|
Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta em L
|
Descrição
|
Palácio de planta rectangular irregular, composta por vários corpos na fachada posterior, onde é mais elevado, e tendo pátio interior no ângulo das 2 fachadas principais, uma delas integrando num dos extremos capela sensivelmente avançada. Fachada principal com embasamento de aparelho almofadado e coroada por merlões chanfrados; fenestração simétrica no ritmo ab cd ee dc ba, em que o a corresponde a janela emoldurada ligada a outra de sacada sobre modilhões, de arco bilobado, ladeada por colunelo e encimada por cornija; b - larga porta ladeada por colunelo torso, capitel decorado e rematado em coruchéu de folhas, arco sobrepujado por vários elementos decorativos e encimada por janela com decoração igual à anterior; c - pequena janela ligada a janela de sacada, de arco bilobado e enquadrada por estrutura fortemente esculpida; d - janela simples encimada por uma outra igual à da letra b; e - porta com verga recta sobre colunelo, ligando-se a janela de sacada igual à da letra a. Entre esta e a janela seguinte, brasão em elmo e largo paquife. Fachada secundária com larga cornija e de fenestração também simétrica num ritmo ab cb ab, correspondendo a: a janela de guilhotina emoldurada e ligada a janela de sacada sobre modilhões e com frontão triangular; b - pequena janela emoldurada e ligada a janela com bandeira alta e frontão triangular; c - porta simples ligada a janela de sacada sobre modilhões e com frontão interrompido. No extremo esquerdo, capela com cunhais de aparelho almofadado e pórtico de verga recta entre pilastras apoiando frontão interrompido por brasão esquartelado, elmo e paquife; ladeiam-no 2 cartelas recortados com inscrição. Sobre a cornija, frontão contracurvado, enquadrando janela e ladeado por pináculos. Interior com coro-alto e retábulo de talha dourada. Pátio interior com escadaria de pedra e alpendre sobre colunata dando acesso ao andar nobre, onde as salas são decoradas com pinturas e trabalhos de estuque, de motivos geométricos, naturalistas e figurativos. |
Acessos
|
Rua Cândido dos Reis, Rua dos Bombeiros. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,694875; long.: -8,829786 |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 149 de 27 junho 1973 |
Enquadramento
|
Urbano, adossado, implantação harmónica no centro histórico de Viana. Ergue-se formando gaveto junto à estrada e tendo adossado no lado direito o palácio dos Alpuim (v. PT011609310044). Nas traseiras, amplo pátio. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
|
Política e administrativa: câmara municipal |
Propriedade
|
Pública: municipal |
Afectação
|
|
Época Construção
|
Séc. 16 / 17 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ENGENHEIRO: Manuel Pinto Vila Lobos. PINTOR: João Baptista Rio. |
Cronologia
|
1527 - Depois do seu casamento, o comendador Fernão Brandão e esposa Catarina Fagundes constroem casa nos "chãos chamados dos Fagundes", que pertenciam ao arcipestre Rui Anes; 1545, 18 Jun. - instituem o vínculo e dispoêm para seu jazigo a capela de São Bernardo na Igreja Matriz; 1560 - enviuvada, D. Catarina recolheu-se no Convento de Santa Ana, onde morreu em 1584 com o nome de Catarina da Assunção; a casa ficou para a filha Inês Brandão que casara, em 1542, com Rui Gomes de Abreu; 1692 - sua descendente D. Arcângela de Lima Abreu casou com Luís Álvares de Távora, empreendendo nos anos imediatos obras de remodelação do palácio: reconstrução total da fachada N. e acréscimo e enriquecimento da poente; 1759 - devido à perseguição movida aos Marqueses de Távora, acusados de querer assassinar o Rei D. José, a família deixou de usar aquele apelido; 1775 - ali esteve hospedado o Arcebispo de Braga, D. José de Bragança, irmão de D. João V, levando à colocação de pedra de armas na parede do seu quarto, virado para o quintal; 1841, 10 Maio - o Visconde da Carreira, o nosso primeiro embaixador em Roma, apresenta as suas credênciais ao Papa Gregório XVI; 1880, década - pintura de algumas salas do andar nobre pelo pintor vianense João Baptista Rio; 1961, 28 novembro - portaria fixando Zona Especial de Proteção, DG, 2.ª série, n.º 278; 1970, 2 Julho- Dr. Luís Malheiro de Távora de Abreu e Lima vendeu-o à Câmara Municipal, procedendo-se então a obras de restauro e adaptação; 1972 - transferência da Câmara para o palácio, com as obras ainda por acabar. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Alvenaria rebocada e cantaria granítica, ferro nas balaustradas; estuque e pinturas na decoração; talha no retábulo; lajes e madeira no pavimento e telha na cobertura. |
Bibliografia
|
ALPUIM, Maria Augusta d', O Palácio da Carreira in Cadernos Vianenses, vol. 1, Viana do Castelo, 1978, p. 95 - 98; ALPUIM, Maria Augusta d', VASCONCELOS, Maria Emília, Casas de Viana Antiga, Viana do Castelo, 1983; CALDAS, João Vieira e GOMES, Paulo Varela, Viana do Castelo, Lisboa, 1990; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Capelas de Viana in Cadernos Vianenses, vol. 6, Viana do Castelo, 1981, p. 154 - 185; GIL, Júlio, Os mais belos palácios de Portugal, Editora Verbo, Lisboa, 1992, p.16 - 19; MOREIRA, Rafael, Do Rigor Teórico à Urgência Prática: A Arquitectura Militar in História da Arte em Portugal, vol. 8, Lisboa, 1986, p. 67 - 85. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
*1 - Do palácio manuelino iniciado na 2ª década do séc. 16 pouco sabemos, no entanto é notório que as obras que o Engenheiro Militar Manuel Pinto Vila Lobos procedeu nos finais do séc. 17 não se limitaram apenas à regularização e decoração da fachada N. De facto, a grande simetria da fachada poente e até um certo barroquismo decorativo do que se considera manuelino faz-nos acreditar aqui numa forte intervenção, deslocando para esta fachada janelas e portas manuelinas de outros lados ou, mais provavelmente ( e até porque se torna impossível distinguir o original do refeito ) criando-se-as de novo para cômpor a fachada no ritmo pretendido. Se assim for, estaremos frente a um revivalismo estilístico. |
Autor e Data
|
Paula Noé 1992 |
Actualização
|
Luísa Estadão 2007 |
|
|
|
|
| |