Capela de São Sebastião
| IPA.00005750 |
Portugal, Vila Real, Valpaços, Vilarandelo |
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Arquitectura religiosa, quinhentista e maneirista. Capela de planta longitudinal simples, interiormente iluminada por fresta lateral e com tecto de madeira, em masseira. Fachada principal terminada em empena truncada por sineira e rasgada por portal em arco de volta perfeita, de aduelas largas e com chanfro. Fachadas laterais terminadas em cornija, a lateral direita rasgada por porta travessa de verga recta e fresta de capialço na zona do retábulo-mor, e a posterior cega e terminada em empena. Interior de espaço único diferenciado apenas por supedâneo, sobre o qual surge o retábulo-mor, maneirista, de planta recta e um eixo. Capela quinhentista com fachada principal de aparelho regular e as restantes bastante irregular, indicando que deveriam ser rebocadas; possui o típico portal de aduelas largas sobre os pés direitos, com chanfro, e sineira inscrita pela data de 1583. No interior, apresenta actualmente despojamento decorativo, sendo apenas de referir a pia de água benta ladeando a porta travessa, percorrida por nervuras, e o retábulo-mor, de finais do 16 / início do 17, da fase inicial do maneirismo, deestrutura muito simples e com remate apenas em friso e cornija. A parede testeirada da capela-mor tinha pinturas murais, possivelmente do séc. 16, com composições figurativas, uma delas representando um Trono da Graça *1. |
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Número IPA Antigo: PT011712310007 |
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Registo visualizado 221 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal simples com cobertura homogénea e telhados em duas águas. Fachadas em cantaria de granito, de aparelho irregular, com as juntas cimentadas. Fachada principal terminada em empena, com cornija, truncada por sineira, em arco de volta perfeita, sobre pilares toscanos, albergando sino, e rematada em empena com cruz latina de cantaria, tendo inscrita sobre o arco a data de 1583; é rasgada por portal em arco de volta perfeita, de aduelas largas sobre os pés direitos, ambos com chanfro. Fachadas laterais terminadas em cornija sobreposta por beirada simples, a lateral direita rasgada, sensivelmente a meio, por porta de verga recta sobre os pés direitos e por fresta com moldura de capialço, na zona do retábulo-mor. Fachada posterior cega, terminada em empena com cornija sobreposta por beirada simples. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento em lajes de granito, com as juntas cimentadas e tecto de madeira envernizada, em masseira. O portal axial possui interiormente vão em arco abatido. Porta travessa ladeada por pia de água benta cilíndrica, exteriormente percorrida por nervuras verticais, e fresta por nicho de alfaias quadrangular, interligado. Sobre o supedâneo, de dois degraus, dispõe-se o retábulo-mor, em talha policroma a azul celeste e dourado, de planta recta e um eixo, definido por duas colunas de fuste decorado por cartela quadrangular integrando ave e elementos fitomórficos, com o terço inferior marcado e ornado de motivos vegetalistas e querubins, assentes em plintos paralelepipédicos, frontalmente decorados de acantos e lateralmente por almofada rectangular; ao centro possui painel rectangular, definido lateralmente por friso alveolado, sobreposto por mísula de cantos com imaginária; remate composto apenas por friso decorado com elementos vegetalistas e querubins e cornija, interrompido por duas mísulas dispostas regularmente. Altar paralelepipédico com frontal seccionado em três painéis rectangulares côncavos. |
Acessos
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Vilarandelo, EN. 213 (Valpaços - Chaves), Avenida Senhor dos Milagres |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, adaptado ao declive do terreno, no interior da povoação e junto à EN 231-1. Insere-se de gaveto, possuindo portal principal precedido por cinco degraus e correndo ao longo da fachada lateral esquerda canteiro de flores sobrelevado, sobre o muro do qual se erguem Alminhas. Enquadra a capela, casas de habitação de construção recente e em frente, integrada numa pequena rotunda, ergue-se cruzeiro. |
Descrição Complementar
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ALMINHAS tipo nicho, em arco de volta perfeita com painel de azulejos policromos representando São Miguel com a balança e dois anjos resgatando algumas almas, terminado em empena coroada por cruz latina de cantaria; sob a empena do remate existe azulejo a inscrição AS ALMINHAS SÃO DE TODOS POIS QUEM É QUE LÁ NÃO TEM UM PARENTE, OU UM AMIGO UM BOM PAI, OU SANTA MÃE; sob o nicho, três azulejos têm a inscrição AS ALMAS... ESTÃO SOFRENDO NO FOGO NOITE E DIA. TU QUE PASSAS DEIXA-LHE O ALÍVIO DE UM PAI NOSSO E AVÉ MARIA. Sob as Alminhas, integrada no muro do canteiro existe caixa de esmolas em ferro. CRUZEIRO: sobre soco de planta circular de um degrau, ao nível do pavimento da rotunda, surge a base, de planta quadrangular e perfil em garganta reversa, onde encaixa coluna, com fuste tendo os dois terços inferiores de secção quadrangular e, a partir dos 30 cm, com chanfro conferindo-se fuste octogonal, e o restante terço circular liso; capitel tipo "taça" encimada por meia esfera, coroada por cruz latina, de braços cilíndricos e com os terminais boleados. |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 16 - época provável da construção da capela; feitura das pinturas murais; 1583 - data inscrita na sineira da capela; séc. 16, finais / 17, inícios - feitura do retábulo-mor; 1758, 9 Março - referência à Capela pelo cura Luís Teixeira Manuel de Sequeira Rebelo nas Memórias Paroquiais da freguesia, como sendo uma das duas que ficava no interior do lugar, pertencendo à freguesia e a que não acodia romaria, mas apenas algum devoto; séc. 20 - construção do cruzeiro; 1914 - a Câmara Municipal teria mandado demolir a capela, o que não chegou a efectivar-se; 1976, Setembro - deslocação de técnicos do Instituto José de Figueiredo à capela para verificação do estado de conservação das pinturas murais, os quais alertaram para a necessidade de proceder ao restauro das mesmas; 1982 - a capela encontrava-se em grave estado de deterioração, com paredes muito sujas e metendo água pelo telhado. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Estrutura de cantaria e alvenaria de granito exteriormente aparente e rebocada e pintada no interior; sineira, cruzeiro e Alminhas em granito; pavimento em lajes de granito; tecto de madeira envernizada; portas em madeira pintada; vidros simples; retábulo em talha; cobertura de telha; registo de azulejos nas Alminhas. |
Bibliografia
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Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. III, Distrito de Vila Real, p 32; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 580; VALBEL, Joaquim de Castro Lopo, O Concelho de Valpaços, Valpaços, 1954, p. 83; PARENTE, Padre João, Os Cruzeiros da Diocese de Vila Real, Vila Real, 2004; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMN, cx. 0031/19 |
Intervenção Realizada
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Proprietário: 1982, década - obras de restauro e conservação: colocação de nova cobertura, limpeza das fachadas, caiação das paredes interiores, feitura de novo tecto e revisão da instalação eléctrica. |
Observações
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*1 - Fotografias de 1978 ainda permitiam ver, ladeando o retábulo-mor, as pinturas murais, representando, do lado esquerdo, um Trono da Graça, com Deus Pai entronizado segurando Cristo na cruz, encimada pela representação do Espírito Santo; do lado direito, surgia imagem de Cristo na cruz e uma figura religiosa segurando livro. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Paulo Dordio 1994 / Paula Noé 2008 |
Actualização
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