Igreja de Nossa Senhora da Vitória

IPA.00005031
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitetura religiosa, pombalina. Igreja de planta longitudinal, de nave única. Alçado principal a S., organizado num único corpo, lateralmente delimitado por cunhais de cantaria, vazado a eixo pelo portal, com moldura de cantaria com decoração constituída por motivos geométricos e elementos vegetais e articulado com janelão, sendo o frontão sobrepujado de cruz.
Número IPA Antigo: PT031106480354
 
Registo visualizado 458 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta longitudinal composta pela justaposição de 2 rectângulos (nave e capela-mor), volumetria paralelepipédica, cobertura efectuada por telhados a duas águas. O acesso ao templo faz-se por seis degraus que terminam em patamar formando um pequeno adro. O alçado principal, a S., organiza-se num só corpo, lateralmente delimitado por cunhais de cantaria, vazado a eixo pelo portal, com moldura de cantaria e ática ornamentada,sendo a decoração constituída por motivos geométricos e elementos vegetais e articulado com janelão. As pilastras, colocadas duas a duas, servem de remate à arquitrave, coroada de acrotérios flamejantes e frontão com tímpano, e nele, óculo iluminante, sendo o frontão sobrepujado de cruz. O interior, de nave única, é coberto por abóbada de berço ornamentada com quadrelas de estuque, sendo as do centro envidraçadas. O corpo do templo apresenta os muros laterais guarnecidos de lambril de azulejos polícromos, no estilo de "D.Maria I" e vazados por um altar ladeado por duas portas de emolduramento simples de cantaria. Adossado à face interna da fachada principal observa-se o coro-alto, ladeado por painel de azulejos de temática devocional, polícromos, no estilo de D.Maria I. A capela-mor, rectangular e coberta por abóbada de berço, tem acesso por arco de pilastras de mármore rosa com capitéis coríntios de mármore branco (sobre ele janela com vitral moderno) é iluminada por duas janelas por lado, formando tribunas com ombreiras, remates e varandas de pedra. A cada uma corresponde no plano baixo uma porta. O altar-mor,com trono, no estilo do final do século XVIII, apresenta entre dois nichos as imagens de S.José e Santo António, e um retábulo de camarim albergando uma imagem do Orago da paróquia de madeira policromada e estofada.Lojas: O edifício que se encontra adossado ao lado esquerdo da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, faz gaveto entre a Rua da Vitória e a R. do Ouro.O alçado principal a S., organiza-se num só corpo. Estando o rés-do-chão ocupado por lojas, o edifício apresenta sobre estas,mezaninos, e sobre estes, três andares, com janelas de peito. O último piso tem águas furtadas, com janelas de guilhotina.Na fachada lateral a E., o edifício organiza-se num só corpo, com lojas no rés-do-chão, mezaninos sobre estas, sendo que no primeiro piso se encontram nove janelas de sacada.O edifício apresenta ainda mais dois andares mas apenas com nove janelas de peito. Por cima, apresentam-se quatro águas furtadas com janelas de guilhotina. O corpo que se encontra adossado ao lado direito da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, faz gaveto entre a Rua do mesmo nome e a Rua do Crucifixo. Do lado da Rua da Vitória, a S., o edifício organiza-se num só corpo. Com três andares mais um, no primeiro andar apresenta uma janela de sacada entre duas janelas de peito, sendo que as janelas dos outros pisos são também de peito.As águas furtadas apresentam janelas de guilhotina. Do lado da Rua do Crucifixo, a O.,o rés-do-chão está ocupado por lojas. O primeiro piso deste alçado, apresenta três janelas de sacada , tendo os últimos pisos apenas janelas de peito.Termina com três águas furtadas com janelas de guilhotina.

Acessos

Rua do Crucifixo, n.º 100; Rua da Vitória

Protecção

Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966)

Enquadramento

Urbano, destacado, flanqueado.

Descrição Complementar

O interior, de nave única, apresenta os muros laterais guarnecidos de azulejos no "estilo D.Maria I", de composição ornamental seriada ( grifos e motivos vegetalistas), com barra formando silhar ; polícromos: azul cobalto em fundo amarelo.Na sacristia (continuar o texto)Na escada que dá acesso à Irmandade a partir da porta lateral esquerda da capela-mor, azulejos de composição ornamental de feição neoclássica (motivos vegetalistas), com barra formando silhar; polícromos : azul cobalto e amarelo em fundo branco. O coro alto apresenta as paredes guarnecidas de paineis de temática devocional; polícromos: azul cobalto e amarelo em fundo branco. As telas dos altares laterais têm por tema: A Assunção da Virgem e Carlos Borromeu Distribuindo Esmolas

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Comercial: loja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: José Monteiro de Carvalho (1765). ENTALHADORES: Manuel da Silva Moreira (1761); Sebastião José Alves (1801). ESCULTORES: António Machado (1756); Francisco António (1756); José de Almeida (1756). PINTOR: José Francisco Ferreira de Freitas (1805).

