Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Novo
| IPA.00000583 |
| Portugal, Castelo Branco, Fundão, Castelo Novo |
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| Igreja da Misericórdia construída no séc. 17 sobre uma provável capela de fundação anterior, talvez de Quinhentos, erguida, segundo a tradição, como voto gratulatório ao Senhor da Misericórdia por ter livrado a vila e as culturas de um praga de gafanhotos, com obras mais recentes, no séc. 20. É de planta retangular composta por nave, capela-mor e sacristia adossada ao lado direito, com coberturas interiores em falsas abóbadas de berço abatido, escassamente iluminada por janela unilateral, rasgada na fachada lateral esquerda. Fachada principal com tratamento mais erudito, com cunhais firmados por pináculos e remate em cornija, rasgada por vãos em eixo composto por portal, originalmente dintelado, com moldura atual de perfil abatido, e por janelão retilíneo. Fachada lateral esquerda com porta travessa, dintelada, e atualmente entaipada. Interior com coro-alto, púlpito no lado do Evangelho e capela lateral profunda, onde se desenvolve o culto ao Senhor morto, rodeado por azulejos figurativos. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, mas revelando irregularidade e uma provável ampliação em data indeterminada, ladeado por mísulas. Capela-mor com retábulo de talha de marmoreados fingidos, do período tardo-barroco, e de boa qualidade. |
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| Número IPA Antigo: PT020504130031 |
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| Registo visualizado 341 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja de Confraria / Irmandade Misericórdia
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Descrição
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| Planta retangular composta por nave, capela-mor mais estreita e baixa e sacristia adossada ao lado direito, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma (sacristia) e duas águas, rematadas em beiradas simples. Fachadas em alvenaria e cantaria de granito aparente, com os socos marcados por argamassas salientes. Fachada principal virada a sudoeste, rematada em empena com cornija e claramente ampliada relativamente a esta, coroada por cruz latina sobre plinto no vértice. É circunscrita por cunhais apilastrados, firmados por fogaréus, e rasgada por portal em arco abatido com moldura saliente e encimado por cornija curva, sendo visível o antigo lintel; está encimado por janela retilínea, com moldura simples, remata em cornija e protegida por grades. Fachada noroeste rasgada, na nave, por janela retilínea com moldura saliente e protegido por grades em ferro, havendo vestígios da antiga porta travessa, dintelada e atualmente entaipada. Fachada lateral direita com sineira de volta perfeita, enquadrada por silhares de cantaria, no lado esquerdo e com esperas na zona inferior; no corpo anexo, janela retilínea e dintelada e porta elevada, com acesso por balcão de cantaria. Fachada posterior rematada em empena, cega. Interior com as paredes rebocadas e pintadas de branco, com coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço, com forro pintado de azul e assentes sobre cornijas de madeira, e pavimento em lajeado de cantaria, com estrados laterais de madeira, no corpo da nave. Coro-alto de madeira, suportado por duas colunas do mesmo material, pintadas de marmoreados fingidos e com plinto em cantaria, tendo balaustrada de madeira e acesso por escadas de madeira de dois lanços, no lado da Epístola. No mesmo lado, púlpito retangular com bacia em cantaria de granito, assente em consola lavrada, certamente mais antiga, com guarda de de falsos balaústres de madeira, e acesso por porta de verga reta e moldura simples. Ao lado deste, a Capela profunda do Senhor da Misericórdia, com acesso por arco de volta perfeita, em cantaria, tudo protegido por vidraças, com o interior totalmente revestido a azulejo monocromo, azul, onde surgem glórias de anjos, e, na base, três painéis figurativos, narrando a "Lamentação de Cristo morto", que envolvem um esquife com baldaquino, em forma de andor, de talha pintada de branco e dourado, com a imagem jacente do orago. