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Edifício e estrutura Edifício Religioso Edifício de Confraria / Irmandade Edifício, igreja e hospital Misericórdia
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Descrição
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| Planta longitudinal, ampla e de uma só nave. Volumes articulados com coberturas em telhados de 2 águas. A frente da igreja, terminada em empena, tem dois pares de colunas jónicas a ladear a porta principal e assentes em pesadas bases. A sobrepujar as colunas, duas esculturas em pedra: do lado N. a imagem de Nossa senhora da Conceição e do lado S. a imagem figurativa da Visitação. O portal é encimado por janelão. Edifício da Misericórdia de 2 pisos, tendo no primeiro, porta de verga recta, janela rectangular e pequeno vão e no segundo 3 janelas de sacada, de diferente largura e modinatura, uma delas de arco conopial. Pequena sineira encima a cobertura junto à igreja. Interior da igreja revestido a azulejos de padrão, tipo "tapete", organizados em 2 níveis; coro-alto, púlpito quadrado no lado do Evangelho e 2 capelas colaterais com retábulos. Estes e os retábulos laterais estão separados do resto da nave por balaústres de pau-preto com chapas ornamentais de latão dourado, da autoria do entablador bracarense Agostinho Marques, também ele autor da grade de púlpito. Tecto de madeira em caixotões com flores douradas nos encontros. Parede testeira em cantaria com alto arco triunfal entre pilastras e com 2 capelas laterais (1780 / 1781) encimadas por painéis em estilo neoclássico. Capela-mor com retábulo de talha e tecto em abóbada de berço. CASA DO DESPACHO: Salão soalhado, de planta quadrangular, com tecto em madeira de tábua corrida pintado, com um medalhão oval central onde se insere peça em talha dourada de suspensão de lustre. As paredes que o delimitam rebocadas encimadas por sanca em madeira pintada apresentam uma sequência de retratos dos benfeitores. Na parede fundeira cadeiras espaldar em torno de mesa comprida torneada. Em toda a extensão da sala distribuem-se filas de cadeiras separadas por corredor central. A anteceder a Sala do Despacho outro salão soalhado de igual dimensão separado deste por grande vão com sanefa sobrepujado por peça em talha policromada com escudo ladeado por dois meninos. Da sanefa suspende-se um cortinado. Pode-se encontrar nesta Sala duas arcas, numa das quais se colocou uma imagem em madeira policromada e na outra, um crucifixo. Encostadas ás paredes, pode ver-se um cofre pintado e ainda a bandeira da Misericórdia *1. Este Salão constitui a sala de entrada para o Arquivo e Sala do Despacho. Apresenta também um tecto em madeira de tábua corrida pintado com sanca, donde se destaca ao centro uma sucessão de frisos salientes em forma de losango. No centro uma peça trabalhada em talha dourada com a mesma forma, serve de transição para o candeeiro suspenso. As paredes laterais rebocadas apresentam além da porta de entrada, quatro portas almofadadas e em posição simétrica. Três servem para arrumos e uma dá acesso à Sala do Arquivo recentemente remodelada *2. A Sala do Arquivo soalhada e de tecto estucado, apresenta duas enormes estantes envidraçadas. Os vãos deste espaço na recente remodelação ficaram com uma espécie de moldura com a alvenaria de pedra à vista. |
Acessos
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| Rua da Misericórdia, Praça Dr. António José de Almeida |
Protecção
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| Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 / Incluído na Zona Especial de Proteção da Igreja Matriz de Vila do Conde (v. PT011316280003) *1 |
Enquadramento
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| Urbano, isolado. A Casa do Despacho e Arquivo, situam-se num corpo em L de dois pisos, articulado com o corpo da igreja e sacristia através de um pequeno pátio quadrangular. No 1º piso do L localiza-se um arrumo e a passagem para o pátio lajeado. A partir deste pátio uma escadaria em L coberta e porticada permite o acesso ao 2º piso, ou seja à sala do Arquivo e ao Salão Nobre. Fronteiro ergue-se o Hospital de Vila do Conde, e nas proximidades, no alargamento da R. da Misericórdia, localiza-se um cruzeiro (v. PT011316280056). |
Descrição Complementar
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| A fachada do edifício onde se insere o Salão Nobre e o Arquivo, de dois pisos, tendo no primeiro porta de verga recta, ladeada por uma janela quadrangular engradada e um pequeno vão facetado de remate curvo é rematado por cornija saliente de apoio do beiral. A intercalar, o segundo piso apresenta três vãos de sacada, sendo dois iguais de varanda saliente em granito engradada e rematados por cornija horizontal e o terceiro mais largo , com a varanda saliente em granito engradada apoiada em modilhões com volutas e caneluras. Este vão destaca-se pelo remate em arco conopial. Sobre esta fachada ergue-se a sineira em cantaria. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Utilização Actual
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| Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Propriedade
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| Privada: Misericórdia |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| Autor de riscos: Nicolau Nasoni (tribuna); Ensambladores: Agostinho Margues (grades de comunhão da nave e guarda do púlpito); Entalhadores: Manuel Rocha; Escultores: João da Fonseca Lapa (imagem do Senhor dos Passos); Oleiros: Domingos Francisco (azulejos da nave); Pedreiros: Gabriel Cerqueira de Sá (base do púlpito); Pintores: Luís Soares. |
Cronologia
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| 1499, 14 Março - compromisso da fundação da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde; a Casa da Confraria e Hospital, situar-se-iam num terreno chamado de Espírito Santo, pertença de Álvaro Fernandes da Rua e sua mulher, que o haviam cedido à irmandade designada por Nossa Senhora da Madre de Deus ou Virgem Maria da Misericórdia; séc. 16 - edificação; 1510 - fundação da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde e construção da sua primeira sede com hospital anexa à Capela do Espírito Santo; 1525, 14 Maio - em assembleia geral a Irmandade resolve construir uma nova sede *3 no actual sítio da Casa do Despacho, no terreno cedido por Álvaro Fernandes da R. da Misericórdia *4; 1559, 7 Março - deliberação da Assembleia para construção da Igreja *5, em que o sino e o campanário deveriam ser executados à semelhança dos da Misericórdia do Porto, e o púlpito igual ao da Igreja de Santo Eloy da mesma cidade; 1 Maio - início da construção da Igreja; 1592 / 1593 - execução da bandeira da misericórdia, por Inácio Ferraz de Figueiroa, mandada executar pelo Provedor, a expensas de 5700 réis dados por Gonçalo Vaz Villas Boas e João Folgueira; 1662 - execução dos retábulos colaterais; 1663 / 1664 - o Provedor Capitão João de Lima Abreu, entrega a pintura dos retábulos colaterais a Luís Soares; 1665 - 1666 - conclusão da pintura dos painéis dos retábulos colaterais; 1692 - revestimento azulejar da nave, com azulejos fabricados em Lisboa pelo mestre oleiro Domingos Francisco; construção do coro e tecto de caixotões; 1692 / 1693 - execução das guardas do corpo da Igreja e do actual púlpito pelo Mestre de Braga, Agostinho Marques; 1693 - execução da pedraria do actual púlpito *6 por Gabriel Cerqueira; séc. 17 - execução do tecto em caixotões da igreja e do coro em pau santo; 1743 - desenho da tribuna por Nicolau Nasoni e talha executada por Manuel Rocha; 1743 - 1744 - execução do retábulo-mor; 1758, 14 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Francisco de Lima Azevedo Camelo Falcão, é referido que a Misericórdia tem de renda 1:000$000: o templo é magnífico com vários altares, o do lado N. dedicado a Nossa Senhora da Piedade, o existente ao lado da porta da sacristia é dedicado ao Ecce