Igreja Paroquial de Santo Antão de Évora / Igreja de Santo Antão

IPA.00003953
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura religiosa, maneirista, chã. Igreja paroquial, com colegiada, ilustrativa da tipologia designada como igreja-salão (hallenkirchen), de sobriedade, ordem, proporção e funcionalidade características de uma arquitectura alimentada pelo furor religioso contra-reformista e de forte pendor militar. Igreja protótipo do conjunto de obras traçadas por Miguel de Arruda para a região sob o mecenato do cardeal infante D. Henrique e das igrejas de São Salvador de Veiros, do mestre João Álvares de Estremoz, e, possivelmente, a fachada da Igreja Matriz de Monsaraz. Apresenta planta longitudinal com três naves, quatro tramos, capelas laterais e à cabeceira e sem transepto, com torres na frontaria, sacristia e cobertura única sobre as naves, composição dominante no centro e sul do país. Interior elegante com cobertura em abóbadas de aresta à mesma altura, cujos arcos formeiros, cruzeiros e torais descansam sobre colossais colunas da ordem jónica e de fuste liso e sobre as paredes laterais, estas reforçadas por contrafortes de cantaria que libertam o peso sobre as paredes. Iluminação fornecida exclusivamente pelas janelas das paredes laterais e da frontaria. Capelas revestidas a azulejos seiscentistas dos tipos enxadrezados, em tapete policromado e maçaroca, e azulejos setecentistas em tapete polícromo (branco, azul e amarelo); nas paredes fundeiras das capelas encostam-se retábulos em talha dourada e/ou pintada, exceptuando o retábulo neoclássico da capela colateral de Nossa Senhora do Rosário, de mármore de gosto italianizante, com planta convexa e nicho central ladeada por dois pares de colunas. Retábulos proto-barrocos (das capelas de Nossa Senhora da Alegria, de Nossa Senhora da Purificação, das Almas, de Nossa Senhora da Saúde, de Santo Antão) de planta plana composta por sotobanco, banco, corpo único e 1 a 3 tramos definidos por colunas caneladas com o terço inferior diferenciado, com nichos e telas pintadas nos tramos, e ático com tela ou medalhão pintados e emoldurados por estrutura arquitectónica. Retábulos barrocos plenos, da fase joanina (das capelas do Senhor dos Terramotos, de São Crispim e São Crispiniano, do Santíssimo), de planta côncava composta por sotobanco, banco, corpo único com 1 a 3 tramos definidos por colunas salomónicas com o terço inferior diferenciado e nicho ao centro, e ático com arcos de volta-perfeita com cartela ao centro. Retábulos de transição do barroco final para o rococó (o das capelas de Santa Ana e de Nossa Senhora dos Remédios), com composição essencialmente barroca, composta por sotobanco, banco, corpo único e um só tramo delimitado por colunas salomónicas com o terço inferior diferenciado e profusa ornamentação rococó. Pinturas murais semelhantes às da Igreja da Misericórdia de Santarém (v. PT031416200018 ) cujo risco é comprovadamente de Miguel Arruda; nas colunas e arcos das capelas laterais vestígios de pinturas murais de transição do período maneirista para o barroco, semelhantes às da Antiga Igreja Matriz de Monsaraz (v. PT040711020021) e da Igreja de São Francisco de Santarém (v. PT031416210006). Monumento emblemático de Évora e um dos mais representativos da arquitectura maneirista portuguesa e que terá sido protótipo a outras igrejas-salão posteriores. Obra arquitectada sob o mecenato do Cardeal Infante D. Henrique, nessa data arcebispo da província eborense. Encerra ainda algumas particularidades, nomeadamente o facto de as torres serem baixas e recolhidas, dando uma aparência pesada e austera. Destaque para o frontal do altar-mor, do ciclo trecentista da catedral eborense, reaproveitado da antiga ermida de Santo Antoninho.
Número IPA Antigo: PT040705050057
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por três naves e quatro tramos, transepto inscrito, apresentando ligeira saliência no exterior, coro-alto, duas torres sineiras, dez capelas laterais reentrantes e intercomunicantes, capela-mor quadrada ladeada por duas capelas colaterais, sacristia a O. dando acesso a outras dependências. Volumes articulados e massas dispostas na horizontal com cobertura diferenciada em telhado de duas águas sobre o corpo da igreja, terraços sobre as capelas laterais, cúpula em telha rematada ao centro por um lanternim nas capelas colaterais, e abóbadas em alvenaria sobre as torres sineiras. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais, contrafortes, pilastras e molduras de vãos em cantaria de pedra granítica. Fachada principal a SE., de cinco panos o central mais largo, delimitados por pilastras, cunhais; embasamento e remate em cornija; 1º e 5º panos correspondentes às torres, encimadas por campanários idênticos com quatro faces delimitadas por rodapé, cunhais e entablamento em alvenaria pintada de amarelo e rasgadas por quatro olhais em arco de volta-perfeita e molduras de alvenaria pintada de amarelo; as faces a SE. são rematadas por empenas recortadas; pano da torre O. expondo relógio gravado em pedra mármore e moldura em massa; pano da torre E. rasgado segundo um eixo vertical por cinco pequenas frestas, com lápide de mármore entre as duas frestas inferiores; panos centrais rematados por empena recortada apresentando ao centro relógio ladeado por duas pilastras de alvenaria encimadas por segmentos de frontão curvo; 2º e 4º pano idênticos com portal em cantaria com dupla verga recta, seguido, segundo um eixo vertical, de duas janelas estreitas com molduras reentrantes, sendo a superior rematada por cornija; pano central com dois registos definidos por friso em pedra com inscrições; registo inferior rasgado por portal em cantaria com dupla verga recta e frontão triangular, inscrito num arco de volta-perfeita em cantaria apresentando no tímpano uma cartela em massa pintada a branco e amarelo; registo superior com janelão semelhante às janelas superiores dos panos anteriores. Fachada SO. de três corpos, correspondentes, da esquerda para a direita, ao transepto, igreja, e torre sineira; primeiro corpo saliente, de pano único delimitado por cunhais em cantaria; segundo corpo de 5 panos, os extremos mais estreitos, delimitados por contrafortes em cantaria; apresenta dois registos, o superior mais recuado dando lugar a terraço acedido pela porta da torre sineira; no registo superior rasga-se, em cada um dos três panos centrais, janela em cantaria; os contrafortes são rasgados por vãos ao nível do terraço para oferecer passagem; no registo inferior, ligeira saliência correspondente à capela de Nossa Senhora dos Remédios; remates por muro com friso em cantaria, o do muro do registo superior envolvendo as fachadas laterais e posterior; terceiro corpo correspondente à torre sineira. Fachada NE. idêntica à fachada SO. sendo apenas acrescentada uma janela no primeiro tramo do registo superior do segundo corpo; no primeiro tramo do registo inferior do segundo corpo adossa-se Passo da Via sacra, composto por largo vão emoldurado a pedra mármore, de dupla verga recta, com três consolas na verga superior onde assenta uma cimalha, e remate com painel central encimado por frontão e ladeado por aletas e balaústres nos extremos. INTERIOR: alçados rebocados e pintados de branco, com pavimento em pedra e madeira; cobertura em abóbadas de aresta cujos arcos formeiros, cruzeiros e torais descansam sobre colossais colunas da ordem jónica em cantaria de granito, algumas embebidas nas paredes; as colunas e ogivas mostram, por debaixo das caiações sucessivas, profusão de pinturas murais a sugerirem brocados. Coro-alto assente sobre três abóbadas de aresta, abrindo o coro-baixo para o corpo da igreja através de três arcos em cantaria, o central abatido; guarda-vento de madeira apresentando o pavimento três lápides sepulcrais em mármore; sob o coro-alto dois portais laterais encimados por janelas; coro-alto com pavimento cerâmico pintado, abrindo-se nos alçados laterais as portas de acesso, e no alçado SE. três janelas; balaustrada do coro em mármore branco e cinzento. Alçados laterais simétricos, com 5 arcos idênticos de volta-perfeita em cantaria, de acesso às capelas laterais, dispostos de forma ritmada e encimados, com excepção do arco que se encontra debaixo do coro-alto, por janelões emoldurados e rematados por frontão triangular. Alçados laterais rasgados cada por 5 capelas; do lado do Evangelho: Capela Baptismal com pavimento cerâmico moderno e paredes totalmente forradas a azulejo de padrão azul e branco, com grande tela pintada situada na parede fundeira representando o baptismo de Cristo; debaixo da tela, as insígneas arquiepiscopais pintadas no azulejo; na parede esquerda um armário embutido, com porta de madeira almofadada e moldura em pedra mármore cinzenta; pia baptismal em mármore em forma de taça de secção circular; Capela de Santo António (antiga capela de Nossa Senhora da Alegria) com paredes e abóbada revestida a azulejo de padrão azul, branco e amarelo; na parede fundeira retábulo de planta plana, composto