Paço Episcopal de Faro / Seminário Menor Episcopal de São José

IPA.00004522
Portugal, Faro, Faro, União das freguesias de Faro (Sé e São Pedro)
 
Arquitectura religiosa educativa, rococó, neoclássica. Seminário, de planta longitudinal articulada com outros volumes perpendiculares, formando um pátio e três logradouros, de composição de uma frieza funcional. Fachada principal concedida com largueza, com embasamento e rematada por beirado assente sobre cimalha, apresentando dois panos delimitados por cunhal e pilastras almofadadas, sendo o primeiro de fenestração ritmada e simétrica, ao gosto do neoclássico, com vãos de moldura em cantaria com verga em arco abatido, inferiormente com janelas jacentes e superiormente janelas de peitoril axiais; janela de sacada com guarda em ferro forjado, marcando o centro do pano. Segundo pano com frenestração assimétrica, ao gosto do rococó, com vãos inferiores com janelas de moldura simples, um portal monumental de verga recortada, arquitrave poligonal com pequenos apontamentos decorativos, moldura do estilo rococó; superiormente janelas de peitoril com a verga recortada com pequenos pormenores decorativos; no andar nobre dos alçados S. e SE. do logradouro maior janelas de peitoril com trabalhos de massa na verga com concheados repuxados segundo uma linguagem rococó. Janela manuelina no alçado N. do pátio com verga com inscrições vegetalistas, integrando esta o antigo Paço Episcopal. Fachada do refeitório delimitada por pilastras e encimado por um frontão triangular com um óculo no tímpano e com um janelão com moldura de cantaria no pano, de estética neoclássica.
Número IPA Antigo: PT050805050070
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Paço eclesiástico  Paço episcopal  