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e fecho descentrado, em enrolamento, ladeado por mísulas com imaginária. Capela-mor marcada por supedâneo de degraus laterais, tendo, ao centro, ambão de madeira e pedra de altar em cantaria de granito, composta por dois pilares e tampo simples. Na parede testeira, o retábulo-mor de talha pintada de marmoreados fingidos, de corpo convexo e três eixos definidos por quatro colunas coríntias e anel no terço inferior, em paraestática, e duas pilastras exteriores, todas assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos, alguns almofadados e decorados por folhagem. Ao centro, tribuna de perfil contracurvo e moldura saliente, contendo trono de quatro degraus, com o fundo pintado com grinaldas de flores. Casa um dos eixos possui mísulas bolbosas, sublinhadas por sanefa composta por friso, cornija e acantos vazados, tendo, na base, portas de acesso à tribuna. A estrutura remata em fragmentos de frontão, que centram espaldar de perfil contracurvo e cornija de inspiração borromínica, tudo encimado por acantos vazados. Altar em forma de urna, ornado por folhagem, encimado por sacrário em forma de caixa, com remate em cornija contracurva, acantos vazados e pequenas urnas, com a porta ornada por motivos eucarísticos. |
Acessos
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| Castelo Novo, Terreiro da Misericórdia; Travessa da Irmandade da Misericórdia. WGS84 (graus decimais): lat.: WGS84 (graus decimais): lat.: 40,077647; long.: -7,495199 |
Protecção
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| Inexistente |
Enquadramento
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| Urbano, isolado, em pleno aglomerado urbano, de ruas apertadas, adaptando-se a um forte desnível, que é vencido na zona frontal por plataforma artificial, sustentada por muro em cantaria de granito, que forma o denominado Terreiro da Misericórdia, protegido por guarda metálica e pavimentado a calçada; junto ao portal axial, quatro degraus de acesso ao mesmo. No lado oposto, ergue-se o Solar dos Gamboas (v. IPA.00000604). No terreiro, monumento ao pintor José Barata Moura, composto por base granítica e busto em bronze, tendo a inscrição na base: "PINTOR / BARATA MOURA (JOSÉ) / NASCEU EM / CASTELO NOVO / EM 9-1-1911". |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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| Religiosa: igreja de confraria / irmandade |
Utilização Actual
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| Religiosa: igreja |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda - Arciprestado de Alpedrinha) |
Afectação
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| Sem afetação |
Época Construção
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| Séc. 17 (conjetural) / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| Desconhecido. |
Cronologia
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| Séc. 17, 2.ª metade - data provável da construção, segundo a tradição em tributo ao facto do Senhor da Misericórdia ter livrado a aldeia e plantações de uma praga de gafanhotos; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco, Frei Martinho Gomes Aires, surge referida a Igreja da Misericórdia, fundada em data indeterminada, com a renda anual de 12$000 a 15$000; séc. 20, 2ª metade - sofre obras de restauro. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Estrutura em cantaria e alvenaria de granito, rebocada e pintada no interior; modinaturas, cornijas, pináculos, cruz, degraus, plintos das colunas do coro-alto, bacia do púlpito, arco triunfal, mesa de altar e pavimento em cantaria de granito; coberturas, estrados da nave, ambão, coro-alto, guarda-vento, portas, guarda do púlpito de madeira; retábulo de talha dourada; painéis de azulejo pintados à mão; caixilhos metálicos; vidro simples; grades em ferro; coberturas exteriores em telha cerâmica, lusa e de meia-cana. |
Bibliografia
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| NEVES (Mapone), Manuel Poças das - Castelo Novo - Estudos para uma monografia. Fundão: Jornal do Fundão, 1975; Plano de Pormenor e Salvaguarda de Castelo Novo, Relatório da caracterização do edificado. Fundão: Câmara Municipal do Fundão, s.d.; SILVA, Joaquim Candeias - O Concelho do Fundão através das Memórias Paroquiais de 1758. Fundão: Câmara Municipal do Fundão, 1993. |
Documentação Gráfica
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| CMFundão |
Documentação Fotográfica
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| DGPC: DGEMN:DSID, SIPA; Diocese da Guarda: Departamento do Património Cultural; CMFundão |
Documentação Administrativa
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| DGLAB/TT: Memórias paroquiais, vol. 10, n.º 219, fls. 1429 a 1440 |
Intervenção Realizada
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| PROPRIETÁRIO: 1995 - recuperação do imóvel, com o arranjo do teto, do coro-alto, das paredes interiores, sacristia e coberturas. |
Observações
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Autor e Data
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| Paula Figueiredo 2017 (no âmbito da parceria DGPC / Diocese da Guarda) |
Actualização
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