Monumento a Hércules / Monumento aos Defensores das Linhas de Torres Vedras

IPA.00005595
Portugal, Lisboa, Vila Franca de Xira, União das freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz
 
Arquitetura comemorativa. Monumento escultórico. Arquitetura militar, oitocentista. Forte (obra militar nº 3) inserido na 1ª Linha do sistema defensivo das Linhas de Torres Vedras (v. IPA.00034579).
Número IPA Antigo: PT031114010016
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Comemorativo  Monumento comemorativo    

Descrição

Sobre embasamento quadrado composto por duas plataformas sobrepostas, ergue-se ao centro um pedestal paralelepipédico, (ostentando nos lados E. e O. placas à memória do oficial do corpo de engenharia, J.M. das Neves Costa (datada de 5-III-1911) e do tenente-coronel J. Fletcher *2), sobre o qual assenta coluna comemorativa de fuste liso com 7,95 m, e capitel dórico. Acima do ábaco e orientada a N., a estátua de vulto pleno figurando Hércules representado com os respetivos atributos, como a maça e a pele de leão.

Acessos

Alhandra

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Destacado, isolado por árvores, implantado em posição altimétrica dominante, no extremo SE. da serra de São Lourenço, localizado num terreiro de perímetro circular definido e delimitado por plintos, alguns com remate em urnas, alternados com estrutura metálica tubular.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comemorativa: monumento comemorativo

Utilização Actual

Comemorativa: monumento comemorativo

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ESCULTOR: José Simões de Almeida (1877-1883).

Cronologia

1799 - ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder em França; 1807, outubro - França e Espanha assinam o Tratado de Fontainbleau, prevendo a invasão e subsequente divisão do território português em três reinos; novembro - tropas francesas comandadas pelo General Junot entram em Portugal; a diplomacia portuguesa solicita o apoio da Inglaterra; 29 novembro - a família real portuguesa abandona o país partindo para o Brasil; 1808, agosto - as tropas luso-britânicas comandadas pelo general inglês Wellesley vencem os franceses nas Batalhas da Roliça e do Vimeiro, forçando a rendição de Junot; 1809, março - as tropas francesas, comandadas pelo marechal Soult, procedem a uma segunda invasão, sendo de novo obrigadas a retirar; é decidida a construção de uma linha de defesa de Lisboa, edificada por ordem do general Wellesley, caso se verifiquem novas invasões das tropas francesas; 1810 - o Major Brandão de Sousa dá a designação de Boavista a esta obra militar; Napoleão envia o general Massena para conquistar Portugal mas é vencido por Wellesley no Buçaco; 1814 - Napoleão abdica do poder; 1829 - o Capitão J. T. Jones refere que a guarnição deste forte seria de 200 soldados e teria 3 peças de artilharia de calibre 12; séc. 19, década de 70 - iniciativa do Marquês de Sá da Bandeira, Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo (1795 - 1876), primeiro-ministro e veterano da Guerra Peninsular, para que se realize um monumento para comemorar a defesa das Linhas de Torres, (a erigir no local onde se iniciava a primeira linha defensiva), sendo entregue a tarefa de concretizar este projeto ao General Joaquim da Costa Cascais; 1874, 28 agosto - o projeto do monumento é aprovado, sendo fixada a sua localização no denominado Forte da Boa Vista; 1875 - iniciam-se os trabalhos; 1877, 29 maio - é colocada a coluna do monumento, vinda de Pero Pinheiro, entretanto o escultor Simões de Almeida trabalhava na realização da estátua, pela qual recebia a quantia de 1.000$00; 1883 - o monumento encontrava-se concluído; 1960 - a coluna encontrava-se fendida em 4 partes requerendo reparação; 1980, fevereiro - R. W. Bremner visita o local do forte onde se encontram pouco vestígios do mesmo; 2006, 8 novembro - despacho de encerramento do processo de classificação do monumento; 2013, 14 janeiro - abertura do procedimento de classificação das 1ª e 2ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres, nos concelhos de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, pelo anúncio nº 12/2013, DR, 2ª série, nº 9 (128 obras militares).

Dados Técnicos

Materiais

Cantaria de calcário, mármore, ferro.

Bibliografia

AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa: s.n., 1963; CÂNCIO, Francisco - "Linhas de Torres Vedras, o Distrito de Alhandra". Vida Ribatejana. 1962 - 1964, Vol. XI, Nº Esp.; CARDOSO, Edgar - O Jubileu das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico. Alverca: 1968; CARDOSO, Rui - Linhas de Torres - A Vingança do Francês. Expresso Revista. Lisboa: 10 novembro 1990; "Freguesia de Alhandra". A Hora. Alhandra: julho / agosto 1961, Nº 297 - 298; Guia da Rota Histórica das Linhas de Torres, Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres, novembro 2011, ; NORRIS, A. H., BREMNER, R. W. - As Linhas de Torres Vedras, as três primeiras linhas e as fortificações ao sul do Tejo. Torres Vedras: Câmara Municipal de Torres Vedras, Museu Municipal Leonel Trindade, British Historical Society de Portugal, outubro 2001; PARREIRA, Rui - "Inventário do Património Arqueológico e Construído no Concelho de Vila Franca de Xira". Boletim Cultural. Vila Franca de Xira: 1986, Nº 2; PIMENTEL, Alberto - "Alhandra". Estremadura Portuguesa. Lisboa: 1908, Parte I; PROENÇA, Raul, (dir. de) - Guia de Portugal. Lisboa: 1924, Vol. I; SACADURA, Augusto - "Linhas de Torres e Combates Frente às Linhas Completam 175 Anos Sem Quaisquer Comemorações". Notícias de Alhandra. Alhandra: outubro 1985; "Um Património a Descobrir". O Concelho em que Vivemos. Vila Franca de Xira: 1998; "Vila de Alhandra". A Hora. Alhandra: 1936, Nº 29.

Documentação Gráfica

Exército Português: Direção de Infraestruturas

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMVFX; IGESPAR: IPPAR: pº nº 85/3(11)

Intervenção Realizada

CMVFX: 1948 - levantamento e transporte das antigas peças de artilharia que serviam de vedação à estrada de acesso ao monumento; 1954 - obras de conservação e beneficiação geral; 1955 - instalação de um para-raios no monumento; 1956 - o mau estado de conservação do edifício exige reparações de caráter urgente.

Observações

*1 - DOF: Vestígios do Forte da Boa Vista, incluindo o Monumento Comemorativo das Linhas de Torres/Obra nº 3 (1ª Linha Defensiva), Serra de São Lourenço, freguesia de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa; *2 - apresentava a seguinte legenda latina "NEC PLUS ULTRA".

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Teresa Ferreira 2013

Actualização

 
 
 
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