Descrição

Planta longitudinal composta por extenso corpo unido às muralhas através de corpos perpendiculares, formando entre estes um amplo pátio de planta em U e um logradouro. O corpo do refeitório, de planta rectangular, fica a S. do conjunto, envolvido por um logradouro circunscrito por um muro. A N. abre-se um logradouro pequeno de planta em U e outro maior de planta semelhante. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal em dois pisos. Cobertura diferenciada em telhados de 2, 3 e 4 águas, emergindo da cobertura do corpo principal dois lanternins de secção octogonal. Fachada principal a E., com embasamento em alvenaria pintada de cinzento e rematada por beirado sobre cimalha; dois panos delimitados por cunhal liso assente sobre plinto e duas pilastras almofadadas, apresentando o primeiro pano duas linhas de rasgamento com 19 vãos emoldurados cada com vergas em arco abatido, correspondendo os inferiores a janelas jacentes gradeadas, exceptuando o 5º, 10º e 15º vãos que correspondem a portões, e os superiores correspondentes a janelas de peitoril, exceptuando o 10º vão em janela de sacada com guarda em ferro forjado; segundo pano com duas linhas de rasgamento de vãos; inferiormente abrem-se 9 vãos, 7 destes correspondem a janelas de peitoril de moldura simples; superiormente rasgam-se, axiais, 12 janelas de peitoril com moldura recortada, sendo o ritmo dos vãos quebrado pelo 7º e 8º vãos que se encontram mais próximos do 5º e 9º vãos, respectivamente, deixando entre estes um largo nembo; o 6º vão desta linha é um portal monumental de cantaria de verga recortada e arquitrave poligonal com vários apontamentos decorativos, sendo posicionado sob o nembo referido, e que apresenta um painel de azulejos multicolor com a representação de Nossa Senhora da Conceição; o último vão desta linha é um portão de verga recta posicionado sob o 11º vão superior; a fachada inflecte 45º, definindo um estreito pano, para depois voltar a inflectir-se mais 45º até que ficar perpendicular com a fachada principal, dispondo estes dois panos da continuidade do embasamento e remate da fachada principal; o primeiro pano é delimitado por duas pilastras almofadadas e dispõe de uma janela de peitoril ao nível do piso superior, idêntica às do mesmo nível do pano antecedente; segundo pano, delimitado por pilastras almofadadas correspondente a um passadiço que liga o Seminário ao Paço Episcopal ao nível do andar nobre, abrindo-se neste três janelas de peitoril, idênticas à anterior, enquanto inferiormente abre-se uma porta emoldurada com portão metálico dando acesso ao logradouro N., uma passagem em arco abatido delimitado por cantaria almofadada, e um pequeno vão emoldurado com porta de madeira. A S. da fachada principal o refeitório, recuado em relação à restante fachada, delimitada por pilastras de cantaria com janelão rectangular com moldura de cantaria arquitravada, empena em frontão triangular com óculo emoldurado ao centro. À direita desta fachada encontra-se um pano mais recuado correspondente ao corpo que une o refeitório ao corpo principal, com remate em beirado sobre cimalha, com uma porta aberta inferiormente e apresentado ao nível do piso superior uma janela emoldurada com verga em arco abatido. Fachada S. do refeitório, rematada por beirado sobre cimalha, com corpo saliente ao centro de secção semi-circular e encimado por meia cúpula, correspondente interiormente a umas escadas; a ladear este corpo, são abertos inferiormente duas janelas de moldura simples e superiormente duas janelas quadrangulares de moldura simples. De forma mais recuada encontra-se a fachada S. do corpo principal, rematada por beirado sobre cimalha, com 5 vãos emoldurados de verga em arco abatido, sendo os quatro primeiros janelas de peitoril e o 5º uma janela de sacada com guarda. Na fachada posterior destes corpos, sobranceira à muralha, dois corpos trespassados por uma linha de 5 janelas jacentes sem moldura; segue-se um pano rematado por beirado sobre cimalha com três vãos com moldura e verga em arco abatido, sendo o primeiro uma porta de acesso ao adarve da muralha, e os seguintes duas janelas de peitoril; por fim a fachada posterior do corpo do refeitório com apenas um óculo no centro da empena triangular. PÁTIO: alçados rebocados e pintados de branco, rematados por beirado sobre cimalha envolvente, com pavimento acimentado dando lugar a um campo de futebol. Alçado S. com duas linhas de rasgamento de vãos emoldurados com verga em arco abatido, inferiormente duas portas, duas janelas jacentes, uma porta ladeada por duas janelas jacentes em moldura e uma outra porta, num total de 8 vãos; superiormente 5 janelas de peitoril sobre o 1º, 2º, 4º, 6º e 8º vãos. Alçado E. com um corpo central destacado de planta quadrangular correspondendo interiormente a uma escadaria, apresentando no frontispício um janelão emoldurado de verga em arco abatido e nos alçados laterais uma porta emoldurada de verga recta junto ao corpo E. e uma janela de peitoril emoldurada com verga em arco abatido aberta superiormente sensivelmente ao centro; pano do alçado à esquerda deste corpo com duas linhas de rasgamento de vãos emoldurados com verga em arco abatido, inferiormente 8 vãos, 7 são janelas jacentes, sendo o 4º uma porta; superiormente abrem-se axialmente aos vãos inferiores 8 janelas de peitoril; pano do mesmo alçado situado à direita do referido corpo saliente com duas linhas de rasgamento de vãos emoldurados e de verga de arco abatido, inferiormente com 6 vãos, sendo o 3º uma porta e o 5º uma passagem que liga o pátio ao exterior, com duas portas com molduras simples nos alçados laterais, sendo os restantes vãos janelas jacentes; superiormente abrem-se axialmente aos vãos inferiores 6 janelas de peitoril. Alçado N. com duas linhas de rasgamento de vãos emoldurados com moldura simples, inferiormente 6 vãos sendo o 5º uma passagem para um logradouro apresentando um arco de entrada abatido, sendo os restantes vãos janelas de peitoril; destaca-se o 6 vão pelos desenhos inscritos na verga; superiormente abrem-se axialmente aos vãos inferiores 6 janelas de peitoril, existe ainda uma sétima janela aberta para o adarve da muralha, acedido por umas escadas dispostas de forma perpendicular ao alçado. Alçado O. é uma pano liso correspondente a um troço da muralha. LOGRADOURO MENOR: alçados rebocados e pintados de branco, rematados por beirado, com espaço completamente preenchido com árvores que ocultam os alçados, apresentando estes duas linhas de rasgamento de vãos sem moldura e com verga em arco abatido, de grande largura. No alçado S. encontra-se saliente corpo de secção semicircular encimado por meia cúpula. Alçado O. correspondente a troço da muralha. LOGRADOURO MAIOR: Alçados rebocados e pintados de branco, com espaço em calçada com um tanque circular ao centro. Alçado S. com dois corpos, o primeiro com embasamento e remate oblíquo devido à água do telhado, com duas janelas de peitoril abertas ao nível do piso superior, com moldura e com trabalhos de massa com concheados sobre a verga em arco abatido; o segundo com embasamento e remate em beirado, com duas linhas de rasgamento de vãos emoldurados de verga recta, inferiormente uma porta e três janelas de peitoril, e superiormente e axialmente a estes 4 janelas de peitoril. Alçado SE. com embasamento e remate com duplo beirado, abrindo-se inferiormente uma reentrância com arco abatido e superiormente uma janela de peitoril com os mesmos trabalhos de massa do que as do alçado anterior. Alçado E., de um só piso, com embasamento e remate oblíquo nos extremos e recto ao centro, desenhando um U aberto, com 3 vãos emoldurados e de verga recta, correspondentes a duas portas e uma janela de peitoril. Alçado N. com embasamento e remate em duplo beirado, com duas linhas de rasgamento de vãos emoldurados, 6 inferiores com verga recta seguindo a fórmula: A (janela de peitoril)-B (porta)- A-B-A-B-A; superiormente abrem-se 6 janelas de peitoril axiais aos vãos inferiores, sendo estes de verga em arco abatido. Alçado S. com patamares e escadas encostadas à muralha. INTERIOR: alçados rebocados e pintados de branco. Entrada pelo portal monumental da fachada principal com acesso a hall com pavimento lajeado, silhar de azulejos de padrão envolvente, com alçado anterior com porta ladeada por duas janelas com conversadeiras e alçado posterior antecedido por uma arcada composta por três arcos abatidos assentes sobre dois pilares, arcada que é repetida no alçado posterior, formando entre estas corredor com tecto em abóbadas de aresta cujos extremos desembocam em vãos emoldurados de acesso a corredores, enquanto o arco central abre-se para uma escadaria em pedra com um lanço que atinge patamar de onde partem outros dois lanços dispostos em sentido oposto. Chegando ao patamar do piso superior apresentam-se 3 vãos emoldurados, sendo o central de verga recortada, dando acesso a sala de espera com cobertura com apontamentos em estuque e lustre ao centro; os laterais de verga recta dando acesso a corredores com pavimento em tijoleira e silhar de azulejos de padrão azul e branco recentes, dando acesso a várias dependência através da abertura de vãos emoldurados de verga recta, sendo uma destas salas a biblioteca, de tecto em masseira. Seguindo para S. pelo corredor intercepta-se um corredor perpendicular a O. (correspondente ao corpo N. do pátio), a partir do qaul se faz o acesso à capela nova através de portal emoldurado com verga em arco abatido e encimado por frontão triangular interrompido de onde emerge uma lápide com inscrições; a capela é iluminada a O. com janelas voltadas para o logradouro pequeno, apresentando uma mesa de altar avançada, com a figura de Cristo crucificado no alçado posterior ladeado à direita por um painel de azulejos recente, e por duas imagens de vulto assentes sobre peanhas. Seguindo o corredor para S., entra-se no corpo correspondente ao primeiro pano da fachada principal, sendo este troço lajeado e com tecto falso, dando acesso a 32 pequenos quartos iluminados por uma janela, com pavimento de cortiça e dotados de casa-de-banho privativa, sendo as portas de entrada em madeira com bandeira. Ainda neste corpo principal, o piso inferior dispõe de pavimento lajeado com cobertura em abóbadas artesoadas, com três tramos de largura, assentes sobre pilares; cada tramo foi entaipado formando salas pequenas, abertas para um corredor central por divisórias de alumínio e vidro 1*. O Refeitório possui alçados rebocados e pintados de branco, com pavimento em mosaicos, silhar de azulejos envolvente e cobertura em tecto de masseira pintado com frenestrações para as janelas; no alçado S. destaca-se uma porta de verga recta com moldura em cantaria encimada por uma janela de sacada com guarda, igualmente de moldura simples; no alçado O. destaca-se uma grande tela com uma pintura alusiva à Última Ceia.

