Igreja Paroquial do Montijo / Igreja do Divino Espírito Santo

IPA.00004082
Portugal, Setúbal, Montijo, União das freguesias de Montijo e Afonsoeiro
 
Arquitetura religiosa, manuelina, maneirista. Igreja paroquial de grandes dimensões, com três naves de quatro tramos, inicialmente cobertas por tectos em madeira, capela-mor com abóbada artesoada; fachada principal ladeada por duas torres sineiras cupuladas. Abóbada ainda com características manuelinas, com nervuras em estrela e fechos decorados; traçado maneirista das naves e dos portais (principal e lateral S.).
Número IPA Antigo: PT031507020001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta pelo rectângulo da nave, a que se justapõe o quadrado da capela-mor; a estas adossam-se torres sineiras, capelas e altares laterais, sacristia e cartório. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhado de 2 e 3 águas sobre a igreja e anexos, em cúpula facetada sobre as torres sineiras. Fachada principal de remate rectilíneo, dividida em 3 panos por pilastras, ladeada por 2 torres sineiras, com fogaréus nos acrotérios; portal de vão rectangular ladeado por colunas de fuste estriado sobre altos pedestais, com frontão triangular; portais travessos, o do lado N. de vão rectangular, com frontão saliente rectilíneo, o do lado S. de vão de verga em arco redondo, ladeado por colunas jónicas com o fuste estriado nos 2 terços superiores sobre altos pedestais, entablamento com dentículos, frontão triangular com tímpano com volutas e a pomba do Espírito Santo relevada. INTERIOR de 3 naves com 4 tramos separados por arcos de volta perfeita sobre colunas cilíndricas toscanas com altos pedestais, truncadas no encosto da capela-mor, com abóbada em berço redondo sobre a nave central, em quarto de círculo sobre as laterais; coro-alto entre as torres sobre arco rebaixado, subcoro em abóbada de berço; púlpito redondo com porta-voz, adossado a uma das colunas da nave central, do lado do Evangelho. Capelas laterais abrindo para as naves por portais com frontão triangular e interrompido; capela baptismal sob a torre sineira N.. Capela-mor mais baixa abrindo para a nave principal por arco redondo, com a pomba do Espírito Santo no fecho, coberta por abóbada estrelada, descarregando em mísulas.

Acessos

Praça da República

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993

Enquadramento

Urbano. Implantada no coração da cidade, no centro de um largo formado na confluência de várias ruas, impõe-se volumetricamente sobre as construções envolventes.

Descrição Complementar

Revestimento azulejar figurado em silhar em azul e branco, na nave, capela baptismal e subcoro (cenas da vida de Cristo e da Virgem, período da grande produção joanina), 2 primeiras capelas laterais (lado N. cenas do Cântico dos Cânticos, período da grande produção joanina; capela oposta, cenas da fuga para o Egipto, atribuíveis a Manuel dos Santos) e capela-mor (cenas bíblicas, datados de 1708 e atribuíveis a Manuel dos Santos, com reservas, sobre rodapés atribuíveis ao mestre do P.M.P. (Meco: 1989, pp. 72/73); na parte superior das paredes e na abóbada do subcoro azulejos de padronagem seiscentista (enxaquetado compósito) em azul, amarelo e branco, integrando um registo figurando Nossa Senhora do Rosário, datado de 1645. Retábulos em talha dourada de estilo nacional na capela-mor, altares colaterais e capelas laterais.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Setúbal)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

ENTALHADOR: António Martins Calheiros (1701).

Cronologia

Séc. 16, 1ª metade - da construção inicial resta a capela-mor; séc. 16 - 17 - reconstrução da primeira igreja (de uma só nave, com uma torre sineira e alpendre na fachada principal e lateral S. (RAMA, 1906); 1575 - construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, do lado do Evangelho, instituída pelos mareantes da vila, segundo inscrição na mesma; 1607 - construção da capela de Nossa Senhora da Purificação, do lado oposto, instituída pelos trabalhadores agrícolas da vila, segundo inscrição na mesma; 1645 - revestimento azulejar do subcoro (parte superior); séc. 18, 1º quartel - revestimento azulejar da capela-mor e capela lateral S.; 1701, 24 fevereiro - António Martins Calheiros, mestre entalhador morador na Rua da Boa Viagem, no Chiado, é contratado pela Irmandade de São Pedro para a feitura do retábulo colateral da Epístola (FERREIRA, vol. II, p. 482); séc. 18, 2º quartel - revestimento azulejar restante; 1808, 1 fevereiro - decreto de Junot determinando que todo o ouro e prata de todas as igrejas, capelas e confrarias da cidade de Lisboa e seu termo deviam ser conduzidos à Casa da Moeda; 8 março - entrega à Casa da Moeda de 52 marcos e 1 onça de prata em várias peças pertencentes à igreja; o tesoureiro, juiz e oficiais da Irmandade de São Pedro dos Pescadores da igreja entregou 40 marcos de prata em várias peças da Irmandade; 1898 - construção das abóbadas estucadas das naves.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma (capela-mor), mista (naves).

Materiais

Alvenaria de pedra rebocada e pintada em estruturas; cantaria em portais, cunhais, pilastras, molduras e arcos; brecha da Arrábida no púlpito, intervalando com cantaria nos portais das capelas laterais; telha cerâmica, azulejo, madeira, vidro.

Bibliografia

FERREIRA, Sílvia Maria Cabrita Nogueira Amaral da Silva - A Talha Barroca de Lisboa (1670-1720). Os Artistas e as Obras, Lisboa. Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa: 2009, 3 vols.; GIL, Júlio - As mais belas igrejas de Portugal. Lisboa: 1989, vol. II; GRAÇA, Luís - Edifícios e monumentos notáveis do concelho do Montijo. Montijo: 1989; LUCAS, Francisco José Oleiro - "O Retábulo de S. Pedro na Igreja Matriz do Montijo", in Artis, 2004, n.º 3, pp. 370-379; MARQUES, Luís - Tradições religiosas entre o Tejo e o Sado - os círios do Santuário da Atalaia. Lisboa: Assírio e Alvim, 2004; MECO, José - O pintor de azulejos Manuel dos Santos. in Boletim Cultural, Assembleia Distrital de Lisboa. Lisboa: 1980, nº 86; RAMA, José de Sousa - Coisas da Nossa Terra - breves notícias de Aldeia Galega do Ribatejo. Lisboa: 1906.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Isabel Mendonça 1993

Actualização

 
 
 
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