Pelourinho de Mortágua
| IPA.00004225 |
Portugal, Viseu, Mortágua, União das freguesias de Mortágua, Vale de Remígio, Cortegaça e Almaça |
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Pelourinho quinhentista, de bloco prismático, com soco quadrangular de três degraus, fuste circular e capitel simples, rematado por elemento cúbico. Os motivos heráldicos manifestam uma possível influência do modelo do Pelourinho de Viseu (REAL, Mário, 1951, p.229). À excepção do remate vegetalista e do anel torso, o estado de degradação não permite observar outros atributos manuelinos. O aro de ferro tornou-se elemento decorativo ou de guarnição, derivado da sua original função utilitária de ferro de sujeição. |
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Número IPA Antigo: PT021808060001 |
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Registo visualizado 452 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Judicial Pelourinho Jurisdição senhorial Tipo bloco
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Descrição
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Estrutura em cantaria de granito, composta por soco quadrangular de três degraus, onde assenta fuste cilíndrico afuselado de estreita base circular, pouco saliente. A meia altura há um anel muito desgastado e outro perto do topo, esculpido em fita torsa. Entre ambos um aro de ferro unido com ganchos, seguido de uma zona de quebra do fuste. A coluna acusa quebra e descontinuidade, com diminuição brusca da secção logo acima do aro de ferro, indiciando a falta de um troço do fuste, aliás, demasiado baixo relativamente à massa do bloco de remate. Capitel quadrangular, chanfrado inferiormente e rebordo superior saliente, onde assenta um paralelepípedo monolítico em forma de cubo, com as quatro faces esculpidas em relevos bastante degradados e ilegíveis, mas que poderão representar as armas régias, as do poder eclesiástico e dos Sousas, senhores da terra. O bloco prismático finaliza em anéis vegetalistas escalonados com remate truncado. |
Acessos
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Rua Dr. João Lopes Morais (antigo Largo do Pelourinho). WGS84 (graus decimais) lat.: 40.396716; long.: -8.229398 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 outubro 1933 |
Enquadramento
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Urbano, isolado mas pouco destacado relativamente aos edifícios dissonantes que o circundam num largo exíguo. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Judicial: pelourinho |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933 |
Época Construção
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Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1192 - concessão de primeiro foral por D. Dulce, mulher de D. Sancho I; séc. 15 - é senhor da terra Gonçalo Anes de Sousa, cuja filha, D. Mécia de Sousa, casou com D. Sancho de Noronha, 1.º Conde de Odemira, Casa que fica com a povoação; 1514, 08 Janeiro - D. Manuel dá novo foral à vila, na sequência do qual deve ter sido erguido o Pelourinho; a povoação pertence aos Duques de Cadaval; 1708 - a povoação, com 300 vizinhos; tem 2 juízes ordinários, vereadores, procurador do concelho, escrivão da câmara, juiz dos órfãos com seu escrivão, um tabelião e um almotacé ; 1758, 25 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco André Bernardes Freire, é referido que a povoação, com 41 vizinhos, é da Comarca de Viseu, pertencendo aos Duques de Cadaval; tem juiz ordinário, sendo cabeça de concelho, sujeita ao Ouvidor de Tentúgal; séc. 18 / 19 - os ornamentos foram reavivados a cinzel, o que ocasionou algumas mutilações; 1641 - a povoação passa para a Coroa; séc. 19, 2ª metade - o Pelourinho foi deslocado para alguns metros de distância do assento primitivo; 1911/1926 - o remate caiu e foi recolocado; 1936 - reconstrução do pelourinho que tinha desmoronado, quebrando-se a coluna, em consequência do choque duma camioneta no ano anterior; 1940 - José A. Santos fez a reconstituição da decoração das quatro faces do bloco, a partir dos vestígios ainda visíveis, encontrados, como a cruz da Ordem de Cristo, brasão real, armas municipais, brasão dos fidalgos donatários, senhores de Tentúgal e duques de Cadaval; 1947 - a coluna encontrava-se partida e o Pelourinho foi apeado pela Câmara Municipal de Mortágua; a reparação foi efectuada sob orientação da DGEMN, não se alterando a traça original; 1957 - na zona de protecção do Pelourinho foi reconstruido um prédio com autorização da Câmara, sem conhecimento da DGEMN; o amassadouro da cal e depósito de areia estavam junto do pelourinho; 1960 - 1964 - obras particulares em prédios situados na zona de protecção do Pelourinho. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural autónomo. |
Materiais
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Dois degraus de granito e o terceiro de arenito; fuste, capitel e remate de calcário; aro e ganchos de ferro. |
Bibliografia
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CHAVES, Luis, Os Pelourinhos Portugueses, Gaia, 1930; CHAVES, Luís, Os Pelourinhos, Lisboa, 1939; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza…, vol. II, Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1708; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; R.B., Pelourinho Quinhentista, in O Comércio do Porto, 19 Julho 1991, p.12; REAL, Mário Guedes, Pelourinhos da Beira Alta, Mortágua, in Beira Alta, vol.X, Viseu, 1951, pp. 220-230; SANTOS, José Assis, O Pelourinho de Mortágua, Coimbra, 1940; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viseu, Viseu, 1998; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73444 [consultado em 21 dezembro 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 24, n.º 223, fl. 1641-1646) |
Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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*1 - José A. Santos, em 1940, fez a reconstituição da decoração das quatro faces do bloco, a partir dos vestígios ainda visíveis, encontrados, como a cruz da Ordem de Cristo, brasão real, armas municipais, brasão dos fidalgos donatários, senhores de Tentúgal e duques de Cadaval. |
Autor e Data
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Madeira Portugal 1991/ Lina Marques 1995 |
Actualização
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