Hospício, Casa e Capela de São Francisco
| IPA.00005098 |
Portugal, Porto, Paços de Ferreira, Freamunde |
|
Arquitectura religiosa, setecentista e neoclássica. Hospício da Ordem Terceira de São Francisco composto por casa e capela, rodeados por pequena cerca, todos de construção setecentista. A Capela é de planta rectangular composta por nave, capela-mor e sacristia adossada ao lado esquerdo, com a nave iluminada uniformemente por janelas rectilíneas rasgadas nas fachadas laterais, tendo a capela-mor iluminação unilateral, com janela em capialço na fachada lateral direita. Fachada principal em empena truncada pelas armas da Ordem, com os vãos rasgados em três eixos, formados pelo portal central, de verga recta, ladeado por janelões em capialço. Na empena sineira de volta perfeita. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e rematadas em cornijas, as laterais rasgadas pro portas travessas de vergas rectas. Interior com coro-alto, púlpito no lado do Evangelho e arco triunfal de volta perfeita, ladeado por capelas retabulares dispostas em ângulo, inscritas em vãos semicirculares, de talha neoclássica. Capela-mor com supedâneo de cantaria, onde surge o retábulo de talha pintada neoclássica, de planta convexa e um eixo. O hospício é de planta rectangular simples, de dois pisos, com vãos rectilíneos, surgindo entre ambos os edifícios um terreiro, fechado por muro em alvenaria. Capela de um hospício franciscano, com a fachada principal bastante elaborada, com o portal rematado por frontão triangular contendo as armas franciscanas, encimado por nicho em abóbada de concha volutado, contendo a imagem do padroeiro, São Francisco, surgindo, no topo, um escudo e a coroa portugueses. No lado esquerdo da empena da fachada principal, sineira rematada em frontão triangular interrompido por volutas. As fachadas são rasgadas por janelas de tipo diferente, as da fachada principal e da capela-mor em capialço, remetendo para uma feitura mais antiga das da nave, de formato simples e rasgadas certamente no séc. 19. No interior, destaca-se o púlpito, apesar de desactivado, remetendo para a activada precatória da Ordem Franciscana, e os retábulos de talha neoclássica, apesar de manterem alguns elementos barrocos, como as colunas marmoreados e com os fustes ornados por falsas espiras e com o terço inferior marcado. Os colaterais são ainda mais conservadores, com os remates em cornijas contracurvadas e em duplos espaldares. Os corpos que constituem o conjunto estão ligados por muro em alvenaria, encimados por mísulas decorativas. |
|
Número IPA Antigo: PT011309080008 |
|
Registo visualizado 710 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos Terceiros
|
Descrição
|
Conjunto arquitectónico composto pelo corpo do hospício, a capela e uma pequena cerca, formando uma planta triangular. A CAPELA é de planta rectangular composta por nave, capela-mor mais estreita e sacristia adossada à fachada lateral esquerda, de volumes articuladas e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas (nave e capela-mor) e quatro águas (sacristia). Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos piramidais com bola, rematadas por frisos e cornijas. Fachada principal a N., rematada em empena truncada pelo escudo português, encimado por coroa fechada e cruz latina, sendo truncada no lado esquerdo pela sineira em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes, e rematada em frontão interrompido por florão e grimpa. É rasgada por portal de verga recta com moldura simples em cantaria, rematado em friso, onde consta a data "1737", cornija e frontão triangular sem retorno, contendo as armas da Ordem Terceira de São Francisco, truncado superiormente por nicho em abóbada de concha, rodeada por volutas e possuindo a imagem de São Francisco. A ladear o nicho, duas janelas rectilíneas em capialço. Fachada lateral esquerda com bancos em cantaria adossados ao corpo da nave, que é rasgado por porta travessa de verga recta e duas janelas rectilíneas, todas com molduras simples em cantaria. A capela-mor tem adossado o corpo da sacristia, rasgado, na face N., por porta de verga recta e moldura simples, tendo, na face E., janela rectilínea. Fachada lateral direita com a nave rasgada por porta travessa e duas janelas rectilíneas e com molduras simples, surgindo, na capela-mor, uma janela em capialço e porta de verga recta. Fachada posterior em empena cega, com cruz latina sobre plinto volutado no vértice. O corpo da sacristia é cego, tendo adossado o muro em alvenaria de granito que limita a cerca, rasgado por portão de verga recta. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, as da nave percorridas por silhares de azulejo, com coberturas em falsas abóbadas de berço, com apainelados de estuque e tirantes metálicos, assentes em cornijas de cantaria, tendo pavimento em soalho; as janelas e portas estão encimadas por sanefas. Coro-alto com guarda de madeira torneada e vazada, coma cesso por escadas situadas no lado da Epístola. O portal axial encontra-se protegido por guarda-vento de madeira e vidro e a porta travessa com pia de água benta em cantaria de granito ultrasemicircular e com bordo boleado. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular em cantaria, sustentado por mísula decorada, tendo acesso por escadas no lado direito. Presbitério elevado por um degrau e encerrado por teia balaustrada. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, encimado por sanefão com as armas da Ordem, ladeado por dois meios-arcos de cantaria, dando lugar aos retábulos colaterais dispostos em ângulo, dedicados a Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Rosário. Capela-mor com supedâneo de três degraus, sobre o qual surge a mesa de altar, o atril e o retábulo-mor de talha pintada de branco e dourado, de planta convexa e um eixo definido por quatro colunas grupadas, de marmoreados fingidos, com o terço inferior marcado, sustentando frisos e quatro urnas. Tribuna contracurvada contendo trono expositivo de três degraus, encimado por resplendor, tapada por tela pintada a representar São Francisco a receber os estigmas. A estrutura remata em espaldar curvo, contendo as armas da Ordem, uma falsa cúpula fitomórfica e acantos e rosetões. Altar em forma de urna, ornado por cartela e elementos fitomórficos, encimado por sacrário em forma de templete, sustentado por colunelos e rematado por cupulim, decorado por concheados e volutas. A estrutura é envolvida por painéis de madeira, formando exteriormente dois nichos contracurvos, sustentados por mísulas e rematados por acantos, sob os quais surgem as portas de acesso à tribuna. A casa da tribuna possui decoração de apainelados e frisos de acantos, em pinturas murais, surgindo, pontualmente, figuras antropomórficas.. O HOSPÍCIO é de planta rectangular simples e cobertura homogénea em telhado de quatro águas, evoluindo em dois pisos, com fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais de cantaria e rematadas em cornijas, sendo rasgadas por janelas e portas rectilíneas. A fachada virada a O., virada ao largo, é rasgada, ao nível do segundo piso, por janela de sacada em cantaria de granito, com guarda vazada em ferro, para onde abre porta-janela rectilínea com moldura simples de cantaria. A fachada virada a N., possui dois panos definidos por pilastra colossal, sendo rasgados por quatro janelas de peitoril, rectilíneas e com molduras simples. INTERIOR não observado. Entre a casa e a capela surge um muro em alvenaria de granito, encimado por friso e ameias decorativas, rasgado por duas portas de verga recta e molduras simples, de acesso à zona da cerca. |
Acessos
|
Largo de São Francisco; Rua de Arnaldo de Brito; Rua do Comércio. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,288573; long.: -8,337195 |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, implantado num largo triangular, envolvido por vias públicas pavimentadas a alcatrão. Encontra-se envolvido por casas de habitação, campos de cultivo e, fronteiro, o cemitério. No largo, pavimentado a calçada, destacam-se três enormes tílias e um cruzeiro. No largo, entre os corpos da capela e do hospício, surge um monumento escultórico de São Sebastião, composto por plataforma quadrangular de dois degraus, de onde evolui plinto paralelepipédico, com placa e a inscrição "A FREAMUNDE "SEBASTIANAS" 13-7-92". Nas imediações, situa-se a Igreja Paroquial de Freamunde (v. PT011309080009). |
Descrição Complementar
|
Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha pintada de branco e dourado, de planta recta e um eixo definido por duas colunas de marmoreados fingidos, percorridas por falsas espiras fitomórficas, assentes em plintos galbados e nas banquetas. Ao centro, nicho contracurvo, ladeado por mísulas com imaginária, encimadas por friso de acantos. O retábulo do Evangelho remata em entablamento interrompido pelo nicho, enquanto o oposto apresenta cornija corrida, sobre os quais se desenvolvem duplos espaldares ornados por motivos fitomórficos, os inferiores rectos e flanqueados por quarteirões, sobrepujados por urnas, sendo os superiores curvos e encimados por cornijas volutadas e acantos. Possuem alto sotobanco com maquineta expositiva e envidraçada e altares em forma de urna ornados por motivos fitomórficos. As maquinetas possuem os fundos decorados a grisaille, formando cartelas envolvidas por acantos e rosas. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja / Residencial: casa |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ORGANEIROS: Manuel de Sá Couto (1810); Pedro Guimarães (1999). |
Cronologia
|
1734 - demolição da pequena capela ali existente; 1737 - data sobre a padieira da porta principal, revelando o início da construção do novo templo; 1743 - inauguração da actual capela; construção da residência-hospício, por iniciativa da Ordem Terceira de São Francisco; séc. 18, final - construção do coro, sineira e varanda alpendrada, por doaçõa do capitão-mor Francisco Moreira Carneiro; séc. 19, início - construção das estruturas retabulares e provável reforma das fenestrações da nave; 1810 - execução do órgão por Manuel de Sá Couto; 1878 - remodelação dos Estatutos da Confraria de São Francisco; séc. 20, anos 80 - colocação de lambrim de azulejo na nave; 1991, 08 novembro - proposta particular para a classificação do edifício; 1992 - construção do Cruzeiro no adro; 1996, 04 outubro - proposta de abertura do processo de classificação do edifício pela DRPorto; 14 outubro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 2000, 05 setembro - proposta da DRPorto para redifinir a área a classificar, de forma a integrar a cerca e o adro; 11 Setembro - Despacho de abertura do processo pelo vice-presidente do IPPAR; 2011, 01 julho - a DRCNorte propõe o arquivamento do processo; 2012, 29 fevereiro - parecer do Conselho Nacional de Cultura favorável ao arquivamento do processo; 27 setembro - arquivamento do procedimento relativo à classificação, publicado em Anúncio n.º 13484/2012, DR, 2.ª série, n.º 188. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Paredes exteriores de alvenaria rebocada pelo lado exterior e interior (Capela e Hospício); cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro; pavimentos revestidos a soalho de madeira; pavimento revestido a tijoleira cerâmica; lambrim de azulejo (nave e sacristia); tecto em abóbada abatida em estuque (nave e capela-mor); talha dourada e policromada dos altares e sanefas; adro em calçada à portuguesa. |
Bibliografia
|
DINIS, Manuel Vieira, Ermidas e capelas de Paços de Ferreira, Paços de Ferreira, Câmara Municipal de Paços de Ferreira, 1985. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
PROPRIETÁRIO: séc. 20, década 80 - colocação de azulejo na nave; 1999 - restauro do órgão por Pedro Guimarães (Opus n.º 28); séc. 21 - tratamento de rebocos e pinturas. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Isabel Sereno 1996 / Diocese do Porto e Paula Figueiredo (IHRU) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto) |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |