|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Cinema
|
Descrição
|
| De planta rectangular, volumetria escalonada e cobertura efectuada por terraço. Implantado de modo a acompanhar o declive do terreno, desenvolve-se em duas frentes, com fachadas orientadas a O. e S.: em reboco pintado, com piso térreo revestido a cantaria, tem o ângulo de articulação boleado, acentuado superiormente por remate em corpo circular de menor secção, vazado por 5 janelas e protegido por pala. A entrada, no piso térreo, é rasgada no ângulo por porta principal de verga recta, ladeada do lado O. por 3 portas de verga recta encimadas por janelas e do lado S. por 5 janelas rectangulares e outra porta no extremo oposto, também de verga recta. Acede-se ao interior através da porta localizada no ângulo, mas também pelas portas laterais, conducentes ao antigo vestíbulo. |
Acessos
|
| Avenida da Liberdade, n.º 2 - 10; Rua dos Condes, n.º 22 - 34 |
Protecção
|
| Incluído na classificação da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972) e na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
|
| Urbano, destacado, flanqueado, fazendo gaveto. |
Descrição Complementar
|
| "nos terrenos que eram pertença dos Condes da Ericeira, se ter edificado há mais de duzentos anos, entre 1756 e 1765 - pois não há precisão quanto à data exacta da sua inauguração - um primitivo teatro com traça do arquiteto italiano Petronio Manzoni, passou esta casa de espetáculos a denominar-se Teatro da rua dos Condes. Por ali passaram muitas e variadas companhias, nacionais e estrangeiras, apresentando os mais diversos géneros de espectáculos (...) A 13 de Outubro de 1882 começou a ser demolido o então Teatro da Rua dos Condes (...) Sucedeu-lhe o "Teatro Chalet, para, depois da construção de novo edifício dar lugar a um novo Teatro da Rua dos Condes, este inaugurado em 23 de Dezembro de 1888, sob projeto de Dias da Silva e executado pelo construtor João Calar. Era agora propriedade do importante e abastado comerciante que foi Francisco de Almeida Grandella (...) Durante vinte e sete anos consecutivos o Condes manter-se-ia como teatro. Porém, em 1915, e em consequência dos precários resultados financeiros obtidos com a exploração teatral, o Teatro da Rua dos Condes fecharia as suas portas após a atuação da última companhia (...) em Janeiro desse ano. (...) Leopoldo O `Donnell, empresário do Olympia, Júlio Petra Viana, já seu sócio na empresa deste cinema e Carlos Sodré, funcionário superior da Companhia dos Tabacos, decidiram tomar o teatro de arrendamento para nele dar início a uma exploração cinematográfica. (...) [1916] Lisboa passava a ter, assim, cinco importantes e vastos salões de estreia - o Chiado Terrasse, o Salão da Trindade, o Salão Central, o Olympia e agora, o Condes (...) Daí em diante, até à abertura do Tivoli, em 1924, o Cinema Condes passou a ser, é de justiça anotá-lo, a mais bem frequentada sala de Lisboa." (RIBEIRO) |
Utilização Inicial
|
| Cultural e recreativa: cinema |
Utilização Actual
|
| Comercial: estabelecimento de restauração |
Propriedade
|
| Privada: pessoa colectiva |
Afectação
|
| Sem afectação |
Época Construção
|
| Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
| ARQUITECTO: Raul Tojal (1952). ENGENHEIRO: Alfredo Fernandes. ESCULTOR: Arístides Vaz; DECORADOR: José Espinho; PINTOR: Fernando Santos; DECORADOR: José Espinho; PINTOR: Fernando Santos. |
Cronologia
|
| Cronologia Prévia 1756 a 1765 - construção de um teatro chamado Teatro da Rua dos Condes; 1784 - D. Maria I manda fechar as salas dos teatros da Rua dos Condes e do Salitre por aí se terem passado ""escandalosas transgressões das leis divinas e humanas". Os atores estiveram presos meio ano até que a monarca permitisse a sua libertação e a reabertura dos teatros; 1787, outubro - William Beckford deixa registado nas suas memórias sobre Portugal uma ida ao teatro na Rua dos Condes para assistir a uma tragédia de Voltaire, Mérope, onde se diz impressionado com a qualidade dos cenários e figurinos; 1882, 13 de outubro - início da demolição do teatro; 1888, 23 de dezembro - inauguração do Teatro Chalet em novo edifício; 1915 - encerramento das atividades do teatro; empresa cinematográfica arrenda o edifício, agora pertença de Francisco Grandela; 2 de abril - inaugurada a temporada de cinema no Teatro da Rua dos Condes; José Martins Castello Lopes, funcionário da Companhia Cinematográfica de Portugal toma conhecimento de que a empresa arrendatária pretende trespassar o negócio, cria uma empresa com José Sequeira, Carlos Gotschalk e Carlos Stella e adquirem o negócio por 10 contos de réis. Em virtude da entrada de Portugal na 1.ª Grande Guerra, Carlos Stella e Carlos Gotschalk, austríaco e alemão, saem do país; 1916, 5 de fevereiro - abertura do cinema sob a exploração exclusiva de Castello Lopes, o edifício mantém o letreiro no frontão o nome de Teatro da Rua dos Condes mas passar a adotar a designação de Cinema Condes; 1919, verão - grandes obras no interior do edifício; 29 de novembro - reabertura após as obras. CRONOLOGIA: 1951- início da demolição do teatro e construção do cinema Condes na propriedade de Luis de Almeida Grandela, pela empresa teatral Variedades, construído com projecto de Raul Tojal e executado pelo construtor António Costa: o auditório, de planta rectangular e orientada longitudinalmente, dispunha de plateia, 1.º e 2.º balcão, com uma lotação total de 1000 lugares, contava com espaços de apoio ao público, como as bilheteiras, a tabacaria e o bengaleiro; 30 de Outubro - inauguração; 2003 - depois de profundas obras de transformação para adaptação do cinema a um restaurante, é inaugurado o Hard Rock Cafe. |
Dados Técnicos
|
| Estrutura autónoma. |
Materiais
|
| Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira. |
Bibliografia
|
| RIBEIRO, M. Félix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa, Lisboa, 1978; ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa - Um fenómeno urbano do século XX, 2.ª edição, Bizâncio, 2013, p. 207; OLIVEIRA, Maria João, Teatros em Lisboa no século XVIII: proibida a entrada a mulheres, em nome da “ordem”, A Mensagem, 9 de setembro de 25. |
Documentação Gráfica
|
| CML: Arquivo de Obras, Proc. n.º 29.876 |
Documentação Fotográfica
|
| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
| CML: Arquivo de Obras, Proc. n.º 29.876 (*1). |
Intervenção Realizada
|
| |
Observações
|
| EM ESTUDO *1 - o Processo continha apenas informações relativas ao edifício anteriormente existente no mesmo local, apresentando tão-só peças desenhadas relativas ao projecto e construção do edifício que na actualidade existe. |
Autor e Data
|
| Teresa Vale e Maria Ferreira 1998 |
Actualização
|
| Filomena Bandeira 2004 Josina Almeida 2025 |
| |
| |