Casa do Arco / Casa dos Magalhães Mexia

IPA.00005615
Portugal, Coimbra, Lousã, União das freguesias de Lousã e Vilarinho
 
Casa nobre barroca. Construção típica de província ainda presa à tradição da simplicidade da arquitectura portuguesa seiscentista, destaca-se a porta barroca provávelmente posterior à primitiva construção *1. O interior desta casa central, completamente arruinado, apresenta sobre o tecto e paredes das salas pintura sobre estuque, provávelmente a têmpera: temas heráldicos, com o brasão dos Magalhães Mexia, religiosos, numa sala decorada com Santos, podendo ainda distinguir-se São Paulo; decorativo, com a marcação nas paredes à ponta seca em quadrícula, depois pintada alternadamente imitando silhar de azulejo.
Número IPA Antigo: PT020607050008
 
Registo visualizado 591 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Planta composta, em U nos edifícios centrais e rectangular no edifício que alberga o arco. Massas simples com volumes não articulados, dispondo-se horizontalmente ao eixo viário, o edifício central, e paralelamente os edifícios laterais. Coberturas homogéneas em telhado de quatro águas. Na fachada principal, a 0. composta por um único pano no qual se marcam dois registos pela implantação da fenestraçao. A área mais importante deste edifício é demarcada ao centro por 2 pilastras que partem do embasamento até à cornija, servindo de suporte a um frontão curvo com pedra de arco saliente e coroamento de fogaréus. Nesta zona central rasga-se o portal em pedra de Alveite vermelha, com verga, friso e arquitrave curvos, acima do qual se inscreve um supedâneo com base e aletas com o brasão. Porta de madeira de castanho de duplo batente almofadado. O brasão executado noutra pedra apresenta partição, com elmo e paquife ao qual se juntam motivos decorativos com volutas e concheados. Para cada lado deste núcleo central 3 janelas com moldura simples, marcam o segundo registo da construção. Abaixo rasgam-se 2 frestas rectangulares horizontais e uma porta sem molduração. Este corpo central, que se afigura ser o mais antigo, encerra-se com a abertura de um portão que daria acesso às traseiras da casa. Por detrás desta fachada harmónica, escondem-se dois corpos com planta simples quadrangular, apresentando apenas iluminação ao nível do segundo registo, que franqueiam o que seria um espaço quadrangular interior, onde se inscreviam as escadas de acesso ao segundo registo da casa. O edifíco com o arco passa por cima da rua é de planta simples, coberto com telhado de duas águas e talvez mais tardio. Dois registos bem marcados em altura, no pano da fachada, orientada a 0. apresenta apenas 2 portas e janela moldurada. O arco abatido, que se desenvolve no sentido S. adossa-se à fachada desta casa apoinado-se em mísula corrida e não apresenta qualquer abertura, sendo coberto com telhado de duas águas.

Acessos

EN 342, EM 1 238, lugar de Fiscal nº50

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto nº 129/77, DR, 1ª série, n.º 226 de 29 de setembro 1977

Enquadramento

Urbano a meio da encosta onde se insere a povoação, abrindo-se o portal para a rua principal da vila. Casa dissonante em relação ao envolvimento, adossada a construções sem valor.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa / Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1704 - datação presente numa janela do corpo central, mandada executar por Jerónimo de Magalhães Mexia e Freitas, casado com Dona Maria Caetano Pimentel de Proença; 1715, 22 de Junho - o edifíco passa para o filho mais velho, José Miguel de Macedo de Magalhães Mexia e Freitas Bulhões Pimentel, cavaleiro fidalgo; 1738 - Nasce um dos filhos da família, talvez quem mandou construir o Portal (GONÇALVES, Nogueira, 1950 / 30).

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Arenito vermelho, alvenaria, cantaria, madeira, vidro

Bibliografia

SAMPAIO, A. P. Forjaz de, Memórias do Bussaco, seguidas de uma viagem à Serra da Louza, Porto, 1864; SAMPAIO, A. P. Forjaz de, Uma Viagem à Serra da Louza, Lousa, 1938; ARANHA, P. W. de Brito, Memórias Histórico Estatísticas de algumas Villas e Povoações de Portugal, 1871; MEXIA, Fernando C. P. de C.de Magaihaes, Vila da Louzã, Lousa, 1938; MASCARENHAS, Carlos de S. B. P., José Arnaud Almeida, Serra da Louza e a sua descendência, Coimbra, 1927; GONÇALVES, A. Nogueira, Casas Nobres do Séc. XVIII, Lousã, 1950; LEMOS, Alvaro Viana, A Lousã e o seu Concelho, Lousã, 1950; GONÇALVES, Nogueira, A., CORREIA, Vírgílio, Inventário Artístico de Portugal, Lisboa, 1953; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70912 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - As casas antigas do Concelho da Lousâ quase todas de Séc. XVIII constituem um núcleo de evolução regional de modelos ruraiscom muito interesse. *2 - Em 1991 estava em degradação progressiva, em 1996 uma ruína.

Autor e Data

João Cravo 1994 / Maria Bonina / Fernando Grilo 1996

Actualização

 
 
 
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