Igreja Paroquial de Santa Margarida da Serra / Igreja de Santa Margarida

IPA.00004683
Portugal, Setúbal, Grândola, União das freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra
 
Arquitectura religiosa, maneirista nacional de estilo chão, vernacular. Igreja maneirista de prospecto arquitectónico singelo, de raiz vernacular com tendência para a austeridade, clareza e sobriedade; de espaço unificado, sem transepto; modelo retabular de madeira maneirista, de rígida estruturação parietal, com enquadramento de nichos com estatuária. Tipologia vernacular edificação de piso térreo, com telhado português de 2 águas, com exiguidade de vãos rasgadas ou de pequenas dimensões, volumes maciços e caiados, alçados cegos ou com minúscula abertura, telhados de linhas espraiadas; tipologia construtiva com uso de gigantes de apoio. Muito próximo do templo existiram duas casas, a habitação do pároco, localizada a S. da igreja, voltada a E., e a dos sacristães da freguesia, hoje desaparecidas.
Número IPA Antigo: PT041505040008
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, composta por templo, galilé, e os anexos da sacristia e outros. Coincidência exterior / interior, volumes articulados. Disposição de massas na horizontal, cobertura diferenciada em telhados de 1 água nos anexos a N., 2 águas no corpo da igreja e na torre sineira, de 3 águas na galilé e no pequeno terraço junto à sineira. Edificação assente em plataforma murada, de fachadas de 1 pano e 1 registo, planas, desornamentadas, com número ínfimo de aberturas de pequenas dimensões ou cegas, com gigantes de arrimo, 1 em cada ilharga, e com remate em beiral simples ou em empena angular. Corpo da torre sineira de estrutura independente, em articulação com o todo adossado à ilharga direita, com acesso por escadaria estreita, de 2 lanços, com arco de acesso a porta lateral do templo. Fachada principal a O. com galilé sobre muro, com cobertura em abóbada de ogivas; terreno desnivelado, acedendo-se ao adro por degraus laterais, em número de degraus diferenciado de cada um dos lados; vãos de entrada laterais, em arcadas de volta plena; na parede frontal do templo, portal de arco abatido e óculo supra. Ilharga S. com as fachadas laterais dos anexos, com 1 vão de janela. Fachada E. do templo com óculo e a de anexo com porta. Articulação exterior / interior desnivelada. INTERIOR: de espaço único, de um registo e iluminação a partir do óculo frontal e janelas laterais junto ao altar-mor. Entrada com portal e pequeno óculo. Todos os altares são de mesa. Nave: a meio o púlpito com caixa de talha pintada, com acesso por escada aberta na zona do baptistério a que se acede pelo flanco esquerdo; nas ilhargas, 2 capelas rasas de cada lado, de arco pleno, assentes em pilastras toscanas: à direita o altar com imagem representativa de Nossa Senhora da Saúde com o Menino, e mais 2 imagens, uma de Nossa Senhora da Saúde de tamanho mais pequeno e uma de São Sebastião; opõe-se a este, um altar de aparato arquitectónico quase semelhante, com as imagens representativas de Nossa Senhora do Rosário com Menino, de Santo António com Menino e de São José; o altar das Almas com imagens representativas de Nosso Senhor Crucificado e de Nossa Senhora da Soledade; ladeando o arco triunfal, perpendiculares à nave, 2 altares retabulares, com nichos e imagens. Capela-mor a que se acede por arco de volta plena, pintado, e por 2 degraus; altar-mor retabular de talha pintada. Sacristia com entrada pela ilharga direita, com cobertura em abóbada de berço, assente em cornija arquitravada; quadro representando a crucificação de Cristo. Cobertura interior da igreja de perfil trapezoidal em madeira, e pavimento de soalho.

Acessos

Santa Margarida da Serra; Estrada Grândola - Santiago do Cacém

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 476/2019, DR, 2.ª série, n.º 148, de 05 agosto 2019 *1

Enquadramento

Rural, em meia-encosta, isolado, dentro de terreno murado, integrado numa pequena aldeia de arquitectura tradicional alentejana, tendo junto, da banda S. a construção moderna de uma capela mortuária.