Homo e, no lado S. o Senhor dos Passos, surgindo um último dedicado ao Bom Pastor; 1773, 17 Julho - o órgão da Igreja foi comprado ao extinto Convento de São Simão da Junqueira (v. PT011316120022), por 135 mil réis; 1780 / 1781 - execução dos retábulos colaterais e colocação de painéis representando a Verónica e outro representando a Deposição no túmulo, do pintor Luís Soares; séc.18 - reforma da Casa do Despacho *7 |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| IGREJA: Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocadas a branco; molduras de granito aparente; paredes interiores em azulejaria de tipo "tapete"; o tecto revestido a caixotões de madeira; CASA DO DESPACHO: Paredes em alvenaria de granito rebocadas no interior e exterior; Cobertura com estrutura de madeira revestida a telha; Tectos da entrada, alpendre e último piso em madeira pintada; Tecto estucado (sala do arquivo e arrumos); Pavimentos em soalho de madeira; Pavimento em tijoleira cerâmica; Pavimento em lajeado de granito (entrada e pátio); Caixilharias interiores e exteriores em madeira pintada; Escadaria exterior e guarda em granito. |
Bibliografia
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| ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa 1988; ALVES, Natália Marinho Ferreira, De arquitecto a entalhador. Itinerário de um artista nos séculos XVII e XVIII, in Actas do I Congresso Internacional do Barroco, vol. I, Porto, 1991, pp. 355-369; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique e BORRALHEIRO, Rogério, As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património, Braga, Universidade do Minho, 2000; CORTEZ, Russel, Vila do Conde e seus azulejos, Jornal Renovação, 4 de Maio de 1946; FERREIRA, Pe. José Augusto Ferreira, Vila do Conde e o seu Alfoz, Porto 1923; FREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha e, Artes e Artistas em Vila do Conde, Revista Museu, II Série, nº 4, Porto, 1962; GONÇALVES, Flávio, A Talha no Concelho de Vila do Conde, Exposição Fotográfica, Catálogo, Vila do Conde, 1978; LIMA. Maria João Pires de, Recenseamento dos Arquivos Locais, 1996; NEVES, Pe. Serafim Gonçalves das, Azurara, subsídios para a sua monografia, Porto 1948; NEVES, Pe. Serafim Gonçalves das, Azurara, Vila do Conde, Breve notícia histórica e etnográfica, Azurara 1965; NEVES, Joaquim Pacheco Neves, Vila do Conde, Vila do Conde, 1991; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, Lisboa 1993; SIMÕES, J. M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no Séc. XVII, Lisboa, 1971; SOUSA, Ivo Carreira de, V Centenário das Misericórdias Portuguesas, CTT, Lisboa 1998; VIEIRA, José Augusto, O Minho Pitoresco, tomo II, Lisboa, 1887.. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Intervenção Realizada
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| SCMVC: 1964 /66 - Substituição das coberturas da Igreja e Casa do Despacho; 1987 /1988 - Substituição do travejamento em madeira do pavimento, por laje aligeirada, na sala das Sessões e Arquivo; 1998 / 1999 - Remodelação da Sala do Arquivo; |
Observações
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| *1 - O cruzeiro foi classificado conjuntamente com a Igreja e Edifício da Misericórdia de Vila do Conde. Sabe-se por documentação que onde se construir a actual Igreja, demoliu-se a Capela de São Miguel; *1 - a original, mais antiga encontra-se no arrumo do piso térreo; *2 - foi destruída uma parede que a subdividia em dois espaços; *3- as anteriores eram exíguas e sem hipóteses de ampliação; *4 - à custa de Pedro Annes, Abade de Retorta; *5 - com o legado do Pe. Jerónimo Veloso; *6 - igual ao da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde; *7 - ainda é visível na fachada principal um vão manuelino. |
Autor e Data
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| Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 1996 / Isabel Sereno 2000 |
Actualização
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