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Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio religioso Seminário
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Descrição
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Planta irregular composta pela articulação de vários rectângulos, volumetria escalonada e cobertura efectuada por telhados diferenciados e articulados nos ângulos a 2, 3 e 4 águas, em terraço e em trapeira. O alçado principal da igreja, a N., apresenta 2 panos de muro em reboco pintado separados por pilastras de cantaria, dos quais se demarca o central. Servido por escadaria bifurcante disposta contiguamente à fachada, o corpo é vazado a eixo por portal de verga recta encimado por entablamento com inscrição, que articula com remate em frontão triangular armoreado. O portal é ladeado por 2 janelas de peito de verga recta destacada, com emolduramento simples de cantaria e malheiro de ferro, e sobrepujado por óculo circular localizado ao nível de um friso, que define o remate superior do corpo, em frontão triangular com pináculos e cruz nos acrotérios. No corpo a E., reconhece-se adossada ao alçado, torre de planta quadrada com ventana sineira e remate em terraço. O INTERIOR apresenta a nave e a capela-mor, articuladas por arco triunfal de volta perfeita em cantaria, com cobertura efectuada por 2 abóbadas de berço. Superfície murária animada por pintura decorativa, marmoreados. Nave única de panos laterais vazados por 4 altares em talha policroma, inscritos em arcos de volta perfeita. Capela-mor com abertura de tribunas nos muros laterais e presença de púlpito do lado da Epístola. Precede o altar-mor coro com cadeiral de madeira. No alçado de topo observa-se o altar-mor. A compartimentação interna dos restantes espaços que compõem o edifício, organiza-se segundo grandes eixos de circulação e distribuição (corredores) sendo a cobertura efectuada por abóbadas de aresta. Destacam-se do conjunto o refeitório, de planta rectangular, que apresenta o muro de topo a N. vazado por 2 portas de verga recta e painel azulejar monocromo com a representação de São Pedro e São Paulo; nos muros laterais mesas e bancos com espaldar de madeira, dispostos no sentido longitudinal do espaço, encimados de um dos lados, por púlpito de madeira. Também o vestíbulo, que articula com o templo e um jardim no exterior, se demarca, caracterizando-se por espaço de planta rectangular vazado por arcaria em asa de cesto, com os muros revestidos por silhar recortado azulejar monocromo, de temática alusiva à vida de São Pedro e São Paulo. Reconhece-se ainda a presença de azulejos ao nível da escadaria de acesso ao interior. |
Acessos
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Travessa dos Inglesinhos, tornejando para Rua Luz Soriano e Rua de São Boaventura, Calçada do Cabra |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção conjunta do Museu Nacional de Arte Antiga (v. IPA.00003153), da Igreja de São Francisco de Paula (v. IPA.00002621), do Convento das Trinas do Mocambo (v. IPA.00003151) e do Chafariz da Esperança (v. IPA.00004943) *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado. Encontra-se integrado na malha do Bairro Alto e implanta-se no quarteirão dianteiro ao edifício do Conservatório Nacional (v. PT031106280715 ) |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: seminário |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja |
Propriedade
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Privada: pessoa coletiva |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR: Lourenço da Cunha (séc. 18). |
Cronologia
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Séc. 17 - doação por D. Pedro Coutinho de umas suas casas para a fundação e edificação de um seminário de padres católicos ingleses, sob a inspecção do inquisidor-geral do reino, surgindo assim o oficialmente denominado Venerável Colégio Pontifício de São Pedro e São Paulo, vulgarmente designado dos Inglesinhos; em troca, o padroeiro reserva para si a sepultura da capela-mor; 1621 - carta régia autoriza a instituição do seminário; 1628 - vindos da Flandres chegam a Portugal os primeiros rapazes ingleses e dois professores; 1632 - início das obras, sob a coordenação do Padre Nicholas Ashton, capelão da colónia inglesa de Lisboa e amigo do fundador D. Pedro Coutinho; a administração da casa é feita pelos Inquisidores gerais, sendo o primeiro D. Francisco de Castro; 1644 - a igreja encontra-se concluída; séc. 18 - pintura do teto da igreja dos inglesinhos por Lourenço da Cunha, desaparecido com o terramoto de 1755; 1755, 1 novembro - o edifício sofre graves danos com o terramoto; 1758, 26 abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco das Mercês, Joaquim Ribeiro de Carvalho, é referido o Colégio; 1971 - encerramento da casa; 1982 - aquisição do imóvel pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; 2004 - projeto de adaptação deste imóvel a complexo habitacional de luxo. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma e estrutura mista. |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos (séc. 18 e séc. 20). |
Bibliografia
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CAEIRO, Baltazar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; CARITA, Hélder, Bairro Alto, Lisboa, 1992; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga. Bairro Alto, Lisboa, 1954 - 1966; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; NEVES, Eduardo A. Silva, Um Passeio no Bairro Alto (de São Roque a Jesus pelos Inglesinhos), in Olisipo, n.º 51, 1950; PINTO, Maria Fernanda Mota, O Convento dos Inglesinhos (Colégio de São Pedro e São Paulo). O Renascer de um Espaço, Lisboa, 1993; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1 DOF: Zona Especial de Proteção conjunta aos imóveis: Museu Nacional de Arte Antiga, Igreja de São Francisco de Paula, Túmulo da rainha D. Maria Vitória, Palácio do conde de Óbidos, Chafariz das Janelas Verdes, Teatro da Casa da Comédia, Edifício da rua das Janelas Verdes n.º 78 - 78, Cinema Cinearte, Chafariz da Esperança, Convento das Trinas, Casa de António Sérgio, Palacete do viscondes e condes dos Olivais e da Penha Longa, Troço do do Aqueduto das Águas Livres, Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 |
Actualização
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