Igreja e Convento dos Carmelitas / Igreja e Convento dos Carmelitas Descalços

IPA.00005497
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja conventual maneirista de planta em cruz latina abobadada, com nave única precedida por nártex e fachada de composição clássica, com os típicos três arcos de entrada e remate em frontão triangular com brasão da Ordem religiosa. Elementos decorativos no interior: talha dourada barroca e rococó. O corpo desta Igreja está praticamente encostado à Igreja dos Terceiros do Carmo constituindo no seu todo um conjunto arquitectónico religioso de grande valor arquitectónico.
Número IPA Antigo: PT011312150107
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem dos Irmãos Descalços de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Carmelitas Descalços

Descrição

Igreja de planta cruciforme, com torre de planta quadrangular adossada no lado O. da fachada principal, gerando uma esquina na Rua e sacristia rectangular no eixo da capela-mor. Volumes articulados de transepto curto com coberturas em telhados diferenciados de duas águas. A torre revestida a azulejos de padrão, é de três pisos e cobertura piramidal, possuindo pináculos sobrepujando as pilastras dos cunhais. Ao nível do primeiro piso um portal de verga encurvada de acesso às dependências situadas ao lado da nave é encimada por um óculo minúsculo. O alçado principal, orientado a S. e de dois registos, é encimado por frontão triangular, rematado na parte superior por cruz, ladeada por três pináculos de cada lado. No centro do tímpano o brasão da Ordem religiosa encimado pela Coroa Real. Ao nível do nártex, três arcos de volta perfeita, separados por pilastras dórico-romanas, sendo o central maior. Sobre cada um destes, um nicho com as imagens de São José, Santa Teresa e Nossa Senhora do Carmo, sendo o central envidraçado e encimado por frontão que interrompe a cornija separadora dos registos. No mesmo alinhamento, no registo superior, três janelões, sendo os laterais encurvados. No interior, nave com coro-alto, órgão no lado da epístola e seis capelas, três para cada lado, com retábulos em talha dourada. Sobre cada uma, pinturas sobre madeira rematadas por sanefas em talha dourada. O tecto abobadado é decorado pontualmente por talha dourada. De cada lado, um púlpito quadrado, também de talha dourada. Nos braços do transepto, capelas com grandes retábulos de talha. No cruzeiro, cúpula decorada com motivos de talha; arco triunfal com sanefa igualmente de talha. Capela-mor com pinturas seiscentistas, em tela, nas paredes laterais e amplo retábulo de talha dourada. A sacristia é ricamente decorada por um tecto em caixotões com pinturas e arcaz com relicários na parte superior. A parede oposta ao arcaz possui pinturas murais de motivos florais. Neste espaço encontra-se uma tela a representar a morte de Santa Teresa.

Acessos

Vitória, Rua do Carmo. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,147415327; long.: -8,616451621

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 4/2013, DR, 1.ª série, n.º 85 de 03 maio 2013*1

Enquadramento

Urbano, destacada gera um cotovelo na Rua do Carmo. Adossada a E. a Igreja dos Terceiros do Carmo. Para O. está o Convento dos Carmelitas ocupado actualmente pela Guarda Nacional Republicana.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Segurança: quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR)

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Joaquim Teixeira Guimarães (1767); Nicolau Nasoni (atr. séc. 18). ENTALHADOR: José Teixeira Guimarães (1767). IMAGINÁRIO: António Gonçalves (atr., 1622); Jerónimo da Mota Teixeira (atr., 1639).

