Igreja Paroquial de Santiago / Igreja de São Tiago

IPA.00005788
Portugal, Leiria, Óbidos, Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa
 
Arquitectura religiosa com elementos barrocos, neoclássicos. Igreja de planta longitudinal, com nave, capela-mor, dependências e torre sineira.
Número IPA Antigo: PT031012040027
 
Registo visualizado 815 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, de volumes articulados compostos pela nave, capela-mor e dependências na ala E., com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas, e torre sineira, de remate bolboso. Acede-se directamente do exterior para a nave através da porta principal voltada a S. e por duas laterais. No extremos do lado direito, uma porta de acesso ao coro e ao campanário e, no lado oposto, outra de acesso à sacristia. Do lado esquerdo, simetricamente, um vão ligeiramente aprofundado com função de baptistério e uma porta de acesso ao púlpito.Fachada principal voltada a S., acedendo-se por uma escadaria de onze degraus. O portal é em cantaria em arco de volta perfeita, encimado por frontão contracurvado. Ao nível do coro, três janelas simetricamente colocadas, sendo a central alinhada com a porta e em arco com frontão contracurvado e as laterais em vão recto. Todas as cantarias têm recorte exterior. Sobre a janela central existe uma pequena pedra de armas com a simbologia de São Tiago. Rematando o alçado, um frontão delimitado por cimalha e, neste, um óculo oval. No vértice uma cruz em pedra. Ao lado direito deste conjunto, ergue-se a torre sineira, a qual apresenta na base um dos cinco passos do Calvário da Vila, duas frestas de iluminação à escadaria da torre, a um nível superior o espelho em mármore do relógio, com numeração romana; do nível da cimalha para cima, a zona do campanário, com os cantos quebrados, vãos em arco de implantação dos sinos, sanca de remate, sobre a qual existem, aos cantos, quatro fogaréus e se lança a cúpula. Ainda na fachada, ao lado esquerdo, junto ao portal principal, o vestígio de um vão gótico, no qual existe uma inscrição. Toda a fachada é cingida por barras de cor (cinza), bem como o intervalo entre o limite do frontão e o óculo. O alçado E. comporta a torre sineira (sem frestas neste lado), uma porta de acesso ao pátio e, por sua vez, uma outra de acesso à nave, sobre a qual existe uma janela e, ao mesmo nível, uma outra semelhante para iluminação da capela-mor. Num plano inferior existe uma janela para iluminação da sacristia. O alçado N. apenas regista a existência de uma parede da parte posterior da capela-mor, esta mais baixa e com uma janela de iluminação para a tribuna, bem como a parede da nave, mais larga e alta. O alçado O. comporta uma porta a meio da parede da nave, à qual se acede por escadas, já que a cota do piso exterior nesse lado é mais alta. Sobre a porta uma janela e, ao mesmo nível, outra janela de iluminação da capela-mor. INTERIOR: de nave única com duas capelas colaterais, ambas abertas na profundidade da parede, em arco de volta perfeita guarnecido a cantaria, a do lado da epístola dedicada a Santo António e, a do lado do evangelho, dedicada a Cristo Ressuscitado. A capela-mor, rasgada para a nave através de um arco triunfal de volta perfeita, compõem-se de altar em alvenaria e banqueta em madeira, o retábulo assenta sobre uma parede de alvenaria, na qual existe uma porta de acesso ao trono, daí para cima é em madeira, formada por colunas e uma boca da tribuna preenchida com duas grandes portas. Sacristia rectangular com um lavatório de cantaria, um armário em madeira, uma janela para o exterior e uma porta de acesso a um pequeno pátio. Tecto da nave e capela-mor em abóbada, assente numa sanca de remate interior da parede. O pavimento da nave é em madeira, delimitando sepulturas numeradas. A zona das capelas colaterais e da capela-mor é a um plano ligeiramente mais alto, acedendo-se por um degrau, sendo o pavimento em lajes de mármore branco e preto, aplicado à meia esquadria. A zona do presbitério é marcada por dois degraus.