Acessos

Largo da Sé, n.º16 - 22; Rua da Porta Nova

Protecção

Incluído na Zona de Proteção da Fortaleza de Faro (v. PT05080505013) e da Sé Catedral (v. PT05080505004)

Enquadramento

Urbano, planície, no centro histórico, adossado ao interior das muralhas medievais, ocupando em toda a extensão o lado O. do Lg. da Sé, com 3 fachadas voltadas para a via pública. Fachada principal confrontando a fachada principal da Sé (v. PT050805050004), aberta para largo empedrado, pontuado por algumas árvores ao centro e várias laranjeiras defronte às fachadas do Seminário e do Paço Episcopal, utilizado como parque de estacionamento; a N. adossado por edifícios com fachada para a R. Monsenhor Boto e a E. pelo Paço Episcopal, através de um passadiço que passa por cima da R. Monsenhor Boto; quatro logradouros, sendo o que fica situado a S. resguardado por um alto muro que parte da fachada principal até à Porta Nova da Fortaleza, definindo a R. da Porta Nova. Acesso automóvel ao centro histórico restrito a residentes; estação rodoviária a 750m e ferroviária a 900m.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: paço eclesiástico

Utilização Actual

Educativa: seminário

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Arquitecto Francisco Xavier Fabri

Cronologia

1585 - construção do antigo Paço Episcopal durante o bispado de António Castelo Branco, imóvel que veio a integrar o futuro Seminário; 1636 - 1649 - durante o bispado de D. Francisco Barreto I é feito um tecto de masseira numa das salas do antigo Paço, a antiga sala de Música, com diversos caixotões ornamentados com brutescos fantasistas, pintados a ouro e a grisaille; Séc. 18 - execução do presépio; 1741 - o Arcebispo e bispo D. Inácio de Santa Teresa instalam no antigo Paço um internato para os Ordinandos, embora estes continuassem a frequentar as aulas do Colégio jesuíta de São Tiago Maior; 1783 - 1786 - o bispo D. Andrade Teixeira Palha institui um curso trienal de aulas eclesiásticas: Teologia Dogmática, Moral, Direito Canónico, Liturgia e Canto; 1787 - início da construção no bispado de D. José Maria de Mello, reaproveitando uma parte das instalações do primitivo paço quinhentista; a necessidade desta instituição prende-se à expulsão dos jesuítas de Portugal; o bispo D. José Maria de Mello, que não chegou a inaugurar o seminário por ter sido destacado para confessor da Rainha e Inquisidor-Geral, deixou a sua livraria ao Seminário e duas quintas que possuiria no Lumiar e em São João da Talha, propriedades que são confiscadas em 1834 pelo monarca; é criado durante este bispado (1787 - 1789) um passadiço entre o Seminário e o Paço Episcopal; 1790 - início da 2ª campanha de obras promovidas pelo Bispo D. Francisco Gomes de Avelar e a cargo do arquitecto Francisco Xavier Fabri; este último teria chegado a Faro a 1 de Novembro deste ano, sendo sustentado com 200$00 réis por ano, casa, cama e mesa, ficando aposentado no Paço Episcopal; com o encerramento dos colégios jesuítas de Faro e Portimão, seria necessário a criação de um novo estabelecimento de ensino, tarefa que seria incubida aos padres oratorianos; 1792 - feitura do retábulo da capela, sendo provavelmente um dos primeiros exemplares neoclássicos em Portugal; deste retábulo apenas sobreviveu a tela com a representação do Menino entre os Doutores, da autoria de Marcello Leopardi e datada de 1790; 1795, 12 Dezembro - o benefício chamado o "Grande" que pertencia à