Paço Episcopal de Coimbra / Museu Nacional Machado de Castro

IPA.00005683
Portugal, Coimbra, Coimbra, União das freguesias de Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu)
 
Paço episcopal maneirista, transformado em museu e com obras recentes. Loggia do pátio de Terzi, elegante obra de proporções maneiristas. Destaca-se o criptopórtico, importante obra do período romano imperial tardio, sobre o qual assenta grande parte das edificações do Paço. Na fachada do Museu estão inseridos os portais da extinta Igreja de Santa Ana.
Número IPA Antigo: PT020603250013
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Paço eclesiástico  Paço episcopal  Tipo planta quadrangular com pátio central

Descrição

PAÇO - Planta composta; à volta de 1 pátio central quadrado desenvolvem-se as várias dependências. O lado E. da entrada é formado por estreitas salas encostadas à zona da antiga igreja de São João de Almedina, a S. surgem 2 séries paralelas de salas e a N. desenvolvem-se dependências à volta de 2 lados de 1 pequeno pátio*2. No pátio principal, a O. desenvolve-se 1 loggia de 2 andares com arcaria no andar térreo e no superior colunas que suportam directamente o entablamento. Ao centro 1 chafariz. O Paço assenta sobre 1 criptopórtico, plataforma artificial para assento do fórum, constituída por corredores abobadados em 2 séries sobrepostas. Portal de São Tomás (v. PT020603250018) situado na fachada N.; Portais da Extinta Igreja de Santa Ana (v. PT020603250019)- amplos de idêntica envergadura, organizados segundo 3 registos em altura: no 1º, o vão e seu enquadramento até ao entablamento, no 2º, o coroamento em pináculos piramidais e relevos com Santas, por fim, o nicho onde se inscreve imagem de vulto. Plintos elevados com decoração heráldica compreendendo brasão com paquife e cartela, servem de base a colunas com fuste esculpido, com folhagens a 1/3 e caneluras a 2/3, com capitel coríntio de acantos sobrepostos, ábaco escalonado, entablamento decorado com baixos-relevos. Cornija saliente serve de arranque ao coroamento de pináculos e ao nicho. No espaço entre a cornija e a mísula de suporte da estátua, um brasão com leão rampante, coroa e paquife. Dois frisos decorados em baixo e médio relevo acompanham os pináculos e dão a nota iconográfica. O nicho do 3º registo é enquadrado por 2 colunas de fuste canelado, que arrancam de plintos semi-circulares, com capitéis de ordem compósita que sustentam entablamento finamente esculpido, e um frontão de proporções correctas, onde se inscreve a Pomba e o Feixe de Raios, símbolo do Espírito Santo. CAPELA (PT020603250022) - planta longitudinal. INTERIOR: as paredes sustentam 1 abóbada de caixotões. Na parede do fundo 1 retábulo. Sobre pedestais com 2 baixos relevos dos Evangelistas, elevam-se 4 colunas com intercolúnios maiores preenchidos com a representação da Assunção da Virgem. Sobre as colunas 1 entablamento e no 2º registo 4 colunas sustentam entablamento rematado por frontão rectilíneo e nos intercolúnios surge a representação da Coroação da Virgem.

Acessos

Couraça dos Apóstolos (Largo Dr. José Rodrigues)

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 (Paço Episcopal e, classificados autonomamente, os Portais da extinta igreja e convento de Santa Ana)

Enquadramento

Urbano, na parte alta da cidade, junto à Sé Nova (v. PT020603250001), com ampla vista panorâmica sobre parte da cidade.

Descrição Complementar

Possui várias peças dispersas e presépios, provenientes de vários edifícios religiosos, nomeadamente de conventos extintos. Possui um retábulo de madeira representando uma "Natividade" e uma "Adoração dos Pastores", ladeado por uma "Anunciação" e uma "Visitação", datável do séc. 16 e de produção flamenga.

Utilização Inicial

Residencial: paço eclesiástico

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DGPC, Decreto-Lei n.º 114/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012

Época Construção

Séc. 12 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Filippo Terzi (atr., séc. 16); Gonçalo Byrne (2005); Nuno Marques (2005)

