Forte do Cão / Fortim do Cão

IPA.00005685
Portugal, Viana do Castelo, Caminha, Âncora
 
Forte marítimo construído no séc. 17, em local estratégico, com pequenas dimensões. Apresenta planta estrelada, composta por face virada a terra com tenalha, formada por dois redentes, unidos por pequena cortina onde se rasga o portal, e face virada ao mar com dois outros redentes, mais pequenos, enquadrando uma bateria a barbete, em forma de meia lua. Tem paramentos em talude, em alvenaria de pedra e cunhais em cantaria, rematados em cordão e parapeito com merlões e canhoneiras, sobre nos ângulos flanqueados guaritas. Possui a mesma conceção geral e o tipo de planta empregue no Forte de Montedor (v. IPA.00005168) e o da Areosa (v. IPA.00004126), denotando assim a repetição do mesmo programa construtivo ao longo da costa, possivelmente com vista a uma maior rapidez de construção.
Número IPA Antigo: PT011602010010
 
Registo visualizado 851 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Planta estrelada composta por tenalha na face virada a terra, disposta a nascente, formada por dois redentes, unidos por pequena cortina, e por dois outros redentes, mais pequenos, enquadrando bateria a barbete, em forma de meia lua, na face virada ao mar. Apresenta paramentos em talude, em alvenaria de pedra e cunhais em cantaria aparelhada, já não tendo remate, ainda que em alguns ângulos flanqueados conserve o arranque das antigas guaritas. Na pequena cortina virada a terra, rasga-se portal em arco de volta perfeita, sobre os pés direitos, encimado por vão profundo cego. Entre o redente esquerdo e a bateria existem dois silhares salientes, possivelmente de sustentação de um balcão.

Acessos

Âncora, Lugar de Gelfa. WGS84 (graus decimais): lat.: 41,797679; long.: -8,873923

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967 / Decreto nº 95/78, DG, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978

Enquadramento

Marítima, isolado. Ergue-se sobre maciço rochoso ao S. da barra do rio Âncora e sobranceiro a uma pequena baía de fácil desembarque.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 17 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1683 - o Dr. Monteiro Monterroio em sessão de Câmara de Viana pediu para se fazerem redutos, plataformas nos desembocaduras no rego das fontes de Montedor e rio Âncora para depor peças de artilharia se fosse necessário e para ali haver vigias e guardas; 1690 - data apontada pelo Engº Bastos Moreira para a sua construção, sob ordem de D. Pedro II; 1716 - Junta dos três Estados decide desactivar o forte; 1758 - planta do forte do Cão com plataforma circular, tendo governador e sem guarnição; 1967, 10 março - retificação do diploma de classificação, no DG, 1.ª série, n.º 59, corrigindo a localização do imóvel para o concelho de Caminha; 1981, 05 Fevereiro - auto de cessão cedendo o forte à Junta de Turismo de Vila Praia de Âncora.

Dados Técnicos

Estrutura mista em cantaria com aparelho "mistum vittatum" e "vittatum".

Materiais

Granito

Bibliografia

BEÇA, Humberto, Os Castelos de Entre-Douro e Minho, Famalicão, 1923; PERES, Damião, A Gloriosa História dos Mais Belos Castelos de Portugal, Porto, 1969; BATISTA, J. Mureles, SILVA, Maria Isabel, Forte do Cão / Gelpa in Informação Arqueólogica, vol. 5, Lisboa, 1985, p. 132 - 133; MOREIRA, Rafael, Do Rigor Histórico à Urgência prática: a arquitectura militar in História da Arte em Portugal, vol. 8, Lisboa, 1986, p. 67 - 85; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987; FERNÁNDEZ de la Cigoña Nuñez, Estanislao, Teoría y Proyeto sobre las Fortificationes Militares al Norte del Duero, s.l., Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia, 1987; NEVES, Valença - Entre a História e o Sonho, Valença, 2003.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1972 - construção da porta de acesso e consolidação de troços em mau estado; 1977 - trabalhos de consolidação; 1985 / 1986 - trabalhos de beneficiação das muralhas.

Observações

Foi uma das fortalezas construídas durante o séc. 17 para reforço da costa portuguesa perante a ameaça espanhola, integrando-se na linha defensiva estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da costa atlântica. Um autor espanhol na análise feita às fortificações da costa a norte do Douro, entre Vila Praia de Âncora e Esposende (Fernández, 1987), constata que estas são iguais na forma, possivelmente resultam da elaboração do mesmo arquitecto ou projectista, e representam, para a época, um avanço no sistema de defesa e vigia. Este autor não exclui a hipótese de semelhante sistema se estender até ao Guadiana, como plano integrador de uma política nacional de defesa da costa atlântica. Em 1979 realizaram-se sondagens arqueológicas na jazida da Gelda (Forte do Cão), pois, em consequência do temporal de Fevereiro, afloraram várias canalizações, 1 lajedo bem ordenado composto de pedras pequenas de arestas vivas e irregulares e 1 fiada de pedras, talvez 1 pavimento ou leito de preparação de 1 pavimento; em 1982, durante as escavações arqueológicas, conseguiu-se detectar a sequência estatigráfica de toda a jazida. O espólio foi depositado no Museu Regional de Arqueologia de D. Diogo de Sousa, em Braga. Ainda que de pequenas dimensões, a sua planta estrelada com baluartes, faz deste imóvel 1 verdadeira fortaleza, tornando-se portanto, incorrecta a designação de forte ou fortim.

Autor e Data

Paula Noé 1992 / Filomena Bandeira 1996

Actualização

 
 
 
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