Mosteiro de Santa Maria de Salzedas

IPA.00004274
Portugal, Viseu, Tarouca, Salzedas
 
Mosteiro masculino cisterciense, medieval, maneirista e barroco, composto por igreja de planta retangular com três naves escalonadas, com cobertura em abóbadas de aresta e ogivais, com transepto saliente e capela-mor profunda, mais estreita, com sacristia e claustros anexos ao lado S.. Estrutura do edifício é românico-gótica, sendo reformulado nos períodos maneirista, em que foram rasgadas as fenestrações do transepto e feito o claustro grande de dois andares, e barroco, com a criação de uma nova fachada principal, enquadramento do coro-alto, e um tratamento do espaço interno à romana. Estruturas retabulares joaninas e silhares de azulejos barrocos, do tipo padronagem e figurativo azul e branco. O mosteiro organiza-se à volta de dois claustros de épocas distintas. As sucessivas reconstruções da igreja mantiveram a planimetria, parte do alçado e até coberturas abobadadas de algumas capelas. As marcas da existência de outras duas igrejas anteriores à actual são visíveis entre os dois pilares da nave, num arco em ogiva à esquerda do transepto e na abóbada de berço do tramo da capela colateral N.. As pinturas de Pascoal Parente seguem as gravuras seiscentistas de Arnoldus von Wasterhout.
Número IPA Antigo: PT011820050011
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  

Descrição

Mosteiro composto por igreja de planta longitudinal, sacristia, claustros e residência paroquial. A igreja é composta por três naves escalonadas, transepto e capela-mor, de volumes articulados com disposição horizontalista das massas, à excepção do alçado principal, com sacristia e dois claustros adossados ao lado S.. Coberturas de telhados diferenciados de uma, duas e quatro águas. Alçado principal, voltado a O., de três corpos separados por pilastras, o central ligeiramente recuado, com pórticos de arco abatido encimados, os laterais, por frontões semi-circulares, tendo o central espaldar e cornija encurvados. O segundo nível do alçado é delimitado por um friso, vendo-se sobre o pórtico principal um frontão curvo interrompido, recebendo um óculo central de perfil recortado e polilobado e sobre os pórticos laterais, dois óculos ovais encimados por cornijas triangulares curvas. Remate do conjunto inacabado, com pilastras dos corpos laterais encimadas por pináculos e urnas. Em plano mais recuado, do lado N., encontra-se a torre sineira com cobertura posterior de quatro águas. No corpo da nave, contrafortes ladeiam janelões trilobados de base horizontal. Em plano superior, sobre a água do telhado, contrafortes e janelões de arco abatido iluminam a nave central. O corpo do transepto, ladeado por pilastras sustentando pináculos, com fenestrações de arco abatido e um grande janelão, virado a N., de arco de volta inteira, dividido em três, é rematado por frontão de lanço encimado por cruz pétrea. Alçado E. é fenestrado, com frontão de lanço encimado por cruz. O alçado lateral S. encontra-se adossado às dependências conventuais. INTERIOR com coro-alto assente em arco em asa de cesto, sendo marcado por moldura de cantaria contracurvada e protegido por guarda de madeira. A nave central dividida em cinco tramos, definidos por arcos torais a pleno centro, permitindo a comunicação com as laterais. Assentam em pilares de perfil quadrangular, unidos por friso e cornija, os quais sustentam igualmente a abóbada de arestas que cobre a nave central. As laterais, de menor altura, são cobertas por abóbadas de nervuras e possuem altares, formando capelas intercomunicantes aravés de arco de volta perfeita. No transepto, três absidíolos, dois do lado do Evangelho e um no lado da Epístola. Arco triunfal a pleno centro. Capela-mor apresenta em cada muro três grandes janelas, encimadas por concheado e cornija contracurvada, sendo divididas por pilastras. Superiormente, corre friso e cornija, a que se suceddem janelas, tornando a capela-mor um espaço intensamente iluminado. Retábulo de talha policromada, cadeiral e anjos tocheiros a ladear o altar-mor. Cobertura em abóbadas de aresta semelhantes às da nave. A sacristia, do lado da Epístola, abobadada com ogivas apoiadas em duas colunas, tem comunicação com o antigo dormitório. Do lado do Evangelho, uma porta de acesso a divisão que comunica com o piso superior, que foi a antiga hospedaria, paralela à igreja e corpo paralelo dos antigos dormitórios com comunicação em nível superior. Ao alçado S., adossam-se os dois claustros e antigas instalações do mosteiro. Um dos claustros, o denominado Claustro Grande, é composto, nas quadras, por arcos de volta inteira no primeiro piso, coberto por abóbadas de ogiva, e galeria superior fechada, com janelas encimadas por frontão triangular e encimadas por eirado. Este é coberto por abóbadas de berço. Numa das alas, situa-se a sala do capítulo de planta quadrangular e abóbada de nervuras, revestida por silhares de azulejo padrão. A ala S. comunica com outro claustro, em estado de ruína, de arcos de volta inteira, assentes em coluna de fuste liso, desenvolvendo-se, no segundo piso, a residência paroquial. Dependências do antigo mosteiro, em ruínas, e outras construções incaracterísticas completam o conjunto. No exterior, ao lado do alçado principal, um edifício de dois pisos, pertencendo ao antigo convento, com pórtico renascentista, sobre o qual se encontra um nicho rematado por frontão curvo. No exterior, à esquerda um cruzeiro. O acesso ao segundo piso faz-se através de escada exterior. A meio do imóvel, uma chaminé saliente. A Capela do Desterro é em forma hexagonal, com panos divididos por pilastras encimadas por pináculos. São rasgados por óculos sextavados. Portal principal com pilastras, friso, frontão triangular interrompido e pináculos. Cobertura a seis águas, com pequeno lanternim no centro. Cerca ajardinada, com vários templetes e nichos com imaginária.