Cronologia

1452 - presença em Portugal da Ordem Terceira dos Carmelitas; 1616 - licença de D. Filipe II de Portugal para construirem um convento na cidade; 1617, Junho - chegam ao Porto os primeiros religiosos; 1619, maio - colocação da primeira pedra no campo do Olival, estando presente o bispo D. Rodrigo da Cunha; 1622 - os religiosos passam para a parte concluída do convento; 1622 - provável feitura do retábulo-mor por António Gonçalves; 1628 - conclusão da Igreja; 1631 - 1634 - é prior do convento, Frei António da Madre de Deus; 1632 - 1633 - foram assentados na igreja o retábulo-mor e o sacrário; custeou as despesas do retábulo (madeira e obra de entalha) o capitão Ambrósio Gonçalves, e que juntamente com outro benfeitor ofereceram o sacrário; 1634 - 1637 - douramento do retábulo-mor, no priorado de Pedro da Purificação; 1637 - Manuel Tavares constroi a Capela de Nossa Senhora das Dores; 1639 - provável feitura do retábulo lateral da Epístola por Jerónimo da Mota Teixeira; 1650 - conclusão dos trabalhos de pintura e elementos em talha; 1754 - transferência da Torre para o lado O. da fachada; 1767 - execução do retábulo-mor e tribuna com desenho do arquitecto Joaquim Teixeira Guimarães e entalhe de José Teixeira Guimarães; 1809 - no tempo de Soult, o convento serve de quartel a um regimento francês; 1834 - após a extinção das ordens religiosas, o convento passa a ser utilizado como quartel da Guarda Nacional do Porto; 1994, 30 novembro - despacho de abertura do processo de instrução relativo à eventual classificação do imóvel, em conjunto com a Igreja dos Terceiros do Carmo e sua sacristia; 1981, 14 dezembro - Proposta de classificação da Delegação Regional do Norte da SEC; 1994, 1 setembro - proposta de abertura da DRPorto; 25 outubro - Parecer do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como MN; 2008, 1 julho - Proposta da DRCNorte para a classificação como MN; 2011, 7 junho - o processo foi devolvido à DRCNorte por despacho do Director do IGESPAR para cumprimento do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009.

Dados Técnicos

Estrutura mista.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocadas pelo lado interior e exterior; Cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro; Cobertura e paredes da torre revestidas a Azulejos (exceptuando-se o primeiro piso); Tecto em abóbada (nave) com acabamento estucado e decorado com elementos em talha dourados; Tecto em caixotões de madeira com pinturas (sacristia); Tecto em cúpula (cruzeiro) com acabamento estucado decorado com talha dourada; Pavimento em soalho de madeira (igreja e sacristia) e em basalto e calcário (galilé); Lambrim de azulejos azuis e brancos (sacristia); Portões em ferro pintado na galilé; Caixilhos de separação entre a nave e galilé em alumínio preto com vidros martelados.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa 1988; Guia de Portugal, IV, I, 4º vol., Coimbra 1985; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, Douro Litoral, Lisboa, 1991; BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, vol. I (séculos XV a XVI), Porto, Diocese do Porto, 1984; KUBLER, G., Arquitectura Portuguesa Chã, Lisboa, 1988; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 1º Vol., Lisboa, 1962; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1962, 1º Vol., Lisboa, 1963; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; Porto a Património Mundial, Porto, 1993

Documentação Gráfica

*2

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1955- Execução de trabalhos de reparação e beneficiação das cavalarias e picadeiro pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas; 1961 - realização de diversas obras no quartel da GNR; 1962 - obras de reparação das coberturas, pela Delegação nas Obras dos Edifícios de Cadeias nas Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas.1993 - restauro da talha; limpeza da fachada.

Observações

*1 - DOF: Classificação conjunta com a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (v. PT011312150182). *2 - Existem plantas no Plano topográfico, exigido pela CMP, para mostrar alguns alinhamentos em projectos e aprovados em diversos tempos, por Joaquim da Costa Lima em 1834; Planta para regular o alinhamento que se pretende na Cerca dos Religiosos Carmelitas, da Praça do Carmo ao Hospital Real de Santo António, 1837; Plano Topográfico para regular o alinhamento da R. e Tv. do Carmo, 1838. *3 - A mudança do lugar da Torre para o lado oposto deve-se ao facto da Ordem Terceira do Carmo querer construir a sua Igreja encostada à Igreja existente. *4 - As diferenças existentes entrre a GNR, que ainda ocupa o 1º piso da torre, e a Ordem do Carmo, responsável pelos pisos superiores, têm impedido o restauro da mesma. *5 - As esculturas da fachada principal são de barro e pintadas de branco, a fingir calcário.

Autor e Data

Isabel Sereno 1996

Actualização

Paula Noé 1997
 
 
 
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