - 183; O Pelourinho, in Revista Aquae Flaviae, vol. 4, Chaves, 1991, p. 63 - 66.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

*1 - um autor anónimo descreveu o pelourinho manuelino como sendo constituído por coluna, sem base, com o fuste assentando directamente em pequeno patamar quadrangular, servido em todas as faces por escadas de três degraus na parte mais baixa do terreno e por dois na parte mais alta; o fuste compunha-se por dois blocos cilíndricos de granito, colocados verticalmente um sobre o outro e grosseiramente trabalhados a pico grosso, a dar aspecto pouco mais que esboçado, de quatro colunas torcidas sobre si; sobrepujava-o capitel de base quadrada, tronco de pirâmide quadrangular invertida, de faces sem relevos, em duas das quais, as voltadas a N. e a O., havia vestígios de antigas pinturas posteriores, conhecendo-se serem dois escudos, um com as armas reais e outro com as da vila.

Autor e Data

Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1993 / Paula Noé 2002

Actualização

 
 
 
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