Acessos

EN 226,ao Km 23,6, para EM 520, a 5,7 Km; na Praça de António Pereira de Sousa, no centro da povoação

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 (Igreja) / Em vias de classificação (Homologado como MN - Monumento Nacional, Despacho de 03 setembro 2009 do Ministro da Cultura) (Mosteiro)

Enquadramento

Urbano (igreja) e rural (convento), a meia encosta, no vale do rio Torno e do Varosa, destacado e separado parcialmente por zona agrária e muro, em zona de interesse paisagístico.

Descrição Complementar

Retábulo principal com planta convexa, tendo a zona central, compreendida entre duas colunas com capitéis coríntios e fuste liso marmoreado, painel representando a Assunção da Virgem. Lateralmente, pilastras decoradas com concheados e motivos fitomórficos dourados. Remate por frontão interrompido, com dois anjos de vulto e, num medalhão central, a representação escultórica da Santíssima Trindade. Retábulos laterais de madeira pintada de branco, com apontamentos dourados e painéis centrais pictóricos, ladeados por colunas de capitéis coríntios e fuste liso, com remate em frontão interrompido e espaldar proeminente. Os altares são em forma de urna. Capela colateral, do lado do Evangelho, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, segue o esquema do retábulo principal, mas com espaldar simples, com remate em cornija e contendo resplendor. Possui duas telas atribuídas a Vasco Fernandes e dois túmulos medievais nas naves laterais. Junto ao arco cruzeiro, órgão positivo de seis registos. No lado da Epístola, o túmulo de D. Vasco Coutinho, com a inscrição: "AQUI JAZ O MUI NOBRE E ESFORÇADO D. VASCO COUTINHO, MARISCAL DE PORTUGAL, O PRIMEIRO CONDE DE MARIALVA FALECEO NA ERA DE 1450"., com pedra de armas; no lado oposto, "EN ANTIQUUM EPITAPHIUM QUEM LAPIS HIC CLAUDIT EST D. JOHANNES COUTINHO, COMES DE MARIALVA CLARISSIMUS, QUI IN XXII SUAE AETATIS ANNO D.N.J.C. MCCCCLXXI VI E ARMIS OCCUPAVIT INTER ARREPTA E ILLATA VULNERA IN MESQUITA QUAE MATRI MARIAE VIRGINI CHRISTI DICATA EST GLORIOSE INTERIIT". Sobre a porta que liga a igreja ao convento, a inscrição "TVTA PVLCHRA EST ANNO DE 1716".

