Claustro da Manga do Mosteiro de Santa Cruz / Jardim da Manga

IPA.00005165
Portugal, Coimbra, Coimbra, União das freguesias de Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu)
 
Arquitetura religiosa, renascentista. Claustro de construção quinhentista, retilíneo, composto por templete central sobre colunas, rodeado por quatro estruturas circulares, unidas ao espaço central por arcobotantes, numa invocação das casas de fresco italianas. A obra tem grande calor simbólico, podendo considerar-se uma das mais importantes "Fons Vitae" da arquitectura europeia, que jorra do templete central para oito tanques crucíferos, agrupados a par, simbolizando os quatro rios do paraíso. Foi transformado em espaço público, com casa de chá, sendo um dos lugares de convívio da população estudantil da cidade.
Número IPA Antigo: PT020603170025
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho

Descrição

Planta circular, templete central ladeado por quatro construções cilíndricas, os oratórios, ligadas ao central por arcobotantes e passarelas. Do templete central saem quatro ruas ladeadas por pequenos tanques; é constituído por oito colunas coríntias com entablamento, sobre o qual se eleva uma abóbada esférica rematada por um lanternim. No interior dos oratórios, na parede, retábulos de pedra *2.

Acessos

Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes; Rua Martins de Carvalho

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 23 967, DG, 1ª série, n.º 130 de 05 junho 1934 / ZEP, Portaria, DG, 2ª série, n.º 44 de 21 fevereiro 1958 *1

Enquadramento

Urbano, destacado, situa-se integrado nas traseiras do conjunto monástico de Santa Cruz (v. IPA.00004234), em frente das escadas de Montarroio.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino

Utilização Actual

Cultural e recreativa: logradouro público

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE DE OBRAS: João de Ruão (atr., 1530). PEDREIROS: Diogo Fernandes (1533); Fernão Luís (1533); Péro de Évora (1533); Mestre Jerónimo Afonso (cantarias).

Cronologia

1530 - início provável da construção, segundo plano de reforma para o Mosteiro de D. Frei Brás de Braga, tendo João de Ruão executado os baixos relevos para o interior dos 4 cubelos ou capelas, trabalho pelo qual cubrou a quantia de 140.000 reais; 1533, 07 setembro - celebram contrato de empreitada para as obras de pedraria Pero de Évora, Diogo Fernandes e Fernão Luís; 1839 - todo o conjunto do Mosteiro de Santa Cruz é entregue à Câmara Municipal; 1999, fevereiro - protocolo entre a Câmara Municipal de Coimbra e a DGEMN para obras de conservação e beneficiação do Jardim com participação de cerca de 50% da DGEMN, num custo total previsto de 31 000 contos; na intervenção pretende-se que o conjunto de elementos se situem num plano único, apresente nova iluminação e um sistema dissuasor de pouso e permanência de aves; no restaurante serão substituídos os toldos por uma pérgula em ferro e vidro constituída por 5 módulos justapostos de modo a configurarem um elemento contínuo, assim como, o mobiliário.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Pedra (templete); alvenaria (oratórios)

Bibliografia

ALVES, Virgínia - Jardim da Manga vai ser recuperado, in Jornal de Notícias, 02 Agosto de 1999; BORGES, Nelson Correia - Coimbra e Região. Lisboa: 1987; DIAS, Pedro - Coimbra: Arte e História. Porto: 1983; GONÇALVES, Carla Alexandra - «A encomenda e o mecenato artístico quinhentista. O caso dos encargos escultóricos na cidade de Coimbra» in Invenire Revista de Bens Culturais da Igreja. Lisboa: Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, julho - dezembro 2013, n.º 7, pp. 6-13; MARTORELL, Francisca Joana, PESSOA, Lúcia - «Jardim da Manga - Coimbra - Obras de conservação e beneficiação 1999 - 2000» in Monumentos. Lisboa: Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, setembro 2000, n.º 13, pp. 128-131; O Jardim da Manga, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 89, Lisboa, 1957; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69815 [consultado em 12 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Arquivo Pessoal de Ilídio Alves de Araújo (IAA)

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; DGEMN/DREMC

Intervenção Realizada

DGEMN: 1936 / 1937 / 1938 / 1939 / 1940 - desobstrução do templete e dos tanques, substituição dos lajedos dos tanques e das passagens, assentamento de canalizações, substituição do lajedo que faltava no templete e nos oratórios, consolidação de alicerces e paredes, reparação de cantarias, rebocos no interior dos oratórios, consolidação dos altares e arranjo das portas, execução da escadaria de ligação com o exterior; 1955 / 1956 - pintura do templete, arranjo da sebe, ensaibramento da calçada; 1957 - reposição dos altares nos cubelos, reboco interior, reparação das cantarias, lajedo nos arruamentos; 1958 - Reparação da instalação eléctrica; 1970 - Limpeza e arranque de ervas; 1994 - obras de recuperação do jardim; 1999 / 2000 - conjunto arquitectónico: picagem de todos os rebocos interiores e exteriores e aplicação de novos; impermeabilização dos tanques e lages; limpeza dos elementos pétreos; substituição e rectificação de lages; iluminação; correcção do escoamento de águas; isolamento térmico; colocação de pérgola; instalação da rede de drenagem das águas pluviais; tratamento da envolvência.

Observações

*1 - DOF - Restos do claustro da manga do Mosteiro de Santa Cruz / da enfermaria / claustro terceiro. A classificação compreende o que resta da arquitectura que compunha o motivo central do Mosteiro de Santa Cruz, ou seja, o pequeno templo central e as quatro capelas que o rodeiam, bem como os tanques e o terreno ainda livre do claustro. *2 - as esculturas provenientes do Jardim encontram-se no Museu Machado de Castro. Diz a tradição que se chama "Da Manga" porque D. João III, numa das suas visitas, o desenhou na manga do casaco.

Autor e Data

Horácio Bonifácio 1991/ Cecília Matias 2003

Actualização

Rogério Iglésias 2000
 
 
 
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