Descrição Complementar

Altar-mor retabular, com trono de degraus com imagem da Santa Margarida, 2 nichos laterais, com imagens de Santa Luzia e São João, sob os quais 2 portas de acesso interior ão trono; cobertura em abóbada de berço e pavimento em tijoleira.

Utilização Inicial

Religiosa: ermida

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 15, último quartel - construção provável da primitiva ermida de Santa Margarida da Serra; havendo a ideia de o templo que hoje existe possa ser o mesmo que fora construído no final do séc. 15, Germezindo Silva (1997) diz que não só não encontrou qualquer informação sobre ser aquele o edifício que hoje existe como, pelo estudo efectuado, pensa que haver grande probabilidade de não ser o mesmo; 1513 - a única referência encontrada sobre o templo, aponta uma visitação de D. Jorge, Mestre da Ordem de Santiago, à ermida de Santa Margarida da Serra nessa data, com a notificação de aquele a haver encontrado muito danificada; séc. 17, meados - a grande restruturação da igreja deve ter acontecido nesta época, com a nomeação do primeiro pároco ali colocado e, a partir desta data até aos nossos dias, não teria havido modificação de maior na estrutura do edifício (SILVA, 1997); 1650 - por volta desta data teria sido construída a casa do pároco (SILVA, 1997); 1748 - primeira e provavelmente única visita pastoral que a igreja recebeu, a partir de então; 1768 - data inscrita no sino que não teria sido fundido de propósito para este templo pois tem a inscrição Nossa Senhora dos Anjos; 1796 - todas as imagens da igreja são anteriores a esta data (SILVA, 1997); 1796, 22 de Novembro - data do inventário dos bens móveis elaborado no acto de posse de um sacristão, com anotação da existência de 5 altares; 1820 - em outro inventário feito as imagens que constam dele são as mesmas que constavam em 1796; séc. 16 / 1834 - o templo dependeu, simultaneamente, em termos administrativos, jurídicos e económicos da Ordem Militar de Santiago de Espada e, em termos de doutrina, culto e organização, do Arcebispado de Évora; séc. 19, princípios - a casa dos sacristaes que se situava perto do templo, já se encontrava muito degradada e o sacristão e família chegaram a desfrutar a casa do pároco; 1838 - desmoronamento da casa dos sacristaes, e construção do primeiro cemitério da freguesia, no mesmo lugar; séc. 20 - o templo passa a depender do Arcebispado de Beja; 1907 / 1911 - período de habitação do Padre Arthur Machado da Silva Brito que teria sido o último a utilizar a casa do pároco; 1911 - a casa do pároco já não constava dos bens da igreja; 1944 - a casa do pároco serviu ainda de habitação a três padres que prepararam a visita pastoral de D. José do Patrocínio Dias (SILVA, 1997); 1950 - já não restava nada do que foi a casa do pároco; 2016, 15 novembro - publicação do Despacho de abertura do processo de classificação em Anúncio n.º 238/2016, DR, 2.ª série, n.º 219; 2019, 05 agosto - é publicada a Portaria n.º 476/2019 (DR, 2.ª série, n.º 148/2019) que classifica como Monumento de Interesse Público a Igreja de Santa Margarida da Serra, incluindo o património móvel integrado.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Cantaria calcária, alvenaria rebocada e caiada, pintura em madeira, madeira, laje, tijoleira, telhas.

Bibliografia

SILVA, Germezindo, A Freguesia de Santa Margarida da Serra, Grândola, 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMG

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

AHPG, Livro B. G 4 / 5M, fl. 39.; A.H.P.G., Livro B. F2 / 05M, fls. 20 - 21

Intervenção Realizada

Observações

*1 DOF: Igreja de Santa Margarida da Serra, paroquial de Santa Margarida da Serra, incluindo o património móvel integrado.

Autor e Data

Albertina Belo 1998

Actualização

 
 
 
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