Igreja Paroquial de Santo Ildefonso / Igreja de Santo Ildefonso

IPA.00005464
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Arquitectura religiosa, barroca, neoclássica e neobarroca. Igreja de planta longitudinal, de uma nave, interiormente defenindo octógono alongado, e capela-mor profunda, com diversos volumes adossados alguns de construção posterior, com linguagem neobarroca nos elementos de cantaria. Fachada principal harmónica, totalmente revestida a azulejos monócromos azuis sobre fundo branco com cenas alusivas ao orago, datados de 1932, característica das Igrejas da Região do Porto na primeira metade do séc. 20, e rematada ao centro por frontão triangular interrompido por nicho com Santo Padroeiro. Vãos dispostos em três eixos, tendo no central portal de verga recta encimado por frontão interrompido por cartela e janelão com frontão triangular e nos laterais duas janelas também com frontão triangular e sineiras no topo. Fachadas laterais ritmadas por pilastras terminadas em entablamento sobrepujado por balaustrada, com portas travessas de verga recta e várias janelas. No interior da nave, verifica-se a justaposição de elementos colocados simétricamente, com coro-alto , seis capelas retabulares à face, de talha dourada, quatro de ângulo, semelhantes entre si, duas neobarrocas e duas barrocas, sobrepostas por nichos com frontão triangular, e duas neoclássicas, encimadas por janelas, púlpitos com guarda de talha dourada rococó, intercalados por painéis com decoração de estuques neoclássica, que se prolongam para a cobertura, em abóboda de lunetas, decorada. Capela-mor com nichos laterais e painéis decorados estuque, que se prolongam pela cobertura, em gamela com profusa ornamentação vegetalista barroca. O retábulo-mor de talha dourada barroca joanina possui já elementos rococós, com anjos de vulto, serafins e emblema no frontão. O obelisco apresenta feição barroca, com afinidades com os dois obeliscos da Quinta da Prelada e actualmente no Passeio Alegre (v. PT011312050027). Nave longitudinal procurando centralizar o espaço interior, tão ao gosto barroco, cortando os ângulos de modo a criar um octógno alongado. Este facto, conjugado com as torres laterais integradasna fachada e rectangulo da planta, cria falso endo-nártex, onde se desenvolve o coro-alto. Apesar da traça barroca, a linguagem decorativa dos elementos estruturais exteriores e interiores é neo-barroca, fruto das reformas do séc. 19; refiram-se o tipo de capitéis das pilastras, suporte denticulado dos frontões das janelas e da cornija das torres. Fachada principal revestida a azulejos figurativos representando a vida de Santo Ildefonso e no lado S. os dois painéis encontram-se interligados, representando a protecção da igreja por Cristo com a intercepção de Nossa Senhora. Os plintos que enquadram o frontão interrompido por nicho da fachada principal possuem estrutura e suporte semelhante ao obelisco. No interior, baptistério com pia de cantaria, tardo-barroca, órgão de tubos, ibérico, do séc. 19, que a nível do remate e decoração é identico à da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, dois púlpitos justapostos, assentes sobre fina mísula de cantaria que se estendem até ao embasamento, e nas sacristias, dois lavabos em cantaria semelhantes.
Número IPA Antigo: PT011312120046
 
