Capela das Almas

IPA.00000452
Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela
 
Arquitectura religiosa, românica e barroca. Igreja barroca de planta longitudinal e uma nave, com vestígios da primitiva igreja românica. No interior, retábulo neobarroco, púlpito, talha do arco triunfal e altares colaterais de estilo neoclássico; retábulo-mor rocaille. O edifício adossado prolonga a leitura da fachada principal da igreja com a sineira e um nicho. Salienta-se o facto de se tratar dos restos da primitiva Matriz medieval; a frontaria barroca e a talha rocaille e neoclássica de carácter popular.
Número IPA Antigo: PT011609310056
 
Registo visualizado 963 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, composta por nave e capela-mor rectangulares, tendo adossado a N. edifício de 2 andares e sacristia. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas na capela, de 4 no edifício lateral e de 1 na sacristia. Paredes em alvenaria rebocada, cunhais, vãos, cornijas e empenas em cantaria de granito. Frontispício orientado a O. rematado em empena coroada por cruz sobre pedestal; cunhais apilastrados rematados por plintos e fogaréus. Portal axial rectangular coroado por frontão com volutas interrompido por flor-de-liz, e sobrepujado por óculo. O portal é enquadrado por dois bancos de granito, encimados por lambris de azulejo, óculos ovais e registos em azulejo. A fachada principal do edifício lateral possui porta rectangular sobreposta por janela de sacada e é rematada por cornija e encimada por campanário de duas ventanas coroado por frontão triangular; à esquerda da porta existe um nicho com oratório. Alçado S. da capela-mor com duas janelas de verga recta e um arcossólio. Fachada posterior rematada por empena coroada por cruz sobre pedestal. Interior de uma nave com lambril de azulejos e tecto em abóbada de berço assente em cornijas laterais; guarda-vento de madeira, coro-alto com balaustrada em madeira e com acesso pelo edifício lateral. No lado do Evangelho, pia baptismal em granito e púlpito em madeira dourada e pintada, assente sobre mísula de granito, com acesso pelo edifício lateral. 4 altares colaterais, com retábulos em talha dourada e pintada. Pavimento em soalho de madeira. Arco triunfal decorado com talha dourada e pintada; balaustrada de madeira a separar a nave da capela-mor. Esta tem no lado do Evangelho duas portas rectangulares, de acesso à sacristia e ao edifício lateral; no lado da Epístola, janela rectangular para o exterior. Retábulo-mor de madeira dourada e pintada com trono central, com imagem do Cristo redentor, enquadrado por nichos laterais; tecto em abóbada assente em cornijas laterais, com imagem de Nossa Senhora com o Menino, pintado no centro.

Acessos

Largo das Almas. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,694413; long.: -8,825159

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado. Situada no centro de um adro pavimentado com lajeado de granito e com áreas ajardinadas.

Descrição Complementar

Encostado à fachada S. da capela-mor existe um cruzeiro, constituído por um pedestal com a inscrição "Este cruzeiro he do mosteiro de S. Bento e se pos sendo abadesa Natalia de Jesus no ano de 1647", sobre o qual se apoia uma coluna canelada, com capitel coríntio que suporta a cruz. O cruzeiro encontra-se sob um alpendre aberto, com cobertura de 2 águas. Na parede da nave, do lado do Evangelho, existe uma bula do Arcebispo D. Caetano Brandão, datado de 19 - 10 - 1796, em que se concedem 40 dias de indulgência a quem rezar, diante da imagem de nossa Senhora da Guia, 5 Salvé Rainhas. No lado da Epístola da capela-mor existe uma lápide funerária da família Puga, registando falecimentos ocorridos entre 1842 e 1860.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 13 - Provável construção da primitiva igreja românica - Matriz Velha, de que restam alguns vestígios na fachada S. da capela-mor, nomeadamente um arcossólio; a igreja funcionou como paroquial até à construção da igreja Matriz, actual Sé, situada no interior da cerca muralhada; 1548 - colocação de um novo sino (MOREIRA, 1986: 223); 1595 - restauro do telhado e do alpendre (MOREIRA, 1986: 223); 1647 - edificação do cruzeiro; séc. 18, início - a igreja encontrava-se arruinada; 1719 - reconstrução do imóvel com a designação de Capela das Almas (CALDAS e GOMES, 1990: 17); 1796 - bula episcopal de indulgências; 1842 / 1860 - lápide funerária da família Puga na capela-mor; séc. 19, finais - até esta época o adro serviu como cemitério de Viana.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes em alvenaria rebocada, vãos, cunhais, empenas e cornijas em cantaria de granito; cobertura em telha; pavimentos, coro-alto, guarda-vento e retábulos em madeira; azulejos.

Bibliografia

MOREIRA, Manuel A. Fernandes, O Município e os forais de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1986; CALDAS, João Vieira e GOMES, Paulo Varela, Viana do Castelo, Lisboa, 1990.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

2007 - obras de restauro do interior e exterior da igreja, orçadas em 154.700 euros, sendo 75% financiado pelos fundos comunitários, e o restante assegurado, em partes iguais, pela Fábrica da Paróquia de Santa Maria Maior e pela Câmara; as obras incluem a consolidação das paredes estruturais, com substituição dos rebocos e restauro de pinturas e tetos, e pela recuperação da estrutura dos pavimentos, que permitiu por a descoberto as diversas fases de expansão da igreja e encontrar algumas sepulturas, uma delas datada de entre os finais do séc. 14 e inícios do séc. 15; no exterior substitui-se os rebocos, caixilharias e a estrutura do telhado e da telha, correção térmica da cobertura e renovação do sistema de drenagem das águas pluviais; prospeção arqueológica no adro, conduzida pelo Gabinete de Arqueologia da Câmara de Viana do Castelo, durante a qual se descobrem sepulturas constituídas por lajes de xisto; a maioria das ossadas encontradas foi transferida para o Cemitério Municipal.

Observações

Autor e Data

Alexandra Lima e Paulo Amaral 1998

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login