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Residencial; casa

Propriedade

Privada: Igreja Católica (igreja) / Privada: pessoa singular (dependências monacais: sala do capítulo, capela do Desterro, cerca e parte agrícola)

Afectação

Culto, Portaria de 29 Maio 1939

Época Construção

Séc. 12 / 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ENTALHADOR: António Coelho (1679-1680). PINTORES: Bento Coelho da Silveira (1690); Pascoal Parente (1764); Simão Rodrigues (séc. 16). SERRALHEIRO: António Luís (1713).

Cronologia

1150 - D. Teresa Afonso compra ao abade Ranol vários prédios em Lamatrema, Vila Chã, Lamelas, Fonte de Formilo (Granja Nova) e Barreiros, para integrarem o couto do mosteiro de Argeris (Salzedas); compra de várias terras na área de Fonte de Salzeda; 1155 - D. Teresa Afonso adquire a Frei Randulo um conjunto de propriedades junto à mesma Fonte; séc. 12, meados - início da construção da igreja primitiva *2, provavelmente junto ou sobre um edifício de raíz pré-românica; 1163 - carta de D. Afonso Henriques que doa o Couto de Algeris (depois chamado de Salzedas) a D. Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz, para que esta o ofereça ao Mosteiro de Salzedas, da Regra de São Bento; 1164, Março - D. Mendo cede a jusrisdição sobre o Mosteiro de Salzedas ao rei e a D. Teresa Afonso, em troca da igreja e couto de Bagaúste e de dois casais em Vila de Rei; 1168, Janeiro - lançamento dos fundamentos da nova igreja de Salzedas; 1171 - falecimento de D. Teresa Afonso, sendo sepultada, ainda, na Abadia Velha; 1191 - Pedro Oriz doa metade da quinta de Lama Redonda, em Tões, a qual comprara a Paio Cortes e D. Ximena; 1196 - a comunidade religiosa adoptou a ordem de Cister; 1208 - Egas Pais doa ao mosteiro metade da sua quintã em Gouviães, em troca de se fazer monge e sepultar no mosteiro; 1211 - Pedro Peres doa metade da quinta de Lama Redonda; 1220 - D. Maria Anes emprazou parte da quintã de Gouviães ao mosteiro; 1225 - conclusão e consagração da segunda igrejapelo abade D. Mem Pais; 1226 - Gonçalo Viegas vende ao mosteiro, por 18 maravedis, a herdade na Relheira; Egas Mendes e Sancha Garcia vendem 2 casais na Várzea de Abrunhais; João Pais Cambado doa ao mosteiro meio casal em Paredes (Almacave); 1229 - D. Martim Pais e D. Sancha doam vários bens, no couto do mosteiro, em Sanfins, Paredes Secas, Calvilhe, Arufe, Mões; Pedro Rodrigues doa um casal em Moimentinha; 1230 - Martim Afonso e D. Mécia doam casais em Fontelo; 1231 - Egas Mendes doa 2 casais em Várzea de Abrunhais; 1232 - Garcia Martins e D. Aldara Martins doam bens de Dálvares, Abelheira e São Cosmado; 1234 - Gonçalo Garcia doa bens em Sande; 1235 - João Soares e D. Teresa Gonçalves doam bens em Dálvares, Abelheira e São Cosmado; 1236 - Gonçalo Viegas vende bens na Abelheira por 18 maravedis; 1237 - João Soares e a esposa, Teresa Gonçalves, doaram um casal em Dálvares, uma seara na Abelheira e casais em São Cosmado, Sendim, Arcos e Cotães, em troca de se fazerem sepultar no mosteiro; 1238 - Sancha Garcia vende casais em Sande por 30 maravedis; 1240 - Pedro Filho, de Lamego, doa quatro