Povoado dos Castelos de Monte Novo / Sítio Arqueológico dos Castelos de Monte Novo / Cidade de Cuncos

IPA.00004466
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de São Manços e São Vicente do Pigeiro
 
Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Ferro com anterior ocupação do sítio no Bronze Final. Povoado fortificado. A localização privilegiada confere ao sítio uma monumentalidade especial em estreita relação com o domínio de toda a paisagem envolvente. Embora os estudos até agora realizados não tenham sido muito conclusivos, o facto de conservar ainda grande parte da fortificação que abrange uma área invulgarmente extensa, confere-lhe uma importância inequívoca para o estudo deste tipo de povoados.
Número IPA Antigo: PT040705080079
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado da Época do Ferro  Povoado fortificado  

Descrição

As ruínas do povoado são constituídas por uma grande cerca arruinada dividida por um muro longitudinal, sobre a crista divisória das duas ribeiras. São visíveis à superfície fragmentos de grossa cerâmica de construção, sulcos fundos e buracos provavelmente provenientes de escavações antigas. Na linha da muralha exterior afloram grandes blocos, ao longo de uma extensão superior a 200 m.

Acessos

A c. de 20 Km a SE de Évora, junto à confluência da Ribeira da Pardiela com o Rio Degebe. Estrada de Évora para Reguengos de Monsaraz, ramal para barragem do Monte Novo. A seguir ao paredão da barragem virar à direita em caminho para o povoado.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997

Enquadramento

Rural. Península sobranceira à confluência da Ribeira da Pardiela com o Rio Degebe com uma localização dominante da paisagem envolvente e uma monumentalidade grandiosa. Em toda a área do povoado existe olival disperso *1.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Idade do Ferro

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Sec. 04 a.C. - séc. 01 a.C. - ocupação do povoado; séc. 01 - provável extensão da ocupação do povoado (conjectural). 1964 - o povoado passa a ser conhecido a partir da publicação do 5 volume das Grandes Vias da Lusitânia de Mário de Saa; podia-se observar então "grossa cerâmica de construção, jorro de ferrarias, sulcos fundos de carriagens remotas e escavações" ( SAA, 1964 ); 1988 - 1989 - estudo do povoado pelo arqueólogo Virgílio Correia, não se tendo no entanto realizado escavações arqueológicas, mas apenas prospecções e a extracção de amostras da linha da muralha exterior do povoado cuja análise foi realizada por Ian Ralston do Centre for Field Archeology da Universidade de Edimburgo *2; 1996, 13 de Outubro - Despacho de classificação como Imóvel de Interesse Público.

Dados Técnicos

As amostras retiradas de grandes blocos que afloram na linha da muralha exterior do povoado, revelaram tratar-se duma construção de pedra sobre armação de madeira onde, devido a um incêndio, se deu a fusão da pedra com outros materiais incluídos na construção.

Materiais

Granito, xisto, cerâmica grossa de construção.

Bibliografia

SAA, Mário, As Grandes Vias da Lusitânia, T. 5, Lisboa, 1964; BEIRÃO, Caetano de Mello e CORREIA, Virgílio H., A II Idade do Ferro no Sul de Portugal: O estado actual dos nossos conhecimentos in Actas do XXI Congresso Nacional de Arqueologia, Teruel, 1992; CORREIA, Virgílio H., A Idade do Ferro na Planície Central Alto - Alentejana. Bases de um projecto de investigação, 1992.

Documentação Gráfica

CMP, planta de localização; SCE, 1969 e fl. 472, SCE., 1994, planta cadastral

Documentação Fotográfica

IPPAR: DRE, procº 2.00.393; DA 91/1 (129)

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR: DRE, procª 2.00.393; DA 91 (129).

Intervenção Realizada

Observações

*1 - geologicamente a Cidade de Cuncos implanta-se numa área de granitos alcalinos ante-vestefalianos, xistos do Pré-Câmbrico e cascalheiras de planalto do Paleogénico ou Miocénico; *2 - da análise Ian Ralston concluiu que se trata " ... dos restos de uma construção de pedra sobre armação de madeira onde, devido ao incêndio... e sob acção das altas temperaturas então desenvolvidas, se teria dado a fusão de grande parte da pedra ou de outros materiais incluidos na construção; os blocos resultantes do processo afloram numa linha definida - correspondente a uma muralha e a possíveis bastiões - numa extensão de mais de 200m. Construções deste tipo são conhecidas na Europa desde o Séc. 10 a.c., correspondendo ao murus gallicis... Este fenómeno, muito conhecido no Norte de Inglaterra é normalmente referido por vitrification".

Autor e Data

Paula Amendoeira 1998

Actualização

 
 
 
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