Câmara Municipal de Góis

IPA.00004233
Portugal, Coimbra, Góis, Góis
 
Câmara municipal de planta retangular e evoluindo em dois pisos. De salientar os tectos pintados do Salão nobre que utilizam grotescos e temas que parecem ser heráldicos, aliados a toda uma estrutura geométrica apainelada de notável valor decorativo.
Número IPA Antigo: PT020606040002
 
Registo visualizado 478 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta retangular

Descrição

Planta composta regular longitudinal. Massa simples disposta horizontalmente, apresentando coberturas homogéneas em telhado de duas águas. A fachada principal orienta-se a S. apresentando um embasamento em pedra bastante pronunciado para permitir o nivelamento da linha de implantação da fenestração. A fachada é composta por pano único apresentando 2 pisos definidos por um estreito friso no qual se encostam as bases das janelas de sacada. No primeiro registo abrem-se 6 janelas, na face S. e mais 3 na face O., de batente duplo de emoldurção pétrea simples. A meio da fachada S. rasga-se portal simples com molduração em pedra sobrepujado por frontão triangular. No 2º registo rasgam-se, a S. 5 janelas sendo a 2a a 4a e a 5ª de sacada com varandins em ferro, trabalho usual. Na face 0. abrem-se mais 3 janelas de sacada, com varandins idênticos, com mastros de bandeira. Esta face apresenta ao centro da fachada as armas da vila. O Remate é em cornija ligieramente saliente na qual assenta o telhado de 4 águas. INTERIOR, composto de espaços diferenciados foi modificado para poder suprir as necessidades da nova função do edifício ficando no entanto ainda muito da traça original. Quatro das salas apresentam tectos em caixotão com pinturas decorativas de temática diferenciada.

Acessos

Rua da Quinta, antiga Rua de Pêro Rodrigues, Praça da República

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 9627, DG, 1ª série, n.º 96 de 01 de maio 1924

Enquadramento

Urbano, integrado em conjunto habitacional, a meia encosta, na área média da povoação em perfeita harmonização com o meio ambiente, adossado a outras construções, confrontando a S. com a Praça da República e por edifícios particulares.

Descrição Complementar

Dos tectos pintados existentes no edifício dos Paços de Concelho de Góis destacam-se: TECTOS DA SALA DAS SESSÕES - tecto de masseira, com caixotões pintados na tradição brutesca, de autor desconhecido da 2ª metade do século 17. "Cartouches" com ramagens e escudetes; TECTO DA SALA DA PRESIDÊNCIA - tecto de masseira, com caixotões de pintura figurativa e cenas do Antigo Testamento (a lembrar os tectos do Palácio dos Viscondes de Landal de Santarém, mas de melhor pintura). Datam do 3º quartel do séc. 17. Cenas identificáveis: SUSANA E OS VELHOS, ABRAÃO E OS ANJOS, DAVID MATANDO GOLIAS, LOT E AS FILHAS (Incêndio de Sodoma), SANTO ANTÃO E SÃO PAULO EREMITAS NO DESERTO, SÃO PAULO EREMITA ALIMENTADO PELOS CORVOS...ETC.. Inspirado em gravados maneiristas nórdicos; TECTOS DAS DUAS SALAS OCUPADAS PELO GTL: tectos de caixotões, em madeira, com pintura de BRUTESCO NACIONAL fantasista, enrolamentos acânticos, "candelabra", etc.. Centro com figurações de anjinhos entre folhagens. Podem ser vinculáveis à oficina dos Ferreira de Araújo (Francisco e José), e à 2ª metade do séc. 17.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1685 - data encontrada num ferrolho da portada do andar nobre em conjunto com o nome Gil; séc. 17 / 18 - datação das pinturas existentes nos tectos; séc. 20 - intervenção para adaptação ao novo uso; séc. 20, década de 90 - a GNR, que ocupava algumas das dependências do edifício, muda para novas instalações, passando esses espaços a ser ocupados pelo GTL.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria, pedra, madeira de carvalho (caixotões), vidro, telha.

Bibliografia

BARATA, A. Francisco, Breve notícia histórica e topográfica da Vila de Goes e seu termo, Lisboa, 1897; GIL, Júlio, As mais belas vilas e aldeias de Portugal, Lisboa, 1984; GONÇALVES, Nogueira, A., CORREIA, Virgílío, Inventário Artístico de Portugal, Lisboa, 1953; NEVES, J. Afonso Baeta, Notícia Histórica e topográfica da vila de Goes e seu termo, Lisboa, 1897; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73872 [consultado em 18 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREMC

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMC

Intervenção Realizada

DREMC: 1965 - Trabalhos gerais de recuperação; Câmara Municipal Góis: 1995 - Recuperação da zona E. do edifício.

Observações

Antes este edifício era conhecido por Casa da Quinta, embora seja usual nos autores a confusão com a Quinta da Capela, que fica a 2 Kms da vila e era pertença da mesma família Barreto Chichorro. Os 2 imóveis apresentam preciosos tectos pintados seiscentistas.

Autor e Data

João Cravo 1994 / Maria Bonina / Fernando Grilo 1996

Actualização

Cecília Matias 2004
 
 
 
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