Convento do Salvador / Lar Conde de Agrolongo

IPA.00000046
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Braga (São José de São Lázaro e São João do Souto)
 
Arquitectura religiosa maneirista, barroca e assistencial revivalista e arte nova. Edifício composto por antiga igreja monacal beneditina feminina, de planta transversal, com coro, nave única rectangular e capela-mor mais estreita, integrada nas dependências do lar, revivalistas, com inspiração neoromânica, irregulares, formadas pela justaposição de vários corpos alongados e torreões, com claustro grande desenvolvido posteriormente em relação à igreja, e dois pátios interiores. Torre sineira do antigo mosteiro, com características barrocas, integrada na fachada posterior do lar. Igreja, exteriormente com fachada neoromânica, mas interiormente conservando a estrutura maneirista original, com revestimento a azulejos de padrão seiscentistas, nave coberta por abóbada de berço com caixotões pintados e coro-alto com balaustrada de bolacha. Revestimento do arco triunfal, formando os retábulos colaterais, como se de um grande retábulo se tratasse. Tanto os retábulos colaterais como o retábulo-mor são do estilo barroco nacional, com recurso a arquivoltas nos remates e decoração de volutas e anjos. Vãos do coro-baixo e coro-alto, órgão, e púlpito em talha joanina ricamente decorados, com volutas, motivos fitomórficos, anjos e atlantes. Púlpito idêntico ao da igreja do Terço (v. PT010302140016), em Barcelos, do antigo mosteiro beneditino. Retábulo de Nossa Senhora da Abadia neobarroco. Abóbada de berço da capela-mor e arco triunfal com pinturas barrocas, com recurso a grotescos, volutas e anjos. Dependências do lar, rasgadas por janelas com parapeito destacado e moldura ao nível das bandeiras, possuindo a fachada principal azulejos arte nova, com decoração floral, repetindo-se o estilo nos gradeamentos das sacadas. Claustro maneirista, com chafariz central, e arcaria plena no primeiro registo, mas profundamente alterado na arcaria do segundo, já neobarroca. Chafariz do pátio, antigo claustro pequeno, barroco. O edifício do lar, construído no séc. 20, manteve aproximadamente a planta original do antigo mosteiro, conservando também a igreja, apenas alterada na fachada principal, a torre sineira, o claustro, e o chafariz do primitivo claustro pequeno. Segundo Santos Simões, a nave da igreja integralmente revestida com azulejos de padrão seiscentistas, é dos mais belos exemplares do Minho, com dois padrões a formar o tapete. Estes azulejos são os mais antigos na cidade de Braga, colocados numa superfície de grandes dimensões. O interior da igreja é ricamente decorado por talha dourada, profusamente trabalhada, emoldurando os vãos do coro-baixo e coro-alto, estendendo-se ao órgão, retábulos e atingindo a sua plenitude no trabalho do imponente púlpito, integralmente em talha dourada, assente em grande mísula decorada por atlantes, porta ricamente emoldurada por talha, com o brasão da Ordem, sobrepujado por baldaquino ricamente decorado por drapeados, conchas, putti e volutas.
Número IPA Antigo: PT010303410020
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de São Bento - Beneditinas

Descrição

Planta composta por igreja de planta longitudinal de entrada principal transversal, com coro, nave única rectangular e capela-mor mais estreita, integrada nas dependências do lar, irregulares, formadas pela justaposição de vários corpos alongados e torreões, com claustro grande desenvolvido posteriormente a N. da igreja, e dois pátios interiores, desenvolvidos lateralmente a O., correspondendo o que se adossa ao corpo do claustro grande, ao primitivo claustro pequeno. A torre sineira integra-se no centro da fachada posterior do lar. Volumes escalonados de dominante horizontal. Coberturas em telhados de duas, três e quatro águas e na torre sineira, em cúpula coroada por pináculo com cata-vento de ferro com o leão, símbolo dos beneditinos. Fachadas rebocadas e pintadas de rosa, com alguns panos dos pátios e da fachada posterior pintados de branco. IGREJA com fachada principal virada a S., composta por quatro panos, três correspondentes à nave e um à capela-mor, todos com largo embasamento. Panos da nave, com central destacado, em empena rematada por estreito friso e cornija coroada pela cruz de Calte. Este pano apresenta dois registos, o primeiro e um terço do segundo, enquadrado por largas pilastras com capitel decorado, encimadas por pequena coluna encaixada no pano murário. É rasgado por portal em arco pleno, com impostas prolongadas por cornija, pés direitos com falso perpianho e medalhões com cruzes de Cristo nas enjuntas. É encimado por janelão serliano, com parapeito decorado por ornatos, inserido em arquivolta, decorada por esferas, ligadas por moldura. Panos laterais idênticos, rematados por platibanda sobre pequena cachorrada, rasgados por janelão em arco abatido, com as impostas prolongadas por cornija. Pano da capela-mor rematado por cornija sob beiral, precedida por friso ritmado por pingentes, e rasgado por três janelões iguais aos dos panos da nave. INTERIOR com paredes revestidas a azulejos de padrão seiscentistas, formando tapetes. Pavimento em soalho. Nave coberta por abóbada de berço decorada por quarenta caixotões de talha, pintados a óleo, assente em cornija de pedra, ritmada por mísulas. Parede fundeira, com ligação ao coro, integrado já nas dependências do lar, com dois registos, rasgada por três grandes vãos de verga recta, em cada um, emoldurados por talha dourada, decorada por motivos fitomórficos e querubins, com sanefas, o do piso térreo de acesso ao coro-baixo, sendo o vão central gradeado e encimado pelo brasão da ordem beneditina, e os laterais com confessionários e acesso ao lar, e os do segundo piso abertos para o coro-alto, com guarda de madeira, em balaustrada de bolacha. A encimar as sanefas deste registo, encontram-se aves e anjos de talha dourada. Coro-alto com cobertura de caixotões de madeira. Órgão de talha dourada, junto ao coro-alto, do lado do Evangelho. Ainda do mesmo lado, encontram-se dois retábulos, um em talha policroma, a branco, azul e dourado, dedicado a Nossa Senhora da Abadia e outro inscrito em arco pleno, com sanefa e altar de talha dourada, dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, com simulação de gruta. No seguimento dos retábulos encontra-se grande púlpito rectangular de talha dourada, pontuado apenas pela policromia dos putti que o decoram. Assenta em grande mísula piramidal, suportada por atlantes, com guarda plena, decorada por volutas e motivos fitomórficos, com busto na face frontal. A porta, que comunica com o claustro, é emoldurada por motivos fitomórficos rendilhados, com pilastra decorada por putti, e encimada por cartela com o brasão da Ordem. A sobrepujar o conjunto, baldaquino piramidal, ricamente decorado por drapeados, conchas, putti e volutas. Do lado da Epístola, ao centro, encontra-se guarda-vento de madeira sobre a proteger a entrada principal. Os janelões que ladeiam o guarda-vento apresentam sanefas e guarda de talha, com balaustrada. Arco triunfal em granito, pleno, assente sobre pilastras emolduradas, pintado com grotescos. Todo o arco é emoldurado por talha dourada, com duas arquivoltas, abertas no fecho por nicho circular, com representação do Calvário. As arquivoltas ligam-se aos retábulos colaterais, também em talha dourada, o do lado do Evangelho dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e o do lado da Epístola do Senhor dos Passos. São ambos idênticos, de planta rectangular, de um só eixo, rematados por entablamento, ricamente decorado por anjos e motivos fitomórficos, abertos ao centro por nicho com imagem do orago, ladeado inferiormente por peanhas com imaginária. Sotobanco com plintos com atlantes, sobre e esquife. Altar em forma de urna. Capela-mor coberta por abóbada de berço de madeira pintada, com cartela central representando a Santíssima Trindade, recebendo São Bento e Santa Escolástica, rodeada por rica composição de volutas e anjos. Paredes rasgadas na metade superior por janelões com sanefa e guarda de talha, com balaustrada encimada por lanternas. Entre estes painéis de talha, com telas pintadas, representando a Anunciação, a Adoração dos Pastores, a Adoração dos Reis Magos e a Circuncisão. Do lado da Epístola arcossólio pleno com arca tumular do Conde de Agrolongo, em mármore, com inscrição na lastra frontal e na edícula duas lápides com inscrição e pedra de armas do conde, ao centro. Parede testeira, precedida por supedâneo de seis degraus, totalmente preenchida pelo retábulo-mor, de talha dourada, com planta recta e três eixos. Remate com duas arquivoltas plenas ricamente decoradas por volutas, motivos fitomórficos e anjos. No fecho encontra-se grande cartela com o brasão da Ordem. Tribuna cerrada por cortina, com o Crucificado. Eixos laterais com nichos com imaginária, enquadrados por pilastras com atlantes e anjos. Sotobanco com grande sacrário com coruchéu. Altar recto, com frontal dividido em três painéis. Todo o retábulo é ricamente decorado por motivos fitomórficos, formando volutas, pontuado por anjos, querubins e atlantes. Sacristia com pequeno retábulo de talha em branco, de planta recta, um só eixo, rematado por entablamento, destacado ao centro por semicírculo, com lamberquim, encimado por anjo e motivos fitomórficos. Todo ele é ricamente decorado por acantos e outros motivos fitomórficos, anjos e atlantes. Arcaz com ferragens de latão. LAR com fachadas de dois e três registos, com embasamento, rasgadas por janelas com parapeito destacado e emolduradas ao nível da bandeira. Fachada principal a S., sendo visível três corpos distintos, a ala O., a igreja, e a ala E.. Ala O. de três registos e cinco panos, o central e os dos extremos, ligeiramente avançados, correspondendo estes últimos a torreões. Pano central rematado por cornija, suportada por par de estreitos cachorros, possuindo entre estes friso de azulejos monocromos a vermelho escuro, com motivos florais. Ao centro eleva-se espaldar com inscrição. Primeiro registo delimitado por friso, com cunhais decorados por falso perpianho. Composição central escalonada, constituída por portal principal em arco abatido, protegido por alpendre semicircular formado por murete, aberto ao centro, com portão de ferro, e vão serliano que suporta pilares que se unem à sacada da varanda que o encima. Esta apresenta janela tripartida, em arco abatido, ladeada por colunas. A guarda é formada por pilares pétreos entre grades de ferro. Sobre a janela, grandes mísulas que suportam a sacada do último registo, possuindo entre elas painel de azulejos semelhantes aos do remate. Esta última sacada apresenta janela serliana, inscrita em arco pleno, emoldurado superiormente, com as enjuntas preenchidas por azulejos semelhantes aos do remate. Esta composição é ladeada por janelas em cada um dos registos, sendo as do último geminadas. Panos laterais simétricos, rematados por cornija. Registos com cinco janelas cada, em arco abatido, possuindo as do último, entre as molduras que encima a bandeira, azulejos semelhantes aos do pano central. Panos dos torreões com remate igual ao do pano central, com registos separados por friso, o primeiro enquadrado por cunhais com falso perpianho, rasgado por três janelas geminadas em arco abatido. Os seguintes são abertos por três janelões geminados em arco pleno. Ala E., com torreão, rematado por cornija, ritmada por pingentes unidos a friso. Apresenta dois registos, separados por friso, com vãos idênticos aos dos outros torreões, possuindo a moldura dos do segundo registo, brincos. No pano da fachada lateral E., é rasgado por portal em arco pleno e no segundo registo por duas fiadas de três janelas geminadas, as de cima encaixadas em moldura em arco pleno com brincos. Esta fachada lateral apresenta ainda mais três panos e no extremo outro torreão idêntico. O pano central é rematado por cornija elevada ao centro por arco pleno. Primeiro registo enquadrado por cunhais com falso perpianho, rasgado por portal com frestas a formar bandeira, ladeado por janelas em arco pleno. Segundo registo com três janelões em arco pleno, o central maior, com fecho unido ao parapeito da janela serliana que o encima, ladeada por sua vez por janelas de verga recta. Panos laterais de dois registos com janelões em arco abatido, rematados por cornija com pingentes unidos às molduras dos janelões. Fachada lateral O., rasgada regularmente por janelas em arco abatido. Fachada posterior com corpos avançados e recuados, rematados por cornija sob beiral, com os topos em empena. São rasgados irregularmente por vãos de verga recta, alguns sem moldura. No centro da fachada encontra-se encaixada a torre sineira, em cantaria com ventanas em arco pleno, cunhais apilastrados e remate em cornija, com gárgulas nos ângulos, encimada por balaustrada com pináculos. CLAUSTRO com dois registos, correspondendo às galerias, o primeiro com arcaria plena, assente em pilares toscanos, e o segundo com guarda em balaustrada de granito, intercalada por plintos onde assentam colunas bojudas que suportam arcaria abatida. Remate em cornija sob beiral. No centro do pátio, entre quadras ajardinadas ergue-se chafariz de tanque quadrangular, com almofadas, possuindo ao centro coluna, com elemento bojudo relevado com bicas encimado por maquineta, com imagem de Santa Catarina, sobrepujada por pináculo. Interior das galerias com silhar de azulejos de padrão industriais e tectos de madeira. Fachadas voltadas aos pátios rasgadas por vãos de verga recta. No pátio correspondendo ao primitivo claustro pequeno, ergue-se ao centro um chafariz de tanque quadrilobado, com coluna central, com bicas, encimada por nicho envidraçado com imagem de São Bento, coroada por mitra e báculo em ferro. INTERIOR com três pisos com comunicação entre feita por escadarias e elevadores. Acesso principal através de vestíbulo, com silhar de azulejos industriais de padrão, monocromos a castanho, com pavimento policromo de grés. Parede testeira com porta em arco abatido, com aletas inferiormente, ladeada por lápides de mármore com inscrição. Paredes laterais com portas de verga recta, lápides com inscrição e do lado direito busto do Conde de Agrolongo, em bronze, com plinto de mármore também com inscrição. Primeiro piso com salão nobre, com tecto de estuque e pavimento de soalho, refeitório, serviços administrativos e quartos. Pisos superiores com quartos, salas de estar e sanitários. A comunicação entre os vários espaços é feita por longos corredores, decorados por silhar de azulejos de padrão industriais. Pavimentos em soalho e mosaico e tectos de estuque.