Registo visualizado 2994 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única, interiormente em octógono alongado e capela-mor profunda, mais estreita, a que se adossam de ambos os lados anexos correspondentes a sala de arrumos e antiga sacristia a N., sacristia e residência paroquial a E. e secretaria e cartório, a S.. Volumes escalonados de dominante horizontal, quebrada pela verticalidade das torres sineiras da fachada principal. Coberturas diferenciadas, em telhados de duas águas na nave, com cruz latina assente sobre plinto na empena principal e com bola e plinto na posterior, e no volume adossado a E., em quatro águas nos volumes adossados a S. e em terraço a N. Águas furtadas, num dos volume posterior, revestidas a placas de lousa pintadas a vermelho com cobertura a duas e quatro águas. Fachadas com embasamento proeminente de cantaria, a principal e laterais das torres sineiras revestidas a azulejo monócro azul sobre fundo branco, com cenas da vida de Santo Ildefonso e Alegorias da Eucaristia, e as restantes fachadas rebocadas e pintadas de vermelho. Fachada principal, orientada, de três corpos enquadrados por pilastras colossais com capitéis sobre falsas mísulas, suportando entablamento. Corpo central ligeiramente resaltado, com friso denticulado e remate em frontão triangular interrompido por nicho, com a imagem do orago, encimado por frontão triangular e cruz, e lateralmente pináculos piramidais, rematados por bola, assentes em urna. No eixo, pórtico de verga recta de moldura recortada, encimado por frontão curvo sobre duplas mísulas interrompido por cartela com inscrição, sobrepujada por frontão triangular, e sobreposta à moldura recortada janelão com frontão triangular e friso denticulado, com a cruz cardinalícia no vitral. Corpos laterais, correspondentes às torres sineiras, de dois registos, separados por cornija, o inferior rasgado por duas janelas de brincos com frontões triangulares sobre mísula rectangular e o superior com quatro sineiras de verga recta, uma em cada face, rematadas por friso denticulado e cornija com frontões triangulares, nas quatro faces, e ao centro da cobertura, pináculos piramidais rematas por bola, com duas bases; sobre os cunhais pináculos de bola. Fachadas laterais ritmadas por pilastras colossais, também com capitéis sobre falsa mísula geométrica, e terminadas em entablamento coroado por balaustrada de cantaria ritmada por acrotérios, tendo em plano recuado pano de muro sobrelevando a cobertura, criando passadiço intermédio; fachada posterior com pilastras e pisos separados por friso; fachadas com abertura de vãos de verga recta moldurados a granito aparente, sobrepostos. Fachada lateral N., com janela rectangular na face da torre sineira, e porta de acesso à nave encimada por janelão. Volume adossado, correspondente a salas de arrumos e antiga sacristia, mais baixo com porta de acesso na extremidade e na face lateral cinco janelas, superiormente janelão. Fachada lateral S., rasgada por pequena janela quadrada na face da torre sineira, junto à cornija, porta de acesso à nave e superiormente dois janelões. Volume do cartório e secretaria, que se prolonga para além da fachada posterior, de três pisos, tendo no primeiro piso, na extremidade O., duas portas, uma delas junto ao ângulo da fachada com acesso por escada protegida por telheiro suportado por coluna. No segundo piso, janelas não coincidentes, sendo uma de sacada à face e outra de sacada com balcão rectangular sobre mísula, e no terceiro piso janela de peito e de sacada com balcão rectangular assente sobre mísula. Fachada lateral rasgada por janelas de sacada e ao centro porta de acesso. Fachada posterior, a E; a residência paroquial, sacristia e sala de arrumos., de volume central de três pisos, com varanda de ferro alpendrada no segundo piso. Volumes laterais de dois pisos, prolongando-se o volume N. para além do corpo da igreja, com escada de lanços convergentes em patamar intermédio comunicante a porta de acesso por escada de lanço único. INTERIOR: Paredes pintadas de castanho percorridas por embasamento de cantaria e no terço inferior por friso de estuque denticulado. Na nave, pavimento em madeira e marcação dos ângulos do octógono por pilastras colossais suportando entablamento sobrepujado por varandim de ferro, onde assenta a cobertura em abóbada de lunetas com penetrações em cantaria na continuidade das pilastras, com painéis de estuque formando cartelas com elementos decorativos dourados; no central duas cruzes pintadas, nos laterais o Sagrado Coração de Jesus e nos ângulos motivos fitomórficos. Sub-coro com pavimento em taburnos de madeira entre guias de granito e cobertura em abóbada de arestas; zona de acesso protegida por guarda-vento, com vitral italiano. Nas paredes laterais, dois vãos gradeados, confrontantes, de verga recta com moldura em cantaria, encimadas por sanefa em talha dourada, ladeadas por pia de água benta gomeada, de ângulo, assente sobre plinto. O do lado do Evangelho, de acesso ao baptistério, tem pia baptismal de mármore, com taça circular assente sobre coluna bojuda, ornamentada com motivos vegetalistas, e a do lado da Epístola ao coro-alto e à torre através de escada de pedra. Coro-alto sobre arco deprimido, abrindo para a nave por arco