Capela da Colegiada de Santa Ana / Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila Real

IPA.00004147
Portugal, Vila Real, Vila Real, Vila Real
 
Arquitectura religiosa, barroca e arquitectura hospitalar, neoclásica. Capela de planta longitudinal composta por nave interiormente em cruz grega e capela-mor semicircular, com torre sineira e sacristia adossadas. Fachada principal terminada em espaldar coroado por frontão interrompido, rasgado por três eixos de vãos, tendo no central portal de arco abatido, todos envolvidos por molduras profusamente decoradas com enrolamentos e motivos fitomórficos. Interior com braços da cruz separados por panos rectos onde surgem púlpitos, possuindo coro-alto, retábulos de talha policroma neoclássicos nos braços laterais e retábulo-mor rococó. Edifício do hospital com corpo principal rectangular de três panos, o central mais avançado e terminado em frontão triangular e os laterais delimitados por colunas dóricas no primeiro piso e jónicas no segundo, sendo rasgado por vãos de verga abatida, com bandeira e sacadas corridas no segundo piso.
Número IPA Antigo: PT011714230020
 
Registo visualizado 150 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Edifício de Confraria / Irmandade    

Descrição

Edifício constituído por capela, de planta longitudinal, e antigo hospital da Misericórdia, composto por corpo principal rectangular adossado à capela e por outros formando L invertido adossado à fachada posterior de ambos, formando um U virado a E., com jardim vedado por muro. CAPELA de planta longitudinal, composta por nave interiormente centralizada em cruz grega, e capela-mor rectangular de topo semicircular, com torre sineira quadrada sensivelmente integrada a O. e sacristia adossada do mesmo lado. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhado piramidal de quatro águas na nave, coroado por pináculo piramidal sobre plinto paralelepipédico, de várias águas na capela-mor e de duas na sacristia. Fachadas rebocadas e pintadas de branco. Fachada principal virada a N. com embasamento de cantaria, pilastras de fuste almofadado nos cunhais e remate em tabela, com aletas volutadas colocadas lateralmente, terminada em frontão curvo interrompido por cruz sobre acrotério. Fenestração disposta formando três eixos, tendo no central portal de verga abatida, com fecho saliente, sobre duplas molduras, recortadas e sobrepujadas por diversos elementos decorativos, assente em bases de molduras côncavas e convexas, encimado por friso convexo e frontão recortado com acantos no tímpano; é sobrepujado por janela, gradeada, de moldura estriada assente em cornija de onde pendem volutas laterais, e encimada por frontão de lances composto por elementos fitomórficos, com cartela quadrada interrompendo o friso da tabela, que tem ao centro brasão esquartelado com as armas dos Guedes, dos Amarais, dos Correias e dos Botelhos, encimado por elmo e envolto em paquife e outros elementos vegetalistas. Os eixos laterais são formados por duas ordens de janelas sobrepostas; a inferior de jambas laterais côncavas, ladeada de moldura rectangular decorada, assente em cornija com avental terminado em borla e encimada por frontão curvo alteado com elementos fitomórficos no tímpano; a superior possui moldura, com fechos vegetalistas nos topos sendo o superior mais amplo e encimado por volutas. A torre sineira integra-se na fachada lateral direita, apresentando cunhais apilastrados, coroados por pináculos sobre plintos, e três registos, separados por friso e cornija, possuindo em cada face do último, sineira de arco de volta perfeita, albergando sino; remate em cúpula atarracada coroada por bola assente em alto plinto paralelepipédico. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, com pilastras de fuste almofadado nos ângulos da nave, a qual, no alinhamento dos capitéis toscanos e sobre os arcos das abóbadas que cobrem os braços da cruz, é percorrida por frisos e cornija moldurada, criando assim um falso tambor. Coro-alto de cantaria, sobre arco abatido assente em pilastras toscanas de fuste almofadado, sobre bases igualmente almofadadas, com guarda em balaustrada de talha e cobertura em falsa abóbada de berço; sub-coro com portas de ambos os lados, molduradas a cantaria, ladeadas por pias de água benta recortadas, com cobertura em falsa abóbada abatida com caixotões em cantaria, assente em friso e cornija convexa, com elemento decorativo na ligação dos caixotões e sobre a porta; a do lado do Evangelho abre para pequeno espaço albergando pia baptismal octogonal sobre pé facetado e a do lado oposto possui acesso à torre sineira. Os braços laterais da cruz, de perfil curvo, possuem retábulos de talha policroma a bege e dourado, de planta recta e um eixo, tendo coberturas em falsa abóbada de quarto de esfera, com fecho do arco saliente e decorado com elemento geométrico, rasgada por janela rectangular jacente moldurada, a do lado do Evangelho entaipada. Nos quatro panos