Abadia Velha de Salzedas / Ruínas Românicas de Salzedas

IPA.00004302
Portugal, Viseu, Tarouca, União das freguesias de Gouviães e Ucanha
 
Constituindo o primeiro Mosteiro de Salzedas, apenas se conserva parte das suas fundações, com igreja de três naves, transepto e capela-mor com absidíolos. Decoração de entrelaçados e pedras sigladas. Planta da igreja semelhante à de São João de Tarouca (v. PT011820060009).
Número IPA Antigo: PT011820080010
 
Registo visualizado 740 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  

Descrição

Observa-se as fundações da igreja, mostrando uma planta de três naves, transepto saliente e pilares assimétricos na base. No lado E. situa-se a zona da cabeceira composta por três absidíolos escalonados e de planta rectangular. Na área do transepto, no lado SE., identificam-se vestígios de escada em caracol que permitiria o acesso ao nível superior. Do mesmo lado localiza-se a comunicação com as dependências claustrais. Descobrem-se bases decoradas e arranques de meias colunas, também ornamentadas, que se adossavam aos muros. Existem pedras sigladas dispersas pela área da abadia.

Acessos

EN 226 ao Km 23,5, para Ucanha; a 4,3 Km, à esquerda, por caminho rural para a Quinta da Abadia Velha, a 800 metros

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 516/71, DG, 1.ª série, n.º 274 de 22 novembro 1971

Enquadramento

Rural. Localiza-se a meia-encosta, na margem direita do Rio Varosa, encontrando-se rodeado por vinhas, em zona de interesse paisagístico.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 12

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1146 - D. Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz lança a pedra da Abadia, no local de um pequeno ermitério de Argeriz; 1150, cerca de - fundação do Mosteiro de Salzedas, no termo de Algeriz, por iniciativa de D. Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz; 1152 - doação régia do couto de Algeriz (depois chamado de Salzedas) a D. Teresa Afonso; 1155 - autorização régia para transferência de tutela do couto para o Mosteiro de Salzeda, que estaria já concluído; 1163 - D. Ximena doa a sua herdade em Cimbol; Egas Soares e a mulher, Maria Pais, vendem o mosteiro a sua parte da herdade em Cimbol; 1164 - renúncia do Bispo de Lamego a todos os direitos episcopais sobre o couto; provável início da construção de um mosteiro de maiores dimensões na actual implantação de Salzedas (v. PT011820050011); 1172 - compra a Mónio Ermiges de metade da vila de Roção; 1174 - Frei Pedro, prior de Salzedas, obtém da igreja paroquial de São Martinho de Mouros os dízimos do Roção; 1182 - D. Afonso Henriques doa bens em Valdigem; 1185 - compra a Velasquida Raimundes de bens dispersos; 1187 - compra a Raimundo Raimundes de bens dispersos; compra a Soeiro Viegas e D. Sancha Cermudes de bens em Valongo; 1191 - aquisição de bens a Raimundo Raimundes em Cambres, por 55 maravedis; Vermundo Peres doa os seus bens em Portelo; 1191 - Pedro Oriz doa o que possui em Lama Redonda, Travanca e Pena de Lobo; 1192 - D. Sancho I doa o Canal da Ariana (pesqueira) no Rio Douro; 1193 - Urraca Viegas doa as suas casas no castelo de Lamego; 1193 - venda de uma herdade de Quintão e Portelo por Vermundo Peres; 1195 - Urraca Viegas doa os bens de Queimada e Queimadela por missas por alma do seu filho, Fernando Gonçalves; 1197 - Ousenda Garcia doa bens em Mesquinhata; 1201 - Elvira Peres doa 2 casais em Portelo; 1206 - Godinha Randufes confirma as doações do marido, Pedro Rodrigues, de bens em Cimbol e Lamelas; 1208 - Gonçalo Gonçalves doa ao mosteiro um casal em Ferreirim; 1209 - Elvira Viegas doa 4 casais em Britiande; 1211 - Pedro Peres Rei doa ao mosteiro mestade da Lama Redonda; 1221 - venda de bens em Cepões por Soeiro Pais e Loba Viegas por 80 maravedis, os quais doam um casal em Felgueiras para garantir sepultura no mosteiro; 1213 - Miguel Mendes, presbítero de Abrunhais, doa os seus bens ao mosteiro; 1214 - compra de um casal em Mós a Gonçalo Martins; 1215 - Vicente Gonçalves e Comba Viegas doam uma quintã em Pomarelhe; 1217 - Sancha Pais e Sancha Nunes doam os bens de Lamego, Britiande, Ribeira, Riba Velida e Magustim; 1219 - Silvestre Pais dos a terça dos bens que possui em Gouviães, em troca de sepultura para ele e esposa; Alda Vasques doa 2 casais em Quintião; 1220 - Pedro Filho e Maria Peres doam o quintã da Corredoura; 1222 - a infanta D. Mafalda doa a sua parte do padroado da Igreja de Britiande; D. João Martins e Teresa Peres doam o que possuíam na Igreja de Britiande; 1225 - sagração da igreja do novo mosteiro e definitiva mudança dos monges para a nova abadia, cujo local oferecia melhores condições de salubridade.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Granito, cantaria

Bibliografia

REIS, Frei Baltazar dos, Livro da Fundação do Mosteiro de Salzedas, (1612), Lisboa, 1934; BRANDÃO, Frei António, Monarquia Lusitana, 3ª parte, Lisboa, 1632; MOREIRA, Vasco, Monografia do Concelho de Tarouca, Viseu, 1924; VASCONCELOS, José Leite de, Memórias de Mondim da Beira, Lisboa, 1933; Breve Relação da Fundação e Antiguidade do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, Lisboa, 1936; FERNANDES, A. de Almeida, O Livro das Doações de Salzeda, in Beira Alta, Viseu, 1979, vol. XXXVIII, nº 2; REAL, Manuel Luís, A Abadia Velha de Salzedas, Sep. Revista de Guimarães, 1983. vol. XCII, pp. 4 - 15; FERNANDES, A. de Almeida, As Dez Freguesias do Concelho de Tarouca (História e Toponímia), Braga, 1995

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMT

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMT

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; CMT

Intervenção Realizada

Casa do Infante: 1997 - Escavações arqueológicas dirigidas por Manuel Luís Real.

Observações

A abadia ainda era ocupada em 1221, segundo Viterbo, Ms. Provas e Apontamentos, I, fl. 95v, citado por FERNANDES, A. de Almeida, ob. cit., p. 218. Foi encontrado um friso pré-românico indiciando neste local um ermitório anterior ao mosteiro.

Autor e Data

AnouK Costa e João Carvalho 1998

Actualização

Margarida Tavares 1999
 
 
 
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