Palácio Almada - Carvalhais

IPA.00005613
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 
Arquitectura residencial, renascentista e barroca.
Número IPA Antigo: PT031106491029
 
Registo visualizado 1274 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta retangular com pátio central

Descrição

Planta rectangular, de volumetria escalonada com cobertura em telhados a 2 águas articulados nos ângulos. Ambas as fachadas apresentam externamente 3 pisos, tendo o 2º e o 3º janelas de sacada e este último moldura mais cuidada. O cunhal é marcado por pilastras. O acesso é efectuado por uma porta, localizada no 1º piso de um corpo estreito que fica situado no extremo O. do alçado principal. Num primitivo arco, hoje preenchido, abre-se uma janela de sacada, encimada pela pedra de armas dos Almadas (*2).Transposta a porta, passando por um túnel abobadado, atinge-se o pátio interior, de planta rectangular, desenvolvido em 3 andares. É o 1º piso o mais interessante, devido à existência de vestígios da primitiva edificação renascentista. Os lados maiores do rectângulo desenvolvem-se em 4 tramos de arcos abatidos apoiados em colunas, tal como no alçado oposto à entrada (3 tramos). Os capitéis da colunas apresentam uma delicada decoração renascimental, com motivos vegetalistas e antropomórficos. No topo nascente do pátio surge a escadaria monumental que por 3 lanços conduz aos andares superiores do palácio.

Acessos

Largo do Conde Barão, n.º 50

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 27-12-1919, DG, 2.ª série, n.º 158 de 08 julho 1920 / ZEP, Portaria n.º 398/2010, DR, 2.º série, n.º 112 de 11 junho 2010 *1

Enquadramento

Urbano, destacado, flanqueado. O palácio organiza-se em torno de um pátio e apresenta duas frentes de rua, respectivamente para o Largo do Conde Barão (antiga Rua da Boavista) e para a Rua das Gaivotas.

Descrição Complementar

As salas desses pisos, bastante descaracterizadas, apresentam apenas vestígios das pinturas decorativas e dos estuques e alguns painéis de azulejos azuis e brancos da 2ª metade do séc. 18.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa / Desportiva: associação desportiva / Comercial: loja

Propriedade

Privada

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 16, 1.ª metade - Rui Fernandes de Almada faz edificar para residência da sua família um palácio na Boavista *3; séc. 18, início - na sequência do casamento (1692) da filha do proprietário - então Cristóvãdamo de Almada - com o herdeiro da casa de Alvito, é construído um corpo de ligação entre o palácio dos Almadas e a vizinha residência dos condes-barões de Alvito; na mesma época fechou-se e duplicou-se o piso alto do pátio com janelas de sacada e alargou-se a área posterior pela junção de uma imponente sala de jantar virada para os jardins; 1755 - o palácio dos Almadas conheceu poucos danos com o terramoto mas certamente pequenas obras de reparação foram realizadas; séc. 18, 2.ª metade do século - os proprietários procedem à decoração com estuques de vários tectos, à aplicação de silhares de azulejos em vários compartimentos e ainda à construção da escadaria monumental que hoje se pode observar; 1854 - após o falecimento do último representante da família dos Almadas provedores da Casa da Índia, o conde de Carvalhais, o palácio passa a albergar o Colégio Europeu, que Fialho de Almeida frequenta e descreve; séc. 20 - o palácio assiste a uma fragmentação dos seus espaços e à sua ocupação por diferentes entidades, nomeadamente oficinas de tipografia (caso das de David Corazzi e de Bordalo Pinheiro); os jardins são transformados em garagem e estação de serviço; 1923 - instalação de uma nova tipografia no antigo palácio dos Almadas, a Ottosgráfica Lda., e a esta se vêm juntar a tipografia Holandesa e o Atlético Clube da Casa Pia.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro forjado, madeira, estuque pintado.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. I, Lisboa, 1873-1890; MESQUITA, Alfredo, Lisboa Ilustrada, Lisboa, 1903; ALMEIDA, Fialho de, Estâncias de Arte e de Saudade, Lisboa, 1921; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. 3, Lisboa, 1939; MACEDO, Luis Pastor de, Lisboa de Lés-a-lés, Vol. I, 2ª ed., Lisboa, 1955; ALMEIDA, D. Fernando de, (dir. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo II, Lisboa, 1975; HAUPT, Albrecht, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, 2ª ed., Lisboa, 1986; BARATA, Maria do Rosário Themudo, Quem Foi Rui Fernandes de Almada, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990 ; MATOS, José Sarmento de, Um Homem, Uma Casa, Uma Família, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990; MOREIRA, Rafael, Requiem por um Monumento, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990 ; NOGUEIRA, Paulo, Um Palácio na Lisboa dos Descobrimentos, in Oceanos, Ano II, Nº 3, Março de 1990; BRAGA, Isabel, Vagabundos em Salão Barroco, in Público, 01.07.1991.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1- Palácio que pertenceu aos Almadas, Provedores da Casa da Índia, ou Palácio Almada-Carvalhais. Zona Especial de Proteção Conjunta do Bairro Alto e imóveis classificados na área envolvente. *2 - a leitura heráldica é a seguinte: de ouro com banda de azul, carregada de duas cruzes florenciadas e vazias de ouro, acompanhada de duas aguietas estendidas de vermelho, armadas e sancadas de negro; timbre: uma aguieta do escudo. *3 - da primitiva edificação, de características renascentistas, subsiste apenas o pátio - em torno do qual se organizava planimetricamente - com as suas colunas e capitéis decorados; nesta época, adquire o proprietário um conjunto significativo de obras de arte destinadas a rechear a sua residência; uma dessas obras é o São Jerónimo de Albrecht Durer, certamente encomendado por Rui Fernandes de Almada na Flandres

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1993

Actualização

 
 
 
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