por embasamento, banco, corpo único e três tramos definidos 4 colunas, e ático; Capela de Nossa Senhora de Fátima (antiga capela de Santo Crispim) completamente preenchida pelo retábulo, de planta côncava, composto por embasamento, banco, corpo único e três tramos divididos por 4 colunas salomónicas, com tribuna no tramo central, e rematado por ático; Capela de Santa Teresinha (antiga capela de Santa Ana) com paredes laterais e abóbada com marmoreados, sendo o retábulo de planta plana, com embasamento, banco, corpo único e um só tramo ladeado por colunas salomónicas onde se inscreve nicho ladeado por estípides onde assenta frontão mistilíneo encimado por tela que irrompe o entablamento e ático; Capela de Santo Agostinho (antiga capela de Nossa Senhora dos Remédios) com paredes e abóbada forrada a azulejos de padrão azul, branco e amarelo, apresentando na parede lateral direita vão de acesso à sacristia; retábulo de planta plana, composto por embasamento, banco, corpo único e um só tramo delimitado por colunas de 7 espirais com o terço inferior diferenciado, nas quais assenta um pesado entablamento e ático circunscrito por um arco de volta-perfeita. Do lado da Epístola: Capela de Nossa Senhora da Saúde com paredes pintadas de branco, retábulo de planta plana composto por embasamento, banco, corpo único e um só tramo ladeado por duas colunas onde assenta o entablamento e o ático; Capela das Almas com paredes e abóbada forrada a azulejos de tapete amarelo, azul e branco, com retábulo de planta plana, composto por embasamento, banco, corpo único e um só tramo delimitado por colunas e apresentando tela alusiva ao Arcanjo São Miguel e as Almas do Purgatório, e ático; Capela do Senhor dos Terramotos com retábulo a preencher o espaço da capela, idêntico ao da Capela de Nossa Senhora de Fátima; Capela de Nossa Senhora da Purificação com paredes forradas a azulejo de padrão azul, branco e amarelo, com retábulo de planta plana, composto por embasamento, banco, corpo único e um só tramo delimitado por duas colunas, e ático; a quinta capela tela pintada na parede fundeira sobre uma lápide com inscrições; na parede lateral direita vão de acesso à torre e ao coro-alto. Arco tiunfal de volta perfeita e duas capelas colaterais: a do Evangelho, de Nossa Senhora do Rosário, com gradeamento à face, paredes laterais forradas a azulejos azuis, brancos e amarelos, cobertura em cúpula sobre pendentes rematada por lanternim, em alvenaria com marmoreados que se extendem às paredes laterais da capela; retábulo de mármore, de planta convexa, composta por embasamento, banqueta, corpo único e 3 tramos delimitados por 4 colunas de fuste liso com capitéis coríntios onde assenta pesado entablamento; nicho central estreito rematado por um painél com frontão curvo e antecedido por duas figuras alegóricas sentadas sobre dois arranques de frontão curvo; Capela colateral da Epístola, do Santíssimo Sacramento, resguardada por gradeamento, paredes forradas a azulejos de padrão azuis, brancos e amarelos, cobertura em cúpula com lanternim igualmente revestida com os mesmos azulejos; retábulo em talha dourada, de planta côncava, composto por sotobanco, banco, corpo único, três tramos delimitados por colunas salomónicas e ático. Capela-mor profunda, com pavimento em cota mais elevada, acedida por lanço de escadas a partir de estrado de madeira; paredes laterais com rodapé com marmoreados e remate em cornija, rasgadas cada, por vão com moldura em cantaria de pedra mármore e de dupla verga; retábulo em talha dourada, de planta plana, composta por sotobanco, banco, corpo único e um só tramo ladeado por duas colunas de 7 espirais rasgado por tribuna onde se eleva o trono; frontal do altar do retábulo-mor em mármore, representando o Apostolado, lavrado em baixo relevo. SACRISTIA: pavimento em soalho flutuante e cobertura em abóbada de berço que parte de uma cimalha que envolve a sala; lambril de azulejos azuis e branco envolvente, paredes com marmoreados delimitados inferiormente e superiormente por uma faixa de pintura marmoreada a verde; duas frestas de iluminação a ladear o oratório que encima o armário que ocupa a parede fundeira da sacristia; na parede lateral que encosta à capela colateral, lavatório em mármore; na parede anterior, a ladear o vão de acesso ao interior da igreja, vão de acesso a duas salas contíguas, de pavimento em madeira e cobertura em abóbada de berço; na última sala encontra-se pequeno retábulo em madeira pintada e um vão de acesso ao logradouro.

