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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta - Hospitalários
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Descrição
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Planta longitudinal composta em U, volumes articulados, coberturas em telhados diferenciados a 2 águas. O corpo da antiga igreja organiza-se dentro de um rectângulo, tendo como resultante uma volumetria de paralelepípedo rectângulo, com cobertura a 2 águas. Anexas ao flanco O. da antiga igreja, encontram-se as antigas dependências conventuais e hospitalares, organizadas em torno da primitiva quadra, em 3 alas N., E. e O., de planta rectangular cobertas por telhados a 2 águas articuladas nos ângulos. A fachada principal da antiga igreja, a N., organiza-se em 3 níveis, os quais são verticalmente delimitados por pilastras lisas, de cantaria, coroadas por esferas, sendo o conjunto rematado por empena triangular. Na parte central abrem-se, ao nível do piso térreo, o portal, de emolduramento calcário de verga recta, no 2º piso, 3 janelas rectangulares, de emolduramento simples e, no último piso, um janelão ladeado por 2 janelas rectangulares. A massa das antigas dependências conventuais, cuja fachada N. se apresenta organizada em 2 níveis - compartimentada em 5 panos de muro por pilastras -, é animada pelo soco com placagem de cantaria e rasgamento de janelas rectangulares de peito. Nesta fachada, destaca-se um corpo, revestido a cantaria e rematado por frontão triangular que se eleva acima do beirado, no qual se reconhecem 2 janelas articuladas entre si, sendo a superior de sacada e ostentando grade de ferro forjado. Nos topos virados a S. das alas conventuais, organizados em 3 níveis, destacam-se as galilés de acesso ao piso térreo, definidas por um arco em asa de cesto ladeado por 2 janelas rectangulares separadas do vão central por pilares de secção quadrada, cuja cobertura é aproveitada em terraço com guarda de ferro forjado e balaústres de calcário. No topo S. da ala E., ao nível do 2º piso, observa-se um revestimento azulejar em painéis historiados azuis e brancos, com legendas em castelhano. |
Acessos
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Rua Presidente Arriaga, n.º 9 - 13; Rua das Janelas Verdes |
Protecção
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Em estudo / Incluído na Zona Especial de Proteção conjunta do Museu Nacional de Arte Antiga (v. IPA.00003153), da Igreja de São Francisco de Paula (v. IPA.00002621), do Convento das Trinas do Mocambo (v. IPA.00003151) e do Chafariz da Esperança (v. IPA.00004943) *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado em plano elevado com a fachada posterior voltada ao Rio Tejo, adossado a E. pelo Palácio do Conde de Óbidos (v. PT031106260170). Do outro lado da rua, a Igreja de São Francisco de Paula (v. PT031106260050) |
Descrição Complementar
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No átrio e restantes zonas de circulação (escadarias e corredores) observam-se silhares de azulejos de composição figurativa, azuis e brancos, tendo por temática dominante a vida de São João de Deus. No terraço, virado a S. 3 painéis de composição figurativa, monocromia: azul de cobalto em fundo branco, representando "A Virtude calcando a Riqueza", " A Virtude entre a Dissipação e a Avareza", "Alegoria do Silêncio", painéis realizados a partir de gravuras de Otto Van Veen, que ilustram a obra Theatro Moral de la Vida Humana y de toda la Philosophia de los Antigos y Modernos...", edições de Bruxelas, 1668, Antuérpia 1682 e 1733 *2. |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Segurança: quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR - DOURADOR: João de Sousa (1694). |
Cronologia
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1581 - existência neste local de um convento de carmelitas descalços com a invocação de São Filipe; 1604 - aquisição pelo Dr. António Mascarenhas (deão da capela real e deputado da Mesa da Consciência e Ordens) de umas casas, pertencentes a Francisco de Távora e a sua mulher D. Mécia Ribeiro; 1629 - fundação nesse local, pelo Dr. António Mascarenhas, de um convento e hospital dos irmãos hospitaleiros, sob a invocação de São João de Deus, fundador desta ordem; 1637 - falecimento do Dr. António Mascarenhas (sendo sepultado na capela-mor), ficando a edificação do convento e hospital a cargo dos hospitaleiros; séc. 17, 2ª metade - eram padroeiros do convento os condes de Atouguia; 1694, 23 abril - contrato entre Frei Manuel da Nazaré, prior do Convento, e o pintor João de Sousa, para o douramento do altar-mor, por 440$000 (FERREIRA, vol. II, p. 589); 1755, 01 novembro - o terramoto causa poucos danos ao edifício; 1758 - o convento não possuía padroeiro; 1758, 27 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco de Santos-o-Velho, Gonçalo Nobre da Silveira, é referido o Convento, como não tendo padroeiro; 1834 - expulsão das ordens religiosas e instalação de um Quartel da Brigada Real da Marinha nas antigas dependências conventuais; 1835 - extinção da Brigada Real da Marinha; desactivação da igreja; passam a ocupar sucessivamente o edifício o Tribunal da Corte e o Quartel de Infantaria Nº 2; 1874 - encontrava-se instalado no edifício o Quartel de Infantaria Nº 7; 1919 - instalação no edifício da Guarda Nacional Republicana; 1999, 10 setembro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, azulejos, ferro forjado. |
Bibliografia
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ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Livro 7, Lisboa, s.d; História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa, Vol. I, Lisboa, 1950; ATAÍDE, M. Maia, (dir. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa-Tomo III, Lisboa, 1988; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; FERREIRA, Sílvia Maria Cabrita Nogueira Amaral da Silva, A Talha Barroca de Lisboa (1670-1720). Os Artistas e as Obras, Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2009, 3 vols.; LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. II, Lisboa, 1874; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; MECO, José, Algumas fontes flamengas do azulejo português: Otto van Veen, Rubens, in Azulejo, nº 3/7, Lisboa, 1999; MIGUEL, Sidónio, Igrejas da Pampulha (S. Francisco de Paula e S. João de Deus), in Olisipo, Nº 30 e Nº 31, Lisboa, 1945; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; PEREIRA, Luis Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1927. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREL/DO/DIE/DEM/DP, DGEMN/DREL |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DRML, DGEMN/DESA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREL; CML: Arquivo de Obras, pº nº 13.907 |
Intervenção Realizada
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1928 - obras de conservação da denominada muralha de suporte, dando sobre a Avenida 24 de Julho; 1935 - reparações de canalizações e esgotos; 1937 - limpeza e pinturas exteriores; 1942 - obras de beneficiação muralha de suporte; DGEMN: 1956 - obras de conservação periódica do quartel e instalação de águas quentes para os chuveiros das casernas, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas; 1957 - obras pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicanas e Fiscal e da Alfândegas; 1958 - reparação e beneficiação do 3º pavimento para adaptação a enfermaria de emergência, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicanas e Fiscal e da Alfândegas; 1959 - reparação e beneficiação da enfermaria e serviços de saúde do quartel, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas. |
Observações
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EM ESTUDO. *1 DOF: Zona Especial de Proteção conjunta aos imóveis: Museu Nacional de Arte Antiga, Igreja de São Francisco de Paula, Túmulo da rainha D. Maria Vitória, Palácio do conde de Óbidos, Chafariz das Janelas Verdes, Teatro da Casa da Comédia, Edifício da rua das Janelas Verdes n.º 78 - 78, Cinema Cinearte, Chafariz da Esperança, Convento das Trinas, Casa de António Sérgio, Palacete do viscondes e condes dos Olivais e da Penha Longa, Troço do do Aqueduto das Águas Livres, Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo.*2 - no Convento de São Francisco, em São Salvador da Baía existe um conjunto de azulejos de composição figurativa, igualmente em azul e branco, da mesma época (c. 1740) representando o mesmo tema e realizados a partir da mesma fonte gráfica. Também no Palácio dos Coruchéus, em Lisboa, existe um conjunto de 8 azulejos de composição figurativa, realizados a partir de gravuras de Otto van Veen, ilustração do "Theatro de la Vida Humana". |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 |
Actualização
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Paula Correia 2002 |
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