abatido, interrompendo o entablamento de suporte da abóboda, com balaustrada de madeira, pavimento de madeira e cobertura de abóbada. Possui órgão com caixa de madeira em branco, de corpo escalonado, com castelo ao centro rematado por cúpula e lateralmete dois nichos com remate em troféus musicais. No enfiamento do coro, vão da luneta com moldurada encimada por espaldar de estuque. Na nave, nos ângulos mais estreitos do octógno, abrem-se quatro capelas retabulares à face idênticas, dedicadas a Nossa Senhora de Fátima e a Nossa Senhora da Piedade, no lado do Evangelho, e a São Francisco Xavier e Nossa Senhora da Conceição, do lado da Epístola, encimadas por nichos, em arco de volta perfeita, moldurados e rematados em frontão triangular, com estatuária em gesso, respectivamente, representando as lado do Evangelho Santo André e São Tiago e as do lado da Epístola São Longuinhos e imagem não identificada. Nas paredes laterais, justaposição de elementos simétricos. Portas travessas de verga recta, encimadas por janelões de sacada protegido por balaustrada de madeira, assente sobre mísula e com vitral, ladeado por friso de estuque com laçaria de flores. Púlpitos com guarda de talha dourada, decorada com motivos fitómotficos, assente sobre mísula de cantaria, que se estende até ao embasamento, acedidos porta de verga recta encimado por sanefa. Sobre estes, painéis de estuque com florões, sobrepujados por duas grandes telas com moldura entalhada. Capelas retabulares à face, dedicadas à Senhora da Soledade com o Crucificado do lado do Evangelho e a do oposto ao Sagrado Coração de Jesus. Encimam-nas janelões com vitrais e lateralmente, portas de verga recta, a do lado do Evangelho de acesso a zona de arrumos e ao púlpito, e a do lado da Epístola de acesso ao púlpito. Arco triunfal em cantaria, de volta perfeita, com sanefa em talha dourada; vão da luneta com a imagem de Jesus Cristo. Capela-mor com pavimento em madeira e supedâneo em laje de cantaria com dois degraus de cantaria. Nas paredes laterais, justaposição de elementos simétricos, defenindo três registos: no primeiro, porta com moldura de granito encimada por sanefa, a do lado do Evangelho de acesso à antiga sacristia e a do lado oposto de acesso a zona de circulação comunicante com sacristia, secretaria e residência paroquial, cadeiral de madeira encimado por painel de estuque com a representação de anjos musicos e vão cego, *4, com moldura de granito e frontal e sanefa de talha dourada, no segundo, três nichos de volta perfeita, moldurados a estuque com motivos vegetalistas, e estatuária, os do lado do Evangelho representando o Apóstolo São Pedro, com as chaves, e os Evangelistas São Marcos, com a cabeça de leão aos pés, e São Mateus, com uma figura de criança e os do lado da Epístola, o Apóstolo São Paulo, com a espada, e os Evangelistas São Lucas, com a cabeça de touro aos pés, e São João, com a figura de águia aos pés, e superiormente, vão com vitral e frontal de talha dourada, moldurado por estuques, de acantos e albarradas, que se estendem na cornija de suporte da cobertura em gamela, de estuque *3, ornamentado com elementos vegetalistas, em médio relevo, e anjos, dourados, enquadrando cartelas com a representação também a dourado, do Agnos Dei, junto ao arco triunfal, de uma Fénix, no lado do Evangelho, de um Pelicano no lado da Epístola e da Arca da Aliança, junto à testeira; ao centro clarabóia vedada por vitral. Ao centro da capela, altar piramidal com frontal em talha. Retábulo-mor em talha dourada de planta recta de um eixo com ático rematado em arco pleno com cartela ao centro protegida por sanefa, ladeada por anjos de vulto, e prologamento dos motivos decorativos laterais. Corpo côncavo com definição de três eixos, marcados por colunas salomónicas com espiral fitómorfica no torço. Ao centro, tribuna moldurada com friso com espiral fitómorfica, e na zona superior dois anjos, e trono tapado por tela com a representação de Santo Ildefonso e superiormente Glória de Anjos segurando Custódia. Lateralmente, dois nichos com imaginária sobre mísulas que se prolongam até ao banco, protegidos por baldaquino e cortina. Banco e sotobanco formando corpo sólido, sustentando o corpo retabular. No banco, sacrário integrado na estrutura e no sotobanco rasgam-se, lateralmente, duas pequenas portas de acesso à tribuna. Retábulo com grande profusão de elementos decorativos, nomeadamente de motivos fitómorficos, volutas, grinaldas, festões, conchas, palmas, feixes de plumas e anjos de vulto numa talha bastante relevada. Antiga sacristia de planta rectangular com lavabo e imagem do crucificado em cantaria, e onde se encontra a primitiva sanefa do arco triunfal. Sacristia de planta rectangular com paredes pintadas de branco, pavimento em laje de cantaria e cobertura em tecto de madeira, em masseira, apainelado, com pintura no painel central. Na parede N. retábulo de talha, policromado, e na parede S. lavabo de cantaria rematado por cornija circular, ladeada por urnas e ao centro composição vegetalista, encimada por nicho rectângular com pelicano em talha dourada. Bicas inseridas em composição volutada, ladeada por pilastras recortadas. Taça rectangular bojuda e sob esta motivo de volutas. Na parede E. arcaz de madeira, e na parede O. mísula com imaginária.