rectos que intercalam os braços da cruz, surgem púlpitos, iguais dois a dois; assim, os que ladeiam o coro-alto têm base rectangular assente em mísula piramidal invertida gomada, guarda em ferro, formando losangos e porta de acesso encimada por sanefa de talha policroma, com marmoreados fingidos a verde e bege, formando lambrequim, encimada por concheados e elemento decorativo de talha; sob os púlpitos, existe, de cada lado, lápide com inscrição; os que ladeiam a capela-mor têm base rectangular sobre mísula volutada, guarda plena em talha policroma com marmoreados fingidos a rosa, verde, bege e dourado, com frontal ornado de concheados, acantos, elementos fitomórficos em cartela central, encimada por sanefa igual às anteriores. Encimam os púlpitos, já na zona do tambor, janelas molduradas a cantaria, tendo cortinas vermelhas, tal como os púlpitos. Arco triunfal de volta perfeita sobrepujado por sanefa de talha bege e dourada, com urnas laterais assentes em plintos e terminado em tabela com armas da Misericórdia com coroa fechada, e grinaldas fitomórficas. Capela-mor com paramentos sensivelmente arredondados no topo, possuindo do lado do Evangelho arcosólio de arco canopial assente em pilastras toscanas, albergando arca tumular, com frontal côncavo inscrito e porta de acesso ao hospital; encima-os tribuna rectangular, moldurada a cantaria, com cortina. Sobre supedâneo, retábulo-mor de talha policroma, com marmoreados fingidos a verde e rosa, e dourado, de planta côncava e três eixos definidos por quatro colunas de fuste liso decorado por elementos fitomórficos, cartelas e querubins, assentes em plintos galbados, as exteriores sobre duas ordens de plintos, sendo os inferiores paralelepipédicos, todos decorados com cartelas, concheados e elementos fitomórficos, e possuindo capitéis coríntios. Ao centro, surge nicho, de arco de volta perfeita definido por concheados e de fecho saliente, com fundo decorado por pilastras e cobertura em falsa abóbada de berço, concheada, decorada com motivos fitomórficos, albergando imagem do orago. Nos eixos laterais dispõem-se mísulas com imaginária encimada por baldaquinos recortados. Remate em frontão semicircular sobre o eixo central e aletas sobre as colunas exteriores e espaldar recortado com resplendor ao centro. Altar tipo urna, ornado de grinaldas e cartela central. Porta do lado da Epístola conduz à sacristia, com paramentos rebocados e pintados de branco, pavimento de madeira e tecto plano de estuque; lavabo de espaldar, tendo uma bica em mascarão, com taça recortada e decorado por grega, encimado por reservatório de perfil curvo alteado. Num ão em arco de volta perfeita, insere-se arcaz. HOSPITAL com fachadas rebocadas e pintadas de branco, de pilastras nos cunhais, dois pisos separados por friso, percorridas por embasamento de cantaria e terminadas em friso e cornija, ritmada com argolas de ferro, sendo rasgadas por vãos sobrepostos, de verga abatida, moldurados, encimados por pequena cornija do mesmo perfil, com pequenos brincos quadrangulares, recorte lateral e bandeira superior. Fachada principal virada a N., de três panos, o central sensivelmente mais avançado, delimitados por colunas sobrepostas assentes em plintos paralelepipédicos, de faces almofadadas colocadas à frente das pilastras, sendo as do primeiro piso dóricas e as do segundo jónicas, sobrepujadas por urnas sobre plintos. O pano central termina em frontão triangular, de tímpano em cantaria, com brasão nacional, em escudo redondo, ladeado por aletas e coroado; apresenta o primeiro piso todo em cantaria almofadada, rasgado por três portais em arco de volta perfeita com chave saliente, e o segundo por três janelas de sacada percorrendo todo o pano, com guarda de ferro. Nos panos laterais, terminados em platibanda plena de cantaria decorada por almofadas rectangulares salientes, rasgam-se de cada lado, no primeiro piso, três janelas de peitoril, altas, com pequeno pano de peito de cantaria e grade, e no segundo três janelas de sacada, também ela corrida ao longo do pano e com guarda de ferro. Fachada lateral esquerda, a E., correspondendo ao U, rasgada essencialmente por janelas de peitoril altas em ambos os pisos, tendo no topo das alas laterais, ao nível do segundo piso, a janela central de varandim, de ferro, e na ala central do U, ao centro do primeiro piso porta de igual modinatura às janelas, mas mais larga, e no segundo, janela de sacada com guarda de ferro. Esta ala central é sobreposta com varanda alpendrada, apoiada em vigas de ferro e com guarda de ferro envidraçada; para ela rasgam-se sete portas rectilíneas. No ângulo exterior do U adossa-se corpo rectangular mais moderno, correspondente ao antigo banco do hospital, de quatro pisos, o primeiro revestido a placas de cantaria e o último com varanda alpendrada, igual à da fachada anterior; as fachadas são rasgadas por janelas de peitoril, no topo S. jacentes, ou amplos vãos de iluminação da caixa de escadas.