Acessos

Praça de Geraldo, Praça de Giraldo, no topo N.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 251/70, DG, 1.ªsérie, n.º 129 de 03 junho 1970

Enquadramento

Urbano, meia-encosta, adossado, em pleno Centro Histórico de Évora (v. PT040705050070), com fachada principal sobre a Praça do Giraldo, ocupando o topo NO. da praça; é precedida por adro com pavimento em pedra e resguardo em ferro forjado; adossada a NO. por habitações com dois pisos e a O., de forma alinhada com fachada principal, pelo edifício do Inatel; a SO. e a NO. as fachadas abrem-se para dois pequenos logradouros. Na fachada NE. da igreja adossa-se um dos Passos de Évora (v. PT040705050084).

Descrição Complementar

RETÁBULO-MOR: no sotobanco representações de meninos hercúleos nos plintos, repetindo-se os mesmos elementos ao nível do banco, rasgando-se ao centro deste último pequeno nicho cujo arco de volta perfeita irrompe pela tribuna; corpo delimitado por par de colunas de sete espirais, decoradas com parras e folhagens de videira, terminadas por capitéis coríntios onde assente poderoso entablamento, rasgando-se ao centro a profunda tribuna com arco de volta-perfeita expondo um trono piramidal com 5 degraus; no ático, sobre os acrotérios, as esculturas da Fortaleza e da Prudência. RETÁBULO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO: banco com sacrário ao centro em talha dourada encimado por baldaquino suspenso por querubins, irrompendo pelo corpo do retábulo e com a representação do Cordeiro Místico; corpo com tramos definidos por quatro colunas salomónicas, com o terço inferior diferenciado, e capitéis coríntios onde assenta entablamento, sendo este em arco abatido sobre o tramo central; ático em empena tripartida em três tramos com segmentos de frontão curvo nos acrotérios onde se sentam dois anjos, e com tramo central delimitado por pilastras encimadas por fogaréus, apresentando este a representação de um ostensório encimado por coroa ladeada por dois anjinhos esvoaçantes. RETÁBULO DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS: sotobanco com dois plintos de faces lisas a ladear o altar, com marmoreados; banco ladeado pelos plintos onde assentam as colunas, apresentando à face pequenos apontamentos em talha representando cabeças de serafins, e com nicho pouco profundo ao centro com arco de volta perfeita rompendo pelo corpo; colunas salomónicas com o terço inferior diferenciado e capitéis coríntios onde assenta um largo entablamento; ático em arco de volta perfeita com o armorial de D. Frei Miguel de Távora ao centro envolvido por concheados em talha dourada. RETÁBULO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE: retábulo em talha dourada e pintada, embasamento com marmoreados, sobreposto por largo banco, desproporcional em relação ao restante conjunto, sendo ladeada pelos plintos onde assentam as colunas, com pequenos apontamentos em talha dourada; corpo ladeado por duas colunas caneladas com o terço inferior diferenciado e capitéis jónicos onde assenta largo entablamento, rompendo-se ao centro uma maquineta resguardada por vidro; ático inscrito em arco de volta-perfeita com medalhão ao centro com a representação do Anjo Custódio de Portugal, ladeado exteriormente por duas cabeças de serafins. RETÁBULO DE SANTA ANA: retábulo em talha dourada, de composição complexa, com a inscrição de um retábulo dentro de outro; ao nível do banco dois plintos com nichos cavados com a imagem da Pietá e de São João Baptista, encimados por duas consolas onde arrancam duas colunas salomónicas com o terço inferior diferenciado e capitéis coríntios onde assenta o frontão do ático; centro da composição desfasado do seu enquadramento, inferiormente pequena estrutura composta por banco, corpo único de um só tramo, ladeado por estípides onde assenta dois segmentos de frontão curvo. RETÁBULO DAS ALMAS: retábulo em talha dourada, sotobanco com dois plintos lisos com marmoreados, repetindo-se a mesma composição ao nível do banco; corpo ladeado por duas colunas caneladas, com o terço inferior diferenciado e anel na separação, sendo encimadas por capitéis coríntios onde assenta pesado entablamento; ático semelhante ao do retábulo de Nossa Senhora da Saúde, apenas diferenciando o tema do medalhão, este representando a Santíssima Trindade. RETÁBULO DE SÃO CRISPIM E SÃO CRISPINIANO: retábulo em