Acessos

Praça da Batalha, Rua de Santo Ildefonso

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977

Enquadramento

Urbano. Implantação destacada em plataforma elevada relativamente à Pç. da Batalha, com a qual se relaciona através de escadaria de acesso ao adro que circunda a igreja. Adro murado, gradeado a O. com acesso ao centro por portão ladeado por pilares coroados por pinhas, e a S. por dois portões idênticos. A O. escadaria de cantaria a todo o comprimento da fachada principal, e simetricamente, a esta, dois portões em ferro, superiormente com o Cordeiro Místico e Cruz, enquadrados por pilares coroados por pinhas. No lado N., sobre espaço ajardinado, obelisco, composto por plinto paralelepipédico, onde se apoia em quatro esferas nos ângulos uma coluna tronco piramidal, rematada por pirâmide quadrangular, encimada por pinha com folhagens *1, salão paroquial de planta rectangular com cobertura em telhado de quatro águas, e campo de futebol. À fachada lateral da igreja adossam-se sete cruzeiros de cantaria de granito sobre plinto quadrangular *2. A S. zona de acesso a Secretaria e cartório, com pavimento em calçada e na parte posterior, a E., pequeno terreiro com zona de acesso por escada à residência paroquial, e à sala de arrumos que precede a sacristia. Na proximidade encontra-se a Ourivesaria Reis & Filhos (v. PT011312120116), o Cine Águia de Ouro (v. PT011312 0231), o Cine Batalha (v. PT011312140230) e do Teatro São João (v. PT011312140059).

Descrição Complementar

AZULEJO: Fachadas revestidas a azulejos monocromos a azul cobalto em fundo branco, e nas fachadas laterais das torres sineiras cercadura policroma a branco, amarelo, azul e verde. Azulejos de composição ornamental com elementos arquitectónicos, vegetalistas, fitomórficos e puttis, moldurando os vãos e os painéis de composição figurativa. Na fachada lateral da torre sineira esquerda dois painéis com a representação de Santo Ildefonso Orando sobre o Túmulo de Santa Leocádia, com legenda em cartela. Na fachada principal, da mesma torre, ao centro Santo Ildefonso Recebendo a Casula de Nossa Senhora para a celebração da Missa, com legenda em cartela, e na parte inferior outra cartela tendo inscrito "FIDES"; a ladear o janelão do corpo central da nave cartelas octogonais com inscrições "ONUS", "DEUS", "TRINUS", "CARITAS", e na torre sineira direita, ao centro, painel com a representação da Múltiplicação dos Pães e dos Peixes, com legenda em cartela, e na parte inferior cartela inscrita "SPES". Na fachada lateral desta torre, dois paineis, o inferior representando a Virgem em Glória de Anjos Entronizada com o Menino Salvador do Mundo, com legenda em cartela "HAERETICOS DOCTISSIM CONFUTAVIT LEC. OF" e o superior a Protecção da Igreja por Cristo, com legenda em cartela "ECCE EGO VOBISCUM SUM MAT: XXVIII. 20". CAPELAS RETABULARES: Na nave, nos ângulos mais estreitos, quatro capelas retabulares à face idênticas, de talha dourada, de planta recta, de um eixo, enquadrado por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, rematado por sanefa. Corpo côncavo, com nicho de volta perfeita ao centro, ladeado por duas mísulas com imaginária, enquadrado por colunas coríntias com espiral de folhas e flores, sobrepojadas por puttis sustentando o remate em frontão interrompido. Decoração efectuada com motivos fitomórficos, folhas, flores e folhas de acanto e com puttis e volutas. A primeira do lado do Evangelho, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima no nicho, e lateralmente Santa Teresinha do Menino Jesus e Santa Rita de Cássia, e a segunda com Nossa Senhora da Piedade com cenário pintado no nicho. A primeira do lado da Epístola, com São Francisco Xavier no nicho, ladeado por Santa Isabel e Santa Inês, e na zona do banco maquineta com a imagem da Senhora da Boa Morte. A segunda, com Nossa Senhora da Conceição no nicho ladeada por São José com o Menino e Cristo Salvador do Mundo, e no banco sacrário. Nas paredes laterais, duas capelas retabulares à face idênticas, de talha dourada, de planta recta, de um eixo, rematado por frontão curvo, ao centro com resplendor, encimado lateralmente por estatuária, com corpo central avançado. Corpo com nicho de arco de volta perfeita, com imaginária, enquadrado por colunas coríntias estriadas, sustentando o entablamento. A do Evangelho, com as imagens da Senhora da Soledade, o Crucificado, e São João no nicho, e o Senhor Morto na zona do altar, e a da Epístola o Sagrado Coração de Jesus, no nicho e pequena maquineta com o Senhor dos Aflitos na zona do altar. IMAGINÁRIA: Na nave, do lado do Evangelho, São Francisco de Sales, sobre mísula e do lado da Epístola, Santo António, sobre mísula. Retábulo-mor com a imagem de Santo Ildefonso no lado do Evangelho, e de S. Sebastião do lado da Epístola. INSCRIÇÕES: Na torre sineira esquerda, sino O., do Santíssimo com data "1766", sino E. "1803 São José"; sino S. "1792 IHS"; na torre sineira direita, sino O. "Fundição do Ouro - Porto 1818". No tímpano do portal da fachada principal inscrição epigrafada "ILDEFONSE PER TE VIVIT DOMINA MEA MDCCXXX". ÓRGÃO: Na base do corpo, ao centro, flautado em leque com trinta e três tubos, e lateralmente em palheta com oitenta e três tubos. A consola forma armário com teclado em janela, onde se inscrevem dois teclados manuais com cinquenta e quatro notas cada, ladeado por 20 botões dos registos. A decoração apresenta gelosias vazadas com motivos fitomórficos. VITRAIS: Com passos da vida de Jesus. No coro-alto vitral alusivo à Transfiguração e na luneta à Ascenção. Na nave, no lado do Evangelho, o primeiro alude à Última Ceia, com legenda "DE SIDERIO DESIDERAVI HOC PASCHA MANDUCARE VOBISCUM", e o segundo retrata a Apresentação do Menino no Templo, com legenda "ET TUAM IPSIUS ANIMAR PERTRANS BET CLADIUS LUC. H: 30", no lado da epístola, a Ressureição de Cristo com legenda "RESURREXIT PROPTER JUSTIFICATIONEM MOSTRAM ROM. IV: 25", e a de Jesus no templo entre os Doutores da Lei, com legenda "IN HIS. QUAE PATRIS MEI SUNT OLORTET ME ESSE". Na capela-mor, na clarabóia representação de uma Glória de Anjos, na parede do lado do Evangelho A Visitação com legenda "UNDE HOC MIHIUTVENAT MATER DOMINI MEI ADME" e no lado da Epístola o Nascimento de Jesus.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