colegiada de São Pedro de Faro, é aplicado ao seminário pelas letras apostólicas "In Apostolicae Dignitatis Apicem"; 1796, 15 Novembro - chegam a Faro dois padres italianos da Congregação da Missão, Pe. Romualdo Ansaloni e José Maffei, que teriam voltado de Goa onde tinham acabado de dirigir a fundação dum Seminário; são incubidos de administrarem o Seminário farense, ocupando o primeiro o lugar de Reitor e o segundo o cargo de director espiritual; no ano seguinte os padres italianos deixam o seminário e partem para Lisboa; o segundo reitor foi o D. João Coelho de Carvalho, autor da "História da Fundação do Seminário"; 1797, 8 Janeiro - abertura solene do Seminário, entrando 12 estudantes, apesar de haver lugar para 17; o número 12 tem aqui uma conotação simbólica, aludindo aos primeiros 12 discípulos de Jesus; Domingos Bossi foi o leigo que acompanhou o processo de abertura do Seminário, tratando da sua economia e da direcção do refeitório; o bispo compra a louça necessária para o uso do Seminário, mandando fabricar grandes quantidades de pratos de diversas qualidades de folha de flandres; 1797, Março - Estatutos do Seminário com 36 artigos divididos em 6 capítulos; 1797, fins de Junho - encerradas as aulas e o Seminário, dando-se férias até 8 de Setembro do mesmo ano; 1798 - continuação das obras, nomeadamente do refeitório; a cozinha e o refeitório ocuparam inicialmente o corpo do antigo Paço Episcopal, passando posteriormente a ocupar uma sala situada por baixo da capela por esta ser maior; 1799 - finalizados os trabalhos de ornamentação da capela, da autoria do pintor tavirense José Ferreira, tendo custado 150$000 réis; 1807, Setembro - terminam as obras do edifício; com as invasões das tropas napoleónicas o edifício é encerrado; 1808, 28 Fevereiro - é colocado na parede do refeitório uma tela alusiva à Ultima Ceia, proveniente de Lisboa e de valor 96$000 réis; 1814 - decretos da Visitação são acrescentados após a visita de D. Francisco Gomes ao Seminário; 1821 - Estatuto suplementar de D. Joaquim de Sant' Ana Carvalho; 1825 - Estatuto suplementar de D. Bernardo António de Figueiredo; 1833 - o Seminário fecha as suas portas e é ocupado como hospedaria para soldados que transitam entre Lagos e Tavira; 1848 - interrupção dos cursos eclesiásticos; 1851- 1908 - funciona neste edifício o Liceu Nacional; 1853 - o bispo D. Carlos Cristovão Pereira, após o restabelecimento das relações diplomáticas do Governo Português com a Santa Sé, reorganiza o ensino religioso no Seminário; 1856 - reabertura do ensino religioso sendo o Pe. António José dos Reis, antigo aluno seminarista, o primeiro vice-reitor do Seminário; sob a direcção do vice-reitor Monsenhor Pereira Botto foi erigido sobre a sacristia um Posto Meteorológico com o nome de D. Francisco Gomes; 1906 - o Liceu Nacional é transferido para o edifício então construído junto da Alameda (actual Escola Secundária Tomás Cabreira); 1911 - confiscação do edifício e instalação do Regimento de Infantaria 33; 1933 - devolução à diocese algarvia da parte sul do edifício; 1940 - devolução do resto do imóvel, passando a servir de Paço Episcopal até 1964; o claustro das aulas recebe a 1ª exposição de arte sacra do Algarve; Séc. 20, anos 70 - com o fim da descolonização, o edifício é devolvido à Diocese para possibilitar o recolhimento dos retornados.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes e estrutura mista (no piso térreo).

