Castelo de Porto de Mós
| IPA.00005259 |
Portugal, Leiria, Porto de Mós, Porto de Mós - São João Baptista e São Pedro |
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Castelo gótico e renascentista, de planta pentagonal, com torreões de reforço nos ângulos, adaptada a paço solarengo. Inicialmente o castelo apresentava 5 torres, nos 5 ângulos, coroadas por coruchéus, muralhas rematadas por mata-cães e rasgadas por uma varanda a S. e 2 a N. (Sousa, 1932; Ramos, 1971). Grandes afinidades com o paço de Ourém na cachorrada e no denticulado dos vãos das portas interiores. Os cachorros eram provavelmente rematados por arcadas em tijolo, sobre a qual assentava o adarve, como em Ourém. Transformado em residência pelo Conde D. Afonso - edifício e jeito palaciano, entre o gosto cortesão e o renascimento, como é possível observar na silhueta, nos recortes dos janelões ou no capitel revivalista. |
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Número IPA Antigo: PT021016110002 |
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Registo visualizado 2278 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo
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Descrição
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Planta inscrita em pentágono irregular. Espessa muralha rematada por cachorrada, reforçada nos 4 ângulos mais salientes por 4 torreões, 3 de planta quadrada, e 1 pentagonal no ângulo NO.. Os 2 torreões que rematam a fachada principal, virada a S., são coroados por telhados piramidais revestidos por placas cerâmicas verdes. A fachada principal é rasgada, ao nível do 1º piso, por um arco de volta perfeita, que dá acesso, através de um vão abobadado, à porta de entrada, com arco abatido no interior; no 2º piso uma logia de dupla arcada lanceolada, assente em pilares oitavados e em mísulas em forma de cone invertido; de cada lado da logia, 1 janela em arco quebrado sobre mísulas. Para um pátio central, com cisterna ao meio, precedido por pilastras e coluna classicizantes, abrem-se 4 salas abobadadas. As torres são rasgadas por janelas em arco quebrado ou com verga em arco segmentar. A galeria do lado S. é coberta por 4 tramos com abóbada de cruzaria de ogivas com chaves decoradas com o escudo, a divisa e o mote do Conde de Ourém. Do lado N., também no 2º piso, são visíveis mísulas e arranques de arcos, que sugerem a existência de 2 varandas rasgadas nas 2 faces menores do pentágono. |
Acessos
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Rua Galega, Rua Dom Fuas Roupinho, Rampa do Castelo. WGS84 (graus decimais) lat: 39.603420 long:-8.818676 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 1.ª série, n.º 152, de 02 julho 1948 / Incluído na Área Protegida das Serras de Aire e Candeeiros (v. PT020615090027) |
Enquadramento
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Urbano. Isolado, sobre um morro de 148 m. de altura, sobranceiro à vila de Porto de Mós e de onde se avista o vale do Lena e a Serra dos Candeeiros. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: monumento |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Câmara Municipal de Porto de Mós, auto de cessão de 21 Fevereiro 1941 |
Época Construção
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Séc. 13 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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Sécs. 12 / 13 (inícios) - D. Sancho I reedifica a atalaia mourisca conquistada em 1148 por D. Afonso Henriques, arrasada pela reconquista árabe; séc. 14 (inícios) - restauro do castelo por D. Dinis, que terá também construído cerca muralhada em redor da povoação; séc. 15 ( 2ª metade ) - obras de adaptação a paço pelo Conde de Ourém, 1º Marquês de Valença, D. Afonso, que terá procurado inspiração nas viagens que realizou pela Europa (Ramos, p. 56); séc. 16 - elementos classicizantes do átrio mostram possíveis intervenções do Duque de Bragança, a quem D. Manuel volta a doar a alcaidaria; c. 1735 - cai uma das 5 torres que o castelo possuía; 1755 / 1770 - os abalos que se fizeram sentir nestes anos destruiram parte do castelo: ficaram de pé 3 torres muito arruinadas, a muralha ficou aberta do lado N., caiu parte da varanda do lado S. (Sousa, 1932; Ramos, 1971); 1909 - novo abalo sísmico destrói 3 das arcadas da varanda, deixando à vista as abóbadas. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes e estruturas autónomas. |
Materiais
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Alvenaria e cantaria de pedra calcária; tijolo, cerâmica vidrada; betão armado. |
Bibliografia
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CALADO, Rafael, artigo em A União Nacional, nºs 135/136, 1931; SOUSA, Francisco Luís Pereira de, O terramoto de 1755 em Portugal, Lisboa, 1932; LARCHER, Jorge das Neves, Castelos de Portugal, Lisboa, 1933; CORREIA, Virgílio, artigo do Diário de Coimbra, 06.06.1941; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, vol. II, Lisboa, 1946; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Lisboa, 1955; RAMOS, Luciano João, Castelo de Porto de Mós - Estudo Histórico, Leiria, 1971; COSTA, Augusto, CORREIA, Luís Miguel, O Castelo de Porto de Mós, Monumentos 11, DGEMN, Lisboa 1999; FURRIEL, Francisco Jorge, Da Pré-Hitória à Actualidade - Breve Monografia de Porto de Mós, Vol. I, Porto de Mós, 1999. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMC |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DREMC |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMC |
Intervenção Realizada
