Capela do Senhor da Boa Morte / Santuário do Senhor Jesus da Boa Morte

IPA.00005596
Portugal, Lisboa, Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira
 
Arquitetura religiosa, manuelina e barroca. Santuário formado por igreja de planta retangular irregular composta por nave, antecedida por amplo nártex, capela-mor semicircular e vários anexos adossados. A capela-mor constitui o corpo mais antigo do conjunto, profunda e de perfil semicircular, cuja estrutura remete para a construção da primitiva igreja paroquial no local, intramuros do castelo, no final do séc. 12, e que as escavações arqueológicas levadas a cabo no local vieram confirmar. Os sucessivos terramotos que assolaram a região de Lisboa no séc. 14, especialmente o de 1531 provoca sérias ruínas na igreja e a existência de um novo templo no sopé do monte, originam a construção, no local, de uma pequena capela, sobre a cabeceira da antiga igreja, patrocinada pelo Senhor de Povos e Conde da Castanheira, com palácio anexo, e cujo portal axial manuelino se mantém no estreito arco triunfal, em cantaria policroma, formado por feixes de colunelos e arco apontado. A cabeceira possui cobertura em cúpula cega sobre trompas, de que restam os exemplares junto à parede do arco, estando a estrutura escorada por mísulas construídas mais recentemente e por contrafortes exteriores, provavelmente datados da reforma do séc. 17. Deste período data a nave, cujo corpo nasce do grande afluxo de população ao local, em busca da milagrosa imagem do Senhor da Boa Morte, com cobertura recente em masseira, e púlpito sobre coluna toscana, bem como o corpo anexo, de dois pisos. A intempérie de 1750 e o terramoto de 1755 terão provocado danos graves no templo, obrigando à reconstrução da nave, sendo rasgadas amplas janelas na fachada lateral direita para iluminação do interior, à qual foi adossado um nártex, de fachada exterior cega e tripartida, rematada em frontão triangular, sobre o qual surge um amplo coro-alto. Dá origem a que, do interior, seja visível a fachada principal primitiva, rematada em empena e com os vãos rasgados em três eixos compostos por portal axial e janelão, e por dois amplos postigos. Nesta data, foi, ainda, executada sobre a fachada principal, uma sineira com remate em cornija de inspiração borromínica, apontado para uma construção deste período. No interior, foram colocados três retábulos, o mor e dois colaterais, destacando-se estes dois pela qualidade dos marmoreados e pela dos painéis pintados que integram no eixo central. Na envolvência são visíveis vestígios das primitivas muralhas do castelo de origem islâmica, o cemitério medieval com sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, e as ruínas do Palácio dos Condes da Castanheira, totalmente arruinado em 1755.
Número IPA Antigo: PT031114090021
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Complexo composto pelo templo e respetivos anexos, amplo terreiro e uma casa de apoio, a norte. IGREJA de planta retangular irregular composta pelo corpo do templo com nave, antecedida por nártex, capela-mor semicircular com sacristia adossada, e por anexos adossados à fachada lateral esquerda; apresenta volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciados em telhados de uma (anexos) e duas águas (nave), sendo em domo gomado, rebocado e pintado de branco, na capela-mor. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por faixa pintada de cinza, com os elementos arquitetónicos pintados por faixas cinzas, rematadas em cornijas no corpo da capela-mor. Fachada virada a ocidente cega, rematada em frontão triangular com cruz latina em cantaria no vértice. Encontra-se tripartida por três faixas pintadas, assentes em socos salientes. Fachada norte marcada pelos corpos anexos, o maior de dois pisos, rasgado irregularmente por janelas de peitoril retilíneas com molduras de cantaria, três no inferior e quatro no superior, surgindo, na face nascente, um pequeno janelo; no lado esquerdo, um corpo alpendrado, com acesso por escadas na face posterior, com a estrutura assente em pilares de betão, com guardas metálicas e tendo, na base, porta de verga reta; junto a este é visível o corpo da sacristia, com janela jacente rasgada na face nascente. Fachada sul com dois registos de vãos retilíneos emoldurados a cantaria no corpo do nártex, formando uma janela de peitoril e porta no primeiro registo e duas janelas no segundo; o corpo da nave possui porta de verga reta, centrada por duas janelas com o mesmo perfil; no lado direito, o corpo da capela-mor, com janela retilínea, encimada por sineira em arco de volta perfeita e remate em cornija contracurva de inspiração borromínica, tendo aletas volutadas na base. O corpo da capela-mor é marcado por três contrafortes escalonados, rematados por pináculos fusiformes, assentes em altos plintos sobrepujados por merlões decorativos. INTERIOR com amplo nártex, tendo as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão, com cobertura de madeira e duas portas confrontantes, de acesso ao interior no lado direito e de acesso aos anexos no lado oposto. Neste espaço perceciona-se a estrutura da antiga fachada principal, rematada em empena e rasgada por portal, flanqueado por dois amplos postigos. Sobre o nártex, surge amplo coro-alto com vão poligonal, tendo guarda de balaústres pintados de castanho, o acesso é feito por porta de verga reta no lado do Evangelho. Nave com paredes rebocadas e pintadas de branco, com teto de madeira em masseira, rebocado e pintado de branco, com friso castanho, reforçado por tirantes de madeira; pavimento em ladrilho. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular assente em coluna toscana, com bacia em cantaria e guarda balaustrada de madeira, tendo acesso por porta de verga reta, a partir do corpo anexo. Arco triunfal apontado em cantaria policromada, composto por feixe de colunelos, tendo capitéis ornados de folhagem e bases côncavas e convexas, percorridas por toros. Está encimado por escudo assimétrico, de Portugal e com coroa encimada por cruz. É flanqueado por duas capelas retabulares colaterais, dedicadas a Nossa Senhora do Rosário (Evangelho) e São José (Epístola). Capela-mor com as paredes revestidas a azulejo de padrão policromo, com cobertura em cúpula cega, pintada de azul, assente em trompas, com nervuras em argamassa e tijolo, que descarregam em mísulas. Na parede testeira, retábulo de talha pintada de marmoreados fingidos, de planta reta e três eixos, definidos por duas colunas coríntias e duas pilastras da mesma ordem arquitetónica. Ao centro, tribuna de volta perfeita, contendo trono expositivo de cinco degraus, com a imagem do Crucificado. Os eixos laterais formam apainelados pintados, tendo na base, portas de verga reta de acesso à tribuna. Altar em forma de urna com frontal decorado por atributos da Paixão, encimado por nicho jacente expositivo, sob o qual surge um minúsculo sacrário embutido com a porta ornada por ostensório, flanqueado por almofadados. Ao centro, mesa de altar de madeira.

