Anta da Barrosa / Lapa dos Mouros
| IPA.00000441 |
Portugal, Viana do Castelo, Caminha, Vila Praia de Âncora |
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Monumento megalítico com dólmen de apreciáveis dimensões, inserindo-se na tipologia do noroeste Peninsular dos dólmens de corredor e, dentro desta, no sub-grupo apontado por G. Leisner com câmara e corredor indiferenciados. Se esta indestinção é nítida ao nível da planta, ela já é mais problemática ao nível do alçado, dado o mau estado do corredor, pois atualmente o seu primeiro esteiro é nitidamente mais baixo do que a câmara, marcando assim uma rutura de volumes. Constitui o monumento megalítico maior, mais importante e mais bem conservado até agora encontrado no Vale de Âncora, zona rica nesta cultura. As suas dimensões fazem-no destacar do megalitismo do noroeste Peninsular, caracterizado pela modéstia de proporções dos dólmens. Excetuando-se a Anta de Santa Marta (Penafiel), o Dólmen da Barrosa é também aquele em que o corredor atinge maiores proporções. |
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Número IPA Antigo: PT011602170001 |
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Registo visualizado 704 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Funerário Anta
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Descrição
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Anta formada por câmara e corredor indistinto. A câmara, de planta poligonal tem 8 esteios, estando o da cabeceira partido, e a mesa (com superfície de 10,50 m2) que assenta sobre 3 deles. Corredor largo e desenvolvido com 6 m. x 1,46 m., segundo João Castro Nunes composto por 4 lajes, 2 de cada lado, estreitando ligeiramente para a entrada, virada a nascente, inflectindo para NE. Escavações de 1948 puseram a descoberto, entre outras, 1 laje que entrava profundamente na parede da anta entre o espaço do último esteio do corredor e o primeiro da câmara. A Anta da Barrosa já não tem mamoa, contudo conserva alguma ornamentação característica da arte dolménica nas 3 lajes encontradas por Castro Nunes durante as escavações. São elas as linhas ondulantes (serpentiformes) e sinais em U obtidos por percussão. |
Acessos
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Vila Pria de Âncora, EN. 305. WGS84 (graus decimais): lat.: 41,810017; long.: -8,850724 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 |
Enquadramento
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Urbano. Dentro da povoação de Âncora, ergue-se no meio de um terreno particular, à direita da estrada e vedado por alto muro; nas imediações tem casa de habitação. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Funerária: anta |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular / Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Megalítico |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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2000 - 1700 a.C. - Barreira cronológica para a sua construção, segundo João Castro Nunes; séc. 01 - 02 - ocupação romana, revelada pela descoberta de fragmentos de louça grosseira e de telha romana; 1879 - Martins Sarmento procede à recolha de parco espólio durante as escavações arqueológicas; 2000 - diagnóstico, elaboração de proposta e assistência técnica para a conservação, beneficiação, salvaguarda e revitalização pela DREMN. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Granito. |
Bibliografia
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ALVES, Lourenço, Caminha e seu Concelho (Monografia), Caminha, 1985; CARVALHO, Gen. Mesquita, O Dólmen da Barrosa, Porto, 1898; NUNES, João de Castro, Escavações no Dólmen da Barrosa in Revista Guimarães, vol. 61, Guimarães, 1951, p. 196 - 204; idem, Escavações no Dólmen da Barrosa (Âncora) II in Revista Guimarães, vol. 65, nºs 1-2, Guimarães, 1955, p. 154 - 159; JORGE, Vitor Oliveira, Megalitismo do Norte de Portugal: Um Novo Balanço in Portugalia, nova série, vol. 4 / 5, Porto, 1983 / 84, p. 37 - 48; PINTO, R. de Serpa, O Austuriense em Portugal in Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, vol. 4, Porto, 1928, p. 5 - 44; s.a., Guia de Portugal, Lisboa, 1965; VILAÇA, Raquel, Arte Megalítica in História da Arte em Portugal, vol. 1, Lisboa, 1986, p. 23 - 29. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1879 - escavações arqueológicas por Martins Sarmento; 1948 - escavações arqueológicas por João de Castro Nunes no interior e em circunferências; 1979 - arranjo e melhoramento. |
Observações
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Durante as escavações de 1948, Castro Nunes encontrou 2 lajes de granito, de diferente qualidade, à profundidade de 1 m., em posição horizontal do lado oposto à galeria, ali postos a esmo. A 3ª laje, gravada em ambas as faces, foi encontrada, como já anteriormente referimos, criando certa separação entre o corredor e a câmara, e posta de cutelo ao mesmo nível da base das lajes laterais do corredor. Devido ao seu interior estar completamente remexido, não foi possível estabelecer a estatigrafia do espólio. Como é comum nos demais monumentos megalíticos do N. do país, o espólio aqui encontrado é também pobre, em quantidade e qualidade. Resolvido o litígio em que a Câmara e um dos proprietários se envolvem, a Câmara pretende comprar toda a Quinta da Barrosa e ali implantar um conjunto habitacional destinado à venda ou aluguer a preços controlados e com um carácter social das habitações a construir. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 |
Actualização
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