talha dourada, sotobanco com dois plintos lisos nos extremos; banco tripartido por 4 plintos com profusa ornamentação vegetalista em talha, apresentando ao centro o sacrário; tramos do corpo delimitados por quatro colunas salomónicas com o terço inferior diferenciado e capitéis coríntios onde assenta largo entablamento; ático com dois arcos de volta perfeita com cartela entre estes com profusa decoração em concheados e elementos auriculares, apresentando nos acrotérios dois segmentos de frontão curvo onde assentam dois anjos em talha dourada. RETÁBULO DO SENHOR DOS TERRAMOTOS: retábulo em talha dourada e pintada, de planta côncava composta por sotobanco, banco, corpo único e três tramos, e ático; sotobanco com plintos lisos; banco com quatro plintos com cabeças de serafim e tramo central ocupado pelo corpo convexo do sacrário; tramos do corpo delimitados por quatro colunas salomónicas com o terço inferior diferenciado e capitéis coríntios onde assentam largo entablamento, sendo tramo central rasgado por amplo nicho que irrompe pelo ático, expondo um enorme Crucifixo; ático com dois arcos de volta perfeita e cartela entre estes com decoração em concheados. RETÁBULO DE NOSSA SENHORA DA ALEGRIA: retábulo em talha dourada, banco tripartido por quatro plintos, abrindo-se ao centro pequeno nicho; tramos do corpo delimitados por quatro colunas caneladas com o terço inferior diferenciado com temas fitomórficos, rematadas por capitéis coríntios onde assenta pesado entablamento; tramo central com estreito nicho; ático inscrito em arco de volta perfeita, par de colunas e entablamento a imitar o corpo do retábulo. RETÁBULO DE NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO: retábulo em talha dourada, situada na quarta capela lateral do lado da Epístola a contar da cabeceira, de planta plana composta por embasamento, banco, corpo único e um só tramo, e ático; embasamento revestido a azulejos; banco com sacrário, corpo ladeado por duas colunas caneladas com terço inferior diferenciado e capitéis coríntios onde assenta segmentos de entablamento; tramo dividido em dois registos o inferior com nicho; ático delimitado por arco de volta-perfeita com medalhão inscrito em moldura arquitectónica e com uma cabeça de serafim ao centro. EPIGRAFIA: Lápide rectangular situada na torre ocidental, mármore. Letras capitais. Leitura: REINANDO / D. MARIA II / Á PUBLICA UTILID.E / A CAMARA MUNICI 7 PAL ANNO 1835. Lápide rectangular situada sobre o portal principal, granito. Letras capitais. Leitura: DIVO ANTONIO ARCHIMANDRITE SACRVM D. EMANVELIS LVSIT. REGIS PII FEL. INVICTI FI. HENRICVS S. R. E. PR. CARD PRIMVS EBOR. ARCHIEP. PRIORE DIRVTO NOVVM FORMA STRVCTVRA QVE AVGVSTIORE RELIGIONIS ERGO EREXIT. Lápide rectangular situada na torre oriental, mármore. Letras capitais. Leitura: LAPIDE COMEMORATIVA DA / REVOLUÇAO EBORENSE DE 21 / D' AGOSTO DE 1637 EM QUE, / PELA PRIMEIRA VEZ DEPOIS DA / PERDA DA INDEPENDENCIA OS / PORTUGUESES SE REVOLTARAM / CONTRA O DOMINIO ESTRANGEIRO. / FORAM CHEFES DA REVOLTA SIZINANDO RODRIGUES E JOÃO BARRADAS RESPECTIVAMENTE JUIZ ESCRIVÃO DO POVO. / HONRA Á SUA MEMORIA / HONRA Á CIDADE DEVORA / 21-8-1928. Inscrição em um dos sinos. Caracteres góticos. Leitura: EMITE SPIRITUM TUUM ET CREABUNTUR ET RENOVABIS FACIEM TERRAE. Lápide sepulcral situada em frente da capela do Senhor Jesus dos Terramotos, mármore. Letras capitais. Leitura: S.ª DO P.e JOZE NVNES DE AZEVEDO COTRIM INDIGNISSIMO SACERDOTE SECVLAR E HVMIDISSIMO DEVOTO DA SACRO SANTA IMAGEM DE CHRISTO CRVCIFICADO COLLOCADO NESTA CAPELLA. RECORDARE DOMINE CREATURE TUEQUAM PRETIOSISSIMO SANGUITUORE DIMISTI PONE PASSIONEM CRUCEM ET MORTEM TUAM IN TER JUDITIUM TUUM ET A NIMAM MEAM. Lápide sepulcral situada na capela de Nossa Senhora do Rosário, mármore. Letras capitais. Leitura: S.ª DE ANT.