Cronologia

Séc. 12 - Origem do Paço e da igreja de São João de Almedina sob antigas estruturas romanas; Séc. 16 - grandes obras, tanto no bloco S. como no N.; Séc. 16 / 17 - novas obras, feitura da loggia, porta de entrada e reforma do bloco S.; 1672 / 1683 - construção do chafariz do pátio; 1684 / 1704 - reconstrução da igreja; Séc. 18 - obras na fachada N. do pátio; Séc. 19 - renovação do bloco N.; 1912 - adaptação a Museu; data provável da integração dos portais da extinta Igreja de Santa Ana, na fachada do Museu; 1968 - a abside esquerda da capela-mor da Igreja inacabada de São Domingos (Capela do Tesoureiro) (v. PT02060317009) é transportada e reconstituída no Museu Machado de Castro; 2003 - o museu foi encerrado na última semana de Dezembro para ser sujeito a obras de requalificação, intervenção financiada pelo POC, prevendo-se a reabilitação dos edifícios existentes e a construção de uma nova estrutura; 2004 - escavações nas traseiras do museu puseram a descoberto um fontanário e parte do eixo de Decumanus, importante via romana que ligava o antigo Fórum à baixa (Dez milhões para renovar Museu Machado de Castro, Jornal de Notícias Centro, pag. 26, 2004-09-22); 2005 - data do projecto de remodelação e ampliação do Museu, pelos arquitectos, Gonçalo Birne e Nuno Marques; 2006 - inicio da obras de remodelação e ampliação do Museu pela Empresa Edifer que ganhou o concurso lançado pela Direcção Regional dos Edifícios e Monumentos do Centro; as obras a desenvolver serão a construção de 2 novos volumes em terrenos anexos, reabilitação do interior do actual edifício, readaptação de espaços, restauro do criptopórtico, da estrutura, da lóggia, das paredes e abóbadas da Capela do Tesoureiro, do pátio, da fonte, da Cloaca e dos tectos de madeira; 1991, 09 agosto - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, Decreto-Lei n.º 278/91, DR, 1.ª série-A; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63; 2012 - abertura do museu, após obras de requalificação; 2016 - início das obras de adaptação da igreja a auditório.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada, cantarias, madeira pintada, ferro.

Bibliografia

CORREIA, Vergílio, Inventário Artístico de Portugal, vol.III, Lisboa, 1953; DIAS, Pedro, Coimbra, Arte e História, Porto, 1983; Idem, Arquitectura Mudéjar Portuguesa: Tentativa de sistematização, Mare Liberum, nº 8, Dezembro de 1994; Edifer Requalifica Machado de Castro, Construir, p. 23, 2006-08-11; FIGUEIREDO, A. Borges de, Coimbra Antiga e Moderna, Lisboa, 1896; GONÇALVES, Enumeração das obras preparativas para a instalação do Museu Machado de Castro, Coimbra, 1929; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa], Lisboa, 1998; SOUSA, Frei Luís de, História de S. Domingos, I Parte, Lisboa, 1767; TEIXEIRA, A. J., Breves Notícia dos Colégios, Conventos e Mosteiros, in Instituições Christãs, vol.III, 1980; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70317 [consultado em 12 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMC

Intervenção Realizada

DGEMN 1933 - Início das obras de desaterro das galerias; 1934 / 1946 - Reconstrução da Igreja e do claustro anexo e do andar inferior da ala N. do pátio; 1948 - Restauro do pátio e das alas; 1950 - Reconstrução da cobertura da ala Nascente; 1952 / 1954 - Restauro das salas da ala Nascente; 1957 - Instalação eléctrica, rebaixamento do telhado da igreja; 1957 / 1958 - conclusão das obras de restauro do edifício, dentro dos planos de arranjos de urbanização definitiva da cidade universitária de Coimbra; 1955 / 1964 - Recuperação das galerias; 1967 - Valorização do 2º pátio; 1968 - Integração da capela do tesoureiro, instalação eléctrica e reparação das alas do 2º pátio; 1980 - Beneficiação do pátio de entrada; 1981 - obras de beneficiação; 1982 / 1983 / 1984 - Reconstrução das coberturas; 1985 - obras diversas em salas da ala da Escultura Renascença e da secção de Paramentos e Tecidos; 1986 - instalação de oficina de restauro e obras de construção civil e electricidade; 1987 - obras de remodelação das coberturas, electrificação da ala Sul, beneficiação das instalações de iluminação, tomadas e telefones*3; 2006 / 2007 - obras de remodelação e ampliação; 2009 - tratamento de rebocos e pinturas exteriores.

Observações

*1 - O Paço e os portais foram classificados autonomamente. Nas escavações de 1955 foram encontradas 4 cabeças de mármore que pertenciam provavelmente ao Fórum que assentava sobre o criptopórtico. Ainda se conserva uma porta de duplo vão da desaparecida cerca do paço, que estaria em construção em 1128. Tem um duplo arco-ultrapassado e um espaço entre as duas faces, para permitir o funcionamento dos batentes. Por um desenho antigo, haveria mais portas idênticas. A porta da traição ou da Genicoca, do antigo Castelo de Coimbra, destruída no séc. 19, também seria idêntica. *2 - Em 2006 / 2007 estas salas e dependências foram demolidas para reconstruir novas instalações;*3 - depois das obras de 1987, da responsabilidade da Direcção Regional dos Edifícios e Monumentos do Centro, as intervenções estiveram sob a responsabilidade do IPPAR e IPM até sensivelmente ao ano de 2004. Actualmente as obras que estão a decorrer a partir de 2005, são novamente da responsabilidade da DREMC.

Autor e Data

Horácio Bonifácio 1991

Actualização

Margarida Silva 2007
 
 
 
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