Cromeleque dos Almendres / Cromeleque na Herdade dos Almendres
| IPA.00003946 |
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Nossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe |
|
Cromeleque típico de um universo que caracteriza a arquitectura megalítica da região de Évora, que encontramos em alguns outros conhecidos cromeleques regionais (Portela de Mogos, em Montemor o Novo) e em outros recém descobertos (Vale de Maria do Meio, em Évora). A cronologia relativa dos monumentos deste universo, cromeleques e menires, é extremamente complexa, podendo cobrir uma extensa faixa, desde o Eneolítico à Idade do Ferro plena. Este monumento tem o privilégio de poder, na óptica dos trabalhos que Mário Varela Gomes tem levado a cabo na região, ser associado a um pequeno povoado calcolítico nas imediações. Os vestígios de implantação romana na Herdade dos Almendres, nomeadamente os restos de aras que rolam pelo pátio da área residencial, testemunham que a sacralidade ou venerabilidade do lugar teve grande resistência e âmbito cronológico. Estrutura complexa, sai fora dos cânones dos monumentos similares da Península, com paralelo apenas em um pequeno universo no termo de Évora. A par do Cromeleque de Vale de Maria do Meio (v. IPA.00034014) e do Cromeleque da Portela de Mogos (v. IPA.00004457), constitui um dos grandes recintos megalíticos do aro eborense. |
|
Número IPA Antigo: PT040705040059 |
|
Registo visualizado 4982 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Conjunto arquitetónico Estrutura Religioso Alinhamento
|
Descrição
|
CROMELEQUE: Recinto de planta sensivelmente circular, definido por floresta de c. de 95 monólitos de granito, dispostos em pequenos aglomerados que aparentam definir pequenos micro-universos. As estacas têm uma forma almendrada; algumas são de grandes proporções, com c. de dois metros e meio de altura, predominando todavia os aglomerados de pequenos fitos baixos e largos. O conjunto dissemina-se por uma vasta área de c. 70X40 metros nas extensões máximas, com orientação axial NO. - SE. Os fitos apresentam sintomas de profunda erosão, sobretudo nas superfícies mais expostas aos elementos, mas vários ostentam vestígios de decoração ou ornamentação, com covinhas ou linhas sinuosas e radiais; dois, pelo menos, são no que a isso diz respeito inequívocos e assinaláveis: um com um universo de covinhas a definir claramente uma intenção esquemática e outro com uma banda de linhas sinuosas paralelas disposta verticalmente. Estes dois e c. de mais meia dezena, que não parecem ter pertencido a nenhum dos aglomerados, assumem posição de destaque na ordenação global do conjunto, assumindo-se como menires - estelas. MENIR: com c. de 3,5 metros de altura e 0,90 de diâmetro máximo; tem forma fálica e porte majestoso, com um pequeno e já muito difuso registo ornamental, em forma que pode interpretar-se como de báculo ou enxó. |
Acessos
|
EN Évora - Montemor o Novo, desvio para Guadalupe, passar a povoação e continuar em direcção à Herdade dos Almendres. O cromeleque encontra-se dentro da herdade, a c. de 1,5 Km a SO, e o menir nos limites da área residencial e abegoarias da Herdade, na banda de E.. Parque de estacionamento com capacidade para c. de 20 viaturas ligeiras ou c. de 5 autocarros |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 4/2015, DR, 1.ª série, n.º 44 de 04 março 2015 / ZEP, Portaria n.º 477/2020, DR, 2.ª série, n.º 127 de 02 julho 2020 |
Enquadramento
|
Rural, em meia encosta vertente a SE. de uma das cotas supremas da Serra de Montemuro, isolado, harmonizado com o meio envolvente. O menir ergue-se in situ nos limites da área residencial e abegoarias da Herdade dos Almendres, da banda E.. A c. de 300m parque de estacionamento. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Religiosa: alinhamento |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
|
Privada: pessoa singular |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Época megalítica |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Não aplicável. |
Cronologia
|
4000 a.C. - 3000 a.C. - edificação do imóvel segundo a época correntemente proposta para o megalitismo de Évora; 1987 - 1992 - encontrando-se até aí grande parte dos monólitos por terra, o complexo é reedificado por Mário Varela Gomes, tendo o cuidado de procurar o seu primitivo alvéolo de implantação; 1970, 21 agosto - Despacho de homologação de classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público; 1974, 21 dezembro - classificação do Cromeleque e menir na Herdade dos Almendres como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297; 2012, 31 de Janeiro - conclusão trabalhos implementação parque estacionamento, obra realizada pela CME, no valor de 6.700Eur; 2012, 15 março - Proposta da DRCAlentejo para a reclassificação do Cromeleque dos Almendres como MN - Monumento Nacional, mantendo-se o menir como IIP e de fixação de ZEP; 2012, 09 maio - Parecer favorável à classificação como MN do cromeleque e à ZEP pela SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 2012, 21 setembro - Anúncio n.º 13447/2012, publicado no DR, 2.ª série, n.º 184, de projeto de decisão de classificação como MN e fixação de ZEP; 2019, 21 março - publicação da Resolução da Assembleia da República n.º 42/2019, DR, 2.ª série, n.º 57/2019, recomendando ao Governo que adote as medidas que possam dar resposta ao estado de abandono e de degradação do Cromeleque dos Almendres, do Menir dos Almendres, da Anta Grande do Zambujeiro e do Cromeleque Vale Maria do Meio; 2019, 15 junho - inauguração do centro interpretativo, construído junto ao monumento; 2019, 16 dezembro - publicação do projeto de decisão relativo à fixação da Zona Especial de Proteção do conjunto em Anúncio n.º 205/2019, DR, 2.ª série, n.º 241/2019. |
Dados Técnicos
|
Monólitos |
Materiais
|
Granito de gão grosseiro |
Bibliografia
|
CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA, Roteiro do Megalitismo de Évora, edição coordenada por António Carlos Silva, Évora, 1992; GONÇALVES, José Pires, Roteiro de Alguns Megálitos da Região de Évora, Évora, 1975; GONÇALVES, José Pires, VARELA GOMES, Mário e SANTOS M. Farinha dos, Os Menires da Pedra Longa, in Arqueologia e História, Lisboa 1986; SANTOS, M. Farinha dos, Pré-História de Portugal, Lisboa, 1985; VARELA GOMES, Mário, Aspects of Megalithic Religion According to the Portuguese Menhirs, in Valcamonica Symposium, III, Capo di Monte, 1979. |
Documentação Gráfica
|
IPPAR : plantas antes e após a reedificação por Mário Varela Gomes. |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: SIPA, DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
1987 - 1992 - Campanhas de limpeza, escavação e reedificação, por Mário Varela Gomes; CME: 1993, c. de - reparação da estrada de acesso ao imóvel; CME (em articulação com a DRCALEN e o proprietário da herdade): 2011 - 2012 - implementação de parque de estacionamento. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Manuel Branco 1993 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |