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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta retangular com pátio central
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Descrição
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Planta rectangular, de volumetria escalonada com cobertura em telhados a 2 águas articulados nos ângulos. Ambas as fachadas apresentam externamente 3 pisos, tendo o 2º e o 3º janelas de sacada e este último moldura mais cuidada. O cunhal é marcado por pilastras. O acesso é efectuado por uma porta, localizada no 1º piso de um corpo estreito que fica situado no extremo O. do alçado principal. Num primitivo arco, hoje preenchido, abre-se uma janela de sacada, encimada pela pedra de armas dos Almadas (*2).Transposta a porta, passando por um túnel abobadado, atinge-se o pátio interior, de planta rectangular, desenvolvido em 3 andares. É o 1º piso o mais interessante, devido à existência de vestígios da primitiva edificação renascentista. Os lados maiores do rectângulo desenvolvem-se em 4 tramos de arcos abatidos apoiados em colunas, tal como no alçado oposto à entrada (3 tramos). Os capitéis da colunas apresentam uma delicada decoração renascimental, com motivos vegetalistas e antropomórficos. No topo nascente do pátio surge a escadaria monumental que por 3 lanços conduz aos andares superiores do palácio. |
Acessos
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Largo do Conde Barão, n.º 50 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 27-12-1919, DG, 2.ª série, n.º 158 de 08 julho 1920 / ZEP, Portaria n.º 398/2010, DR, 2.º série, n.º 112 de 11 junho 2010 *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, flanqueado. O palácio organiza-se em torno de um pátio e apresenta duas frentes de rua, respectivamente para o Largo do Conde Barão (antiga Rua da Boavista) e para a Rua das Gaivotas. |
Descrição Complementar
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As salas desses pisos, bastante descaracterizadas, apresentam apenas vestígios das pinturas decorativas e dos estuques e alguns painéis de azulejos azuis e brancos da 2ª metade do séc. 18. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: casa / Desportiva: associação desportiva / Comercial: loja |
Propriedade
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Privada |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 16, 1.ª metade - Rui Fernandes de Almada faz edificar para residência da sua família um palácio na Boavista *3; séc. 18, início - na sequência do casamento (1692) da filha do proprietário - então Cristóvãdamo de Almada - com o herdeiro da casa de Alvito, é construído um corpo de ligação entre o palácio dos Almadas e a vizinha residência dos condes-barões de Alvito; na mesma época fechou-se e duplicou-se o piso alto do pátio com janelas de sacada e alargou-se a área posterior pela junção de uma imponente sala de jantar virada para os jardins; 1755 - o palácio dos Almadas conheceu poucos danos com o terramoto mas certamente pequenas obras de reparação foram realizadas; séc. 18, 2.ª metade do século - os proprietários procedem à decoração com estuques de vários tectos, à aplicação de silhares de azulejos em vários compartimentos e ainda à construção da escadaria monumental que hoje se pode observar; 1854 - após o falecimento do último representante da família dos Almadas provedores da Casa da Índia, o conde de Carvalhais, o palácio passa a albergar o Colégio Europeu, que Fialho de Almeida frequenta e descreve; séc. 20 - o palácio assiste a uma fragmentação dos seus espaços e à sua ocupação por diferentes entidades, nomeadamente oficinas de tipografia (caso das de David Corazzi e de Bordalo Pinheiro); os jardins são transformados em garagem e estação de serviço; 1923 - instalação de uma nova tipografia no antigo palácio dos Almadas, a Ottosgráfica Lda., e a esta se vêm juntar a tipografia Holandesa e o Atlético Clube da Casa Pia. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro forjado, madeira, estuque pintado. |
Bibliografia
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LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. I, Lisboa, 1873-1890; MESQUITA, Alfredo, Lisboa Ilustrada, Lisboa, 1903; ALMEIDA, Fialho de, Estâncias de Arte e de Saudade, Lisboa, 1921; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. 3, Lisboa, 1939; MACEDO, Luis Pastor de, Lisboa de Lés-a-lés, Vol. I, 2ª ed., Lisboa, 1955; ALMEIDA, D. Fernando de, (dir. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo II, Lisboa, 1975; HAUPT, Albrecht, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, 2ª ed., Lisboa, 1986; BARATA, Maria do Rosário Themudo, Quem Foi Rui Fernandes de Almada, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990 ; MATOS, José Sarmento de, Um Homem, Uma Casa, Uma Família, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990; MOREIRA, Rafael, Requiem por um Monumento, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990 ; NOGUEIRA, Paulo, Um Palácio na Lisboa dos Descobrimentos, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990; BRAGA, Isabel, Vagabundos em Salão Barroco, in Público, 01.07.1991. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1- Palácio que pertenceu aos Almadas, Provedores da Casa da Índia, ou Palácio Almada-Carvalhais. Zona Especial de Proteção Conjunta do Bairro Alto e imóveis classificados na área envolvente. *2 - a leitura heráldica é a seguinte: de ouro com banda de azul, carregada de duas cruzes florenciadas e vazias de ouro, acompanhada de duas aguietas estendidas de vermelho, armadas e sancadas de negro; timbre: uma aguieta do escudo. *3 - da primitiva edificação, de características renascentistas, subsiste apenas o pátio - em torno do qual se organizava planimetricamente - com as suas colunas e capitéis decorados; nesta época, adquire o proprietário um conjunto significativo de obras de arte destinadas a rechear a sua residência; uma dessas obras é o São Jerónimo de Albrecht Durer, certamente encomendado por Rui Fernandes de Almada na Flandres |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 |
Actualização
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