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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta. Volumes articulados, nave única, capela-mor, capela lateral e corpo adossado à fachada S., de 2 pisos e de cota inferior. Coberturas diferenciadas em telhado de 2 águas na igreja e 1 água no corpo adossado. Soco e cunhais em cantaria. Fachada principal: portal emoldurado a cantaria, frontão triangular, com o tímpano esculpido em baixo relevo. A coroá-lo, espaldar encimado por janelão, ladeado por 2 janelas emolduradas a cantaria. Frontão em forma de arco contra curvado, coroado por cruz sobre acrotério ladeado por aletas. Adossado à prumada direita da fachada ergue-se a torre, rasgada por sineiras nas 4 faces, e coroada por coruchéu. Fachada N.: 2janelas simples e, ao centro, pequena cruz em cantaria. Fachada S.: corpo adossado, com janelas e portas simples. Interior: guarda vento e, á esquerda, baptistério. Coro, ligeiramente abaulado, assente em 2 mísulas, iluminado por 3 janelas. No lado esquerdo, 3 altares, inscritos em arcos plenos, entre pilastras e colunas de madeira. Sobre o altar central, de maiores dimensões, abrem-se 2 tribunas com janelas. No lado direito, uma capela a todo o comprimento da nave. O acesso faz-se por 3 arcos plenos, ladeados por colunas caneladas com capitéis coríntios. O seu interior de 3 tramos, tem retábulo e altares. Arco triunfal, abatido, e capela-mor. Cobertura em: tecto apainelado na nave; abóbada (tramos laterais) e cúpula (tramo central) na capela á direita; abobadilha de estuque com arestas na capela-mor. |
Acessos
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Largo do Contador Mor; Rua de Santiago; Travessa de Santa Luzia, n.º 3 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 / Incluído na Zona de Proteção da Igreja Paroquial de Santiago (v. IPA.00003998), na Zona de Proteção do Palácio Azurara (v. IPA.00003194) e na Zona de Proteção da Igreja de Santa Luzia (v. IPA.00003123) / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Palácio de Belmonte (v. IPA.00003134) |
Enquadramento
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Urbano. Implantada num terreno em declive. Isolada. Uma escadaria estreita gradeada dá acesso a um pequeno átrio que antecede o portal da entrada. Implantação harmónica. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Paróquia de Santiago |
Época Construção
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Séc. 12 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: João Nunes Tinoco (1650-1670). PINTOR: Diogo Teixeira (1590). |
Cronologia
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Séc. 12 - edificação da primitiva igreja coeva do início da nacionalidade, segundo alguns autores; séc. 16 - é representada no panorama de Lisboa da autoria de Braunio, que mostra a igreja com três naves e torre sineira do lado esquerdo da fachada; 1551 - segundo Cristóvão Rodrigues de Oliveira, a igreja tem prior e três beneficiados, com o rendimento de 150 cruzados, tendo cada benefício a renda de 45 cruzados; no templo estão sediadas as confrarias do Santíssimo, São Tiago e São Sebastião, que rendem de esmolas 12 cruzados; 1590 - pintura de um Pentecostes por Diogo Teixeira, talvez para a Capela de Nossa Senhora a Franca; 1650 - planta da igreja de João Nunes Tinoco apresenta a igreja com três capelas do lado do Evangelho, permitindo avaliar as profundas mudanças ocorridas entre o séc. 16 e 18; estas capelas podem ter sido abolidas em consequência do alargamento da rua; no principio deste século, Carvalho da Costa informa-nos que a igreja tinha só uma nave e quatro capelas; 1668-1670 - execução da igreja por João Nunes Tinoco. 1755 - a igreja tem uma nave e o altar-mor, dois colaterais e o de Nossa Senhora a Franca; 1 novembro - fica danificada pelo terramoto; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Francisco Delgado, é referido que a igreja tem duas irmandades, a do Santíssimo, da Senhora a Franca, que é dos Cerieiros; o pároco é prior apresentado pela Coroa e recebe 200$000; tem três benefícios, casa um com 60$000, apresentados pelo prior; 1773 - início das obras de reconstrução; 1838 - a igreja recebe obras de restauro e conservação; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
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Sistemas estruturais - Paredes autoportantes. |
Materiais
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Alvenaria, cantaria, madeira, azulejos, vidro, ferro e telha. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Fernando de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 1º Tomo, Lisboa, 1973; ANDRADE, Ferreira de, A Freguesia de Santiago, Vol. I, Lisboa, 1948; ARAUJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, Fascículo 10, Lisboa, 1944 - 1945; COUTINHO, Maria João Fontes Pereira, A produção portuguesa de obras de embutidos de pedraria policroma (1670-1720). Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2010, 3 vols.; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção no retábulo de Nossa Senhora a Franca, na Igreja de Santiago, Cacém, 1998; Guia Laranja, Lisboa e Costa de Lisboa, Lisboa, 1985; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; Monumentos, n.º 17, Lisboa, DGEMN, 2002; OLIVEIRA, Cristóvão Rodrigues de - Sumário em que brevemente se contém algumas coisas (assim eclesiásticas como seculares) que há na Cidade de Lisboa. 2.ª ed. Lisboa: Edições Biblion, 1938; PEREIRA, Luiz Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1927; SERRÃO, Vítor, Tomás Luís e o antigo retábulo da Igreja da Misericórdia de Aldeia Galega do Ribatejo, in ARTIS, Lisboa, Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 2002, n.º 1, pp. 211-235; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003; SIMOES, S.M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no Século XVIII, Lisboa, 1979; SMITH, Robert, A Talha em Portugal, Lisboa, 1963. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Intervenção Realizada
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Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1998 - intervenção no altar, colunas e remate do retábulo de Nossa Senhora a Franca, com limpeza das superfícies douradas e policromadas, fixação dos elementos destacados, fixação de folha de ouro e da policromia, tratamento preventivo e desinfestação; DGEMN: 2002 - conservação de coberturas. |
Observações
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O portal da fachada principal tem um baixo relevo com o emblema das armas de S. Tiago e uma data esculpida sobre a verga: MDCCLXXIII. A pia baptismal, que se encontra no baptistério, tem esculpida sobre uma roda de navalhas uma mitra. Interior com talha do séc. 18, de estilo joanino e silhares de azulejos já com algumas características rococó, nas molduras. É também bastante rico em obras de pintura emolduradas a talha dourada. A capela lateral direita, Forma como que uma segunda nave independente, apresenta grande valor artístico, sobretudo no retábulo de Nossa Senhora do Rosário, com colunas exteriores pseudo salomónicas revestidas com parras, volutas e meninos. O sacrário em forma de esfera é ladeado por anjos de braços abertos. Ainda nesta capela, existem 5 painéis de azulejos figurados, de desenho convencional, azuis, com moldura com concheados. |
Autor e Data
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João Silva 1992 |
Actualização
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Luisa Cortesão 2003 |
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