Acessos

No Lugar de Povos do Ribatejo, com acesso pela Estrada do Senhor da Boa Morte

Protecção

Categoria: SIP - Sítio de Interesse Público, Portaria n.º 420/2011, DR, 2.ª Série, n.º 54, de 17 março 2011 / ZEP, Portaria n.º 1622/2006, DR, 2.ª Série, n.º 191 de 3 outubro 2006 *1

Enquadramento

Periurbano, isolado, no topo de um monte, o Monte do Senhor da Boa Morte, situado a sudoeste do núcleo urbano de Povos do Ribatejo, tendo no horizonte o rio Tejo e as lezírias. A capela encontra-se envolvida pelas ruínas da casa do conde da Castanheira, por um troço de muralhas do antigo Castelo de Povos e por um cemitério, composto por várias sepulturas antropomórficas, escavadas na rocha, surgindo, ainda, uma casa particular e vestígios de uma construção residencial, atribuível ao período islâmico. A casa senhorial surge referenciada pela primeira vez, numa carta de D. João III, datada de 24 de fevereiro de 1537 e pertencia a D. António de Ataíde (1500-1563), primeiro conde da Castanheira, tendo sido destruída pelo terramoto de 1755, estando, a partir desta data, abandonada.

Descrição Complementar

Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha pintada de marmoreados fingidos rosa e azul e dourado, de planta reta e um eixo definido por dois estípites encimadas por folhagem, e com orelhas de perfil curvo. Ao centro, painel pintado com moldura curvas, encimado por cornija contracurva e pequeno espaldar vazado, surgindo, no do Evangelho, a referência aos Sagrado e Imaculado Coração, envolvidos por glória de anjos, e, no lado oposto, Santa Bárbara. Altares em forma de urna ornados por cartelas.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: santuário

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

PINTOR: Jorge de Lemos (1893).