Acessos

São Dinis, Praça Pe. Jerónimo Amaral; WGS84: 41º17'42.34''N., 7º44'49.87''O.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adaptado ao desnível do terreno, numa praça de planta rectangular alongada, no centro da cidade de Vila Real. Fachada lateral esquerda com pequeno jardim, contendo poço e duas palmeiras, desenvolvido no espaço do U, fechado por muro encimado por gradeamento de ferro, ritmado por pilares quadrangulares, de remate piramidal, abrindo-se ao centro portão ladeado por pilares quadrangulares almofadados, coroados por vasos, e empena de ferro decorado. Entre este corpo e o antigo banco, tem ainda pátio pavimentado com fonte central circular. Nas proximidades, erguem-se alguns imóveis de interesse, como o edifício da Câmara Municipal (v. PT011714230142), o Liceu Camilo Castelo Branco (v. PT011714230181) e o do Governo Civil (v. PT011714230106).

Descrição Complementar

O brasão esquartelado na fachada da capela possui no I quartel as armas dos Guedes (ramo por varonia dos Guedes, Senhores de Murça, de Águas Revés e de Torre de D. Chama, de que foi primeiro donatário Gonçalo Vasques Guedes, por doação de D. João I): de azul, com cinco flores-de-lis de ouro, postas em sautor; no II quartel as armas dos Amarais (oriundos de uma antiga casa de Favaios): de ouro, com seis crescentes investidos de azul; no III as armas dos Correias (descendentes da Casa de Farelães): de ouro, fretado de vermelho, de seis peças; e no IV quartel as armas dos Botelho: de ouro, com quatro bandas de vermelho, tendo três frechas invertidas de vermelho, armadas de prata, postas em roquete e atadas de ouro. Sob os púlpitos que ladeiam o coro-alto, existem lápides de mármore com as seguintes inscrições: Aos 19 dias do mez de Setembro de 1915, foram para aqui trasladados da capela do antigo edifício do Hospital da Divina Providência, os restos mortaes de Francisco Rodrigues de Freitas, Provedor que foi da Misericórdia de Vila Real, e bemfeitor d'este Hospital, falecido em 18 de Dezembro de 1926. Aos 19 dias do mez de Setembro de 1915, foram para aqui transladados da capela do antigo edifício do Hospital da Divina Providência, os restos mortaes de José Rodrigues de Freitas, bemfeitor d'este Hospital, falecido em 21 de Dezembro de 1820. O túmulo de Jerónimo Correia de Amaral possui a seguinte inscrição, em dez regras: D. O. M. HIERONIMO CORREIA DE AMARAL, FILIUS DE ANTONIO BOTELHO GUEDES DE AMARAL E DE D. MARIA AMARAL, EXMAYORATIBUS A VILLA COVA, AUDITOR QUE GENERALIS IN PARAHIBA, ET IN SANCTO JOANNE DEL-REY, FUNDAVIT, AC DOTAVIT ECCLESIAM HANC; OBIITANNO AETATIO SUAE LXX, DIE XXVI DECEMBRIS, ANNO SALUTIS MDCCXXXVIII. JACET IN HOC TUMULO, USQUE AD VOCEM TUBAE.. Tradução: Deus sobre todas as coisas. Jerónimo Correia do Amaral, filho de António Botelho Guedes do Amaral e de D. Maria Amaral, Morgado de Vila Cova, Auditor Geral em Paraíba e em S. João d'El-rei, fundou e dotou esta igreja; faleceu com setenta anos de idade no dia 26 de Dezembro do ano da graça de 1738. Os retábulos laterais têm planta recta e um eixo definido por duas colunas de fuste liso com o terço inferior marcado por festão, assentes em plintos paralelepipédicos frontalmente decorados por elementos fitomórficos e laçarias e com capitel coríntio; ao centro, abrem-se duas ordens de nichos: o inferior rectangular com topo curvo, delimitado por frisos e encimado por festão, com fecho saliente e laçaria, e o superior de perfil curvo, chave saliente, encimado por festão, com o interior pintado albergando imaginária; ático em espaldar recortado, ornado com almofada sobreposta por festão e grinaldas, encimado por cornija denticulada sobre três mísulas, sobreposta por albarrada e acantos em talha dourada vazada, ladeada por duas urnas e aletas. Altar tipo urna com frontal igualmente decorada por laçarias e grinaldas.