Acessos

Praça do Conde de Agrolongo, Rua Alferes Alfredo Ferreira, Avenida Visconde de Nespereira, Praça do Comércio

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 42 692, DG, 1ª Série, nº 276 de 30 novembro 1959 (igreja) *1

Enquadramento

Urbano, adossado a construções de um piso, correspondendo a lojas, Banco, garagens e casas de habitação, que se desenvolvem no seguimento da fachada lateral E., implantado em quarteirão, em terreno de declive, para a fachada posterior, em pleno centro histórico de Braga (v. PT010303070088), com fachada principal virada à ampla Praça Conde de Agrolongo, antigo Campo da Vinha, ajardinada, com parque de estacionamento subterrâneo. No topo O. da praça encontra-se o Convento do Pópulo (v. PT010303410003), duas casas seiscentistas (v. PT010303410108 e PT010303410036) e a Casa dos Maciéis Aranhas (v. PT010303410026). Fachada principal precedida por estreito logradouro gradeado e ajardinado, com escadarias de acesso ao lar e à igreja. Junto à fachada posterior encontra-se quintal murado, com acesso por amplo portão, com parque de estacionamento privativo e hortas dos residentes do lar. Na proximidade encontra-se o Mercado Municipal de Braga (v. PT010303490242), a N., o Convento de Nossa Senhora do Carmo (v. PT010303490087), a NE., e o edifício da GNR (v. PT010303410186), a E..