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1936 - Remoção de entulhos, incluíndo escavação e aproveitamento de materiais; reconstrução de paramentos de paredes em alvenaria, segundo as existentes; reconstrução de paredes com 2 paramentos em cantaria silharada; 1937 - reconstrução parcial da galeria abobadada da fachada principal, incluíndo pilares, abóbadas de tijolo, mísulas, arcos, parapeito; limpeza geral de paramentos de cantaria e alvenaria, tomada de juntas; 1939 - reconstrução de paredes em alvenaria, incluíndo cunhais em cantaria, portas e janelas em cantaria iguais às existentes; reconstrução de paredes em alvenaria iguais às existentes, incluíndo vigas encobertas em betão armado; reconstrução de parte da logia; demolição de entulhos, incluíndo escavação e aproveitamento de materiais; consolidação e arranjo de 2 salas abobadadas junto à Praça de Armas; 1940 - desentulhamento da cisterna, consolidação e limpeza das abóbadas e paredes; reconstrução de paredes de alvenaria, incluíndo cintas encobertas de betão armado; construção e assentamento de 2 pilastras e uma coluna ornamentada em cantaria lavrada; escavação e remoção de terras, incluíndo escolha de materiais; 1941 / 1946 - reconstrução de paredes em alvenaria, incluíndo cintas encobertas em betão armado; construção de abóbada de alvenaria argamassada, incluíndo moldes; construção de degraus em cantaria apicoada a fino; escavação e remoção de terras; 1946 - construção de 2 placas em betão armado na torre direita da fachada principal; escadas em cantaria para os 2 pavimentos da torre esquerda; pavimento em tijoleira em 6 pavimentos das torres; construção de 8 arcos em tijolo; construção da cobertura da torre esquerda; abóbada em tijolo com 14,3 m. x 5 m.; baldeação a pá de terra dura, incluíndo damregularização; 1947 - conclusão da parede da torre direita, incluíndo cinta em betão e 2 trompas; construção da pirâmide em tijolo com cintas em betão na torre direita; construção de escadas em alvenaria e cantaria na torre direita; construção das muralhas E. e O. em alvenaria assente com argamassa; 1954 - restauro de coberturas com telha de escama vidrada; 1955 - fornecimento e assentamento de tijoleira vidrada em escama em superfície muito inclinada, incluíndo ripado para a receber (torres); 1956 - conclusão do revestimento em escama de tijolo na agulha de uma das torres; 1957 - revestimento e coroamento da outra torre; 1958 - porta em madeira de carvalho, com 5 cm de espessura, reforçada por barras de ferro; 1960 - iluminação "festiva" do castelo; 1970 - consolidação da torre do ângulo NE., onde se verificavam fendas; desmontagem e remontagem de cantarias na base dessa torre; consolidação de abóbadas e vergas em arco no varandim sobranceiro à entrada principal; substituição dos artesãos das abóbadas em estado de desagregação ou mesmo já substituídos por argamassa; substituição de aduelas de cantaria nos arcos da varanda por peças novas com moldura idêntica, com o respectivo enchimento em alvenaria; construção de alvenaria no enchimento dos vazios, com elevação dos materiais a 8 m. de altura, acabamento a gateado, deixando à vista a face da pedra envelhecida; construção de alvenaria de tijolo no entaipamento de um vão situado numa face da pirâmide da torre; construção de pavimento em tijoleira sobre estrutura de abobadilha de tijolo, numa dependência do 2º piso do lado E.; colocação de escamas em falta na pirâmide da torre NE.; 1972 - obras junto ao castelo: demolição de murete em alvenaria no embasamento do castelo; remoção de terras no embasamento até ao seu remate no terreno natural; levantamento da escada de acesso ao piso de entrada com vista à sua reconstrução em fundações novas; limpeza e regularização da parede descoberta da muralha; demolição de alvenaria na guarda da escada até ao nível do muro primitivo; construção de murete em alvenaria de pedra aproveitada; fundação em massame de betão para assentamento de nova escada; reassentamento da escada; pavimentação em calçada idêntica à existente na zona de onde se removeu a escada e junto à muralha; reconstrução de abobadilhas em tijolo, incluíndo montagem de cimbre; construção de uma porta em pinho; 1973 - execução de peças em cantaria em cunhais das 2 torres; picagem de rebocos, limpeza de alvenarias e refechamento de juntas; 1990 - consolidação do cunhal da torre Sul com reforço da fundação através da construção de um muro em betão armado que implicou o desmonte e reconstrução da muralha; 1991 / 1992 - escavações arqueológicas; 1992 - impermeabilização das cúpulas das torres e reposição do seu revestimento; 1997 / 1999 - obras de recuperação e valorização do castelo, incluindo conservação e consolidação de paramentos, beneficiação geral das coberturas, execução de paramentos térreos; limpeza e refechamento de juntas da muralha; demolição das estruturas de betão existentes; desmonte de escadas em cantaria; impermeabilização e revestimento de terraços exteriores; execução de pavimentos interiores em madeira e escadas de acesso interior com estrutura metálica; instalação eléctrica interior e iluminação exterior; instalação de para-raios e rede telefónica; execução de instalações sanitárias; instalação de bar; recepção e salas de exposições. |
Observações
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Autor e Data
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Isabel Mendonça 1991 |
Actualização
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Lúcia Pessoa 1999 |
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