Igreja Paroquial de Nevogilde / Igreja de São Miguel
| IPA.00005520 |
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde |
|
Arquitectura religiosa, barroca. Igreja de planta longitudinal composta por nave, capela-mor, torre sineira e dois corpos adossados lateralmente à capela-mor. Volumes articulados com coberturas diferenciadas, fachadas rebocadas e pintadas de branco, com vãos destacados por molduras de granito. Composição em eixo, com frontispício ritmado por pilastras duplas nos cunhais que, ao nível da cobertura são encimadas por sineiras, e remate em frontão curvo, decorativamente duplo, com volutas e motivos foliáceos. Retábulos de talha dourada em estilo joanino. Esta capela apesar das suas dimensões utiliza o mesmo princípio de articulação dos espaços que a igreja e torre dos Clérigos. Os seus retábulos em talha dourada são considerados uma das melhores obras nacionais do periodo joanino. |
|
Número IPA Antigo: PT011312090180 |
|
Registo visualizado 1004 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
|
Descrição
|
Planta longitudinal composta por nave e capela-mor rectangulares, torre adossada no eixo da capela-mor e, para cada lado, de forma simétrica, dois corpos de planta rectangular destinado o do lado E. a sacristia e capela mortuária e o do lado O. a cartório e serviços de apoio. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor e quatro águas na sacristia, cartório e torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas, as laterais por embasamento destacado a cor azul e a posterior e principal por embasamento de granito, e rematadas por friso e cornija sobreposta por beirada simples. Fachada principal orientada a S., enquadrada por duplas pilastras nos cunhais, alinhadas com duas sineiras, em arco de volta perfeita, ornamentadas com volutas em relevo e rematadas por flor-de-lis, apoiadas no entablamento; rasgada por portal de verga recta e óculo, interligados e envolvidos por moldura recortada e ondulada, relevada com volutas, pingentes, elementos fitomórficos e flor-de-lis na parte superior; porta de madeira, de duas folhas, decorada por almofadas. Rematam a fachada dois frontões sobrepostos, recortados, de linhas curvas e contra curvas, volutadas, terminando o primeiro, com uma esfera; o segundo de maiores dimensões remata em arco de volta perfeita com enrolamentos nos extremos e um motivo foliáceo aberto, no fecho do arco, sendo coroado por cruz de trevo no vértice. Ladeiam o conjunto as duas sineiras, sem sinos. Fachada laterais, simétricas, rasgadas ao nível da nave, por três vãos de verga recta, com molduras simples, sendo o central porta confrontante, de duas folhas de madeira, almofadadas, ladeada, num plano superior, por duas janelas, uma de cada lado, protegidas por grades de ferro e vidro martelado, formando quadricula. Junto à porta, apresenta cruz latina de granito, lisa, encaixada em plinto paralelepipédico de bordos salientes, assente em base quadrangular, escalonada, de dois degraus. Corpos adossados à capela-mor, de disposição simétrica, enquadrados por cunhais apilastrados de granito, rasgados por vãos de verga recta, apresentando o localizado a O. porta acedida por um degrau na fachada S., quatro janelas quadradas na fachada O. e Porta e janela semelhante na fachada norte, sendo a porta acedida por quatro degraus. O corpo localizado a E. apresenta a fachada S. cega, a E. rasgada por duas janelas idênticas às do corpo O., janela rectangular e porta acedida por um degrau, e a fachada N. porta acedida por dois degraus. A fachada posterior integra a torre sineira, de planta quadrangular enquadrada por cunhais apilastrados, dividida em dois registos separados por duplo friso e cornija saliente, rasgada no primeiro registo por posta de verga recta na face E. e óculo na fachada N.; segundo registo marcado por entablamento onde se circunscreve relógio circundado por moldura de granito, seguido pelas quatro sineiras em arco de volta perfeita, encimada a da fachada N. por um segundo relógio, rematado por duplo friso e cornija, coroado por pináculos nos vértices, e encimado por cobertura em coruchéu. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por lambrim de madeira, policromado e dourado, decorado com motivos geométricos, tecto de perfil curvo formado por caixotões pintados com fingidos marmóreos, em tons de rosa, azul, branco e elementos centrais de talha dourada. Coro-alto em madeira, protegido por guarda de balaústres brancos e dourados, assente sobre mísulas encaixadas na parede e duas colunas salomónicas, possuindo inscrição pintada na face frontal. Na nave, dois púlpitos confrontantes, quadrangulares, com base em granito pintado a marmoreados fingidos e guardas de madeira entalhada, profusamente decorado com folhas de acanto, e volutas, apresentando ao centro emblema dominicano, assentes sobre consola de granito, também pintada a marmoreados fingidos. Embutidos nas paredes, surgem, um de cada lado, nichos de talha com imagem e porta com frontaleira também de talha. Dois altares laterais de talha dourada colocados em ângulo ligam-se à decoração, também em talha, que envolve o arco triunfal, prolongando-se no frontispício entalhado, rematado por uma pintura a óleo que representa S. Miguel; sobre o remate e por baixo da pintura, numa cartela cordiforme, surge a inscrição QUIS UT DEUS. Arco cruzeiro de volta perfeita, com pinturas alusivas a Nossa Senhora. Capela-mor rasgada nas paredes laterais por dois nichos, um de cada lado, com imaginária; sobre supedâneo de dois degraus surge retábulo-mor, de talha dourada, de planta côncava e três eixos definidos por duas colunas salomónicas de cada lado, decoradas por grinaldas de flores e folhas nas reentrâncias espiraladas, sustentadas por atlantes. Sobre as colunas, entablamento e sobre este remate superior em dossel com uma grande sanefa em forma de cortinado; ao eixo surge num plano inferior sacrário, seguido de nicho com imaginária e trono que remata com um sol radiado para a Exposição do Santíssimo. |
Acessos
|
Largo de Nevogilde |
Protecção
|
Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria nº 687/2010, DR, 2ª série, n.º 181de 16 setembro de 2010 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, em largo de planta triangular, com a fachada principal voltada para a superfície mais estreita do triangulo. O adro delimitado por pequeno muro de granito, a NE apresenta desnível vencido por degraus e é pontuado por frondosas árvores de sombra, bancos de granito e um cruzeiro. Duas cruzes provenientes de uns passos estão localizadas simetricamente relativamente à torre e quase encostadas à Igreja. O largo a SE., de menores dimensões, apresenta o muro encimado por grades de ferro e cerrado por portão igualmente de ferro, apoiado em pilares de granito, fronteiro à porta principal da igreja. A E. desenvolve-se o cemitério de Nevogilde. |
Descrição Complementar
|
Retábulos laterais, semelhantes, em talha dourada, profusamente decorada, de planta recta, enquadrados por colunas em espiral, envolvidas por grinaldas de flores, com capitéis coríntios, assentes sobre atlantes; o eixo integra no sotobanco, sacrário ovalado, terminado em frontão recortado e rematado terminado em folha de acanto, e nicho pintado com motivos florais que alberga a imagem de Cristo Crucificado, ladeado por imagens sobre peanhas circulares, protegidas na parte superior por pequena cobertura em forma de concha. Nicho rematado por sanefas e sobre as colunas, entablamento e ático rematado por frontão interrompido e cartela central. Retábulo -mor de talha dourada, de planta côncava e de três eixos definidos por duas colunas salomónicas de cada lado, decoradas por grinaldas de flores e folhas nas reentrâncias espiraladas, sustentadas por atlantes. Sobre as colunas, entablamento e ático em dossel com uma grande sanefa em forma de cortinado; ao eixo surge no sotobanco sacrário, seguido por nicho protegido por vidro, com imaginária e trono que remata com um sol radiado para a Exposição do Santíssimo. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ENTALHADOR: Manuel da Costa Andrade; MESTRES CARPINTEIROS: João André dos Reis, Manuel Luís e João Gonçalves da Silva; MESTRES PEDREIROS: Domingos Costa (atr. desenho); Domingos Costa (const.); Baltasar Francisco, Nicolau Moreira, João Moreira Bouça (ou Bouças), Simão Lopes, António Sousa Teixeira e Francisco Ferreira (mestres pedreiros). |
Cronologia
|
1258 - Nevogilde pertence ao Julgado de Bouças através das Inquirições de D. Afonso III; séc. 17 (1º quartel) - a primitiva igreja de Nevogilde apresentava um estado total de ruína, pelo que foram eleitos o Padre Pedro de Barros Ribeiro e os representantes dos moradores, para tratarem de todos os assuntos relacionados com a construção de um novo templo; 1729 / 1737 - Edificação da actual Igreja; 1734, 18 Novembro - É ajustada a obra de pedreiro por 395$00; 1736, 24 Fevereiro - É adjudicada a obra de carpintaria por 370$00; 1750 - Conclusão da capela-mor e sacristia e adjudicação do retábulo da capela-mor ao mestre entalhador Manuel da Costa Andrade por 216$00; 1773 - A Igreja é continuada pelo mestre José Maria Bouça e outros (contrato de 29 Abril de 1734) por morte de Domingos Costa; 1835 - Desaparece o Julgado de Bouças e passa a pertencer ao concelho de Bouças; 1881 - Conclusão da Torre; 21 Agosto - Encomenda dos sinos; 1895 - com a construção da Circunvalação a freguesia passa a pertencer ao concelho do Porto; 1914, 15 Janeiro - a freguesia passou para a circunscrição eclesiástica do Porto; 1934 / 1935 - reforma decorativa interior; 1997, 7 Dezembro - Despacho de abertura do processo de instrução relativo à classificação do imóvel; 2010, 16 de Setembro - o imóvel é classificado com Monumento de Interesse Público. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocadas e pintadas de branco pelo interior e exterior; pavimento em madeira e mármore; lambrim em estuque policromado e dourado; tecto em caixotões de madeira pintado (nave e capela-mor); estrutura da cobertura, portas, brancos e coro-alto em madeira; retábulos, guardas dos púlpitos, colunas e mísulas do colo-alto e sanefas em talha dourada; cobertura exterior em telha tradicional. |
Bibliografia
|
BRANDÃO, Domingos e Pinho, S. Miguel de Nevogilde - A sua Igreja - Breves apontamentos sobre a história da freguesia, Porto, 1983; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; www.jf-nevogilde.pt, 20 de Outubro de 2010. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN / DSID; IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
1934 / 1935 - Pequenas obras interiores: introdução de duas colunas salomónicas, dois anjos no coro, bancos de pedra, sanefas, dois nichos laterais, modificação das mesas dos altares colaterais, candeeiros laterais na capela-mor , guarda de ferro forjado e lambrim de cimentos a imitar talha, confession rios, gradeamennto no baptistério e instalação eléctrica da Igreja. |
Observações
|
*1 - Domingos Costa mestre-pedreiro, construiu o corpo da Igreja de São Pedro de Miragaia, a de Santa Marinha (Vila Nova de Gaia), Igreja e sacristia de Nossa Senhora da Esperança, reforma da Igreja da Misericórdia, enfermaria e Torre da Igreja dos Clérigos, Igreja Matriz de Póvoa de Varzim e abóbada da Igreja de Santa Cruz do Bispo. Saliente-se que a maioria destes casos estão ligados ao arq. Nicolau Nasoni. *2 - A Igreja de Nevogilde tinha como padroeiros os mosteiros de Santo Tirso e Pombeiro. O padroado passou à coroa e depois aos antecessores dos Marqueses de Fontes e Abrantes. |
Autor e Data
|
Isabel Sereno 1995 / Ana Filipe 2010 |
Actualização
|
Paula Noé 1998 |
|
|
|
|
| |