João Moreira Boussa, António Pereira, Caetano de Sousa Teixeira, Francisco Lopes, Simão Lopes, Domingos da Costa, Baltazar Francisco, Nicolau Moreira, Manuel Moreira Boussa, João Carvalho (pedreiros); Manuel Ferreira Machado, João Ferreira Pinto, Caetano Lopes e Manuel da Cruz (carpinteiros da obra de 1739); António Pereira, José Fernandes (pedreiros da obra de 1739); Manuel da Rocha (serralheiro da obra de 1739); Nicolau Nasoni (desenho do retábulo do altar-mor e dos púlpitos) (atr.) (desenho do Obelisco) (atr.); António Pinto de Miranda (desenho do obelisco) (atr.); Bartolomeu de Carvalho (mestre pedreiro do obelisco); Miguel Francisco da Silva (entalhador); António Alves (pedreiro executante da escadaria); Domingos Teixeira Barreto (autor das telas da nave e do baptistério); João António Correia (pintura da tela da tribuna); Jorge Colaço (autor dos azulejos); Isolino Vaz (autor dos vitrais); Joaquim Lopes e Joaquim Vitorino (restauro das telas da nave); António Cordeiro (restauro do órgão); Pároco Cónego Alfredo Soares (escavações arqueológicas); Arquitecto Jofre Bispo (escavações arqueológicas, desenho das caixas de ofertas, desenho do guarda-vento).