Cronologia

Séc. 04, cerca - primeira ocupação do Monte do Senhor da Boa Morte durante o final do período romano; séc. 10 - o monte torna-se o núcleo central da vila de Povos, com a construção do castelo, cujas sondagens arqueológicos revelam ser uma obra omíada (CATARINO, 2000, p. 45); 1147 - a conquista das cidades de Lisboa e de Santarém, determinam a passagem de Povos para a esfera cristã; 1195 - D. Sancho I concede foral aos "moradores do castellum de Povos"; o monte é objeto de uma campanha de povoamento, de que subsiste o cemitério escavado na rocha, com várias sepulturas antropomórficas; séc. 12, final - é edificada a igreja matriz de Povos, possivelmente fundada pelos Templários *2, no local onde supostamente existia um antigo morábito *3; 1218 - D. Afonso II confirma, em Santarém, o foral da vila de Povos; séc. 14 - a igreja pertence ao padroado real; séc. 16 - com a crescente importância do local e afluxo de gente, é transferida a função de igreja paroquial da vila para o aglomerado no sopé do monte e altera-se o nome da freguesia para Nossa Senhora da Assunção; 1510 - D. Manuel I contempla as vilas de Castanheira e Povos com um foral novo; 1531 - a igreja é destruída por um terramoto, tendo D. António de Ataíde, entretanto agraciado com o título de conde da Castanheira e senhor de Povos (1522), mandado edificar a capela sob a invocação do Senhor da Boa Morte no local onde antes se elevava a Matriz de Povos; 1537, 24 fevereiro - primeira referência à casa senhorial, pertencente a D. António de Ataíde;1554 - 1578 - no reinado de D. Sebastião é criada a Confraria do Senhor Jesus da Boa Morte; 1569 - falecimento de Maria Pinta, sepultada no local; séc. 17, meados - com o falecimento de D. Ana de Lima e Ataíde sem descendência, o título de conde da Castanheira reverte para a Coroa, passando a integrar a Casa do Infantado; 17, final - 18, início - construção do corpo da nave, com a suplantação do culto do Senhor Morto relativamente ao de Nossa Senhora da Assunção de Povos; colocação do revestimento azulejar na capela-mor; feitura do púlpito; 1707 - Frei Agostinho de Santa Maria refere que nesta época a igreja é dedicada a Nossa Senhora, com o título de Povos; 1741 - são referenciados dois milagres obrados pela imagem do Senhor morto; 1747 - o templo é consertado e a imagem de Jesus Cristo Morto passa a apelidar-se de Senhor Jesus da Boa Morte; 1750, 07 janeiro - uma tempestade provoca sérios danos no templo, com a destruição do retábulo; 1755, 01 novembro - o terramoto destrói o Palácio dos Senhores da Castanheira e provoca ruína no templo *4; 1758, 23 abril - nas Memórias Paroquiais assinadas pelo pároco António de Sousa Correia, é referida que a ruína do templo é grande, só subsistindo a capela-mor, de abóbada e com tribuna onde se acha a imagem de Nossa Senhora com 1,60 palmos de altura; tem um capelão com missa às sextas e sábados, em correspondência à instituição de capela pelo capitão-mor de Alenquer, Bartolomeu Lobo; sob o altar, por baixo da tribuna, um túmulo de talha dourada com a imagem do Senhor morto; séc. 18, final - grande campanha de obras, sendo novamente reconstruído o corpo da igreja e construção do nártex e coro-alto; feitura das estruturas retabulares; a designação é alterada para Capela do Senhor Jesus da Boa Morte devido à crescente devoção pela imagem, como o demonstram os inúmeros ex-votos existentes na sacristia *5; 1792 - 1874 - segundo João José Miguel Ferreira da Silva Amaral, delegado e sub-delegado de Vila Franca de Xira, o santuário possuía um rico património e foros em Vila Franca dentro da povoação (CÂNCIO, 1939, vol. III, p. 337); 1826 - menciona-se o orago da Senhora da Assunção; 1840 - Francisco Ferraz de Macedo confirma a origem templária da capela; 1851 - segundo a memória escrita por João José Miguel Ferreira da Silva Amaral é indicada a existência de lápides sepulcrais com a espada e a cruz da Ordem do Templo e dos Cavaleiros da Ordem de Cristo *6; 1876 - funda-se a Casa da Administração da Igreja do Senhor Jesus da Boa Morte que, entre outras atribuições, se encarrega da organização de uma festa anual; 1891 - realiza-se a última festa realizada pela Casa da Administração da Igreja do Senhor Jesus da Boa Morte; 1892 - é criada a Irmandade do Senhor Jesus da Boa Morte, que vem substituir a antiga Confraria; no inventário dos bens, então feito, constam alfaias, paramentos e imagens; obras de beneficiação realizadas no alto do monte, respeitantes ao alargamento do terreiro fronteiro à igreja, com a descoberta de diversas ossadas; recomeça-se a romaria ao Senhor da Boa Morte; 1911 - termina a Irmandade do Senhor da Boa Morte; 1912 - os bens da Irmandade são incorporados no Hospital da Misericórdia e é nomeada uma Comissão Administrativa do Senhor Jesus da Boa Morte; 1940 - a Comissão da Comemoração do Centenário da Nacionalidade ergue um cruzeiro comemorativo atestando importantes batalhas travadas no