º DE MIRA SOLTEIRO E DE SEOS ERDEIROS QVE FALECEO A 10 DE 8BRO DE 1734. Lápide rectangular situada na primeira capela do lado da Epístola, com sulcos negros, mármore. Letras capitais. Leitura: DEO OPT MAX TEMPLUM HOC DICATUM IM MEMO D ARCHIM ANTONI CONSECRAT FUITINTEGRO SOLLEMNIRITU PER EX ACREV D D F EMMANUELEM ACOENACULO VILLAS BOAS METR ARCH EBOR AN REP S MDCCCIV XKAL MAII. PINTURAS MURAIS: nas colunas e arcos pétreos das capelas laterais vestígios de decoração de ferroneries douradas com arabescos florais e círculos, evidenciando douramento executado directamente sobre a pedra, sem qualquer reboco de suporte. No topo da escadaria de acesso à sala da Irmandade do Santíssimo Sacramento, a representação de uma alma do purgatório com a legenda "PADRE NOSSO E AVÉ MARIA PELAS ALMAS". O arranque da abóbada do corredor que antecede a sala da Irmandade é decorado com um friso de cinco jarrões com flores de cada lado; no eixo da abóbada uma cartela onde predominam os ocres e castanhos, ornamentada com dois querubins, fitas conchas e flores ostenta no seu interior uma mão que segura uma bandeja com dois olhos; acima da cartela, uma filactera com a inscrição "OCULI MEI SEMPER AD DOMINV - S Pal. 24" *1. No topo deste corredor, ao lado do vão que dá acesso à sala seguinte, outra cartela de concheados e dois querubins, com a seguinte legenda: "DAR ESMOLLA NÃO EMPOBRECE, TOMAR [...] NÃO ENRIQUECE, [...] NÃO GASTA TEMPO. E SE A CHARIDADE TE FALTA, AINDA QUE TUDO TE SÒBRE, BEM TE PODES CHAMAR PODER. 1708". Na sala da Irmandade do Santíssimo Sacramento: um friso de folhagens, de tons ocre sobre fundo azul, acompanha a arranque da abóbada em todo o espaço ao mesmo tempo que acentua a diferença entre paredes e tecto; a meio da parede N. um nicho aberto na parede decorado na sua envolvente por um baldaquino em trompe l' oeil do qual pende pavilhão aberto e suspenso por dois putti; é ladeado por um retábulo fingido do qual se vêm apenas as ilhargas; esta decoração prolonga-se para a abóbada numa cartela de volutas com dois anjos tenentes e com a representação de Nossa Senhora da Conceição no seu interior; um querubim remata a composição na sua parte superior, um outro querubim separa esta cartela de outra mais pequena com uma inscrição latina, situada imediatamente abaixo; dominam, nesta composição os tons cinzento azulados; Nossa Senhora, sobre um fundo ocre forte, veste uma túnica branca e um manto azul claro; os anjos têm um manto vermelho sobre uma túnica azul clara. Na parede defronte, uma cartela de concheados com a figura de um querubim na sua zona inferior emoldura, sobre um fundo ocre, São José com Menino; São José veste uma túnica azul e segura uma açucena enquanto o Menino debruçado no seu ombro procura a flor; esta cartela é encimada por outra mais pequena com uma inscrição latina, sobreposta ao friso que divide as paredes da abóbada, prosseguindo a composição para a abóbada com outra cartela inserida num frontão onde repousam dois anjos, cada um com a sua coroa de flores; a rematar o conjunto, um vaso com flores *2; na abóbada a E. e a O. outras duas composições semelhantes, com diferentes legendas latinas e uma filactera com inscrição acima delas; à mesma altura destas composições, nos quatro cantos, figuram-se as Virtudes representadas por figuras femininas com vestes ricas de brocados ocres e com os seus atributos: Temperança no canto NO. com jarro com água que verte para uma taça; Prudência no NE. com um espelho e uma serpente enrolada no braço; Justiça no SE. com balança e espada e a Fortaleza no SO. com uma coluna entre os seus braços; estas figuras são emolduradas por cartela exuberante decorada com cornucópias, aves, fruteiros, grinaldas e mascarões sendo rematada na zona superior por filactera com inscrição latina alusiva a cada uma das virtudes; no centro da abóbada exuberante cartela com a representação do Cálice com a Hóstia; na parte superior anjos e querubins misturam-se com grinaldas de flores e volutas; em baixo, de cada um dos lados, as máximas teologais, a Fé do lado esquerdo com os olhos vendados e a Esperança do outro lado; são representadas por figuras femininas com ricas túnicas de brocados sustendo acima da cabeça um molho de trigo e uma videira carregada de uvas; estas figuras estão sentadas em volutas entre as quais figura um escudo em pala de besantes dos Melos e por chaveirão com a empresa de AVE MARIA *3.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Évora)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Manuel Pires (primeira edificação, porventura com risco de Miguel de Arruda) (1548); Afonso Álvares (1570); CARPINTEIROS: Manuel Gonçalves (1572); ENTALHADORES: Francisco da Silva (1720); José Xavier (1735); PEDREIROS: Baltazar Fernandes (1572); Brás Godinho (1572); Luís Gomes; PINTORES: Vieira Lusitano; Jerónimo Corte Real (1570); Martim Valenciano (1627); Bento Coelho Silveira (1699).