vinhas nos Novais; 1242 - João Martins e Teresa Peres doam bens em Britiande, incluindo parte do padroado da igreja; 1243 - Guiomar Martins e Maior Martins, abadessa de Arouca, doam bens em Britiande; escambo entre o Mosteiro e a Ordem do Hospital, dando bens em Paredes em troca de terras em Britiande; 1246-1247 - Pedro Nunes de Barbosa e Elvira Martins doam bens em Britiande e Sanfins; 1249 - Teresa Peres e Bartolomeu Miguéis vendem bens em Magustim por 60 maravedis; 1251 - Estêvão Anes doa bens em Gouviães; 1255 - Sancha Gonçalves doa parte do padroado da igreja de Britiande, bens em Fontelo e em Feirão; 1255 - Fernando Nunes e Elvira Peres doam bens em Britiande para manter uma lâmpada acesa, sobre os seus túmulos; 1256 - Aires Nunes e Sancha Peres doam bens em Britiande; 1257 - Chamôa Gonçalves doa os bens que herdou da mãe em Britiande, Fontelo, Feirão e Paredes; 1258 - Chamôa Gomes doa casais em Britiande e em Caria; 1262 - Sancha Pais doa os bens que possuía em Ribavelida; 1263 - Pedro Viegas doa um casal em Portelo; 1266 - Maria Viegas doa bens em Queimada; Miguel Afonso, abade de São Miguel de Armamar, doa bens em São Romão e Paços; 1268 - Chamôa Gomes doa parte do padroado da igreja de Britiande, aplicando os bens aos gastos da enfermaria; 1269 - Mécia Rodrigues doa bens em Fontelo, Fonte Arcada e Feirão; 1271 - Garcia Martins e Aldara Martins, sua mulher, doaram um casal em Dálvares e um prédio na Abelheira, bem como um casal em São Cosmado; Gonçalo Anes doa bens em Sande em troca de missas quaotidinas por sufrágio e uma missa semanal dedicada a Nossa Senhora; 1273 - Mécia Rodrigues deixa bens em Britiande, Fontelo, Paredes, Feirão e Fonte Arcada; Gonçalo Garcia doa bens em Sande; 1280 - Gonçalo Esteves doa, em nome de Egas Lourenço e Urraca Anes um casal e um terço de uma quinta em Dalvares; 1282 - Mem Peres vende as terras de Ribavelida ao mosteiro por 180 maravedis; 1284 - Pedro Lourenço vende ao Mosteiro bens em Gouviães; 1287 - escambo da Granja de Covelinhas por três casais em Sanfins, Almudafa e Paredes Secas, com o abade de São João de Tarouca; 1288 - Fernando Peres e a mulher, D. Margarida Garcia, doam um souto, em Souto, cinco castanheiros em Valbom e certas herdades na zona de Gouviães; João Martins doa bens em Sande; 1292 - Lourenço Pais doa uma quintã em Sande; 1293 - Lourenço Peres vende ao mosteiro o que tem em Sande por 300 maravedis; 1293 - demanda entre Salzedas e Cárquere por terras em Feirão, ficando as terras para o segundo, mas podendo o gado de Salzedas pastar nos terrenos; 1293-1294 Sabarigo Pais doa 3 casais em Ferreiros; 1294 - Sancha Peres doa bens em São Romão; 1295 - Lourenço Viegas vende ao mosteiro uma quintã em Sande; 1296 - Maria Lourenço doa um casal em Melcões e o que possuía em Arufe; 1297 - Martim Anes doa os casais de São Cosmado, Cabaços e Galvã; 1307 - Teresa Vasques doa bens em Lalim; 1315 - Lourenço Fernandes vende bens em Penalva, por 5 libras; 1320 - tinha 3500 libras de rendimento; o mosteiro compra bens a Pedro Martins, em Melcões; 1323 - compra de bens na Abelheira e Gouviães a Estêvão Guilherme; o escudeiro Afonso Gil doa bens em Cotelo e Moumis; 1325 - aquisição de bens em Melcões a Martim Pais; 1328 - Domingos Martins doa bens em Gouviães; 1329 - Fernando Peres e D. Maior doam bens em Silvares, reservando o usufruto de 6 maravedis e um quarto de azeite anuais; 1335 - o abade de Britiande vende os bens que possuía em Mondim e Tarouca; 1341 - D. Afonso IV confirma ao mosteiro o padroado da Igreja de São Pedro de Castro Rei (Tarouca); 1349 - Estêvão Peres doa bens em Queimadela; 1354 - compra ao abade de Britiande, Diogo Lourenço, os bens de Mondim e Tarouca, por 60 libras; 1389 - Estêvão Peres doa uma quintã em Santa Maria; séc. 16 - D. João III extingue o convento; séc. 16 - pintura da capela-mor por Simão Rodrigues; 1536 - visitação manda que se acabasse de trazer água da fonte para o refeitório, que se pusesse uma grade no coro e que se guarnecessem de madeira os bancos do claustro; 1564 - restauro do convento; séc. 17 - profundas remodelações; 1679, 18 dezembro - 1680, Julho - feitura do arcaz de madeira de jacarandá, executado por o ensamblador portuense António Coelho e os painéis da sacristia; 1690 - pintura da capela-mor, substituindo as obras de Simão Rodrigues; pintura de telas por Bento Coelho da Silveira (1630-1708), a representar um ciclo de São Bernardo e São Bento na sacristia; séc. 18 - continuação das remodelações de que é exemplo a fachada principal; 1713, 30 Junho - contrato com o serralheiro António Luís para a execução de 22 grades de ferro para as janelas do claustro novo, segundo o modelo das da Casa do Cabido da Sé de Lamego; cada uma custou de ferro e feitio 26$000; 1764 - data na tela da "Sagrada Família" da sacristia, executada por Pascoal Parente; séc. 19 - construção da torre sineira; 1834 - extinção do convento; 19 Julho - início do inventário dos bens do mosteiro; 1878 - possuía os seguintes altares: Senhor preso à coluna, Santo António, Santa Teresa, Santa Sancha, São João Baptista, São Bento, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora da Conceição, Nosso Senhor dos Passos, São Bernardo, Santa Umbelina, São Sebastião, Nossa Senhora do Desterro, São Félix, Senhor morto; 1978, 12 setembro - classificação da igreja como Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210; 1990 - parte das dependências anexas ruíram; 1992 - as obras em decurso puseram em evidência a igreja primitiva, do século 13; 1995, 07 fevereiro - Despacho de homologação de classificação da igreja como Monumento Nacional pelo ministro; 2004, 18 julho - Despacho de abertura do processo de classificação do mosteiro como Monumento Nacional; 2007, 26 abril - proposta da DRPorto de fixação da Zona Especial de Proteção; 2007, 11 julho - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR à classificação do Mosteiro e fixação da Zona Especial de Proteção; 2009, 03 setembro - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pelo Ministro da Cultura; 2012, 31 dezembro - publicação em DR, 1ª série, nº 252 (suplemento) do Decreto n.º 31-I/2012, relativo à ampliação da área classificada e alterando a designação para "Mosteiro de Santa Maria de Salzedas".