Cronologia

Séc. 12 - Sagração da Ermida de Santo Alifon pelo Bispo D. Pedro de Pitões (1146-1152); 1296 - data do testamento do Bispo do Porto, D. Vicente Mendes, referindo a Ermida de Santo Ildefonso; 1514 - primeiro emprazamento do adro da primitiva ermida; 1519 - a capela estaria rodeada por vasto souto de carvalhos, onde era exposto o Santíssimo Sacramento à adoração dos fiéis na procissão de Corpus Christi; é referida a existência da Confraria de Jesus; 1521 - junto à ermida encontrava-se uma albergaria para peregrinos e o Hospício dos Entrevados, tendo a Confraria de Santo Ildefonso assumido o compromisso de sepultar no adro da ermida os falecidos do Hospício; 1560, 30 Maio - provisão municipal em que se alude a uma antiga ermida de Santo Ildefonso, no local onde hoje se encontra a Igreja; 1561 - é referida a existência da freguesia de Santo Ildefonso no arrabalde da cidade; 1634 - constituição da Confraria do Santíssimo Sacramento, sendo unida à Confraria do Senhor Jesus; séc. 18, início - a Ermida de Santo Ildefonso corria perigo de ruína total pelo desmoronamento das paredes e da armação do tecto, tendo o Santíssimo Sacramento e as imagens sido tranferidas para a Capela de Nossa Senhora da Batalha *5; 1709 - demolição da Ermida de Santo Ildefonso; 1717 / 1720 - início da construção da actual igreja; 1724 / 1730 - construção da nave e capela-mor, correspondendo à primeira fase de construção; 1730 - ampliação da capela-mor, construção do baptistério e das duas torres sineiras, correspondendo à segunda fase de construção, tendo sido incorporado o cemitério que, até à data, se localizava no exterior na zona do adro; data inscrita no tímpano do portal principal; provavél execução do retábulo-mor; 1734 - os mestres pedreiros João Moreira Boussa, António Pereira, Caetano de Sousa Teixeira e Francisco Lopes, Simão Lopes, Domingos da Costa, Baltazar Francisco, Nicolau Moreira e Manuel Moreira Boussa fizeram uma sociedade para executarem diversas obras, entre as quais se inclui a da Igreja de Santo Ildefonso; 1736, 16 Maio - contratados os mestres pedreiros Manuel Moreira Boussa, José Moreira da Silva, Domingos da Costa e João Carvalho para fazerem a obra de pedraria que faltava acabar na igreja; 1738 - a construção das torres sineiras encontrava-se em fase final; 1739 - a zona do sub-coro é rebaixada, entulhada e colocado pavimento cerâmico; conclusão da construção da Igreja; 23 Março - escritura com os carpinteiros, pedreiros e serralheiro da obra de acabamentos da Igreja; 18 Julho - inauguração e Benção da Igreja; 19 Julho - mudança do Santíssimo Sacramento e das imagens sacras para a Igreja de Santo Ildefonso; séc. 18, década 40 - construção do escadório da igreja, sendo cercada por murete de pedra com aberturas circulares, sem gradeamento superior; existia uma escadaria secundária de acesso que formando uma larga curva terminaria no lado nascente; 1745 - desenho do retábulo-mor por Nicolau Nasoni; 11 Julho - outorgada a Miguel Francisco da Silva a execução do retábulo-mor, sanefas de quatro portas, de duas varandas e de duas frestas superiores, conforme desenho de Nicolau Nasoni; 1746 - conclusão da execução do retábulo-mor; 1758 / 1792 - pintura das duas grandes telas da nave; 1766 - data do sino O. da torre sineira esquerda; 1785 / 1796 - abertura da R. 31 de Janeiro, antiga R. de Santo António; 1792 - data do sino S. da torre sineira esquerda; 1793 - Teodoro de Sousa Maldonado apresenta à Câmara Municipal do Porto os projectos de "Declive da Rua 31 de Janeiro" e "Melhoramentos junto à Igreja de Santo Ildefonso"; 1794 - António Pinto de Miranda apresenta à Câmara Municipal do Porto a planta da Pç. de Santo Ildefonso, actual Pç. da Batalha e da R. de Santo António, actual, R. 31 de Janeiro; 24 Dezembro - data gravada no obelisco assinalando provável execução, com desenho atribuido a Nicolau Nasoni pelo Arq. Luís Cunha, e a António Pinto de Miranda por Joaquim Jaime Ferreira Alves, segundo Maria Adelaide Meireles (Livro do Cofre, n.