local; séc. 20, década 60 - as potencialidades turísticas do Senhor da Boa Morte surgem constantemente referidas na imprensa local; 1961 - José Van-Zeller Pereira Palha, defensor do valor turístico do alto do Senhor da Boa Morte, publica no jornal "Vida Ribatejana" um artigo que gera polémica sobre a conservação das ruínas do solar dos condes da Castanheira em detrimento da capela; em oposição, Thomás Franco refere que todo o conjunto (solar, sepulturas e capela) tem inegável valor artístico e que não pode ser dissociado; 1968 - a CMVFX desencadeia um processo de tentativa de proteção legal, dirigido à Junta Distrital de Lisboa e à DGEMN, sobre a possibilidade de classificação do local; durante o processo o diretor da Secção de Arqueologia da Sociedade de Língua Portuguesa, Correia de Campos, alerta a Câmara para a necessidade de salvaguarda da capela-mor do templo, devido às possíveis origens muçulmanas; 1968 - a autarquia de Vila Franca de Xira insiste com a DGEMN na tentativa de uma resposta à necessidade de reabilitar o conjunto edificado; 1969 - a DGEMN refere estar ao dispor da CMVFX para acompanhar e orientar tecnicamente os trabalhos de reposição da capela no seu primitivo estado, caso a entidade o viesse a solicitar; 1971 - o capitão José Augusto Correia de Campos oferece à DGEMN o cata-vento, em forma de crescente, que pertencera à capela e que se pretende vá substituir a armação com os pontos cardiais que na altura rematava a cúpula; 08 janeiro - a pedido do Dr. José Saraiva (representante do governo junto do Banco de Angola), que manifesta especial interesse na aparição do crescente num programa de televisão, o capitão José Augusto Correia de Campos pede à DGEMN que lhe seja cedido o crescente pelo tempo necessário; 1971 - 1973 - o diretor da DGEMN indica que o imóvel reúne condições para ser proposta a sua classificação como Imóvel de Interesse Público; 1972 - o Capitão José Augusto Correia de Campos pede autorização e meios técnicos para, em colaboração com a Câmara, proceder a sondagens arqueológicas na capela, permissão que é concedida pelo MOP; 1980 - primeira referência à saída do andor do Senhor Jesus da Boa Morte em procissão; 1985 - é realizado o primeiro registo de informação relativo ao local no âmbito do "Inventário do Património Arqueológico e Construído no Concelho de Vila Franca de Xira", sob a responsabilidade do arqueólogo Rui Parreira; são colocados os silhares de azulejo no nártex; 1988 - introduzem-se alterações ao programa da romaria, com a vigília da imagem do Senhor Morto na capela de Povos na noite anterior ao dia da romaria, a procissão da capela de Povos para a Ermida do Senhor da Boa Morte e o prolongamento dos horários do arraial; 1991 - 1996 - sondagens arqueológicas confirmam a existência de uma fortificação islâmica com a descoberta de alguns troços de muralhas de taipa terrosa associados a estruturas habitacionais e defensivas e a um conjunto de espólio cerâmico representativo de um período que vai da época Omíada até à Reconquista; descoberta de 17 sepulturas antropomórficas escavadas na rocha; 1993 - a Câmara apresenta ao IPPAR uma proposta de classificação do local; 1995 - o Museu Municipal de Vila Franca de Xira organiza um "Encontro Sobre Arqueologia e História de Povos e Senhor da Boa Morte" onde se faz o ponto da situação dos estudos realizados até ao momento; 1996, 20 agosto - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 1997, 02 julho - porposta da DRLisboa de classificação como Imóvel de Interesse Público; 1999 - 2000 - por solicitação da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira, com a colaboração da Câmara e com o financiamento do IPPAR, efetuam-se duas intervenções arqueológicas na nave da igreja, dirigidas por Cristina Calais e Pilar Reis, sendo confirmadas as suspeitas da edificação da igreja paroquial de Santa Maria de Povos, no séc. 12, no interior da fortificação; descoberta de um poço de fundição do sino e respetivo molde; surgem vários vestígios de cerâmica islâmica e silos muçulmanos; 2003, 26 abrill - proposta da DRLisboa de fixação da Zona Especial de Proteção; 29 maio - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pelo Ministro da Cultura; 2007, 12 fevereiro - parecer favorável à classificação pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2009, 21 dezembro - Despacho de homologação da classificação pela Ministra da Cultura.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada; modinaturas, arco triunfal, pia de água benta, base e coluna do púlpito, cruz em cantaria de calcário; cornijas interiores em estuque; janelas com grades de ferro forjado; portas, guardas do coro-alto e púlpito, teto da nave e do nártex e mesa de altar em madeira; silhares de azulejo industrial; revestimento da capela-mor com azulejo tradicional; retábulos de talha policroma; janelas com vidro simples; pavimento da nave em tijoleira; coberturas em telha cerâmica.