Utilização Inicial

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Utilização Actual

Assistencial: lar

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1668 - Nascimento de Jerónimo Botelho Correia Guedes do Amaral, na Rua do Jazigo, em Vila Real no palácio da família, sendo filho de António Botelho Correia Guedes do Amaral, morgado de Vila Cova, e de D. Maria do Amaral; frequentou a Universidade de Coimbra e fez o bacharelato em Direito Civil e Canónico; não sendo o Morgado da Casa, requereu ao rei servir nas Províncias Ultramarinas, sendo designado como Ouvidor em São João D'El Rei, Brasil, e, anos mais tarde, de Paraíba do Norte; 1738, 9 Dezembro - Jerónimo Correia Guedes do Amaral, procede a instituição testamentária de uma capela, com 5 capelães; na escritura, pede para ser sepultado na Capela dos Terceiros de Nossa Senhora do Carmo em Paraíba do Norte, onde tinha sepultura; declara possuir 18.000 cruzados, que várias pessoas lhe deviam, e 39 caixas de açúcar branco, cujo rendimento seria para a erecção da dita capela na forma como já avisara seu irmão, para servir de colegiada, com invocação de Santa Ana, e cuja fábrica e capela seria sustentada com os rendimentos do engenho que tinha em Gargahú; pede aos irmãos Beneficiado João Botelho do Amaral e Matias Pinto do Amaral para serem seus testamenteiros e darem cumprimento às suas determinações; quando a capela estivesse terminada, deviam mandar dizer missa paramentada, nomearem 5 capelães e seus administradores, entregando aos capelães os 18.000 cruzados; deixava todos os seus bens, com engenho e Quinta no Douro, encapelados ao seu irmão Matias Pinto do Amaral, que os devia administrar; a este, sucederia na administração seu filho mais velho e, não o tendo, a filha mais velha, se casar ou for casada a gosto do pai, senão, seria a segunda filha, de modo que a administração ficasse nos seus descendentes; não os tendo, a administração passaria para os filhos do irmão Botelho do Amaral; a condição para serem administradores era estudarem em Coimbra e se formarem Doutores, seguindo os estudos até aos 40 anos, ou então se formarem para poderem seguir os lugares Ultramarinos até que no Reino pudessem entrar em "lugares de primeiro Banco ou Relações"; Jerónimo Correia Guedes do Amaral determinava ainda que o seu herdeiro e administrador, passados 6 anos, deveria transladar os seus ossos da capela onde estava sepultado para a Capela da Colegiada que então instituía; à chegada do seu corpo, devia-se dizer uma missa de corpo presente, e fazer-se um carneiro, com inscrição, para colocar num dos lados da capela-mor; 26 Dezembro - falecimento de Jerónimo Correia Guedes do Amaral, solteiro; Matias Pinto do Amaral foi portanto o primeiro administrador da Colegiada de Santa Ana, mas morrendo sem descendência, passou para o irmão José Botelho Guedes do Amaral, também ele depois morgado de Vila Cova, casado com D. Ana Luísa Pimentel; séc. 18 - construção da capela com instituição vincular; o palácio adossado, na R. do Jazigo, fazendo esquina com a R. da Amoreira, possuía na fachada brasão com as armas dos Guedes, e ali quase sempre viveram os Morgados de Vila Cova; 1752, 13 Fevereiro - data do nascimento de António Botelho Correia Guedes do Amaral, futuro