º 79, fl. 253 v.); 1794 / 1797, entre - execução do escadório pelo mestre pedreiro António Alves, constituído por um lanço de escada no entroncamento da R. 31 de Janeiro com a R. de Santa Catarina, ao qual se seguia patamar, onde se abria um espaço quadrangular no meio do qual se elevava o obelisco, de onde partiam dois lanços paralelos de acesso ao segundo patamar; séc. 18, final / séc. 19, início - pintura da abóbada atribuida a Joaquim Rafael; séc. 19 - data do órgão; 1803 - data do sino E. da torre sineira esquerda; 1809 - a Igreja é assaltada e saqueada pelas tropas francesas, comandadas pelo General Soult; 1818 - data do sino O. da fachada direita; 1819 - destruição da abóboda da capela-mor, por um tornado que arrancou a cruz de pedra do telhado; 1833 - gravura de Joaquim Cardoso Vitória Vilanova, mostrando o escadório e o obelisco ainda na sua localização inicial; 21 Julho - acta da Confraria dando conta dos estragos causados na Igreja pelas lutas liberais no cerco do Porto, sendo que o adro e a fachada principal da Igreja ficaram destruídos; 1838, 24 Janeiro - assalto da Igreja desaparecendo vários paramentos e muitas peças de prata; 1843 - corte da escadaria secundaria de acesso e colocação de gradeamento e portões de ferro nas três entradas de acesso à Igreja; 1857 - incêndio destrói as varandas, sanefas dos lados da capela-mor e ornatos do tecto; ampliação da capela-mor, pintura das paredes com várias figurações pelo cenógrafo Paulo Pizzi, arranjo de estuques ornamentais, douramento de retábulos e colocação das estátuas de gesso dos Evangelistas São Pedro e São Paulo; 1858 - data da tela da tribuna, representando o padroeiro adorando a custódia, pintado por João António Correia, em Paris; 1869 - são recolhidos no cemitério da Igreja treze cruzeiros, pintados com a crucificação, de várias invocações; 1869 - benção dos cruzeiros; séc. 20, início - os cruzeiros de pedra do adro da igreja, estariam forrados de madeira com caixilhos de vidro e com pintura a óleo, cada um com a sua galeria de madeira e zinco e um letreiro oval com a invocação de Santos e cada dois com um lâmpada de ferro; substituição de quatro painéis pintados, na nave, com as figuras de quatro Doutores da Igreja, por imaginária; 1908 - construção do Cartório e Residência Paroquial; 1924 - deslocamento do obelisco para o local onde hoje se encontra; 1932 - revestimento da fachada e torres a azulejo; 1950 - data da sanefa de talha do arco triunfal; 1962 / 1965 - substituição do altar-mor pelo actual; 1967 - data dos vitrais; 1974, 12 Setembro - Despacho determinando a classificação como IIP do retábulo-mor da Igreja de Santo Ildefonso; 1996 - a torre S. ameaça ruína; 4 Novembro - resultante das obras no sub-coro *6, foram descobertas dezanove sepulturas de granito, quatorze de adultos e cinco de crianças, sendo repostas na sua versão original; 1997, 23 Março - cerimónia da inumação das ossadas removidas do sub-coro; Julho - colocação de quatorze novas caixas de esmolas e memórias hagiográficas junto dos respectivos altares; 1999 / 2001 - projecto de Requalificação da Baixa Portuense, Zona Leste A, de autoria dos Arqs. Fernando Távora e José Bernardo Távora, prevendo a recolocação do obelisco no local original, assim como a reconstrução da escadaria que o enquadrava; 2000 - nas prospecções arqueológicas foram postas a descoberto um cemitério, na nave, com os respectivos taburnos, um deles junto ao arco cruzeiro com 1, 95 m, na capela-mor, junto ao presbitério pedras da primitiva ermida, no corredor de acesso às torres duas pedras de tecto, uma com inscrição e outra com a cruz do Templários, e na sala contígua ao lado esquerdo da capela-mor foram encontradas várias sepulturas; 2002, 27 Dezembro - danos nos telhados da residência paroquail devido ao mau tempo; 2003, 8 Janeiro - apresentação, no salão paroquial, de dois projectos do Arq. Manuel Ribau e a equipa técnica do Arq. Jofre Bispo e Eng. Pereira de Almeida, refentes à remodelação do edifício contíguo à Igreja para Centro Paroquial e projecto de recuperação da Igreja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura de alvenaria de granito rebocada e pintada no exterior e interior; revestimento a azulejos na fachada principal e torres sineiras; cantaria de granito nos cruzeiros, embasamento, pilastras, molduras de vãos, entablamento, frontões, balautrada, lavabos, cruzes, obelisco e pias de água benta; laje de granito no pavimento; estuque na cobertura da nave, capela-mor, painéis das paredes laterais da nave e nichos da capela-mor; gesso na estatuária; madeira no pavimento, arcaz, sanefas, frontais, balaustrada do coro-alto e tecto da sacristia; talha dourada nos retábulos; madeira de castanho no órgão; ferro nas grades e portões do adro, varanda e portas; placa de bronze no obelisco; placa de lousa nas águas furtadas; telha na cobertura; vidro nos vitrais nos vãos da igreja; mármore na pia baptismal.