Cronologia

1556 - construção da primeira ermida de Nossa Senhora da Vitória, sendo pertença da Irmandade dos Caldeireiros, anexa ao Hospital de Santa Ana, em cuja capela se instalara o culto a Nossa Senhora da Vitória, por devoção de uma utente do Hospital; 1755, 01 novembro - a primitiva ermida e o Hospício de Nossa Senhora da Vitória foram inteiramente destruídas pelo terramoto; 1756 - provável feitura da imagem de Nossa Senhora da Vitória por José de Almeida, sendo a cabeça terminada por António Machado e Francisco António; 29 junho - a Irmandade está recolhida na Igreja de São Roque; 1761, 25 julho - inicio da obra de talha por Manuel da Silva Moreira; 1765 - início das obras de reconstrução da Igreja da Vitória, conforme projeto do arquiteto José Monteiro de Carvalho (Chancelaria D. José); execução do órgão; 1768 - aquisição dos terrenos ocupados hoje pela Igreja e pelo volume da Rua do Ouro; 1769, 06 agosto - transporte da imagem do orago para o novo templo; 1801 - obra de talha por Sebastião José Alves, a fazer os retábulos da capela-mor e ilhargas; contrato do pintor José Francisco Ferreira de Freitas para a pintura do teto e paredes do templo; 1815, 25 novembro - doação do edifício do Hospício à Irmandade por Inácio José de Melo, por escritura em notas do tabelião Manuel José Pimenta; 1818, 17 junho - a Irmandade toma posse do hospício, na altura apenas com dois pisos; 1819 - data da fundação da casa E.E. de Sousa e Silva,Lda..pelo pai de Eduardo Estanislau de Sousa, seu segundo proprietário e gerente, passando posteriormente para as sócias da firma Maria da Luz da Silva e Sousa, Maria Madalena de Sousa Casanovas Augustine e Odete Casanovas Nogueira, respetivamente neta e bisnetas do fundador, dedicada ao negócio de gravação, carimbos em todos os géneros, chapas esmaltadas, selos em branco e brasões, fornecendo a melhor clientela de Lisboa e da província; António Casanovas Augustine, aproveita as instalações e amplas vitrinas da casa para nelas montar uma secção de bordados da Madeira, que acolheu apreciável êxito, graças ao seleccionado sortido que apresentou; 1824 - conclusão das obras de reedificação e inauguração da nova Igreja; 1940 - importante campanha de beneficiação e restauro. 1973 - obras de remodelação e conservação, com vista a restaurar a Igreja dentro do espírito do Vaticano II; 1915 - António Vieira *1 funda a Papelaria da Moda, cujo estabelecimento ocupava os n.ºs 167 e 169 e ampliada ao prédio anexo, nº 171 e 173, após grandes obras de transformação e adaptação; 1975 - um incêndio atingiu a capela-mor; 1988 - a atividade da Casa E.E. de Sousa e Silva passa para a venda de malas.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro forjado, azulejos, madeira pintada e dourada

Bibliografia

ALMEIDA, D.Fernando de (dir. de) - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa: Junta Distrital de Lisboa, 1973, tomo I; ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa. Lisboa: Parceria A.M. Pereira, 1993; ARAÚJO, Norberto de - Inventário de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1944, vol. I; BASTOS, Carlos - Praça de Lisboa - Livro de Ouro do Comércio e Indústria da Capital. Lisboa: Edição do Organizador, 1945; Breve Resenha Histórica sobre a Irmandade, Igreja e Hospício de Nossa Senhora da Vitória. Lisboa: Oficina Gráfica, 1965; FRANÇA, José Augusto - A Reconstrução de Lisboa e a Arquitectura Pombalina. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1978; PEREIRA, Luis Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1924; PROENÇA, Raúl (dir. de) - Guia de Portugal. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1924, vol. I; VALE, Teresa Leonor M. - Um português em Roma Um italiano em Lisboa. Os escultores setecentistas José de Almeida e João António Bellini. Lisboa: Livros Horizonte, 2008; VITERBO, Sousa - Dicionário dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1922, vols. II e III.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1973 - obras de remodelação.

Observações

*1 - o nome de António Vieira foi altamente conceituado, tendo-se tornado Presidente da Assembléia Geral do grémio na classe patronal de papelaria. A Papelaria da Moda é a casa que possui maior e maior número de representações estrangeiras em Portugal.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Rosa Fernandes 2003

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login