herdeiro e administrador da colegiada de Santa Ana e morgado de Vila Cova; casou em primeiras núpcias com D. Matilde Júlia Felicíssima Ferreira Pinto Vilar; 1758, 3 Março - referência à capela de Santa Ana nas Memórias Paroquiais da freguesia de São Dinis, pelo pároco José Francisco Esteves de Carvalho, tendo então como administrador Jerónimo Correia Guedes do Amaral, morgado de Vila Cova; nesta época corria pleito entre o pároco da Matriz de São Dinis e os padres da capela sobre o entrar ou não o pároco na capela durante as funções paroquiais que se achava por decidir ainda na 1ª instância do juiz de Fora, por principiar por força nova, que é o caso em que lhe compete verdadeiro juízo; séc. 18, finais / séc. 19, inícios - provável reforma do edifício e capela, nomeadamente da sua fachada; séc. 19 - provável execução dos retábulos laterais e da sanefa sobre o arco triunfal; 1820, 15 Março - nascimento do filho Jerónimo de António Botelho e de D. Matilde na Rua do Jazigo; 1826, 1 Janeiro - casamento em segundas núpcias de António Botelho com D. Maria Adelaide Botelho de S. Paio e Sousa; 1828, 24 Maio - nascimento de seu filho e herdeiro António Botelho Correia Guedes do Amaral; 1834 - extinção do vínculo da Colegiada de Santa Ana; a imaginária manteve-se na capela; António Botelho Correia Guedes do Amaral casaria com sua prima D. Ana Leopoldina Botelho de S. Paio e Sousa, tendo sido seu filho e herdeiro o Dr. António de Sousa Botelho de Frias Sarmento, bacharel em direito, que casou com D. Maria Adriana de Santiago e Matos; foi sua filha e herdeira D. Maria Adriana Isabel Santiago de Sousa Botelho Correia Guedes do Amaral, que casaria com o Dr. Miguel Vaz Pereira Pinto Guedes de Sousa Bacelar, bacharel em direito e major de Infantaria; 1886 - Pinho Leal refere a capela com casa contígua brasonada e com uma torre, tendo os morgados de Vila Cova o título de Priostes ou presidentes da colegiada extinta e que apresentavam os cinco beneficiados colados; numa nota de rodapé, refere no entanto que ela "foi demolida, há anos, quando se fez de novo a casa a que estava unida"; 1892 - fundação do Colégio de Nossa Senhora do Rosário pelo Monsenhor Dr. Jerónimo Teixeira de Figueiredo Amaral para educação de rapazes; 1894 - instalação do Colégio nas suas casas adossadas à capela; 1909, 26 Dezembro - realização dos últimos ofícios religiosos feitos por sufrágio de Jerónimo Guedes do Amaral, no dia do seu falecimento, pelo Dr. Jerónimo de Figueiredo Amaral, descendente dos Morgados de Vila Cova, então proprietário da capela e casa; 1910, 5 Outubro - com a implantação da República, grande número de alunos do Colégio revoltou-se contra o que eles designavam da prepotência dos padres, levando o Dr. Jerónimo a fechá-lo; 1911, depois - o Liceu de Vila Real foi elevado a Central, mas como o edifício não tinha instalações suficientes para um liceu desta categoria, as classes dos Cursos Complementares funcionavam numa parte do antigo Colégio, que lhe ficava contíguo; 1915 - sendo Provedor da Misericórdia o Presidente da Câmara, Dr. Augusto Rua, a Misericórdia estabeleceu negociações com o Monsenhor Jerónimo do Amaral para aquisição do seu edifício, para ali instalar o hospital, que se passaria a designar Hospital de