Descrição Complementar

AZULEJOS: Paredes laterais da igreja integralmente revestidas por azulejos de padrão seicentistas, policromos a azul e amarelo, com tapete formado por dois padrões, P-999 e P-32, separados por barra B-7; INSCRIÇÕES: Inscrição gravada na lastra frontal do túmulo do Conde de Agrolongo; sem moldura nem decoração; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: JOSÉ FRANCISCO CORREIA 1º CONDE DE AGROLONGO FUNDADOR DESTE ASILO; inscrição gravada na lápide esquerda existente na edícula do arcossólio do túmulo do Conde de Agrolongo; sem moldura nem decoração; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: NASCEU NA FREGUESIA DE SÃO LOURENÇO DE SANDE NO DIA 14 DE FEVEREIRO DE 1853; inscrição gravada na lápide direita existente na edícula do arcossólio do túmulo do Conde de Agrolongo; sem moldura nem decoração; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: FALECEU EM LISBOA NA PRAÇA CAMÕES NO DIA 15 ABRIL DE 1929; inscrição relevada no espaldar da fachada principal do lar, com moldura simples de granito; tipo de letra: capital quadrada; leitura: LAR CONDE DE AGROLONGO; inscrição gravada na lápide esquerda da parede testeira do vestíbulo principal, com os sulcos pintados de preto; sem moldura nem decoração; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: PREITO DO MAIOR RECONHECIMENTO À CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS FRANCISCANAS HOSPITALEIRAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO PELA SUA CONSTANTE, ABNEGADA E BENEMÉRITA PRESENÇA DE CEM ANOS NO LAR CONDE DE AGROLONGO A DIRECÇÃO.; inscrição gravada na lápide direita da parede testeira do vestíbulo principal, com os sulcos pintados de preto; sem moldura nem decoração; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: 1º CENTENÁRIO 1884 - MAIO - 1984 HOMENAGEM A QUANTOS TRABALHARAM PELA GRANDEZA DO LAR CONDE DE AGROLONGO OU NESTE VIVERAM. A DIRECÇÃO.; inscrição gravada na lápide esquerda da parede lateral do vestíbulo principal, com os sulcos pintados de preto; lápide recortada; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: FOI ESTE EDIFÍCIO CONSTRUÍDO A EXPENSAS DO CONDE DE AGROLONGO PARA NELE INSTALAR O ASILO DE MENDICIDADE E A ASSISTÊNCIA A TUBERCULOSOS, INSTITUIÇÃO ESTA POR ELE FUNDADA NO ANO DE 1916, TIVERAM PRINCÍPIO AS OBRAS A 14 DE FEVEREIRO DE 1908 PRESIDINDO À DIRECÇÃO DO ASILO O CONSELHEIRO CARLOS DA CUNHA PIMENTEL E TERMINARAM EM MARÇO DE 1914 SENDO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO JOSÉ ANTÓNIO DE ARAÚJO BARBOSA QUE, POR PROCURAÇÃO, AS ADMINISTROU DESDE O COMEÇO. AUTOR DO PROJECTO E DIRECTOR DOS TRABALHOS O ARQUITECTO JOÃO DE MOURA COUTINHO DE ALMEIDA DE EÇA.; inscrição gravada na lápide direita da parede lateral do vestíbulo principal, com os sulcos pintados de preto; lápide recortada; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: EM 30 DE MAIO DE 1884 POR INICIATIVA DO GOVERNADOR CIVIL CONSELLHEIRO JERÓNIMO DA CUNHA PIMENTEL FORAM INSTITUÍDOS NESTA CIDADE O ASILO DE MENDICIDADE E, ANEXO, UM ALBERGUE NOCTURNO. POR DECRETO DE 6 DE MARÇO DE 1893 FOI CEDIDO À ASSOCIAÇÃO DE BENEFICENCIA DE BRAGA O CONVENTO DO SALVADOR, QUE EXISTIU NESTE LOCAL, PARA NELE SEREM INSTALADOS AQUELES INSTITUTOS DE CARIDADE.; inscrição gravada no plinto do busto do Conde de Agrolongo, com os sulcos pintados de preto vestíbulo principal; sem moldura nem decoração; mármore; tipo de letra: capital quadrada; leitura: HOMENAGEM AO GRANDE BENEMÉRITO CONDE DE AGROLONGO SESSÃO DE 2 - 5 - 1914 A DIRECÇÃO; ÓRGÃO: Grande órgão de três castelos centrais e dois segmentos laterais, voltados à nave, com cortina, flautado (9 tubos em cada castelo, 24 e 17, respectivamente nos segmentos laterais), rematado por cornija, ritmada por anjos. Apresenta dois foles em cunha, com funcionamento manual através de alavancas. Consola separada da caixa, virada para o coro-alto, com dois pedais. Esta apresenta apenas um teclado, com teclas em osso (notas naturais) e em pau-santo (notas acidentais). A extensão do teclado é de quatro oitavas e uma quinta. Tracção do tipo pneumático. O corpo do órgão assenta em grande mísula decorada por lamberquim e atlantes; TALHA: Tecto da nave com caixotões representando: (na primeira fiada) São João Baptista no deserto, São João Baptista anunciando o Messias, São João Baptista perante Pilatos, São João Baptista na prisão, Salomé com a cabeça degolada de São João Baptista, Salomé entregando a Pilatos a cabesa do precursor, Degolação de São João Baptista, Pregação de São João Baptista, (segunda fiada) o Baptismo de Cristo, Noli me tengere (Cristo e Madalena), Cristo deposto na cruz, Última Ceia, Jesus no horto, Flagelação de Jesus, O Senhor da Cana Verde, Cristo com a cruz às costas, (terceira fiada) Cristo pregando, O Menino entre os Doutores, A coroação da Virgem, Imaculada Conceição, Pentecostes, Ascensão de Cristo, Aparição de Cristo à Virgem, Lamentação sobre o corpo de Cristo, (quarta fiada) São João Baptista (lucerna ardens lucens), O Menino despedindo-se da Virgem e São José para ir disputar no templo, Apresentação do Menino no Templo, Adoração dos Reis Magos, Circunsisão, Adoração dos pastores, Visitação, Anunciação, (quinta fiada) Santa Helena e a invenção da Santa Cruz, Pregação de São João Baptista, O Padre Eterno e um anjo, Jacob e o anjo, São João Baptista e os anjos, cena não identificada, Nascimento de São João Baptista, O Anjo anunciando o nascimento do percursor; Retábulo de Nossa Senhora da Abadia de planta recta, com três eixos, rematado por cornija semicircular encimada por pequeno espaldar com aletas, anjos segurando grinaldas, e ao centro vazado, encimado por acanto. Tribuna com imagem do orago. Eixos laterais com peanhas com imaginária, enquadrados por par de colunas compósitas, demarcadas no terço inferior por grinaldas. Altar em forma de urna.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Assistencial: lar

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Carlos António Leone (1733); João de Moura Coutinho de Almeida de Eça (1908); José Augusto Lamosa (1967); CARPINTEIROS: Jerónimo Dias (1634); João da Costa (1644); Domingos Ferreira, Manuel Ferreira, Pedro Ferreira (1684); António Martins (1684), Miguel Francisco (1733); António Joaquim de Araújo Franqueira (1894); DESENHADORES: Geraldo Álvares (1624); Frei Luís de São José (1718); EMPRESAS: A Industrial Marmorista (1931); Augusto Oliveira Ferreira (1967); Soares Barbosa (1978); ENGENHEIROS: Manuel Pinto Vilalobos (1699); João Teixeira da Silva (1906); Alberto Vale Rego Amorim (1965); ENSAMBLADOR: António Marques (1683); ENTALHADORES: Ambrósio Pereira (1624); Damião da Costa Figueiredo (1691); Gabriel Rodrigues (1718); Marceliano de Araújo ou Manuel Ambrósio Coelho (atr. 1720 / 1730); ESCULTOR: João Evangelista Araújo Vieira (1896, 1898, 1916); Teixeira Lopes (1914); ORGANEIROS: Lourenço da Conceição (1736), Simão Fernandes Coutinho (1760); PEDREIROS: Lourenço Gonçalves (1614); Francisco Vaz (1615, 1634 / 1635); Simão Gonçalves (1615); Domingos Barbosa, Manuel Ribeiro e Domingos Silva (1684); Bento Correia e João Alves (1708); António Correia e Domingos Gonçalves Saganha (1733 / 1734), João da Costa (1733 / 1734, 1738); Domingos Fernandes (1738) e José Pereira (1738); Angelino José da Silva (1894); Francisco de Barros (1894 / 1895); Guilherme José Pereira (1908); PINTORES: Salvador Mendes (1616); Domingos Lourenço Pardo, Manuel Machado de Sousa, Luís de Abreu, Manuel Lopes e Pantaleão Lopes (atr. 1622 / 1623); Gonçalo Coelho (1625); Ambrósio da Costa (1661); Francisco de Oliveira (1686); João Monteiro Malafaia (1692); João Lopes da Maia (1724); Jerónimo Luís (1724, 1730); Manuel Furtado de Mendonça (1726);João Pinto de Távora (1730); António Vieira (1735); Veríssimo da Silva Peixoto (1894); José Rodrigues (1895); José Dias Ferreira (1896, 1898); Acácio Lino (1914); Domingos Teixeira Fânzeres (1916).