Acessos

Largo de São Tiago, Cerca do Castelo

Protecção

Incluído no Núcleo urbano da vila de Óbidos (v. PT031012040050)

Enquadramento

Urbano. Largo de São Tiago, com a torre albarrã e o passadiço de ligação ao muro da cerca do castelo (para o lado O.), bem como parte da muralha e porta de acesso à cerca.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Cultural e recreativa: auditório

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Construtores mestres de obras: António Neri, Leonardo da Silva e José Teixeira.

Cronologia

1186 - Construção da Igreja por ordem de D. Sancho I; 1200 - Confirmação da Colegiada; 1492 - É sepultado D. João de Noronha "o velho", conde de Gijon e alcaide de Óbidos, num túmulo ricamente lavrado em estilo gótico; 1531 - Estragos com o terramoto; 1550 - execução de um retábulo, de que resta hoje uma tábua representando São Tiago Maior; 1565 / 1566 - obras no campanário e construção de um retábulo para o altar-mor; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese de Lisboa; 1615 - Filipe III troca o priorado da igreja com os dízimos do pescado das Berlengas, pertencentes ao Mosteiro de Vale Benfeito; 1622 - Gregório XV confirma o contrato da troca dos dízimos; 1623 - Dom Abade do Mosteiro de Vale Benfeito toma posse definitiva do priorado e colegiada de São Tiago; 1755 - Derrocada da antiga igreja, provocada pelo terramoto; Colegiada transfere a sua sede para a capela de Nossa Senhora de Monserrate; 1765 - início da nova construção a cargo dos mestres António Néri, Leonardo da Silva e José Teixeira; 1772 - conclusão da obra e regresso da colegiada à igreja; instalação do órgão proveniente da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, montado numa nova caixa, cuja obra foi custeada pelo beneficiado José de Freitas; 1810 - Resgate da prata pelos franceses; 1839 - Arrombamento e furto de parte do arquivo; 1949 - Durante as obras de recuperação do castelo a pousada, a igreja esteve a servir de estaleiro das obras; 1989 - cedência do espaço à Câmara Municipal de Óbidos para adaptaçãoa auditório municipal.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Paramentos em alvenaria se pedra, cantarias de pedra das portas e janelas, cobertura em vigamentos de madeira e revestimento em telha mourisca, interiores rebocados e caiados a branco, retábulos em madeira policromada, pavimento da nave em madeira e, do presbitério, em pedra.

Bibliografia

Memórias Históricas, Óbidos, 1985; PEREIRA, José Fernandes, Óbidos, 1988; BETTENCOURT DA CÂMARA, Teresa, Óbidos Arquitectura e Urbanismo Séculos XVI e XVII, Óbidos, 1990; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; SILVA, Manuela Santos, A Região de Óbidos na Época Medieval, Col. Estudos, PH - Estudos e Documentos, Caldas da Rainha, 1994; GORJÃO, Sérgio, Santo António em Óbidos - Instrodução a um Estudo de Iconografia, Torres Novas, 1996; BOTELHO, Joaquim da Silveira, Óbidos Vila Museu, Óbidos, 1996; GORJÃO, Sérgio, Santuário do Senhor Jesus da Pedra - Óbidos, Lisboa, 1998; SILVA, Manuela Santos, Ensaio para uma Monografia das Colegiadas de Óbidos na Idade Média, CLIO - Revista do Centro de História da Universidade de Lisboa, 3, Lisboa, 1998; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971.

Documentação Gráfica

CMO

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

Documentação Administrativa

DGEMN: DSID; CMO

Intervenção Realizada

CMO: 1989 - obras gerais para adaptação ao novo uso - auditório; colocação de estrados e cadeiras.; 2004 - recuperação da cobertura, beneficiação das paredes exteriores e interiores.

Observações

Apresenta uma fissura na fachada na zona de menor resistência, a qual parece ter vindo a alargar. Os mestres de obras construtores haviam trabalhado também nas obras do Santuário do Senhor Jesus da Pedra, daí algumas semelhanças nas soluções dadas aos acabamentos.

Autor e Data

Sérgio Gorjão 1998

Actualização

DRML 2005
 
 
 
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