São Pedro de Vila Real; no antigo hospital da Misericórdia, o Hospital da Divina Providência, foi instalada a Câmara Municipal (v. PT011714230142); as classes dos Cursos Complementares do liceu passaram a funcionar numas dependências da antiga Casa da Câmara; 1915, 19 Setembro - transferência dos restos mortais de José Rodrigues de Freitas e Francisco Rodrigues de Freitas da capela do antigo Hospital da Divina Providência para a capela do Colegiada de Santa Ana; 1916 - demolição do palácio dos Botelho Amaral, sede da colegiada de Santa Ana, para construção do Banco do Hospital, poupando-se a capela, que passou a servir de capela do hospital; o brasão dos Guedes que possuía na fachada foi transferido para o edifício do Governo Civil; 1973, até - trabalharam na enfermagem e direcção interna do hospital, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas; anos mais tarde, instalou-se no edifício a Escola Profissional Nervir e os serviços administrativos da Misericórdia; 1970, final da década - construção de um corpo adossado à fachada S., pelo Ministério da Saúde, para colocação de escadas e elevadores; 2000, década - instalação do Lar-Hotel e Unidade de apoio integrado da Santa Casa da Misericórdia na zona posterior do edifício; 2006 - organização de Museu e sua instalação no corpo adossado à fachada lateral direita da capela.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes e de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura de cantaria e alvenaria de granito, rebocada e pintada; elementos estruturais, molduras dos vãos, pilastras, embasamentos, frisos e cornijas, entablamento, brasões, bases e bacias dos púlpitos, pia de água benta, pia baptismal e outros em granito; guardas dos púlpitos e grades de ferro; janelas com vidros simples; guarda-vento de madeira; retábulos, guarda dos púlpitos e sanefas de talha dourada e policroma; pavimentos de madeira e lajes de granito; estruturas de betão; vigas de ferro; cobertura exterior de telha.

Bibliografia

LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 11, Lisboa, 1886; AZEVEDO, Correia de, Vila Real de Trás-os-Montes, Porto, s.d.; TEIXEIRA, Júlio A., Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu termo, vol. 1, Vila Real, 1948; AZEVEDO, Correia de, Brasões e Casas Brasonadas do Douro, Porto, 1974; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. 3, Lisboa, 1993; AVVA, Misericórdias do Distrito de Vila Real. Passado, Presente, Futuro, Vila Real, 1998; BORGES, Júlio António, Monografia do Concelho de Vila Real, Maia, 2006; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006.

Documentação Gráfica

Santa Casa da Misericórdia de Vila Real

Documentação Fotográfica

DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Santa Casa da Misericórdia de Vila Real

Intervenção Realizada

Proprietário: 1999 / 2000 / 2001 / 2002 / 2003 - obras de restauro e remodelação da zona posterior do edifício do hospital para instalação do Lar-Hotel e Unidade de Apoio Integrado; restauro da igreja e sacristia; 2006 - obras de conservação e reutilização do corpo principal do antigo hospital.

Observações

Autor e Data

Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 2004

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login