Cronologia

1528, 23 Julho - Carta de D. João III ao Arcebispo D. Diogo de Sousa, alertando para a necessidade de transferir as freiras Mosteiro de Vitorino das Donas, Ponte de Lima, para um lugar menos ermo e mais urbano, como a cidade de Braga; 1592 - o Arcebispo de Braga, D. Frei Agostinho de Jesus, visita o Mosteiro de Vitorino, para averiguar a necessidade da transferência das freiras; o arcebispo promete-lhes a Igreja de São Vítor e a quantia de 100$000 para sustento da comunidade; 8 Outubro - o arcebispo compra duas casas velhas com boas cercas, aos herdeiros de Diogo de Barros, para o futuro mosteiro; dá-se início às obras para instalação das freiras; 1600 - as obras terminam, mas as freiras não se querem mudar, pois o arcebispo tinha-lhes prometido um mosteiro feito de novo e maior; após um cerco de três dias no Convento de Vitorino, as freiras aceitaram a mudança; 1602 - as freiras finalmente instalam-se no mosteiro; 1610 - devido ao pouco espaço do mosteiro, a madre abadessa pede ao rei Filipe II o direito de preferência de umas casas que se encontravam à venda, junto a este; 2 Setembro - o rei aceita o pedido da madre abadessa; 1614 - contrato com o pedreiro Lourenço Gonçalves para construir as dependências monacais; 1615 - contrato com os mestres pedreiros Francisco Vaz e Simão Gonçalves para a construção da nave da igreja, a mando da 4ª abadessa D. Maria de Almeida, deitando abaixo as paredes velhas e erguendo novas em alvenaria; 1616 - finalização da obra nave da igreja, conforme data que se encontrava inscrita no antigo portal principal; o mestre recebe pela execução do portal da portaria, que era encimado pela imagem de São Bento, a quantia de 20$000 réis; execução do primitivo retábulo-mor pelo pintor de Lisboa, Salvador Mendes; 1622 / 1623 - provável execução dos caixotões da nave, que segundo Vítor Serrão poderão ter sido feitos pelos pintores Domingos Lourenço Pardo, Manuel Machado de Sousa, Luís de Abreu, Manuel Lopes e Pantaleão Lopes; 1624 - execução de novo retábulo-mor segundo risco do padre Geraldo Álvares, entalhado pelo mestre Ambrósio Pereira, de Ruivães, pelo preço de 40$000 réis; 1625 - execução dos painéis do retábulo-mor pelo pintor portuense Gonçalo Coelho *2; 1630 - revestimento do interior da igreja com azulejos feitos em Lisboa; 1632, 2 Setembro - requerimento ao arcebispo D. Sebastião de Matos de Noronha, mencionando que os azulejos haviam sido colocados durante o triénio da abadessa anterior; 1634 - contrato de obra com o carpinteiro Jerónimo Dias, para executar um projecto do padre Geraldo Álvares, para as dependências monacais, incluindo um parlatório; os trabalhos foram pagos à parte, à excepção dos soalhos, que custaram 60$000; 11 Maio - contrato para execução de frestas, com Francisco Vaz, pelo preço de 7$000 cada; o mesmo mestre recebe pelo portal principal, de 16 palmos de alto e 9 de largo, a quantia de 20$000 e por outros portais, nomeadamente de 12 palmos de alto e sete de largo, a quantia de 7$000, cada; recebe ainda por cada tribuna do parlatório a quantia de 8$000 e por outras obras 550$000; 1634 / 1635 - execução do chafariz do claustro grande, pelo mestre pedreiro Francisco Vaz, pela quantia de 42$000 réis; o mesmo mestre recebe por uma pedra com imagem de São Bento, a quantia de 10$000; 1644 - obra de carpintaria, nas dependências monacais, de parceria, com João da Costa, do Casal da Torre, em São Julião de Passos; 1649 - fundação da confraria do Santíssimo Sacramento, por iniciativa da madre abadessa; celebrava festa no terceiro domingo de Julho; 1661, 16 Janeiro - o pintor vimaranense Ambrósio da Costa recebe a quantia de 140$000 réis pelo douramento do sacrário; 1665 - é feito um inventário de peças móveis do mosteiro; 1683, 17 Maio - contrato para execução de grades com balaustrada de madeira para envolver a área do púlpito e de grades para a capela-mor, pelo mestre ensamblador António Marques, de São Miguel de Valongo, Porto, pela quantia de 155$000; 1684, 26 Fevereiro - contrato de obra de pedraria nas dependências monacais com os pedreiros Domingos Barbosa, Manuel Ribeiro e Domingos Silva; Fevereiro - contrato de obra de carpintaria para as dependências monacais com os irmãos Domingos Ferreira, Manuel Ferreira e Pedro Ferreira; trabalhou também como carpinteiro António Martins; 1686, 25 Fevereiro - contrato com o pintor Francisco de Oliveira para executar o douramento do arco triunfal; 1691, 12 Junho - contrato para execução de um esquife e peanha para colocar o Senhor Morto, com o entalhador bracarense Damião da Costa Figueiredo, pela quantia de 150$000 réis e que deveria estar pronto em Fevereiro do ano seguinte, para a Semana Santa; 1692, Novembro - após várias alterações ao projecto inicial o esquife do Senhor Morto é concluído; 1693 - o esquife é dourado pelo pintor João Monteiro Malafaia; 1699 - proposta de aumento das dependências monacais, segundo projecto do engenheiro Manuel Pinto Vilalobos, para receber as freiras beneditinas que vinham transferidas de Monção; o projecto não é concretizado, e para as freiras de Monção foi construído um novo mosteiro em Barcelos, de que hoje resta a Igreja do Terço (v. PT010302140016); 1701, 3 Abril - criação da confraria de São Bento, sendo os instituidores a madre abadessa, D. Luísa de Meneses, a juíza Maria de São José, o juiz Manuel Lobo de Mesquita, o escrivão padre Dr. Francisco, os mordomos João Pereira e Domingos de Araújo, o procurador Manuel Pereira e mais vinte e uma pessoas, entre as quais dois padres, quatro cavaleiros professos e o pintor Geraldo Fajardo; celebrava festa a 11 de Julho, sendo uma das mais pobres da cidade; 1708, Julho - obra de pedraria do aumento das dependências monacais, feita pelo mestre pedreiro João Alves e Bento Correia, morador no Campo de Santana; 1715 - as freiras pedem autorização ao arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles para mandar fazer um novo retábulo-mor; 1716 - o arcebispo encarrega o engenheiro Manuel Pinto Vilalobos de executar um projecto para a capela-mor; as freiras começam a construção à revelia do arcebispo, não acatando o projecto; o arcebispo manda demolir as novas obras e realizá-las segundo projecto do engenheiro Vilalobos; 1718, 11 Janeiro - Frei Luís de São José desenha o actual retábulo-mor, para ser executado em madeira de castanho, pelo preço de 450$000; construção do actual retábulo-mor pelo entalhador Gabriel Rodrigues; 1719 - as freiras pedem ao arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles a extinção da confraria do Santíssimo Sacramento, ficando com as rendas e fábrica desta; o arcebispo recusa a extinção; reformulação dos estatutos da confraria do Santíssimo Sacramento; 1720 / 1730 - execução do novo púlpito, que segundo Robert Smith poderá ter sido entalhado por Marceliano de Araújo ou por Manuel Ambrósio Coelho; 1724 - douramento do retábulo-mor por Jerónimo Luís; o mestre pintor bracarense João Lopes da Maia doura a tribuna para o sacrário de prata, a mando da madre D. Luísa Maria do Sacramento, pela quantia de 430$000, paga à custa da madre; 1726 - execução do tecto da capela-mor pelo mestre portuense Manuel Furtado de Mendonça; 1730, 30 Abril - contrato com o pintor João Pinto de Távora para douramento dos retábulos colaterais, restauro do tecto da capela-mor, encarnar os santos, restaurar o púlpito, reformar com azulejo fingido as escadas e costas do púlpito, pintar o arco triunfal e encarnar e estofar o santo que o encima; o ouro é fornecido pelo bate folha Jerónimo Luís; 1733 / 1734 - construção da ala E. das dependências monacais pelos mestres pedreiros Domingos Gonçalves Saganha, António Correia e João da Costa, pela quantia de 6500 cruzados; 1733, 26 Maio - contrato para o trabalho de carpintaria das dependências monacais, feito pelo mestre Miguel Francisco, da Rua da Cónega, pela quantia de 790$000; o projecto desta ala é executado pelo florentino Carlos António Leone; 1735, Abril - douramento das grades do coro e pintura dos confessionários com marmoreados, pelo pintor barcelence António Vieira; 1736 - execução do órgão, sendo a parte mecânica feita pelo padre Lourenço da Conceição, do Porto, segundo W. C. Jordan, a mando da abadessa D. Mariana da Trindade Leite; 1738 - construção da torre sineira pelos mestres pedreiros José Pereira, de Palmeira e João da Costa e Domingos Fernandes, de Adaúfe, pela quantia de 350$000; 1757 - são feitas obras no claustro pequeno; provável execução do chafariz do referido claustro; 4 Agosto - as freiras pedem ao rei D. José para lhes serem perdoado o pagamento da décima da água, que deviam já há dezasseis anos; a dívida de 5960$000 é perdoada; 1760, 8 Dezembro - contrato para conserto do órgão com Simão Fernandes Coutinho, pela quantia de 350$000; 1762 - a confraria possuía uma receita de 93$000 e despesa anual de 46$940; 1766, 4 Abril - provisão do arcebispo D. Gaspar de Bragança permitindo uma alteração nos estatutos da confraria do Santíssimo Sacramento; 1777 - é feita um descrição do mosteiro *3 e um inventário de peças móveis; 1799 - reformulação dos estatutos da confraria do Santíssimo Sacramento; 1801, 10 Janeiro - a confraria de São Bento muda-se para a Capela de Guadalupe (v. PT010303510128), unindo-se à confraria de Nossa Senhora da Guadalupe; 1834 - extinção das ordens religiosas; 1885 / 1886 - a confraria do Santíssimo Sacramento responde ao inquérito que o Governo Civil faz às Associações de Penitência e Beneficência declarando que tinha como capital 1700$000; 1892, 1 Abril - é concedida a autorização para instalar o Asilo de Mendicidade *4, no antigo Convento do Salvador; no mosteiro estavam instaladas a última freira, D. Teresa Máxima do Espírito Santo e algumas senhoras que se haviam recolhido no mosteiro e que tiveram de ser integradas no asilo; 1893, 6 Março - decreto cedendo o antigo mosteiro à Associação de Beneficência de Braga, para instalação do asilo; 12 Maio - instalação do Asilo de Mendicidade no antigo mosteiro, cedido pelo Estado, em troca dos terrenos a N., do mosteiro, pertencentes à antiga cerca, para a Câmara Municipal de Braga proceder à regularização da hoje chamada Praça do Comércio; 7 Março - os 70 livros e 20 manuscritos que ainda restavam no mosteiro dão entrada na Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos, à excepção dos foros e prazos que ficaram em poder do delegado da Fazenda do distrito; 1894, 18 Outubro - o Asilo de Mendicidade procede a obras que considerou de carácter urgente; o benemérito Conde de São Joaquim dá 800$000 para obras no mosteiro, vindo a direcção do asilo a dar o seu nome à enfermaria; a obra de pedraria é entregue a Angelino José da Silva, pela quantia de 535$000, que após ter adoecido é entregue a Francisco de Barros; a obra de caiador e vidros é atribuída a Veríssimo da Silva Peixoto, de São Vítor, por 287$000; a carpintaria é entregue a António Joaquim de Araújo Franqueira, por 650$000; 1895, Março - é decidido a feitura de novas obras, atribuídas ao mestre Francisco de Barros, pelo preço de 235$000 e ao carpinteiro António Joaquim de Araújo Franqueira, pelo preço de 270$000; Julho - as alfaias litúrgicas existentes na igreja são entregues ao asilo, com a autorização do Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça; 1896, Junho - execução da imagem do Sagrado Coração de Jesus do retábulo colateral, do lado da Epístola, feita pelo escultor João Evangelista Araújo Vieira e encarnada por José Dias Ferreira; pintura da