Bibliografia

SMITH, Robert, A Talha em Portugal, Lisboa, 1962; SMITH, Robert, Nicolau Nasoni , Arquitecto do Porto, Lisboa, 1966; CUNHA; Luís, O Porto do Arquitecto Nicolau Nasoni, in Petrogal, Ano I, n.º 2 Março, 1980; PACHECO, Helder, Porto, Lisboa, 1984; Guia de Portugal, IV, I, vol. 4, Coimbra, 1985; CABRAL, Luís , Edifícios do Porto em 1833, Porto, 1987; BORGES, Nelson Correia, História da Arte em Portugal. Do Barroco ao Rococó, vol. 9, Lisboa, 1987; ALVES, Joaquim Jaime B. Ferreira, O Porto na Época dos Almadas, vol. 1, Porto, 1990; ALVES, Natália Marinho Ferreira, De arquitecto a entalhador. Itinerário de um artista nos séculos XVII e XVIII, in Actas do I Congresso Internacional do Barroco, vol. I, Porto, 1991, pp. 355-369; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, Douro Litoral, Lisboa, 1991; Porto: do nome Portugal, Lisboa, 1992; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. II, Lisboa, 1993; Porto a Património Mundial, Porto, 1993, QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal, Cidade do Porto, Vol. XIII, pp. 116, 117, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1995; TÁVORA, Fernando, Projecto de Requalificação da Baixa Portuense - Zona Leste A, in arq./a, Ano II, n.º 8, Julho / Agosto, Lisboa, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN / DSID, DGEMN / DREMN; CMP: AHMP - Livro 1, p. 661, n.º 12, n.º 116/ 118, n.º156, Livro 4, n.º 21

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID, DGEMN / DREMN; CMP: AHMP

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN / DSID, DGEMN / DREMN; CMP: AHMP

Intervenção Realizada

Confraria: 1924 - desmontagem do primeiro lanço de degraus da escadaria, que se localizava frente à R. 31 de Janeiro; 1925 - restauro dos painéis da nave sendo as molduras douradas recobertas de castanho; 1932 - Revestimento da fachada e torres a azulejo; 1946 - restauro do órgão; DGEMN: 1969 - Reformulação do sistema eléctrico e de som; Confraria: 1995 / 2002 - Obras de remodelação do coro-baixo (colocação de novo guarda-vento); consolidação da torre S.; remodelação do coro-alto (substituição pavimento, criação de uma bancada para os coralistas); nova instalação electrica e sonora e instalação de sistema de segurança; remodelação da sacristia; prospecções arqueológicas na nave e capela-mor; intervenção na capela-mor (colocação de novo pavimento lajeado sendo retiradas as pedras irregulares das zonas laterais, criação de patamar de acesso ao sacrário, reposição do altar-mor no seu lugar primitivo, desobstrução das duas portas de acesso à tribuna do retábulo; consolidação do tecto, restauro da tela da tribuna do retábulo-mor e respectiva mecanização); substituição do soalho da nave e colocação de degrau no acesso à capela-mor; intervenção no adro (restauro do muro lateral direito do adro sendo complementado com mais uma pilastra, construção de novo murete e assentamento de novo gradeamento, substituição do portão principal; ampliação da escadaria a E. e colocação de portão); CMP / Comissão Porto 2001: 2001 - obras de requalificação da Pç. da Batalha.

Observações

*1 - Há autores, que defendem que o obelisco, na sua primitiva localização, funcionaria como contraponto à Torre dos Clérigos (v. PT011312150003), pelo seu alinhamenmto com a mesma. Outros há, que o consideram um marco comemorativo da abertura da R. 31 de Janeiro; *2 - Os cruzeiros foram retiradas, no final do séc. 19, por ordem da Câmara Municipal do Porto, da colina do Bonjardim que pertenciam à Via Sacra; *3 - Inicialmente, teria tido um rico trabalho cromático a ouro puro, mais tarde coberto; *4 - onde primitivamente se encontrariam altares; *5 - Situava-se na actual Praça da Batalha, tendo sido demolida no início do séc. 20; *6 - o sub-coro correspondia ao adro da antiga Ermida de Santo Ildefonso.

Autor e Data

Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 1996 / Patrícia Costa 2003

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login