Cronologia

1233, 18 Abril - fundação da colegiada paroquial; 1548 - concepção e risco do templo, de Miguel de Arruda, fundado para albergar a colegiada de Santo Antão de que os Arcebispos de Évora eram por inerência os priores; 1557 - início da obra no local de uma antiga ermida gótica de invocação a Santo Antoninho e de uma antiga albergaria ou hospital de invocação do Corpo de Deus, que pertencera aos Templários; o novo edifício sacrificou ainda as ruas dos Gaios e de Maria Espina; 1557, 10 Julho - carta assinada pelo Cardeal Infante dirigida ao Juiz, Vereadores e Procurador da cidade, onde solicita a estes últimos todo o apoio necessário à construção da igreja; 1559 - Manuel Pires é autorizado a fornecer para os trabalhos da igreja animais de tracção e carretagem durante três anos; 1560, c. - construção da escada helicoidal da torre do lado nascente , possivelmente da autoria de Manuel Pires; 1563 - conclusão da obra por Manuel Pires; 1565, 28 Abril - o arcebispo D. João de Melo cria o reitorado, sendo este o primeiro prelado a designar-se prior de Santo Antão; é então instituído um reitor, três beneficiados curados e seis "simplaces" e rendas; os beneficiados curados administrariam os sacramentos enquanto os seis beneficiados "simplaces" rezariam as horas canónicas no coro; na cúspide desta igreja situa-se o Prior; 1568, 17 Abril - forte abalo sísmico destrói a cobertura, morrendo oito pessoas nos escombros; 1570 - o restauro do edifício é estudado por Afonso Álvares, arquitecto das Obras da Comarca; 1572 - 1577 - sob a supervisão de Baltazar Fernandes, mestre pedreiro, Brás Godinho leva a cabo as obras de restauro da cobertura, consolidando as colunas das naves; rebocou-se internamente toda a obra; edificação das capelas laterais, portados e o adro do tabuleiro com degraus; remate da frontaria; feitura das portas de carvalho de Flandres e das primitivas grades de bordo dos santuários pelo carpinteiro Manuel Gonçalves; Séc. 16, segunda metade - Séc. 17 - o adro da igreja acolhe as tribunas dos inquisidores durante os Autos-da Fé; Séc. 16, finais - retábulo da capela de Nossa Senhora da Purificação, atribuída a uma oficina eborense; 1600, c. - retábulo da capela de Nossa Senhora da Saúde, então designado de capela de São Roque; retábulo da capela das Almas, apresentando este uma pintura datada de 1570 atribuída ao poeta-pintor Jerónimo Corte Real; 1627 - tabuinhas do antigo altar de Nossa Senhora das Candeias, encomendado pela irmandade dos alfaiates ao pintor espanhol Martim Valenciano; 1637, Agosto - reúne-se na igreja a Junta de Santo Antão, presidida por D. João Coutinho e requerida pela nobreza para terminar com os motins que decorriam nessa data; Séc. 17, meados - retábulo e azulejos da capela de Nossa Senhora da Alegria; 1699 - realização do retábulo-mor sob a tutela do arcebispo D. Frei Luís Teles da Silva; o retábulo incorpora telas de Bento Coelho da Silveira; Séc. 18 - execução do presépio e das pinturas murais da nave; 1703 - 1705 - conclusão das obras do retábulo-mor; 1706 - data de um dos sinos; 1708 - cronograma nas pinturas murais do corredor de acesso à Sala da Irmandade do Santíssimo Sacramento; 1720 - feitura do actual retábulo de Nossa Senhora de Fátima pelo mestre entalhador Francisco da Silva (ou João Miguel?) e a expensas da Sra. Mariana Josefa do Sacramento; este terá vindo da demolida igreja de Santa Catarina de Sena; 1723 - é adossado à fachada lateral E. o quinto passo da Irmandade do Senhor dos Passos, confrontando a R. Nova; 1735, c. - elaboração do grande retábulo pintado a óleo situado sobre a pia baptismal, no baptistério, sendo este atribuído a José Xavier; Séc. 18, 1ª metade - retábulo da capela de Santa Ana; 1745, c. - retábulo da capela de Jesus dos Terramotos, na data designada de Senhor dos Reis; Séc. 18, meados - retábulo da capela dos Santos Crispim e Crispiniano; retábulo da capela de Nossa Senhora dos Remédios; retábulo da capela de Nossa Senhora do Rosário; retábulo da capela do Santíssimo Sacramento; 1755 - restauro após terramoto, composição da cimalha da frontaria e torres sineiras; 1758 - nesta data e segundo as Memórias Paroquiais, transparecia algumas dificuldades económicas resultantes da canalização de dinheiro para a Patriarcal, entrando o Prior com os seus próprios rendimentos; o Reitorado ganharia então 80 mil réis cada ano; os beneficiados curados 60 mil réis, e os simpleces 40 mil; a igreja teria um Presbítero e um Tesoureiro; segundo a mesma fonte, a igreja teria nessa altura cinco confrarias: a do Santíssimo Sacramento, a do Senhor Jesus, a de Nossa Senhora dos Prazeres, a de São Crispim e a das Almas; 1784 - 1800 - são feitos vários restauros no tempo do arcebispo D. Frei Joaquim Xavier Botelho de Lima, sendo deste período os janelões marmóreos das empenas laterais e o guarda-vento de madeira, embora este último só tenha sido concluído mais tarde; 1794, Abril - construção do adro e do respectivo gradeamento de ferro forjado a pedido do arcebispo Botelho da Silva; Séc. 19, inícios - construção do coro e das cadeiras deste, obra que terá sido subsidiada pelo cónego Miguel Remígio de Lima e pelo cónego Lourenço Saraiva; 1804, 22 Abril - o templo é sagrado pelo arcebispo D. Frei Manuel do Cenáculo; 1815, Dezembro - é concluído o guarda-vento de madeira com o apoio do cónego Miguel Remígio de Lima; 1834 - com a extinção das ordens religiosas e, consequentemente, com o encerramento do Convento de São Domingos, a confraria de Nossa Senhora dos Prazeres passa o seu culto para a igreja de Santo Antão, servindo-se do retábulo de Nossa Senhora do Rosário; 1835 - data gravada na lápide que se encontra na torre ocidente, marcando a inauguralçao desta pelo Município Eborense; 1856 - é feito o carrilhão de 8 sinos da torre nascente por Cândido Rodrigues Belas, sendo estes dedicados a S. João, S. José, Santo António e a outros santos; séc. 19, finais - colocação de grades de ferro forjado em quase todas as capelas; 1902 - dr. Baptista Rolo presenteia a igreja com um relógio de quartos que será fixado no eixo da fachada principal; 1928, 21 Agosto - é inaugurada a lápide que se encontra na torre nascente, evocando esta o episódio das Alterações de Évora em 21 de Agosto de 1637, destacando os nomes de João Barradas e Sesinando Rodrigues, juiz e escrivão da Casa dos Vinte e Quatro; 1938 - são feitos mais dois sinos para a torre nascente, tendo estes sido fundidos na Nova Lusitânia, de Ermezinde; um destes é dedicado a Santo Antão substituíndo um que terá caído em 1920; 2001 - descobertos nas imediações vestígios das fundações da Ermida de Santo Antoninho pela unidade de arqueologia da Universidade de Évora.

Dados Técnicos

Estrutura mista Pinturas murais a seco e douramento directamente sobre a pedra nas colunas e arcos da nave; pintura mural a fresco nos restantes espaços.