Bibliografia

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Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 55-66; CORREIA, Vergílio - Monumentos e Esculturas. 2.ª ed., Lisboa: Livraria Ferin, 1924; COSTA, Américo - Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular. Porto: Edição da Livraria Civilização, 1947, vol. IX; COSTA, José - Roteiro Bibliográfico de Vila Franca de Xira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1998; Foral de Povos - 1195 in Separata de Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1985, n.º 1; GUERRA, Amílcar Manuel Ribeiro, BLOT, Maria Luísa, QUARESMA, José Carlos - «Para o enquadramento do sítio de Povos. Um estabelecimento romano do curso inferior do Tejo». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 31-42; HENRIQUES, Guilherme - Subsídios Para a História do Concelho de Vila Franca de Xira. 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Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMVFX: Museu Municipal de Vila Franca de Xira

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMVFX: Museu Municipal de Vila Franca de Xira

Documentação Administrativa

IHRU: PT DGEMN:DSID-001/011-004-1675/17; IGESPAR: IPPAR: Processo n.º 93/3(35); DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, vol. 30, n.º 249, fls. 1885-1896; CMVFX: Museu Municipal de Vila Franca de Xira

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1893 - são restaurados por Jorge de Lemos os quadros se São Cristóvão e de Santa Bárbara; CMVFX / DGEMN: séc. 20, 1ª metade - obras de melhoramento na capela e zona envolvente; CMVFX: séc. 20, finais da década de 50, inícios da década de 60 - obras de melhoramento arquitetónico e paisagístico: regularizaçäo do pavimento do adro, plantação de árvores, ajardinamento, construção de cisterna, de coreto, de miradouro, de instalações sanitárias, colocação de bancos e mesas de apoio à romaria e instalação de pombal; durante as obras, são encontrados vários vestígios arqueológicos; IPPAR: 1999 / 2000 - obras de conservação na capela-mor; remodelação no pavimento e restauro de peças de arte.

Observações

*1 - DOF: Monte do Senhor da Boa Morte, incluindo Ermida do Senhor da Boa Morte, uma estrutura habitacional da época islâmica, sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, uma linha de muralhas e as ruínas de um solar que pertenceu aos condes da Castanheira. *2 - foi encontrado junto da igreja um marco de pedra com a cruz dos Templários numa face e na outra um "signo de Salomão" toscamente esculpidos e várias lápides sepulcrais que tinham no emblema uma cruz e a espada dos cavaleiros do Templo. *3 - segundo a tradição, este templo já existia antes da invasão dos mouros, em 716. *4 - a tempestade e o terramoto foram danosos para a vila, apenas resistindo a ermida de Nossa Senhora de Monte Carmo, ficando a Igreja Paroquial completamente arruinado, o que originou a transferência do culto para a Igreja da Misericórdia. *5 - atualmente, encontram-se no Museu Municipal de Vila Franca de Xira 6 ex-votos pintados sobre madeira, provenientes do local. *6 - o manuscrito encontra-se na Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Sara Andrade 2000

Actualização

Paula Figueiredo 2014 (no âmbito da parceria IHRU / Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja)
 
 
 
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