Igreja Paroquial de Mouçós / Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe

IPA.00005729
Portugal, Vila Real, Vila Real, União das freguesias de Mouçós e Lamares
 
Arquitectura religiosa, românica - gótica. O portal principal e o arco cruzeiro em ogiva referenciados ao período gótico. Apresenta no entanto características das igrejas românicas, na sua tipologia, proporção e presença de alguns elementos decorativos como por exemplo, portais de arco pleno e cachorros no remate superior das paredes. Por estes motivos alguns autores referem-na como românica. No acesso ao portal principal destaca-se um patamar quadrado em granito com três degraus.
Número IPA Antigo: PT011714170018
 
Registo visualizado 1176 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Igreja de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor rectangular orientada no sentido O. - E. Volumes articulados com coberturas em telhado de duas águas diferenciadas em altura. A fachada principal apresenta um portal de arco em ogiva sublinhado por uma arquivolta decorada com elementos vegetais e assente em mísulas. Sobre o portal um ressalto de pedra prolonga-se pelas fachadas laterais. Cinco cachorros decorados ressaltam na fachada principal, localizados abaixo do ressalto. A encimar o portal principal um óculo moldurado. A empena é rematada superiormente por um campanário com uma sineira. As fachadas laterais são percorridas na parte superior por inúmeros cachorros e patenteiam algumas frestas. Cada fachada possui um portal de arco de volta perfeita. A fachada das traseiras correspondente à capela-mor contém um brasão. No interior destaca-se o arco triunfal em ogiva e os dois túmulos datados do séc. 16 e 17. Os túmulos que se encontram na nave são de Álvaro Lopes e de Senha de Martin Vaz de Sampaio. A parede testeira da capela-mor apresenta-se pintada a fresco com uma composição organizada em 3; Na zona central representa-se a árvore de Jessé, com 6 personagens reais masculinas do lado direito e 5 do lado esquerdo, sendo retratadas até à cintura, sobre flores abertas, e em posição frontal, de lado, ligeiramente de costas, olhando para a Virgem ou para o espectador, e todas segurando uma filactera que as identifica por nome. No todo e ao centro, figura a Virgem com o menino na mão direita lateralmente existe um 1º nível uma composição geométrica e num 2º enrolamentos vegetalistas, tendo no lado direito uma cartela com a data de 1529 e 1 inscrição "AM.DRA...". O altar-mor tem o frontal pintado com composição centrada num brasão episcopal, envolto por coroa de louros segura por 2 seres fantásticos vegetalistas. No altar-mor aparecem na parede do fundo vestígios de uma pintura a fresco com a representação da árvore de Jessé.

Acessos

Mouçós, Desvio da EN 12, Lugar da Ponte

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 *1

Enquadramento

Rural, isolado numa pequena elevação de terreno no remate de um caminho definido por muros em granito. Esta elevação gera uma espécie de adro onde se implantam do lado N. alguns bancos em granito. Deste lado disfruta-se uma grande paisagem. Pressente-se no alinhamento do portal da entrada da Igreja, a existência de um outro caminho de acesso ao adro. Nas proximidades das traseiras do imóvel existem duas construções.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 15 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 16 - Construída pelo protonotário D. Pedro de Castro, para uma Colegiada, que não deixou; 1529 - data assinalada na cartela da pintura mural da capela-mor; séc. 18 - descrito como sendo de magnifica obra de cantaria à romana forrada de madeira, com artifícios e bons debuxos de laçaria da mesma madeira; tinha coro com tribuna de órgãos; 1981 - ameaça de ruína da estrutura do telhado da sacristia; 2004 - visita de técnicos da DGEMN/DREMNorte e elaboração da Carta de Risco do imóvel.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito aparente do lado exterior e interior; pavimento da nave e capela-mor em granito; tecto da nave e capela-mor em madeira encerada; cobertura em estrutura de madeira e revestida a telha de barro; caixilharias em madeira pintada.

Bibliografia

GONÇALVES, Catarina Valença, A Pintura Mural em Portugal: os casos da Igreja de Santiago de Belmonte e da Capela do Espírito Santo de Maçainhas, [dissertação de Mestrado na Faculdade de Letras de Lisboa], 2 vols. Lisboa, Março de 2001; MEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, lisboa, 1988; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, volume III, Lisboa, 1993; SOUSA, Fernando de, GONÇALVES, Silva, Memórias de Vila Real, vol. 2, Vila Real, 1987.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1969 - Reparação do telhado em mau estado; 1981 - Ameaça de ruína da estrutura do telhado da sacristia; 1988 - Obras urgentes por abatimento da cobertura; 1992 - Beneficiação da cobertura da nave e do tecto e obras de consolidação e impermeabilização; 1996 - picagem de juntas em degraus de escadas de granito entre a nave e a capela-mor; Picagem e remoção de argamassa de cimento e areia em pavimento de granito e respectivas juntas, fornecimento de pedra em falta e substituição da deteriorada; Fornecimento e assentamento de rufos em chapa de zinco no encosto da sacristia e capela-mor e no encosto da capela-mor com a nave; Picagem de argamassa de cimento do pavimento exterior, na zona da capela-mor; Beneficiação da escada e patamar de acesso ao portal axial, com a regularização de alvenarias e tratamento de juntas; Restauro de pinturas murais (árvore de Jessé e frontal do altar): fixação e consolidação geral e pontual; levantamento de argamassa e tintas; limpeza da camada cromática; colocação de massas de preenchimento de lacunas; reintegração cromática de lacunas; reintegração cromática pontual; isolamento de bordas; aplicação de camada protectora; levantamento gráfico da pintura; 2001 - conservação e restauro das pinturas sobre madeira.

Observações

*1 - DOF: Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, incluindo as 2 pedras tumulares datadas dos sécs. 16 e 17, que se encontram na sua nave. A chave encontra-se na casa mais a N. Sabe-se que esta igreja possuiu um tecto em madeira do tipo mudéjar que ruiu com o abatimento da cobertura. As pinturas da capela-mor são a fresco com a quase totalidade dos acabamentos finais a seco. Na árvore de Jessé abundam os ocres e terras queimadas e no frontal de altar os tons vermelho, cinzas e negros. Segundo as Memórias de Vila Real, a Igreja foi construída em 1530.

Autor e Data

Isabel Sereno 1994

Actualização

Paula Noé 1996
 
 
 
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