Materiais

Estrutura de alvenaria, cantaria calcária em molduras de vãos, cunhais, pilastras, arcadas, escadarias; pavimentos em lage de pedra calcária e mármore, ladrilho cerâmico, tijoleira, mosaicos, madeira e cortiça; cobertura exterior em telha de canudo; tectos em alvenaria, ou com tecto falso de cortiça e metal ou em madeira; portas, janelas e caixilharias em madeira; ferro forjado nos gradeamentos dos vãos inferiores; divisórias e portas das mesmas em alumínio e vidro; azulejos; vidro.

Bibliografia

ALMEIDA, Fortunado de, História da Igreja em Portugal, vol. II, Porto - Lisboa, 1968; AZEVEDO, José Correia de, Arte Monumental Portuguesa, 5º volume, Porto, 1975; IDEM, Enciclopédia da Arte Portuguesa, vol. 2, s.l., 1976; AZEVEDO, José António Correia de, Algarve Monumental, s.l., 1977; AZEVEDO, Correia de, Portugal Monumental, vol. 8, Lisboa, 1994; CABRITA, Pe. José, O Bispo Santo - D. Francisco Gomes de Avelar (Esboço Bibliográfico), Faro, 1940; IDEM, José, História Breve do Seminário Episcopal de São José de Faro, Faro, 1985; LAMEIRA, Francisco, Faro - Edificações Notáveis, Faro, 1995; IDEM, O Paço Episcopal (brochura), Faro, 1995; IDEM, Faro - A Arte na História da Cidade, Faro, 1999; IDEM, O Seminário Episcopal de S. José (brochura), Faro, 2000; LOPES, João Baptista da Silva, Corografia do Reino do Algarve, Lisboa, 1841; IDEM, Memorias para a Historia Ecclesiastica do Bispado do Algarve, Lisboa, 1848; MELLO, Magno Moraes, Pintura do Concelho de Faro: Inventário, CMF, GGRP, Faro, 2000; OLIVEIRA, Francisco Xavier de Athaíde de, Biografia de D. Francisco Gomes de Avelar, Porto, 1902; IDEM, Memórias para a História Eclesiastica do Bispado do Algarve, Porto, 1908; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais no século XVIII em Terracota (dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa), Lisboa, 1998; PAULA, Rui M. e PAULA, Frederico, Faro - Evolução Urbana e Património, Faro, 1993; ROSA, José António Pinheiro e, Monumentos e Edifícios Notáveis do Concelho de Faro, Faro, 1984; IDEM, Guia do Visitante das Igrejas de Faro, Faro, 1987; IDEM, Tesouros Artísticos do Algarve, Faro, 1990.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMF

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH-005-4433/05 e 06 (Observatório Meteorológico D. Francisco Gomes 1938-1943), DGEMN/DSARH-005-3722/09 (Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, 1926-1931), DGEMN/DSARH-005-4433/15 (antiga Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, 1958-1962); Arquivo do Seminário Episcopal de São José de Faro

Intervenção Realizada

Proprietário: 1965, c. de - substituição da cobertura; 1966 - destruição da Estação Metereológica entretanto construída anexa a N. da capela; 1969, c. de - remodelação da capela, feitura de novos balneários junto ao logradouro do corpo mais antigo; 1980, c. de - remodelação dos quartos existentes no corpo fronteiro ao grande logradouro.

Observações

As varandas têm o nome de "varandas de recreio" ou "varanda do vice-reitor"; 1* - este espaço seria designado de "claustro das aulas".

Autor e Data

Francisco Lameira 1996 / Daniel Giebels 2005

Actualização

 
 
 
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