imagem de São Francisco, da capela-mor, pelo pintor José Dias Ferreira; 1898, 20 Dezembro - inauguração do novo retábulo de Nossa Senhora de Lourdes, com imagens feitas por João Evangelista Araújo Vieira e José Dias Ferreira; 1905, 21 Novembro - a Câmara Municipal de Braga decide construir um asilo para cegos, junto ao Asilo de Mendicidade, necessitando para tal um ala do antigo mosteiro, que se encontrava em ruínas; o asilo opõe-se à obra; 20 Julho - pedido à direcção do Asilo para instalar um altar para a confraria de Nossa Senhora da Abadia, da capela do mesmo nome, existente junto à porta do Souto, instituída em 1658, devido à sua prevista demolição pela Câmara Municipal de Braga; Dezembro - demolição da Capela de Nossa Senhora de Nossa Senhora da Abadia; 1906 - construção de um dormitório, pago pelo benemérito João Evangelista Pereira, emigrante no Brasil; o novo dormitório é baptizado com o nome do benemérito; 26 Março - data do projecto do engenheiro João Teixeira da Silva para o novo asilo de cegos; o edifício nunca chegando a ser concluído; Abril - inauguração no domingo de Pascoela do retábulo de Nossa Senhora da Abadia; 1907, 9 Setembro - escritura pública dando conta da união da confraria de Nossa Senhora da Abadia à do Santíssimo Sacramento; 1908, Janeiro - José Francisco Correia, Conde de Agrolongo juntamente José António de Araújo Barbosa visitam o asilo; o Conde de Agrolongo decide custear a construção de um novo edifício, fazer os passeios que o cercam e ajardinar a Praça Conde de Agrolongo; 14 Fevereiro - lançamento da primeira pedra para a construção do novo edifício, segundo projecto do arquitecto João de Moura Coutinho de Almeida de Eça; a primeira fase foi a construção de toda a ala O. até à igreja; as obras foram arrematadas pelo mestre Guilherme José Pereira, pela quantia de 14030$155; 10 Junho - a direcção do asilo decide tornar o Conde de Agrolongo presidente honorário; 1912, 7 Março - aprovação em sessão camarária da segunda fase de construção, que correspondia desde a igreja até à ala E., onde se situava o asilo de cegos, que veio a ser destruído para dar lugar ao novo edifício; 1914, Março - terminam as obras de construção do edifício *5; execução do retrato do Conde de Agrolongo, pelo pintor Acácio Lino e do busto do vestíbulo, do escultor Teixeira Lopes; Outubro - reformulação dos estatutos da confraria do Santíssimo Sacramento, devido à sua união com a de Nossa Senhora da Abadia; 1915, 6 Maio - aprovação da mudança de designação para "Asilo de Mendicidade Conde de Agrolongo"; 1916 - o Conde de Agrolongo funda a Assistência a tuberculosos; execução da imagem de São Luís Gonzaga, feita por João Evangelista Araújo Vieira e pintada por Domingos Teixeira Fânzeres, destinada ao grupo Arnaldo Lamas, da Congregação Mariana Académica, que se encontrava instalada na igreja; 1929, 15 Abril - morre em Lisboa o Conde de Agrolongo; 1930, 29 Dezembro - é decidido fazer obras no coro-alto, para permitir uma maior visibilidade do Crucificado; 1931 - execução do túmulo do Conde de Agrolongo pela firma "A Industrial Marmorista", do Porto, pela quantia de 3770$00; transladação dos restos mortais do Conde de Agrolongo para um túmulo na capela-mor; 7 Janeiro - é decidido mandar repara a imagem do Senhor dos Passos; 1938, Novembro - a direcção do asilo decide criar um pensionato; 1941 - é instalado o pensionato; o arquitecto Moura Coutinho *6 procede a algumas alterações no interior do edifício, modificando alguns janelões da fachada; 1957, 25 Abril - a direcção do asilo decide abrir a igreja ao público, devido à grande afluência de visitantes; 1967, Março - obras de alteração da fachada lateral O., segundo projecto do arquitecto José Augusto Lamosa e do engenheiro Alberto Vale Rego, executado pela firma Augusto Oliveira Ferreira, pela quantia de 2296179$50; 1965, 3 Março - é pedida uma vistoria ao engenheiro Alberto Vale Rego Amorim ao tecto da igreja, que ameaçava ruína, e comunicado o facto à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais a os Serviços de Urbanização da Câmara; 1972, Janeiro - a direcção pretende mudar o nome para "Instituto Conde de Agrolongo"; 1973 - a direcção pede a Robert Smith, Mário Barata e Manuel Braga da Cruz, para se pronunciarem quanto a alterações a fazer na igreja segundo as directrizes do concílio Vaticano II; devido à reprovação das alterações por parte de todos, o lar decide apenas fazer uma mesa de altar; 1975 - carta ao Governador Civil pedindo a alteração do nome para "Lar"; 22 Maio - é decidido mandar repara o telhado da igreja; 1978, 27 Julho - pagamento à empresa "Soares Barbosa", de Braga, pela execução da mesa de altar; aluguer das novas lojas da fachada lateral O.; 1981, 16 Maio - a Assembleia Geral aprova a mudança de designação e os novos estatutos; Novembro - publicação em Diário da República da alteração para "Lar Conde de Agrolongo"; 1984, Julho - o lar recebe a medalha de ouro da cidade.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Estrutura, embasamento, cornijas de remate, molduras e parapeitos dos vãos, elementos decorativos, torre sineira, arco triunfal, arcarias e pavimento do claustro e chafarizes em granito; túmulo do Conde de Agrolongo, lápides do vestíbulo do lar, e plinto do busto do Conde de Agrolongo, em mármore; portas, janelas, pavimentos interiores, abóbadas da igreja, órgão, púlpito, molduras dos vãos no interior da igreja, guarda do coro-alto, guarda-vento e retábulos em madeira; pavimentos do lar em mosaico e grés; igreja com revestimento com azulejos tradicionais; fachada principal do lar e seu interior com azulejos industriais; tectos do lar em estuque; guardas das sacadas e grade do coro-baixo em ferro; cobertura em telha marselha.