Materiais

Estrutura de alvenaria rebocada e pintada de branco; elementos estruturais, pilastras, colunas e molduras de vãos em cantaria; coberturas em telhas cerâmicas; pavimentos em pedra, madeira e mosaico; coberturas interiores em tijolo e azulejos em algumas capelas; azulejos em revestimentos murais; talha dourada e policroma em retábulos e elementos decorativos; mármore em retábulos, balaustrada do coro-alto e lápides sepulcrais; portas, janelas e caixilhos em madeira; guarda-ventos em madeira; ferro nas guardas, sinos e gradeamentos das capelas e vãos.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno (...), Lisboa, 1874, p. 94; PEREIRA, Gabriel, Estudos Eborenses, Évora, 1887; MANUEL, Caetano da Camara, Atravez a Cidade de Évora, Évora, 1900; DAVID, Celestino, Évora Encantadora, Évora, 1923; PROENÇA, Raul; SANTOS, Reinaldo dos, Guia de Portugal, II, 1927; ESPANCA, Túlio, Monumentos de Évora - Igreja de Stº Antão, A Cidade, ano I, nº4, 1943; PEREIRA, Gabriel, Estudos Eborenses, 2ª edição, Évora, 1947; ESPANCA, Túlio, Alguns Artistas de Évora nos Séculos XVI-XVII, in Cadernos de História e Arte Eborenses, VI, Évora, 1948; SANTOS, Reinaldo dos, Miguel de Arruda e a Igreja de Santo Antão de Évora, A Cidade de Évora, n.º 19-20, ano VII (Set.-Dez.), 1949, pp. 3-5; ESPANCA, Túlio, Artes e Artistas em Évora no século XVIII, A Cidade de Évora, Évora, 1950; SMITH, Robert C., A Talha em Portugal, Lisboa, 1963; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Vol. VI, Lisboa, 1966; CHICÓ, Mário Tavares, REIS, Humberto, A Arquitectura Religiosa do Alto Alentejo na Segunda Metade do Século XVI e nos Séculos XVII e XVIII, Lisboa, 1983; MONIZ, Manuel Carvalho, A Praça do Giraldo, Évora, 1984, pp. 24-43; CORREIA, José Eduardo Horta, A Arquitectura - Maneirismo e Estilo Chão, in História da Arte em Portugal, vol. 7, dir. de Vítor Serrão, Lisboa, 1986; HAUPT, Albrecht, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, Lisboa, 1986; ESPANCA, Túlio, Évora - Arte e História, 2ª edição, Évora, 1987, pp. 57-59; ESPANCA, Túlio, Évora. Encontro com a Cidade, Évora, 1988; KUBLER, George, A Arquitectura Portuguesa Chã - Entre as Especiarias e os Diamantes - 1521-1706, Lisboa, 1988; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1988, p. 247; SERRÃO, Victor, Santarém, Lisboa, 1990; AZEVEDO, José Correia de, Portugal Monumental, vol. 7, Lisboa, 1994; PAROQUIA DE SANTO ANTÃO, Igreja de Santo Antão em Évora - Guia Turístico, Évora, 1995; ESPANCA, Túlio, Évora, 2ª edição, Lisboa, 1996; SIMÕES, J. M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no Século XVII, tomo II, 2ª edição, Lisboa, 1997, pp. 216-217; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa], Lisboa, 1998; CORREIA, José Eduardo Horta, Arquitectura Portuguesa. Renascimento, Maneirismo, Estilo Chão, 2ª edição, Lisboa, 2002; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal, vol. 3 (O Renascimento e o Maneirismo), Lisboa, 2002.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; IANTT, Dicionário Geográfico (1758), vol. 14, nº 111a, p. 827 a 831

Intervenção Realizada

DREMS : 1933 - reconstrução de cimalhas e rebocos; 1987 - 1988 - levantamento e limpeza das telhas; substituição de telhas (devido às infiltrações de águas pluviais); limpeza de gárgulas e caleiras, e isolamento com produto betuminoso; substituição do soalho de madeira da sal a do relógio; picar e rebocar paredes laterais do altar-mor; picar, rebocar e caiar as paredes exteriores e interiores; recuperação do Passo; PROPRIETÁRIO: 1989 - remodelação da instalação eléctrica; o mesmo propõe à DGEMN a serração do gradeamento que separa a capela-mor do corpo da igreja; a remoção da bancada lateral que separa o presbitério das naves laterais; remoção do púlpito para outra igreja (não se concretizou); e colocação de um estrato de madeira no presbitério; DREMS: 1990 - reconstrução de vigamentos nos telhados e consolidação destes (obras urgentes derivadas ao rigoroso inverno do ano anterior, que, originando o levantamento das telhas, conduziu à aceleração da degradação da estrutura de madeira da cobertura); 1994 - reparação parcial de coberturas incluindo limpeza de gárgulas e algerozes e reparação de clarabóias; 1995 - refechar fendas, reconstrução rebocos de paredes e tectos e caiações ao nível do coro-alto; reparação dos cabeçotes dos sinos e dos pêndulos do relógio nas torres sineira O. e do relógio; 1997 - obras de conservação: reparação de rebocos e caiações exteriores; reparação de coberturas, e sua limpeza, caiação exterior com reparação de rebocos, restauro de altares; reparação e pintura de portas e cabeçotes de sinos; limpeza e pintura gradeamento exterior; colocação de vidros nas janelas, de gárgulas cerâmicas nas coberturas N. e S. sobre a nave e a N. sobre a nave lateral; 2002 - recuperação da cobertura e de rebocos e estuques interiores, consolidação da cimalha.

Observações

*1 - esta composição mural encontra-se bastante alterada na sua leitura de conjunto pois as zonas entre os diversos elementos decorativos, as zonas de fundo, foram caiadas, cobrindo parcialmente alguns elementos e fazendo com que se perdesse a ligação entre fundo e forma; *2 - Esta cartela já não tem a sua primitiva inscrição latina, vendo-se agora apenas um reboco branco; *3 - falta neste conjunto a representação da Caridade, mas a alusão a esta máxima encontra-se na parede que antecede a entrada nesta sala.

Autor e Data

Manuel Branco 1993 / Joaquim Caetano 2005 / Daniel Giebels 2006

Actualização

 
 
 
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