Dados Técnicos

Paredes autoportantes, estrutura autónoma e mista.

Materiais

Granitos, alvenarias, rebocos, madeiras.

Bibliografia

BRITO, Fr. Bernardo de, Chrónica de Cister, Lisboa, 1720; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1878; CORREIA, Vergílio, Artistas de Lamego, Coimbra, 1923; MOREIRA, Vasco, Monografia do Concelho de Tarouca, Viseu, 1924; VASCONCELOS, J. Leite de Memórias de Mondim da Beira, Lisboa, 1933; REIS, Baltasar dos, Livros da fundação do Mosteiro de Salzedas, por Frei Baltasar dos Reis, Lisboa, 1934; REIS, Baltasar dos, Breve relação da fundação e antiguidade do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, Lisboa, 1936; COCHERIL, Dom Maur, Notes sur la architecture et le décor dans les abbayes cisterciennes du Portugal, Paris, 1972; COCHERIL, Dom Maur, Routier des Abbayes cisterciennes du Portugal, Paris, 1978; DIAS, Pedro, Alguns aspectos da recepção das correntes ar´tisticas em Coimbra durante o século XVI, in A Sociedade e a Cultura de Coimbra no Renascimento, Actas do Simpósio Internacional, Coimbra, 1982, p. 108; REAL, Manuel Luís, A Abadia Velha e Salzedas. Notícia do aparecimento das suas ruínas, in Revista de Guimarães, n.º 92, Guimarães, 1983; FERNANDES, A. de Almeida, Os Primeiros Documentos de Santa Maria de Salzedas ( até à morte da fundadora ), in Separata da Revista de Guimarães, vols. 44 e 45, Guimarães, 1985; Guia de Portugal, Trás-os-Montes e Alto Douro, vol. V, Lisboa, 1988; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Lamego, 1992; TEIXEIRA, Ricardo, RODRIGUES, Miguel, TORRE RODRIGUEZ, José Ignacio de la, MELO, Maria do Rosário, Intervenção Arqueológica na Abadia Velha, Ucanha - Tarouca, in II Congresso Internacional sobre o Rio Douro, Vila Nova de Gaia, Maio, 1996; MARREIROS, R., Os bens da Coroa na posse do Mosteiro de Salzedas em 1347, in Douro - Estudos & Documentos, vol. II, n.º 4, 1997, pp. 119-146; SARAIVA, Anísio Miguel Bemhaja, A Sé de Lamego na primeira metade do século XIV, [ dissertação de mestrado ], 2 vols, Coimbra, 2000; RODRIGUES, Miguel Areosa, TEIXEIRA, Ricardo Abrantes, TORRE RODRIGUEZ, José Ignacio de la, Perspectivas para o estudo arqueológico dos estabelecimentos cistercienses do Vale do Varosa ( Tarouca ), in Actas do Colóquio Internacional Cister Espaços, Territórios, Paisagens, vol. II, Lisboa, Dezembro 2000, pp. 505-516; LEC, Diagnóstico sobre as condições de estabilidade do claustro do Séc. XVII do Mosteiro de Salzedas, em Tarouca, Guimarães, Dezembro de 2000; ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vols. II e III, Viseu, 2001; SERRÃO, Vítor, Os Silva Paz, uma família de pintores em obra, in A Cripto-História de Arte, Lisboa, Livros Horizonte, 2001, pp. 101-124; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003; O Compasso da Terra a Arte enquanto caminho para Deus, vol. I, Lamego, Diocese de Lamego, 2006.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC; Arquivo da Diocese de Lamego

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

DGEMN: 1980 / 1981 - obras de recuperação e valorização; 1983 - consolidação da ala poente do denominado Claustro Grande, com a demolição da abóbada do segundo piso, substituída por uma de betão armado; reconstrução da parede de separação entre os dois claustros; consolidação do Claustro Pequeno, com colocação de laje de piso, com tirantes que uniram os arcos do primeiro andar à parede do edifício contíguo; levantamentod o telahdo sobre a galeria do segundo piso; 1986 - obras de recuperação; 1987 - construção de parte das coberturas sobre a nave lateral esquerda, picagem dos rebocos interiores, reconstrução de pavimentos e tectos da zona da antiga cozinha; 1988 - obras de conservação; 1990 - reconstrução de coberturas e obras de consolidação das coberturas das dependências anexas, integradas no Claustro Pequeno; beneficiação da ligação da capela-mor à sacristia; reconstrução da guarda do segundo piso do Claustro Pequeno; 1992 - beneficiação das coberturas, picagem de rebocos interiores, paramentos e drenagens do alçado lateral esquerdo; IPPAR: 1998 - reparações diversas, nomeadamente nas coberturas. DRCNorte: 2019 - restauro do teto da botica e do segundo piso do Claustro do Capítulo, no âmbito do Projeto Vale de Varosa 2, financiado pelo Programa Norte 2020.

Observações

*1 - DOF: incluindo as tábuas quinhentistas, uma imagem da Virgem em prata, um contador de sacristia semelhante ao do mosteiro do Bouro, o cadeiral e todos os elementos de valor artístico ainda existentes, a Sala do Capítulo, forrada de azulejos do séc. 17, a Capela do Desterro, revestida de azulejos do séc. 18, e os jardins anexos: segundo reclassificação, uma vez que foi classificada como IIP, pelo dec. n.º 95/78, de 12 de Setembro. *2 - os vestígios existentes na zona ( parte da abside e de um absidíolo ), mostram que o edifício era de três naves, com transepto saliente e cabeceira escalonada, com remates poligonais e perfis não coincidentes no exterior e interior.

Autor e Data

João Carvalho 1997

Actualização

Paula Figueiredo 2001
 
 
 
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