Bibliografia

OLIVEIRA, Eduardo Pires de, O edifício do Convento do Salvador - De mosteiro de freiras ao Lar Conde de Agrolongo, Braga, 1994; REIS, Vítor Manuel Guerra dos - O Rapto do Observador: invenção, representação e percepção do espaço celestial na pintura de tectos em Portugal no século XVIII. Lisboa: s.n., 2006. Texto policopiado. Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2 vols.; http://arqpapel.fa.utl.pt/jumpbox/node/74?proj=Asilo+Conde+de+Agrolongo, 19 Setembro 2011.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Proprietário: 1730 - Restauro do púlpito, órgão, tecto da nave e capela-mor; encarnação de santos; 1760 - restauro do órgão pelo mestre organeiro galego Simão Fernandes Coutinho; Asilo de Mendicidade: séc. 19 - substituição no órgão da tracção mecânica pelo sistema pneumático; 1895 - diversos trabalhos de restauro no mosteiro, nomeadamente a reforma do segundo piso do claustro, que ameaçava ruína, argamassar a fachada principal, encanamento das águas do claustro grande, etc; repintura da imagem do Senhor dos Passos pelo pintor bracarense, José Rodrigues; Março - demolição e reconstrução do outão da ala N. do dormitório, ladrilhação do claustro pequeno, execução de casas de banho no piso térreo e soalhamento, embarrotamento e estuque do mesmo piso; 1897, Julho - obras na entrada e quartos para os albergues, arranjo do vestíbulo e abertura de janelas e soalhamento de duas salas para o trabalho das mulheres; séc. 20, início - encarnação e pintura da imagem de São Luís Gonzaga; 1906 - construção de um dormitório e obras no pavimento da capela-mor; 1908 / 1914 - construção do novo edifício; 1930 - obras na tribuna do coro-alto; 1931 - reparação da imagem do Senhor dos Passos; 1941 - obras de adaptação a pensionato, nomeadamente algumas alterações no interior e nos janelões da fachada principal; 1955, Maio - início da primeira fase de obras de reparação das instalações sanitárias, canalizações, caixilharias e claustro; as obras são assistidas pelo engenheiro Abel Alegria Martins, director da Direcção de Urbanização de Braga; 1956, Abril - início da segunda fase das obras referidas; 1967, Março - início das obras de remodelação da fachada lateral O.; 1975 - reparação do telhado da igreja; 1978 - execução de uma mesa de altar; Julho - terminam as obras de remodelação da fachada lateral O.

Observações

*1 - DOF: "Capela do antigo Convento do Salvador"; a designação oficial da classificação refere-se ao imóvel como "Convento", mas na verdade o mais correcto deveria ser "Mosteiro", pois a Ordem de São Bento tinha votos monacais, com clausura e prática da vida contemplativa; *2 - os painéis do segundo retábulo-mor, executados pelo pintor Gonçalo Coelho, encontram-se actualmente a decorar as paredes laterais da capela-mor; *3 - em 1777 a descrição feita do mosteiro menciona que o portal da igreja era ladeado pelas imagens de São Bento e Santa Escolástica e a encima-lo encontrava-se uma edícula com Cristo; possuía ainda uma inscrição no entablamento "salva nos salvator mundi de vitorino augustinus transit olim 1602 struxit ab almeida domna maria modo 1616"; no interior, a encimar o portal estava um nicho de talha com Santa Gertrudes; o retábulo colateral, do lado do Evangelho, possuía as imagens de São Bento, Santo António, Santa Escolástica, São Sebastião e Santo Amaro, todas elas estofadas e com resplendores de prata; o retábulo colateral, do lado da Epístola, possuía as imagens de São João Baptista, São Francisco Xavier, São Brás e São Cristóvão, todas com resplendores de prata; o pavimento da igreja era lajeado a granito, com tampas de sepultura; o claustro pequeno, com chafariz central, possuia uma colunata de pedra, formando superiormente uma varanda de madeira; havia na cerca uma capela de São Bento, 15 casas, sendo 13 das religiosas particulares e duas da comunidade; *4 - o Asilo de Mendicidade foi fundado a 30 de Maio de 1884, por iniciativa do conselheiro Jerónimo da Cunha Pimentel. O regime interno está a cargo da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, respondendo estas apenas perante a direcção; *5 - após a conclusão do edifício, em 1914, ficou com capacidade para albergar 300 pessoas, com dormitório, casas de trabalho e galerias; no primeiro piso ficam instalados os serviços de secretaria, administração, sala de espera, sala de reuniões, sala de visitas, refeitório, alguns quartos, parlatórios, rouparia, gabinete médico, biblioteca, cozinha, copa, casas para carvão e lavagens de louça; no segundo piso ficam instalados quartos, salão de trabalhos e no corpo central a enfermaria; no terceiro piso ficam instaladas salas de trabalho, quartos e outras dependências; em todos os pisos encontram-se casas de banho; *6 - projecto apesar de ter sido feito por Moura Coutinho, foi assinado pelo arquitecto João Pereira Braga, porque após a lei de 1935, quem não tinha formação académica não podia assinar os projectos, o que era o caso de Moura Coutinho.

Autor e Data

Isabel Sereno / João Santos 1993 / Joaquim Gonçalves 2005

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